Clipping - Departamento DST/AIDS e Hepatites Virais ÍNDICE Estudo revela como HIV se esconde dos remédios anti-Aids .............................................................2 Parada Gay (Ancelmo Gois) .....................................................................................................................3 Papa comandará perdão em massa por aborto ....................................................................................3 Cientistas encontram bons alvos para nova vacina contra a aids ......................................................4 Brasília florida ..............................................................................................................................................5 Mais uma peça do quebra-cabeça ...........................................................................................................6 Combate à doença perde recursos ..........................................................................................................7 A capital das Margaridas ...........................................................................................................................7 FOLHA DE S. PAULO - SP | SAÚDE AIDS | ANTIRRETROVIRAIS 18/08/2011 Estudo revela como HIV se esconde dos remédios anti-Aids Vírus passa direto de célula para célula, sem cair na corrente sanguínea, onde é vulnerável às drogas Estratégia é o motivo pelo qual o coquetel anti-HIV baixa a carga viral mas não consegue eliminar a infecção RAFAEL GARCIA DE WASHINGTON O HIV está conseguindo escapar da ação de drogas ANTIRRETROVIRAIS porque é capaz de passar diretamente de uma célula para outra. A conclusão é de um novo estudo do laboratório do biólogo David Baltimore, ganhador do prêmio Nobel de Medicina em 1975. Realizando experimentos com culturas de células no Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), o grupo do cientista oferece uma explicação de por que o coquetel anti-AIDS reduz o número de vírus nos soropositivos, mas não cura a infecção. Em geral, uma célula infectada se rompe e libera HIVs soltos no plasma sanguíneo. Esses vírus vagam pelo sangue até encontrar outro linfócito T CD4+, a célula do sistema imune que o HIV ataca. É quando os vírus estão soltos que a droga age. Baltimore e seus colegas, porém, mostraram que uma parcela menor da transmissão ocorre diretamente, de célula para célula, quando dois linfócitos entram em contato no sangue. É nesses casos que os ANTIRRETROVIRAIS falham. A infecção célula a célula não é tão frequente mas, quando ocorre, a quantidade de vírus transferida é grande. Explorando essa brecha de segurança, o vírus consegue sobreviver como um reservatório latente dentro das células, mesmo quando o sangue está repleto de moléculas das drogas ANTIRRETROVIRAIS. ESPERANÇA FRUSTRADA "No início dos anos 1990, quando os inibidores de protease [primeira classe eficaz de droga anti-HIV] surgiram, os médicos estavam medindo o ritmo de queda da carga viral dos soropositivos e concluindo que, com tal redução, os pacientes estariam curados em alguns anos", disse à Folha Alex Sigal, cientista que coordenou o trabalho. "Algumas pessoas vêm sendo tratadas com ANTIRRETROVIRAIS por mais de 15 anos, mas, se você para de administrar a droga, o vírus volta." Sigal descobriu o problema da transmissão célula a célula ao realizar um experimento em que cultivou linfócitos vivos num pires de laboratório para comparar os dois tipos de transmissão. Quando as células estavam separadas, o efeito da droga sobre o HIV foi muito mais acentuado do que quando estavam juntas. Segundo os cientistas, que descrevem o trabalho em um estudo publicado hoje na revista "Nature", a descoberta é também uma má notícia para a criação de uma vacina terapêutica anti-HIV. Esse preparado estimularia o sistema imune a atacar o vírus, mas sua ação se limitaria ao exterior dos linfócitos. A transmissão célula a célula seria um problema. Mas há esperança de que isso não ocorra no uso preventivo de uma vacina, afirma Sigal. Se o organismo conseguir combater o vírus logo que ele entra, não haveria brecha para a formação de um reservatório. Estudos de opções terapêuticas no laboratório de Baltimore, porém, já sofreram uma mudança de abordagem. "Estamos buscando inibidores de infecção do HIV que não funcionam da mesma maneira que as drogas ANTIRRETROVIRAIS", afirma Sigal. "Essas novas drogas afetam a célula infectada. Assim, não importa quantos vírus estão dentro dela." O GLOBO | RIO LGBT 18/08/2011 Parada Gay (Ancelmo Gois) Saiu no DO de ontem. Eduardo Paes deu R$200 mil para ajudar na realização da Parada Gay de Madureira, dia 4 de setembro. O ESTADO DE S. PAULO - SP | VIDA LGBT 18/08/2011 Papa comandará perdão em massa por aborto Graça será concedida a peregrinas que se confessarem em Madri durante a Jornada Mundial da Juventude; visita de Bento XVI causa protestos na Espanha Reuters e AP - O Estado de S.Paulo A Arquidiocese de Madri outorgou aos padres o direito de perdoar o pecado do aborto quando ouvirem as confissões de centenas de milhares de jovens peregrinas que devem participar da missa que o papa Bento XVI celebrará no sábado. O papa inicia hoje uma visita de quatro dias à Espanha para a Jornada Mundial da Juventude que está causando protestos e muita polêmica na país. Com base na lei católica, o aborto é um pecado punido com a excomunhão. Mas a arquidiocese abriu uma exceção às peregrinas que participarem de uma confissão em massa durante a Jornada, num parque no centro da capital espanhola. "Esta concessão visa a tornar mais fácil para os fiéis que participam do Dia Mundial de Juventude conseguirem os frutos da graça divina", declarou a Arquidiocese de Madri, em seu website. Duzentos confessionários brancos foram instalados no Parque do Retiro, onde padres ouvirão as confissões, em diferentes línguas, dos peregrinos que viajaram para a Espanha, vindos de todas as partes do mundo. O pontífice se sentará num deles no sábado para ouvir as confissões de três visitantes, antes de uma missa que contará com seis mil seminaristas. No domingo, o papa celebrará uma missa campal para 2 milhões de fiéis no Aeródromo de Cuatro Vientos. Protesto. Ao menos 4 mil pessoas participaram ontem de um protesto contra a visita de Bento XVI no centro de Madri. Com cartazes, a multidão - formada por estudantes, gays, lésbicas e TRANSEXUAIS, ateus e até alguns padres espanhóis reclamou do alto custo da visita aos cofres públicos. O ESTADO DE S. PAULO - SP | VIDA AIDS 18/08/2011 Cientistas encontram bons alvos para nova vacina contra a aids Estudo investigou o sangue de pessoas que controlam a infecção sem necessidade de medicamentos Alexandre Gonçalves - O Estado de S.Paulo Cientistas estudaram o sangue de quatro pessoas capazes de controlar, sem o uso de medicamentos, a infecção causada pelo HIV. Os pesquisadores descobriram 17 anticorpos amplamente neutralizantes: defesas produzidas pelo próprio organismo que combatem com eficácia várias cepas do vírus. O estudo, que mereceu publicação na prestigiosa revista Nature, poderá inspirar vacinas contra a doença. Quando comparados aos anticorpos já conhecidos, os novos apresentaram eficácia de 10 a 100 vezes maior. O esforço foi coordenado pela Iniciativa Internacional para a Vacina da AIDS (Iavi, na sigla em inglês). "A maioria das vacinas virais estimula a produção de anticorpos que neutralizam o patógeno", afirma Dennis Burton, imunologista do Instituto de Pesquisa The Scripps, na Califórnia. "Como o HIV possui uma enorme variabilidade, uma vacina efetiva precisa estimular a produção de anticorpos amplamente neutralizantes (ou seja, não específicos para variantes do vírus)." O próximo passo é descobrir quais antígenos - proteínas presentes na cápsula viral -, ao ser injetados no organismo, produzem os anticorpos amplamente neutralizantes. Tais moléculas serviriam como principal ingrediente de uma futura vacina. Há cerca de dois anos, uma vacina testada na Tailândia e financiada pelo governo americano apontou, pela primeira vez, uma redução no risco de contrair AIDS. A eficácia, no entanto, ainda foi muito baixa e a proteção diminuía depois de um ano. CORREIO BRAZILIENSE - DF | CIDADES CAMISINHA 18/08/2011 Imagem 1 Brasília florida A capital do país parou na manhã de ontem e abriu espaço para a Marcha das Margaridas. Depois de dias de preparação e dois anos de organização, as camponesas mobilizadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) tomaram o Eixo Monumental. O movimento chamou a atenção e afetou o trânsito da cidade. Mesmo abaixo da expectativa dos organizadores, que esperavam reunir 70 mil pessoas, a marcha levou 45 mil manifestantes à Esplanada dos Ministérios, de acordo com a Polícia Militar. Elas formaram uma fila de 5km na principal pista de acesso às sedes dos poderes da República. O protesto, pacífico, levou quatro horas para terminar. A Marcha das Margaridas luta pelos direitos das trabalhadoras do campo e da floresta brasileira. Mas, na caminhada de ontem, era possível ver bandeiras a favor de causas como a EDUCAÇÃO SEXUAL e o aborto, além de faixas que condenavam a homofobia, a violência contra a mulher e o racismo. Segundo os organizadores do evento, a caminhada pela Esplanada dos Ministérios foi apenas parte das ações do movimento. Mesmo antes da marcha, a Contag já havia entregado ao governo federal uma pauta com 158 reivindicações que beneficiam os trabalhadores rurais. Os manifestantes cobraram, por meio do documento, mais recursos, assistência técnica para serviços agrícolas, o enfrentamento à violência contra as mulheres, acesso à terra e a interferência da União a fim de facilitar empréstimos bancários para os produtores rurais. No fim da tarde, as camponesas tiveram um encontro com a presidente Dilma Rousseff, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, onde as margaridas estavam acampadas. Dilma estava acompanhada de seis ministros. A equipe prometeu diversas medidas em áreas vitais, como saúde e educação (leia reportagem na página 40). Batalhadoras Esta é a quarta vez que ocorre a Marcha das Margaridas. A manifestação reuniu ontem milhares de brasileiras de muitos cantos do país. Entre elas, Lira Maria Pereira Cardoso, 75 anos, que veio de São Gonçalo do Piauí. "Gostei muito de participar da marcha. Ela é muito importante para todos os trabalhadores do campo e viemos aqui pedir atenção. Queremos melhores condições de trabalho", disse ela, que trabalha no campo e faz redes para complementar a renda familiar. As mulheres saíram do Parque da Cidade às 7h e terminaram a marcha por volta das 11h. Em função do movimento, os brasilienses tiveram muita dificuldade para chegar à área central. Mesmo assim, a maioria apoiou o movimento. "As mulheres merecem lutar pelos seus direitos", disse o consultor Nonato Ribeiro, 44 anos (leia sobre trânsito na página 41). Colaborou Aline Bravim Participantes Entre as diversas organizações que fizeram parte da Marcha das Margaridas estão a União Brasileira de Mulheres (UBM), a Associação Brasileira de Mulheres (ABM), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Marcha Mundial das Mulheres (MMM). CORREIO BRAZILIENSE - DF | MUNDO AIDS | ANTIRRETROVIRAIS 18/08/2011 Mais uma peça do quebra-cabeça Uma descoberta, revelada na edição de hoje da revista científica Nature, pode revolucionar a maneira como a AIDS, doença que afeta hoje 34 milhões de pessoas no mundo, é tratada. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Passadena e da Universidade da Califórnia - Los Angeles, ambos nos Estados Unidos, afirmam ter descoberto uma nova forma de contaminação celular do HIV. De acordo com os pesquisadores, o vírus da AIDS tem a capacidade de se propagar entre as células humanas, e não apenas através da corrente sanguínea, como se imaginava antes. A descoberta explica, por exemplo, por que, mesmo com altas cargas de medicamentos, não é possível eliminar o vírus do corpo humano, e abre um novo caminho para o desenvolvimento de uma vacina. Um dos maiores mistérios que ainda cercam o HIV e a AIDS, 30 anos depois da descoberta da doença, é a razão de, mesmo com o uso massivo de medicamentos ANTIRRETROVIRAIS, uma pequena parcela do HIV suficientemente grande para a recontaminação conseguir sobreviver e manter o paciente doente. Depois de observar in vitro células de pacientes com HIV, os especialistas descobriram que, dependendo de como a célula se contamina, a reação do vírus aos medicamentos é diferente. Na contaminação "convencional" - quando o HIV no sangue penetra em uma célula saudável -, a reação aos medicamentos é alta, ou seja, as drogas existentes hoje (em especial, o Tenofir) conseguem destruir quase totalmente o vírus. Na nova contaminação, porém, a reação não é tão eficiente. Mesmo com doses mais altas, uma alta carga de HIV persiste na célula. "Quando isso acontece, a chance de pelo menos um único vírus resistente à medicação começar a se replicar após o uso das drogas é muito maior", explica Alex Sigal, principal autor do estudo. Os cientistas suspeitam que o HIV, após infectar as células, entre em uma espécie de período de dormência. Mesmo tendo invadido a célula, ele permanece incubado, não sendo detectado pelos medicamentos ou pelo sistema de defesa do organismo. "É importante determinar se existe ou não esse reservatório, já que esses depósitos precisam de maneiras diferentes de tratamento em relação a regiões onde o vírus é latente", diz Sigal. Caso isso se confirme, os cientistas precisarão utilizar novas susbtâncias que ativem o vírus, retirando-o desse estado de dormência. Em seguida, uma combinação de medicamentos poderia eliminar toda a carga viral antes de o HIV infectar novas células. O próximo passo da pesquisa será analisar mais profundamente os mecanismos de infecção do HIV. "Queremos saber como ele infecta órgãos como os gânglios linfáticos e como, exatamente, ocorre a transmissão de célula para célula", afirma o pesquisador norte-americano. "Nós estamos realmente procurando por uma cura, mas, para chegar a uma cura, você tem que entender completamente os detalhes da doença", afirma Sigal, que não arrisca quanto tempo vai levar para tratamentos baseados na descoberta poderem ser testados em humanos. Cópias Outra novidade em relação ao HIV trazida na última edição da Nature está relacionada aos anticorpos produzidos artificialmente para combater a AIDS. Os chamados anticorpos monoclonais são uma espécie de cópias de um linfócito B, que é naturalmente fabricado pelo organismo. Há décadas, produzir células monoclonais cada vez mais eficientes tem sido um enorme desafio para os cientistas, pois elas têm a capacidade de atacar um amplo espectro de agentes patógenos. Os pesquisadores do Scripps Research Institute, de La Jolla, e da Universidade de Harvard, ambos nos EUA, conseguiram fazer uma combinação de 17 tipos diferentes de células de defesa especializadas em retrovírus - como o HIV - desenvolver uma nova estratégia altamente potente contra a AIDS, em especial nos casos em que o paciente desenvolve resistência aos medicamentos atualmente utilizados. Os primeiros testes, ainda em células, mostraram que o novo coquetel de anticorpos é cerca de 10 vezes mais eficiente que os superanticorpos PG9, PG16 e VRC01 recentemente descobertos, e até 100 vezes mais eficiente que um anticorpo normal. CORREIO BRAZILIENSE - DF | MUNDO AIDS 18/08/2011 Imagem 1 Combate à doença perde recursos Falta cada vez mais dinheiro para o combate ao HIV nos países mais pobres. A constatação é de uma pesquisa divulgada ontem pelo Programa das Nações Unidas para HIV/AIDS e pela Kaiser Family Foundation. De acordo com o relatório, em 2010, os recursos dos países ricos destinados ao controle da doença nas nações menos desenvolvidas caíram 10% em relação a 2009, afetando mais justamente as regiões onde o problema é mais latente, como a África subsaariana e a América Latina. Segundo o estudo, os 15 principais países doadores desembolsaram, no ano passado, US$ 6,9 bilhões para ajudar no combate à AIDS em países pobres, US$ 750 milhões a menos que em 2009. Sete países - Austrália, Alemanha, Holanda, Noruega, Espanha, Suécia e Estados Unidos - diminuíram as contribuições em relação ao ano anterior. A principal culpada pela redução de recursos seria a crise econômica mundial. "A AIDS é um investimento inteligente, mesmo em um ambiente econômico difícil. Temos que olhar além dos custos de curto prazo e reconhecer os benefícios de longo prazo dos investimentos", diz Michel Sidibé, diretor executivo da Unaids. Para a organização, ligada à ONU, três fatores influenciaram a diminuição. A queda real das doações é apenas um dos problemas. Com a crise econômica mundial, países da Europa tiveram que cortar gastos - e as contribuições internacionais para a doença não ficaram de fora. Questões cambiais também tiveram a sua parcela de culpa na diminuição dos recursos. A Dinamarca, por exemplo, embora tenha contribuído mais em sua moeda nacional, apresentou redução quando o valor é convertido para dólares. Outra questão foi a desaceleração das contribuições norte-americanas, que, embora não tenham caído em valores absolutos, perderam a trajetória de crescimento dos últimos anos. O Congresso dos EUA aprovou um orçamento semelhante ao de 2009 para a luta contra a AIDS, algo em torno de US$ 5,5 bilhões - aproximadamente 54% de todas as doações mundiais. As novas exigências para o repasse do financiamento, contudo, fizeram com que parte desse dinheiro só venha a chegar aos países mais pobres neste ano ou em 2012. "Com o financiamento dos EUA adiado, mas não eliminado, essa pode até ser uma queda temporária, mas o seu impacto sobre os serviços de saúde podem ser reais", avalia Drew Altman, presidente e CEO da Kaiser Family Foundation. Pelos cálculos da ONU, para se atingir a meta de acesso universal à prevenção, ao tratamento, aos cuidados e ao apoio aos pacientes com AIDS, seria necessário elevar até 2015 o montante arrecadado entre os países mais ricos para US$ 22 bilhões. A Unaids estima que isso evitaria, anualmente, 12 milhões de novas infecções e mais de 7 milhões de mortes. (MMM) CORREIO BRAZILIENSE - DF | CAPA CAMISINHA 18/08/2011 Imagem 1 A capital das Margaridas A capital do país parou na manhã de ontem e abriu espaço para a Marcha das Margaridas. Depois de dias de preparação e dois anos de organização, as camponesas mobilizadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) tomaram o Eixo Monumental. O movimento chamou a atenção e afetou o trânsito da cidade. Mesmo abaixo da expectativa dos organizadores, que esperavam reunir 70 mil pessoas, a marcha levou 45 mil manifestantes à Esplanada dos Ministérios, de acordo com a Polícia Militar. Elas formaram uma fila de 5km na principal pista de acesso às sedes dos poderes da República. O protesto, pacífico, levou quatro horas para terminar. A Marcha das Margaridas luta pelos direitos das trabalhadoras do campo e da floresta brasileira. Mas, na caminhada de ontem, era possível ver bandeiras a favor de causas como a EDUCAÇÃO SEXUAL e o aborto, além de faixas que condenavam a homofobia, a violência contra a mulher e o racismo. Segundo os organizadores do evento, a caminhada pela Esplanada dos Ministérios foi apenas parte das ações do movimento. Mesmo antes da marcha, a Contag já havia entregado ao governo federal uma pauta com 158 reivindicações que beneficiam os trabalhadores rurais. Os manifestantes cobraram, por meio do documento, mais recursos, assistência técnica para serviços agrícolas, o enfrentamento à violência contra as mulheres, acesso à terra e a interferência da União a fim de facilitar empréstimos bancários para os produtores rurais. No fim da tarde, as camponesas tiveram um encontro com a presidente Dilma Rousseff, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, onde as margaridas estavam acampadas. Dilma estava acompanhada de seis ministros. A equipe prometeu diversas medidas em áreas vitais, como saúde e educação (leia reportagem na página 40). Batalhadoras Esta é a quarta vez que ocorre a Marcha das Margaridas. A manifestação reuniu ontem milhares de brasileiras de muitos cantos do país. Entre elas, Lira Maria Pereira Cardoso, 75 anos, que veio de São Gonçalo do Piauí. "Gostei muito de participar da marcha. Ela é muito importante para todos os trabalhadores do campo e viemos aqui pedir atenção. Queremos melhores condições de trabalho", disse ela, que trabalha no campo e faz redes para complementar a renda familiar. As mulheres saíram do Parque da Cidade às 7h e terminaram a marcha por volta das 11h. Em função do movimento, os brasilienses tiveram muita dificuldade para chegar à área central. Mesmo assim, a maioria apoiou o movimento. "As mulheres merecem lutar pelos seus direitos", disse o consultor Nonato Ribeiro, 44 anos (leia sobre trânsito na página 41). Colaborou Aline Bravim Participantes Entre as diversas organizações que fizeram parte da Marcha das Margaridas estão a União Brasileira de Mulheres (UBM), a Associação Brasileira de Mulheres (ABM), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Marcha Mundial das Mulheres (MMM).