1 Um furacão chamado Napoleão “Na minha carreira encontra

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Um furacão chamado Napoleão
“Na minha carreira encontra-ser-ão erros, sem dúvida: mas as batalhas
de Arcole, Rivoli, das Pirâmides, Marengo, Austerlitz, Iena, Friedland
são de granito; o dente da inveja nada pode contra elas. Eu aterrei o
abismo anárquico e pus ordem no caos. Eu limpei a Revolução. E
depois, qual ataque poderão me fazer, sem que algum historiador
levante-se para defender-me? Dirão que tenho muita ambição? Ah,
sem dúvida, muita ambição encontrarão em mim! Mas a maior e mais
alta que talvez jamais tenha existido: a de estabelecer e consagrar o
império da razão; a de dar pleno exercício, o inteiro gozo de todas as
faculdades humanas, para todos. Em poucas palavras eis, pois, toda a
minha história. Milhares de séculos decorrerão antes que as
circunstâncias acumuladas sobre a minha cabeça vão encontrar um
outro na multidão para reproduzir o mesmo espetáculo.”
Do Consulado ao Império (1799- 1804)
O texto acima é de Napoleão
Bonaparte, falando de si próprio. Talvez
seja algo arrogante e exibicionista, mas
não é mentiroso: Bonaparte consolidou o
domínio burguês sobre a estrutura
econômica e política da França, através da
contenção dos inimigos internos ( os
jacobinos e os monarquistas). Após
realizado este trabalho de contenção,
Napoleão espalhou a revolução burguesa
por todo o território europeu e, como um
furacão, varreu resquícios de feudalismo e
absolutismo em várias regiões da Europa.
Vamos conhecer um pouquinho da
história pessoal deste homem que foi o
grande representante dos interesses da
burguesia, no início do século XIX:
Napoleão Bonaparte era filho de uma
família de nobres arruinados. Desde a
mais tenra infância foi criado para tentar
recuperar a fortuna que sua família algum
dia possuíra. E como a carreira militar
apresentava-se promissora, os pais de
Napoleão decidiram colocá-lo numa
escola do exército, onde Napoleão não foi
um aluno brilhante, embora tivesse notas
elevadas em matemática e estratégia.
O
oportunismo
marcou
os
primeiros anos da maturidade de
Napoleão: casou-se com uma mulher mais
velha do que ele, para poder entrar para os
quadros da nobreza francesa ( não se
esqueça: Napoleão nasceu na Córsega);
durante o Período do Diretório, derrotou
um levante ultra-realista, para mostrar que
não estava vinculado com a nobreza da
qual fazia parte desde o casamento.
Já é hora de ampliarmos nossa
análise para a sociedade francesa: a
verdade é que a burguesia não confiava
em Napoleão. Por isso, deu a ele uma
missão quase suicida, durante a guerra
contra a segunda coalizão anti-francesa.
Contra todos os prognósticos, Napoleão
não só sobreviveu, como derrotou os
austríacos, tornando-se herói nacional.
A classe burguesa desejava uma ditadura e uma boa espada. Pense nisso e também
num ditado que diz: “Quando você não pode derrotar um inimigo, o melhor é se aliar a ele”.
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Em 1799 a Revolução Francesa
continuava
ameaçada
interna
e
externamente. A burguesia já não confiava
no governo do Diretório e exigia um
governo forte, capaz de derrotar tanto os
remanescentes da monarquia, como os
partidários do pensamento jacobino. Mais:
precisava de um militar destemido, para
conduzir com êxito a luta contra a
coligação da Europa aristocrática com a
Inglaterra. Napoleão Bonaparte, cujas
vitórias contra os austríacos o haviam
projetado no cenário político-militar,
surgia como o homem indicado para
liderar tal empreendimento.
O resultado disto tudo não é difícil
de se imaginar. Os empresários
articularam um golpe político que foi
desfechado em 18 Brumário de 1799. A
seguir, transferiram o poder para
Napoleão.
Nomeado cônsul, juntamente com
Roger Ducos e o Abade Sieyès, Napoleão
demonstrou enorme habilidade política,
ganhando rapidamente a confiança de toda
a nação francesa.
Para construir a base de seu apoio
político, Napoleão começou atraindo a alta
burguesia: criou a Sociedade Nacional de
Apoio à Indústria, fortalecendo a
industrialização com empréstimos a juros
subsidiados; com o Banco de França, deu
estabilidade à moeda francesa.
O proletariado ficou encantado
quando Napoleão criou os Liceus
Educacionais onde, de graça, os jovens
proletários preparavam-se para uma
promissora carreira nas recém-construídas
indústrias francesas. Os jacobinos ficaram
satisfeitos com a criação de um código
civil que confirmava a igualdade dos
cidadãos perante à lei, dentro do espírito
revolucionário. Mas a grande jogada foi
feita com os camponeses: Napoleão
desapropria as terras dos nobres emigrados
e com elas faz uma reforma agrária,
beneficiando mais da metade da população
francesa. Para os camponeses, a partir
daquele momento, era Deus no céu e
Napoleão na terra...
Napoleão faz um acordo com a
Igreja, em 1801. Em 1802, torna-se cônsul
vitalício e, em 1804, através de plebiscito,
é aclamado imperador da França.
Você, caro aluno, sabe que as aparências são de um retorno à monarquia
absolutista. Mas o governo de Napoleão é essencialmente burguês, pois defende os
interesses do capitalismo industrial.
Uma senhora que se preocupava
com as aparências, integrante da nobreza
francesa, Madame de Remusat, descreveu
(em 02/12/1804) assim a coroação de
Napoleão:
“Chegado a Notre-Dame (catedral de Nossa Senhora de Paris), o
imperador demora-se algum tempo no arcebispado para aí se revestir do
traje de cerimônia que, aliás, parecia esmagá-lo. A sua fraca figura fundiase sob este enorme manto de arminho. Uma simples coroa de louros lhe
cingia a cabeça:parecia uma medalha antiga. Mas estava extremamente
pálido, verdadeiramente comovido, e a expressão de seu olhar parecia
severa e um pouco perturbada. Toda a cerimônia foi imponente e muito
bela. O momento em que a imperatriz foi coroada produziu um movimento
geral de admiração, não pelo ato em si, mas ela estava tão graciosa,
caminhou para o altar tão bem, ajoelhou-se de uma maneira tão elegante
e ao mesmo tempo tão simples, que satisfez todos os olhares. Quando
teve de ir do altar para o trono, ela teve um momento de altercação com
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as cunhadas, que lhe levavam o manto com tanta repugnância que vi o
instante em que a nova imperatriz não poderia continuar a andar. O
imperador, que notou isto, dirigiu a suas irmãs algumas palavras secas e
firmes que puseram toda a gente em movimento. O Papa durante toda
esta cerimônia teve sempre o ar duma vítima resignada.”
O império napoleônico e as guerras européias
No momento em que Napoleão
torna-se imperador da França, articula-se
uma grande oposição que uniria a
Inglaterra capitalista e vários reinos
absolutistas europeus. A Inglaterra quer
destruir o seu eventual concorrente
burguês e os reinos absolutistas queriam
evitar que a Revolução Burguesa se
espalhasse por toda a Europa. Assim, a
diplomacia inglesa trabalha habilmente no
sentido de unir todos os governos antinapoleônicos
em
várias
coalizões
militares.
Uma nova coligação anti-francesa
(esta foi a terceira!) organiza-se em 1805.
Dela fazem parte a Áustria, a Rússia e a
Inglaterra. Napoleão é derrotado na
batalha marítima de Trafalgar, mas sagrase vencedor nas batalhas continentais de
Ulm e Austerlitz. Desta forma,
observamos que a Inglaterra é a “rainha
dos mares”, mas a França é “senhora
absoluta do continente”.
Napoleão sabe que é impossível
derrotar militarmente a Inglaterra. Por
isso, decide asfixiar economicamente o
reino da Grã-Bretanha, para derrotá-la,
mais tarde. Organiza o Bloqueio
Continental: todos os países europeus são
proibidos de comprar produtos ingleses. A
Inglaterra se vinga: organiza um bloqueio
marítimo, impedindo os franceses de
receber matérias primas de suas colônias.
Observe, caro aluno: o feitiço vira contra o feiticeiro. A indústria francesa não tem
possibilidade de substituir a indústria inglesa, no momento em que os países europeus
precisam de manufaturados. Por causa disso, o contrabando de produtos ingleses cresce,
obrigando Napoleão a custosas invasões punitivas.
Em 1807 Napoleão dominava toda
a Europa, mas a verdade é que o domínio
era apenas aparente. O Bloqueio
Continental fracassaria, pois Napoleão
afunda com as despesas de guerra. Uma
crise econômica mina a França e a
Inglaterra organiza contrabando em todos
os portos europeus. para piorar, a Espanha
lança-se (dentro de um processo de guerra
de guerrilhas) em franca insurreição
popular. Do outro lado do continente, a
Rússia decide romper o Bloqueio
Continental.
Napoleão é obrigado a invadir a
Rússia. Com um exército de 600 mil
homens, ele consegue ocupar Moscou, a
capital do império. Mas tem que enfrentar
um grande general russo, que já havia
derrotado os cossacos, derrotaria Napoleão
e,
no
século
XX,
enfrentaria
vitoriosamente Hitler: o glorioso “general
inverno”.
Acossado pelo frio (em Moscou, a
temperatura chega a -40°C, um freezer não
passa de -25°C!) Napoleão é obrigado a
recuar tendo, nos seus calcanhares, as
tropas russas. O brilhante exército de 600
mil homens reduz-se a 200 mil soldados
esfarrapados, famintos e medrosos. Saindo
do território russo, Napoleão é derrotado
na Batalha das Nações. Em 1814 Paris é
invadida e Napoleão é obrigado a refugiarse na Ilha de Elba.
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Os cem dias e o exílio final
Com a queda de Napoleão,
restaura-se a monarquia absolutista da
família Bourbon. Luís XVIII é
entronizado. Vejamos como foi a cena,
através de um relato de René François
Chateaubriand:
“Tenho presente na memória, como se o visse ainda, o espetáculo de que
fui testemunha quando Luís XVIII, entrando em Paris a 3 de maio de
1814, foi a Notre-Dame. Tentaram poupar o rei de ficar cercado por tropas
estrangeiras, apesar de terem sido elas que garantiram a chegada de
Luís XVIII a Paris... Usaram, como guarda de honra, um regimento da
velha guarda, de soldados que lutaram ao lado de Napoleão. Não creio
que figuras humanas tenham jamais exprimido qualquer coisa de tão
ameaçador e tão terrível. Aqueles granadeiros, cobertos de feridas,
vencedores da Europa, que tinham visto tantos milhares de balas passar
sobre suas cabeças, que cheiravam a fogo e pólvora; aqueles mesmos
homens, privados de seu capitão (Napoleão), eram obrigados a saldar um
velho rei, inválido do tempo, não da guerra, vigiados, como estavam, por
um exército de russos, de austríacos e de prussianos... Uns, franzindo a
testa, faziam descer o largo gorro de peles sobre os olhos, como para não
ver; outros torciam os cantos da boca no desprezo da raiva; outros, por
debaixo do bigode, rangiam os dentes como tigres.”
Os nobres, emigrados durante a
Revolução Francesa, retornam. Inicia-se a
vingança dos bispos e dos aristocratas: é o
Terror Branco. Todos os líderes burgueses
são presos, alguns são enforcados. A forca
substitui a guilhotina, mas as mortes por
motivos políticos prosseguem. A nobreza
recebe de volta as suas terras: é o fim da
reforma agrária e o início de nova revolta
popular. Na ilha de Elba, Napoleão
observa a violência do governo de Luís
XVIII.
Uma vez Napoleão disse que “você pode fazer tudo com uma espada, menos sentarse nela”. Era exatamente isto que Luís XVIII estava fazendo: queria governar
violentamente, “sentado numa espada”!
Em 1815, julgando ser propício o
momento, Napoleão fugiu da ilha de Elba
e avançou sobre o território francês à
frente de sua guarda pessoal, de apenas
mil soldados. Luís XVIII mandou, para
destruir Napoleão, todo um batalhão. Em
Grenoble, às margens do rio Mure, deu-se
o encontro, que se tornou antológico.
Napoleão apeou de seu cavalo,
afastou-se de seus soldados, e caminhou
solitário na direção dos soldados do rei. E
então disse: “Soldados do 5º Batalhão, sou
vosso Imperador. Reconhecei-me: se entre
vós houver um soldado que queira matar o
seu Imperador, aqui estou”. Dito isto,
entreabriu o seu capote cinzento.
Nervosos, os oficiais ordenaram fogo e os
soldados recusaram-se a atirar. Um dos
soldados gritou: “Foi ele que nos deu a
reforma agrária; foi ele que fez a França
vitoriosa! Ele é o nosso general! Viva o
Imperador!”. Os soldados gritaram: “Viva
o
Imperador!”.
A
guarda
que
acompanhava Napoleão, ao longe,
respondeu: “Viva o Imperador!”. Os
oficiais entreolharam-se e aderiram às
saudações.
Como os jornais da época
relataram a evolução dos acontecimentos?
De maneira muito parecida com a
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imparcialidade dos jornais atuais. Vejamos
as manchetes, de um mesmo jornal:
“ O monstro corso desembarcou na baía de São João.”
“ O canibal marcha sobre Grasse.”
Mas, a medida em que o avanço de
Napoleão obtinha êxito:
“ Bonaparte ocupou Lyon.”
“ Napoleão aproxima-se de Fontainebleau.”
“ Sua Alteza Imperial é esperada amanhã em sua fiel Paris.”
Em 15 dias Napoleão sentava-se,
outra vez, no trono. Luís XVIII foge para
a Bélgica. Napoleão decide perseguir o rei
e atacar esta nação vizinha. Parece, no
entanto, que os ingleses aprenderam a
lidar com o general corso: estavam
esperando Bonaparte, na Bélgica. Em 17
de junho de 1815, Napoleão é derrotado
na Batalha de Waterloo. Sem alternativas,
Napoleão pede asilo político para a
Inglaterra. Seu destino seria a longínqua
ilha de Santa Helena.
É o epílogo dessa aventura: a França burguesa perde para a Europa aristocrática.
O Congresso de Viena e a Europa
Os reis absolutistas, a nobreza
reacionária e a burguesia inglesa estavam
em festa: a França burguesa foi derrotada.
Para reorganizar o mapa político
europeu, faz-se o Congresso de Viena.
Mas as decisões do congresso demoraram
para acontecer: nas primeiras semanas,
saraus e bailes comemoravam a vitória
aristocrática, fazendo com que um
jornalista da época observasse: “mas este
congresso não anda, dança!”. Os trabalhos
começaram depois de um mês de festas.
Brilham algumas grandes estrelas
conservadoras européias: Alexandre I,
czar da Rússia; Klemens von Metternich,
chanceler da Áustria; Lord Castlereagh, da
Inglaterra; Hardenberg, da Prússia; e o
chanceler francês Talleyrand.
O princípio fundamental do
congresso é enunciado por Talleyrand: são
considerados legítimos os governos
europeus anteriores à Revolução Francesa.
É o princípio da legitimidade.
Metternich,
muito
mais
pragmático,
preocupa-se
com
a
possibilidade futura de uma nova
revolução burguesa. Por isso, enuncia o
princípio do equilíbrio europeu: quatro
nações européias devem ter forças
militares equivalentes. Caso alguma
dessas nações se aventure em uma
revolução burguesa, ela saberá que terá
contra si pelo menos três inimigos
igualmente
poderosos.
Observe que as pequenas nações européias, caro aluno, foram “rifadas” por este
princípio. Algumas delas desaparecerão, em nome da estabilidade político-militar européia.
Os representantes absolutistas,
cinicamente, esconderão os princípios
reacionários do congresso debaixo do
slogan: “defesa da religião, da paz e da
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justiça”. É assim que o czar Alexandre I
cria a Santa Aliança.
Os exércitos da Santa Aliança
reprimem o nacionalismo alemão,
invadindo universidades; destruíram a
rebelião do general Riego, na Espanha,
mandando para lá “os cem mil filhos de
São Luís”, que os espanhóis chamavam de
“os cem mil filhos da...” (bem, fui
obrigado a suprimir a última palavra, em
nome da moral e dos bons costumes pois,
afinal, esta é uma apostila de família!).
De qualquer forma, a roda da
história não costuma girar para trás.
Alguns anos depois a Santa Aliança
declina, seja por causa do nacionalismo
das pequenas nações européias, seja
porque a Inglaterra se retira ao observar a
contradição entre a política da Santa
Aliança e os seus interesses particulares na
América.
Em 1848 a “primavera dos povos”
supera, de vez, este último suspiro
absolutista conservador europeu.
Documento complementar
Há
uma
discussão
muito
interessante, ainda sem conclusões
genericamente aceitas, no estudo de
História: “qual é o papel do herói, nos
fatos e destinos da sociedade?”. Napoleão
é, talvez, o herói mais ativo, com ações
que contribuíram para modificações
importantes na sociedade, política e
economia européia, no início do século
XIX.
A discussão sobre o papel do herói,
na História, pode ser realizada em sala de
aula.
Nesta apostila, restringiremos um
pouco a discussão. Utilizando-nos de um
texto de Eric Hobsbawn, no livro A Era
das Revoluções, acompanharemos uma
análise extremamente hábil, que tenta
explicar a construção do mito Napoleão
Bonaparte. Acompanhe o texto e depois
chegue a uma conclusão: você concorda
com a análise de Hobsbawn, ou acredita
que existe uma outra maneira mais
completa para explicar a mitificação de
Napoleão? Se há esta outra maneira, qual
seria
ela?
“O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de Napoleão do
que nos fatos, até então sem paralelo, de sua carreira. Os homens
que se tornaram conhecidos por terem abalado o mundo de forma
decisiva no passado tinham começado como reis, como Alexandre,
ou patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o ‘pequeno cabo’
que galgou o comando de um continente por seu puro talento
pessoal (isto não foi estritamente verdadeiro, mas sua ascensão foi
suficientemente meteórica e alta para tornar razoável a descrição).
Todo jovem intelectual que devorasse livros, como o jovem
Bonaparte o fizera, escrevesse maus poemas e romances e
adorasse Rousseau poderia, a partir daí, ver o céu como o limite e
seu monograma enfaixado em lauréis. Todo homem de negócios daí
em diante tinha um nome para a sua ambição: ser - os próprios
clichês o denunciam - um ‘Napoleão das finanças’ ou da indústria.
Todos os homens comuns ficavam excitados pela visão, então sem
paralelo, de um homem comum que se tornou maior do que aqueles
que tinham nascido para usar coroas. Napoleão deu à ambição um
nome pessoal no momento em que a dupla revolução tinha aberto o
mundo aos homens de vontade. E ele foi mais ainda. Foi um homem
civilizado do século XVIII, racionalista, culto, iluminado, mas também
discípulo de Rousseau o suficiente para ser ainda o homem
romântico do século XIX. Foi o homem da Revolução e o homem que
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troxe estabilidade. Em síntese, foi a figura com que todo homem que
partisse os laços com a tradição podia se identificar em seus
sonhos.”
Cronologia
1799
1801
1802
1804
1806
1812
1813
1814
1815
1815
1823
- Regime do consulado.
- Concordata com a Igreja.
- Regime do consulado vitalício.
- Proclamação do Império.
- Bloqueio Continental.
- Campanha da Rússia.
- Derrota de Napoleão em Leipzig.
- Abdicação de Napoleão e retiro em Elba.
- Governo dos Cem Dias, derrota em Waterloo e prisão em Santa Helena.
- Congresso de Viena e criação da Santa Aliança.
- Intervenção da Santa Aliança, na Espanha.
Você aprendeu
Ao estudar o período do Consulado ao Império:
 Que Napoleão era de uma família de nobres arruinados e que, após uma infância de
dificuldades, conseguiu sucesso na carreira militar.
 A burguesia desfechou um golpe em 18 brumário de 1799, colocando Napoleão
Bonaparte no poder.
 Napoleão, demonstrando enorme habilidade política, ganhou a confiança de toda a
nação francesa.
 Em 1804, através de plebiscito, Napoleão é aclamado Imperador.
Ao estudar o império napoleônico e as guerras européias:
 A Inglaterra capitalista e vários reinos absolutistas europeus unem-se para tentar
destruir o governo revolucionário francês. Esta união origina várias coalizões antifrancesas.
 Através do Bloqueio Continental, Napoleão tenta asfixiar a economia britânica.
 Bloqueio Continental fracassa e a economia francesa afunda com as despesas de
guerra.
 Derrotado na Campanha da Rússia, Napoleão acaba sendo obrigado a refugiar-se na
ilha de Elba.
Ao estudar os cem dias e o exílio final:
 Com a queda de Napoleão, restaura-se o governo absolutista da família Bourbon, na
França. Era o Terror Branco.
 Napoleão retorna ao poder, num período que ganha o nome de Cem Dias.
 Novamente derrotado, na batalha de Waterloo, Napoleão é mandado para a ilha de
Santa Helena, onde passa os seus últimos dias.
Ao estudar o Congresso de Viena e a Europa:
 Congresso de Viena marca a vitória da Europa aristocrática sobre a França
burguesa.
 Princípio da Legitimidade reconduz ao poder as velhas famílias absolutistas
européias.
 Princípio do Equilíbrio Europeu fortalece algumas nações européias às custas do
desaparecimento de alguns pequenos Estados.
8


Cria-se a Santa Aliança para reprimir as nacionalidades prejudicadas pelos acordos
do Congresso de Viena.
As determinações do Congresso de Viena declinam alguns anos depois, sob
influência de movimentos nacionalistas e do fortalecimento da burguesia industrial
européia.
Exercícios para classe:
1- (FUVEST) O Golpe de 18 de Brumário (9 de novembro de 1799) que elevou
Napoleão ao Consulado, recebeu o apoio incondicional:
a- da pequena burguesia descontente com a destituição de Robespierre da Comissão de
Salvação Pública;
b- dos pequenos proprietários rurais descontentes com a repressão realizada pela
Convenção à chamada Rebelião de Vendéia;
c- do operariado, já em pleno crescimento em decorrência da revolução industrial na
França, e irritado com a sufocação da Conspiração de Babeuf;
d- da alta burguesia saturada de uma política oscilante e freqüentemente contrária aos
seus interesses econômicos;
e- dos monarquistas que viram no golpe a possibilidade de restaurar a monarquia,
recolocando no trono francês outro Bourbon.
2- (FUVEST) No processo da Revolução Francesa, o golpe de 18 Brumário, que levou
Napoleão Bonaparte ao poder, implicou na:
a- consolidação do poder da burguesia;
b- convocação da Assembléia Nacional Constituinte;
c- aprovação da Declaração dos Direitos do Homem;
d- instituição do período do Terror;
e- composição política entre girondinos e jacobinos.
3- O que foram as coalizões (ou coligações) anti-francesas?
4- (UFSCar) “Minha maior glória não consistiu em ter ganho quarenta batalhas;
Waterloo apagará a memória de tantas vitórias. O que nada apagará, o que viverá
eternamente, é o meu Código Civil.” Assinale, nas alternativas abaixo, a que grande
personagem da história devemos este pensamento:
a- Napoleão Bonaparte;
d- Oto von Bismarck;
b- Oliver Cromwell;
e- Luís XIV.
c- D. Henrique, o navegador;
5- O Decreto de Berlim, assinado por Napoleão Bonaparte em 1806, visava asfixiar a
economia inglesa. Por qual nome este decreto é mais conhecido?
6- (FGV) Os Cem Dias caracterizaram-se por ser:
a- o período do Diretório;
b- o período do Terror;
c- os primeiros meses do governo secular;
d- os primeiros meses do Império;
e- o período em que Napoleão retorna à França após uma derrota em 1814.
7- (UFSCar) Uma das conseqüências da derrota de Napoleão, em Waterloo (1815)
consistiu
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a- no término do período dos “Cem Dias”, consolidando-se a Restauração monárquica
na França, com Luís XVIII;
b- no reconhecimento da República da França pela Paz de Amiens, celebrada com a
Inglaterra;
c- na celebração da Paz de Tilsit, que permitiu à Rússia ocupar o território da Finlândia,
como compensação por reconhecer as conquistas francesas;
d- na composição da Rússia, Suécia e Prússia visando a neutralizar a expansão territorial
da Inglaterra;
e- na organização do Bloqueio Continental, decretado em Berlim, visando a neutralizar
o poderio econômico dos países ibéricos.
8- (OSWALDO CRUZ) O Congresso de Viena, em 1815, pretendia:
a- incentivar as independências coloniais;
b- restaurar o domínio absolutista, abalado pela Revolução Francesa;
c- incrementar o comércio com a América do Norte;
d- dar, à Inglaterra e à Prússia, direitos sobre a França;
e- acelerar o processo de Revolução Industrial, na Europa.
9- ( Pouso Alegre- MG) Em 1814 e 1815 realizou-se na Europa o Congresso de Viena,
que tinha como objetivo reformular o mapa político profundamente alterado pelas
grandes conquistas de Napoleão Bonaparte. Tomou parte nesse Congresso uma figura
bastante inteligente que utilizando-se de sua extrema habilidade, lançou o “Princípio da
Legitimidade”, em que os países europeus deveriam retornar aos limites anteriores à
Revolução Francesa de 1789, seguindo-se, então, a restauração de todas as monarquias
absolutistas.
Responda: Quem era essa figura e que país representava?
10- Defina o que foi o Princípio do Equilíbrio Europeu, formulado durante o Congresso
de Viena.
Respostas:
1- d.
2- a.
3- Elas foram articulações militares em que a Inglaterra capitalista e os reinos
absolutistas europeus se uniram para tentar destruir o império napoleônico.
4- a.
5- Bloqueio Continental.
6- e.
7- a.
8- b.
9- Talleyrand, representante da França.
10- Quatro nações européias (França, Áustria, Prússia e Rússia) devem ter forças
militares equivalentes, para se garantir a estabilidade político-militar européia.
Exercícios para casa:
1- Eric Hobsbawn é, talvez, o maior historiador vivo. Aos 77 anos, no início de 1996,
pode se orgulhar de ter seus livros editados em mais de 50 países e de ser respeitado por
intelectuais de todas as escolas históricas e matizes ideológicos. Uma outra grande
qualidade desse sábio é a de escrever com clareza e elegância, conquistando leitores em
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todos os pontos do planeta. O trecho que reproduziremos é do livro A Era das
Revoluções:
O Termidor (golpe liderado pela alta buguesia girondina que
derrubou a ditadura jacobina, em 27 de julho de 1794) é o fim da
heróica e lembrada fase da Revolução: a dos esfarrapados sansculottes e dos corretos cidadãos dos bonés vermelhos. Não foi uma
fase cômoda para se viver, pois a maioria dos homens sentia fome e
muitos tinham medo, mas foi um fenômeno tão terrível e irreversível
quanto a primeira explosão nuclear, e toda a história tem sido
permanentemente transformada por ela. E a energia que ela gerou
foi suficiente para varrer os exércitos dos velhos regimes da Europa
como se fossem feitos de palha.
O problema com que se defrontava a classe média francesa no
restante do que é tecnicamente descrito como o período
revolucionário, entre os anos de 1794 e 1799, era como alcançar a
estabilidade política e o avanço econômico nas bases do programa
liberal de 1789-1791. a classe média jamais conseguiu, desde então
até hoje, solucionar este problema de forma adequada, embora a
partir de 1870 conseguisse descobrir na república parlamentar uma
fórmula exeqüível para a maior parte do tempo. As rápidas
alternâncias do regime - Diretório (1795-9), Consulado (1799-1804),
Império (1804-1814), a restaurada Monarquia Bourbon (1814-1830),
a Monarquia Constitucional (1830-1848), a República (1848-1851), e
o Império (1852-1870) - foram todas tentativas para se manter uma
sociedade burguesa evitando ao mesmo tempo o duplo perigo da
república democrática jacobina e do velho regime.
A grande fraqueza dos termidorianos era que eles não desfrutavam
de algum apoio político (no máximo, tolerância), espremidos como
estavam entre uma revivida reação aristocrática e os pobres sansculottes jacobinos de Paris, que logo se arrependeram da queda de
Robespierre. Cada vez mais, o Diretório tinha que depender do
exército para dispersar a oposição. Mas o Diretório dependia do
exército para algo mais do que a supressão de golpes e
conspirações periódicas. A inatividade era a única garantia segura de
poder para um regime fraco e impopular, mas a classe média
precisava de iniciativa e de expansão. O exército resolveu este
problema aparentemente insolúvel. Ele conquistou; pagou-se a si
mesmo; e mais do que isso, suas pilhagens e conquistas resgataram
o governo. Teria sido surpreendente que, em conseqüência, o mais
inteligente e capaz dos líderes do exército, Napoleão Bonaparte,
tivesse decidido que o exército podia prescindir totalmente do débil
regime civil?
Por outro lado, o exército era uma carreira como outra qualquer das
muitas abertas ao talento, pela revolução burguesa, e os que nele
obtiveram sucesso tinham um interesse investido na estabilidade
interna como qualquer outro burguês. Foi isto que fez do exército, a
despeito do seu jacobinismo embutido, um pilar do governo póstermidoriano, e de seu líder Bonaparte uma pessoa adequada para
concluir a revolução burguesa e começar o regime burguês.”
O texto poderá ajudá-lo a responder uma questão que caiu em vestibular. Ei-la:
(FEI-MAUÁ/SP) Explique por que a classe social burguesa que durante a Revolução
Francesa pôs fim à monarquia absoluta- chegando inclusive a executar um monarca,
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Luís XVI - acabou por fim apoiando um outro regime político centralizado, o Império
de Napoleão.
2- Caracterize o governo de Bonaparte à frente do Consulado.
3- Quais eram os objetivos de Napoleão com o Bloqueio Continental?
4- Você vai conhecer o Decreto de Berlim, que determinou o Bloqueio Continental
contra a Inglaterra. faça uma leitura atenta do texto, para responder as questões
propostas a seguir.
Campo Imperial de Berlim, 21 de novembro de 1806
NAPOLEÃO, Imperador dos Franceses, Rei da Itália, etc.
Considerando,
1º. Que a Inglaterra não admite o direito da gente universalmente
observado por todos os povos civilizados;
2º. Que esta considera inimigo todo indivíduo que pertence a um
Estado inimigo e, por conseguinte, faz prisioneiros de guerra não
somente as equipagens dos navios armados para a guerra mas
ainda as equipagens das naves de comércio e até mesmo os
negociantes que viajam para os seus negócios;
3º. Que ela estende às embarcações e mercadorias do comércio e
às propriedades dos particulares o direito de conquista que só se
pode aplicar àquilo que pertence ao estado inimigo;
4º. Que ela estende às cidades e portos do comércio não fortificados
nas embocaduras dos rios, o direito de bloqueio que, segundo a
razão e o costume de todos os povos civilizados, só se aplica às
praças fortes; que ela declara bloqueadas as praças diante das quais
não sequer uma única embarcação de guerra; que ela até mesmo
declara em estado de bloqueio lugares em que todas as suas forças
reunidas seriam incapazes de bloquear, costas internas e todo um
império;
5º. Que este monstruoso abuso do direito de bloqueio tem por
objetivo impedir as comunicações entre os povos, e erguer o comérci
e a indústria da Inglaterra sobre as ruínas das indústrias e do
comércio do continente;
6º. Que sendo este o objetivo evidente da Inglaterra, qualquer
indivíduo, que faça sobre o continente o comércio de produtos
ingleses, por este meio favorece os seus desígnios e dela se torna
cúmplice;
...............................................................................................................
......
8º. Que é de direito natural opor ao inimigo as armas de que faz uso,
e de combatê-lo do mesmo modo que este combate, quando
desconhece todas as idéias de justiça e todos os sentimentos
liberais, resultado de civilização humana;
Por conseguinte, temos decretado e decretamos o que segue:
Artigo 1º. As Ilhas Britânicas são declaradas em estado de bloqueio.
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Artigo 2º. Qualquer comércio e qualquer correspondência com as
Ilhas Britânicas ficam interditados.
Artigo 3º. Qualquer indivíduo, súdito da Inglaterra, qualquer que seja
sua condição, que for encontrado nos países ocupados por nossas
tropas ou pelas tropas dos nossos aliados, será constituído
prisioneiro de guerra.
Artigo 4º. Qualquer loja, qualquer mercadoria, qualquer propriedade
pertencente a um súdito da Inglaterra será declarada boa presa.
Artigo 5º. O comércio de mercadorias inglesas é proibido, e qualquer
mercadoria pertencente à Inglaterra, ou proveniente de suas fábricas
e de suas colônias é declarada boa presa.
...............................................................................................................
......
Artigo 7º. Nenhuma embarcação vinda diretamente da Inglaterra ou
das colônias inglesas, ou lá tendo estado, desde a publicação do
presente decreto, será recebida em porto algum.
A- Qual a justificativa oficial da França, contida no documento, para decretar bloqueio
econômico à Inglaterra?
B- Faça uma breve síntese sobre as determinações do Bloqueio Continental.
C- Depois de respondidas as questões anteriores, procure analisar e comparar as
justificativas oficiais da França, o que o Bloqueio dizia e as reais intenções do Império.
5- Justifique por que as campanhas de Napoleão foram responsáveis pela derrubada do
Império.
6- (FUVEST) Napoleão Bonaparte foi vencido pelos ingleses em 1815. Relacione a este
fato o Congresso de Viena e a Santa Aliança.
7- O que foi o Congresso de Viena e quais eram os seus objetivos?
8- O que foi a Santa Aliança e quais eram os seus objetivos?
9- (MAUÁ) Eram objetivos do Congresso de Viena:
a- a reunião de forças para combater Napoleão e a restauração do Diretório na França;
b- a reorganização do continente europeu, subvertido pela Revolução Francesa, e a
manutenção de uma política conservadora e anti-liberal;
c- a intervenção junto às metrópoles no sentido de possibilitar maior autonomia política
às colônias;
d- a reunião de forças para auxiliar os movimentos nacionalistas e liberais, sobretudo na
Itália e na Espanha;
e- nenhuma das anteriores.
10- (FGV) A idéia básica que orientou os trabalhos do Congresso de Viena foi o
princípio da Legitimidade, inventado por Talleyrand e adotado por Metternich, segundo
o qual:
a- as dinastias anteriores à revolução francesa deveriam ser restauradas e cada país
deveria essencialmente readquirir os mesmos territórios que possuía antes de 1789;
b- Napoleão Bonaparte era o legítimo imperador dos franceses e a sede do governo
passava a ser Santa Helena, uma ilha rochosa do Atlântico Sul;
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c- eram legítimos os decretos de Karlsbad que estabeleciam que toda universidade teria
um inspetor oficial;
d- as alianças como a Russo-Turca de 1828-29 eram ilegítimas porque procuravam
oprimir os países menores como a Grécia e a Romênia;
e- socialistas notórios como o papa Gregório XVI e Carlos X da França deveriam ter
suas autoridades respeitadas porque foram legitimamente designados para suas
respectivas posições.
11- (PUC) Um dos objetivos do Congresso de Viena foi:
a- a formação de sociedades secretas para perseguição dos liberais e dos nacionalistas
europeus;
b- a criação da Santa Aliança destinada a manter as liberdades naturais do homem,
garantidas pelas constituições nacionais;
c- o fortalecimento do princípio da legitimidade e da nacionalidade, através do sistema
de compensações financeiras e territoriais;
d- renovar as relações internacionais por meio da cooperação entre as nações para a
defesa das liberdades nacionais;
e- aceitar as transformações do mapa político europeu, ocorridas durante as conquistas
napoleônicas.
12- (CESGRANRIO) No período situado entre o Congresso de Viena (1815) e o ano de
1848, a Europa foi sacudida por várias revoluções, tais como:
em 1820: Espanha, Portugal, Grécia.
em 1830: França, Bélgica, Polônia.
em 1848: França, Alemanha, Itália.
Podemos afirmar que essas revoluções revelaram a oposição existente entre os
princípios políticos estabelecidos naquele Congresso e as aspirações da burguesia em
expansão, expressas na luta contra:
1- o absolutismo político.
2- os resquícios feudais.
3- o predomínio austríaco.
4- os ideais liberais.
5- o fortalecimento industrial.
Assinale:
a- se apenas 1 e 2 estão certas;
b- se apenas 1 e 4 estão certas;
c- se apenas 2 e 3 estão certas;
d- se apenas 3 e 4 estão certas;
e- se apenas 3 e 5 estão certas.
Respostas:
1- A resposta deverá levar em conta o fato de que a burguesia precisava de um regime
forte para evitar o perigo de uma república democrática jacobina e o perigo de um
retorno ao velho regime aristocrático.
2- Utilizando-se de uma sistemática censura à imprensa e apoiado por um forte aparato
policial, Napoleão, para estabelecer a segurança econômica e a ordem administrativa,
pôs em prática um plano de reformas para sanear as finanças, incentivar o
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desenvolvimento agrícola e industrial e organizar o ensino. Em 1802, através de
plebiscito, torna-se cônsul vitalício e, em 1804, com a promulgação do Código Civil
Napoleônico, institucionalizou os direitos burgueses e proibiu a organização de
sindicatos operários.
3- Além de pretender derrotar a Inglaterra pela via econômica, fechando-lhe os portos
europeus, também pretendia incentivar a mecanização da indústria francesa, que agora
se tornava responsável pelo abastecimento do mercado europeu, que antes era atendido
pela Inglaterra.
4- A- A França justifica-se argumentando que a Inglaterra estava não apenas atacando
alvos militares, como também propriedades e embarcações particulares, impedindo “as
comunicações entre os povos” e dinamizando “o comércio e a indústria da Inglaterra
sobre as ruínas da indústria e do comércio do continente”.
B- As ilhas britânicas ficam sob estado de bloqueio e as nações européias sob domínio
napoleônico ficam proibidas de fazer qualquer intercâmbio com a Inglaterra.
C- A França dizia que a Inglaterra havia tomado a iniciativa de fazer uma guerra
econômica. O Bloqueio Continental é um documento que demonstra uma declaração de
guerra econômica, feita pela França, contra a Inglaterra. É evidente que a intenção do
Império Francês era de asfixiar economicamente a Inglaterra.
5- As constantes guerras de Napoleão desgastaram a França e seus aliados. Nas áreas já
dominadas começaram a surgir, com a ajuda dos ingleses, revoltas contra a presença
francesa. A desastrosa campanha de Napoleão na Rússia, em 1812, enfraqueceu a
França, abrindo espaço para que os exércitos coligados invadissem Paris em 1814 e
depusessem o imperador.
6- De 1799 a 1815 a política européia, e de certa forma a mundial, gravitou em torno de
Bonaparte e suas campanhas militares que divulgaram as idéias liberais. Com a sua
derrota, os representantes do absolutismo consideraram necessário reorganizar o mapa
político europeu e fazer retornar a ideologia absolutista. Para isso, se reuniram no
Congresso de Viena e, logo após, criaram a Santa Aliança.
7- O Congresso de Viena reorganizou a Europa, predominando o espírito reacionário da
nobreza européia, encarnada pelo austríaco Metternich. O mapa político foi refeito,
desrespeitando a vontade das pequenas nações e povos, negando as conquistas da
Revolução Francesa.
8- A Santa Aliança, executada através do “direito de intervenção”, tornou-se uma
verdadeira polícia da nobreza reacionária. Reprimiu os movimentos liberais e restaurou
as antigas casas reais no poder.
9- b.
10- a.
11- c.
12- a.
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