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PASTAGEM RECUPERADA PRODUZ MAIS E É MAIS ECONÔMICA
Pasto degradado significa terra improdutiva que é igual a prejuízo. Perder ninguém quer. O
produtor que só pensa em comprar mais terra e não investe na qualidade e conservação do solo
está perdendo. Existem vários métodos de recuperação de pastagem; basta o produtor analisar
sua situação e, de acordo com a necessidade encontrada, adotar a que melhor recuperará a
utilidade dela.
O produtor precisa investir na qualidade e conservação do solo a fim de evitar
áreas degradadas em sua propriedade
Foi o que aconteceu com o produtor sul-mato-grossense João Cezar Cassiano, proprietário da
Fazenda Campo Alegre, de 1.600 hectares, em Ribas do Rio Pardo, MS. "Eu tinha que tomar uma
decisão: continuar do jeito que estava, não dava mais, o caminho era um só: a recuperação". O
diagnóstico da área era de degradação, com mistura de espécies, invasoras e erosão. Como mora
em Campo Grande, MS, onde está localizado o Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte",
"por que não procurar os técnicos da Embrapa", pensou. João Cesar, participou de vários eventos
promovidos pela Unidade, como dias de campo, reuniões técnicas, palestras etc., e foi por meio de
contatos com o corpo técnico que se convenceu de que o melhor caminho era a recuperação, uma
vez que, efetivamente, queria resolver o problema da incapacidade de suporte da área. O trabalho,
inicialmente, foi o de recuperar uma área de 70 hectares que estava em estágio avançado de
degradação.
Conta o produtor que optou em renovar a área, trocando as espécies existentes (decumbens,
humidícola e ruzisiensis) pelo marandu (Brachiaria brizantha). Seguindo as orientações do
pesquisador Armindo Kichel, foram executadas naquela área uma análise química do solo,
adubação corretiva, aração com aivecas, gradagem e uso de semente de boa qualidade. O início
da recuperação foi em julho de 1998 com custo total em torno de R$ 20 mil, ou seja, cerca de R$
286,00 por hectare.
A área foi utilizada na engorda de bois e resultou, após nove meses, numa produção de 7,1
arrobas de carne por hectare. Os animais entraram na área com mais ou menos 400 quilos e o
ganho médio nas águas foi de 741 gramas/cabeça/dia e, no período seco, 135 gramas/cabeça/dia.
Neste período o ganho de peso total foi de 13,802 quilos nos 70 hectares recuperados.
Segundo o pecuarista, antes da recuperação os ganhos de peso não passavam de 2
arrobas/hectare/ano. Segundo os prognósticos, quando completar um ano, a produção será de 10
arrobas/hectare/ano. Os cálculos do produtor, também, levam a crer que o capital investido será
pago quando completar um ano. E disse: "Não ganhei mais porque cometi alguns erros de manejo
- entrei com animais um pouco tarde. Poderia ter aproveitado melhor o capim colocando mais bois
e entrado um pouco antes". Ele admite que o pesquisador passou as orientações, mas que se
atrasou e o pasto acamou.
Armindo Kichel recomenda aproveitar todo o potencial do pasto. Para isso, "deve-se observar a
altura da forrageira e não entrar com animais com o pasto novo - há risco de prejudicar a formação
e o crescimento", diz ele, "e , principalmente, não colocar animais com pasto fora de época, pois
serão perdidas a qualidade e a quantidade"- complementa. O pesquisador alerta para a
continuidade de adubação, sugerindo que 20% da produção anual seja reinvestida na área.
"Repor nutrientes no sistema tem a mesma importância que colocar combustível
no tanque do carro".
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