TUTORIAL 3 – LÍNGUA PORTUGUESA – Professora Luanna

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TUTORIAL 3 – LÍNGUA PORTUGUESA – Professora Luanna Belmont
Conteúdo trabalhado: Interpretação de texto e complemento verbal - Modelo: Regular
SÍNTESE DA GRAMÁTICA
TERMOS INTEGRANTES = completam o sentido de determinados verbos e nomes. São eles: o objeto direto e o
objeto indireto (complementos verbais), o complemento nominal e o agente da
passiva.
COMPLEMENTO VERBAL = é o termo da oração que completa ou integra o sentido dos verbos transitivos,
podendo ou não ser introduzido por uma preposição, conforme o verbo exigir.
TIPOS DE COMPLEMENTO VERBAL:
Objeto direto: integra o sentido dos verbos transitivos diretos, e vincula-se diretamente ao verbo,
sem preposição. > Eu comprei uma bicicleta.
Há dois tipos especiais de objeto direto:
Objeto direto pleonástico: aparece repetido, na forma de pronome oblíquo, na mesma oração: Minha
esposa, eu a amarei para sempre.
Objeto direto preposicionado: liga-se ao verbo transitivo direto por meio de uma preposição, a qual,
no entanto, não é necessária, aparece apenas com a finalidade de realce, para conferir formalidade
ao discurso, ou em outros casos específicos: Ele experimentou do próprio veneno. Também correto do
ponto de vista sintático: Ele experimentou o próprio veneno.
Casos em que o verbo transitivo direto recebe o objeto direto preposicionado:


Quando o objeto direto vem expresso por meio de pronome pessoal tônico (mim, ti, si, ele,
eles, ela, elas): Ela quis agradar a mim.
Quando o objeto direto é o nome próprio Deus: Devemos amar e respeitar a Deus sobre todas as

Quando o objeto direto é pronome substantivo demonstrativo, indefinido ou interrogativo: Será

Quando é necessário desfazer uma ambiguidade: Aos brasileiros, derrotaram os holandeses na
coisas.
que agradei a todos? Não considero a esse, só àquele. Eu desrespeitei a quem?
Copa de 2010.
Objeto indireto: integra o sentido dos verbos transitivos indiretos, e vincula-se ao verbo por meio
de uma preposição. > Ela gosta de sapatos.
Assim como ocorre com o objeto direto, também há casos em que o objeto de verbos transitivos
indiretos é retomado, na mesma oração, por pronome oblíquo. Trata-se do objeto indireto
pleonástico: Aos compradores, não lhes devolveram o dinheiro.
IMPORTANTE LEMBRAR: além dos verbos transitivos diretos, que pedem objeto direto, e dos
transitivos indiretos, que pedem objeto indireto, há também os verbos transitivos diretos e
indiretos, ou bitransitivos, que pedem os dois tipos de complemento verbal ao mesmo tempo, e os
verbos intransitivos, que não pedem complemento.
EXERCÍCIOS
TEXTO 1
Baleia
A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo caíra-lhe em vários pontos,
as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas
de moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida.
Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e amarrara-lhe
no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados. Mas Baleia, sempre de mal a pior, roçava-se
nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas
1
murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa na base, cheia de moscas, semelhante a uma
cauda de cascavel. [...]
Graciliano Ramos, Vidas Secas. 82ª ed. São Paulo: Record, 2001, p. 85
1) A iminência da morte da personagem Baleia
a)
b)
c)
d)
e)
é notada por Fabiano, que toma providências compatíveis com o estado grave da cadela.
é detalhadamente justificada pela descrição que se sucede à declaração inicial do narrador.
é contrariada pelo comportamento agitado do animal no desfecho da narrativa.
é negligenciada pelo dono do animal, que prefere ignorar o seu estado de saúde.
é um estado sobre o qual ela mesma tem plena consciência, ao contrário de Fabiano.
2) O ponto de vista escolhido para narrar a história
a) privilegia a visão humana da relação entre cão e homem, conforme se nota pela
predominância das descrições físicas e do comportamento do animal.
b) é oscilante ao abordar a doença de baleia, uma vez que a apresenta ora como vítima do
descaso humano, ora como resistente ou mesmo indiferente a ele.
c) traça um paralelo entre o animal homem e o animal cão, na medida em que os identifica
como vulneráveis ao mesmo tipo de dor, de constrangimento, e à morte.
d) ajuda a marcar a dominância do homem sobre o animal, embora Baleia e Fabiano tenham
estabelecido uma relação de amizade que fica clara ao longo do texto.
e) é o de uma voz que não participa dos acontecimentos, mas se posiciona eventualmente a
favor de uma das personagens, valorizando o seu sofrimento.
3) Sabendo que, em A cachorra Baleia estava para morrer., o termo destacado é uma locução
verbal que equivale a “estava morrendo” ou “morria”, deve-se classificar o predicado da
oração como:
a)
b)
c)
d)
e)
nominal, já que se trata de verbo de ligação.
nominal, mesmo que o verbo de ligação funcione como verbo auxiliar.
verbal, pois o valor global da locução verbal é o de uma ação relacionada ao sujeito.
verbal, pois o verbo não tem complemento.
nominal, pois o verbo é transitivo indireto.
4) Em enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, o termo destacado é:
a)
b)
c)
d)
e)
sujeito
predicativo do sujeito
objeto indireto
objeto direto
predicado
5) Releia:
o pelo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras
supuravam e sangravam,
No trecho citado, as formas verbais destacadas são:
a)
b)
c)
d)
e)
todas transitivas diretas.
as duas primeiras transitivas indiretas e as duas últimas intransitivas.
a primeira bitransitiva, a segunda transitiva indireta e as duas últimas intransitivas.
todas transitivas indiretas.
todas intransitivas.
6) A alternativa abaixo em que o termo em destaque cumpre a mesma função sintática do termo
destacado na estrutura roçava-se nas estacas do curral é:
a) “As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida.”
b) “Tinha emagrecido”
2
c) “metia-se no mato”
d) “amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados.”
e) “agitando a cauda pelada e curta, grossa na base, cheia de moscas”
TEXTO 2
Nero
Sentia‑se cada vez pior. Agora nem a cabeça sustinha de pé. Por isso encostou‑a ao chão,
devagar. E assim ficou, estendido e bambo, à espera. Tinha‑se despedido já de todos. Nada mais lhe
restava sobre a terra senão morrer calmo e digno, como outros haviam feito a seu lado. É claro que
escusava de sonhar com um enterro bonito, igual a muitos que vira, dentro dum caixão de galões
amarelos, acompanhado pelo povo em peso… Isso era só para gente, rica ou pobre. Ele teria apenas
uma triste cova no quintal, debaixo da figueira lampa, o cemitério dos cães e dos gatos da casa. E
louvar a Deus apodrecer a dois passos da cozinha! A burra nem sequer essa sorte tivera. Os seus
ossos reluziam ainda na mata da Pedreira. Chuva, geada, sincelo em cima. Até um lebrão descarado
se fora aninhar debaixo da arcada das costelas, de caçoada! Ah, sim, entre dois males… Já que não
havia melhor, ficar ao menos ali. No tempo dos figos, pela fresca, a patroa viria consolar a barriga.
Gostava de figos, a velhota. E sempre se sentiria acompanhado uma vez por outra. Não que fizesse
grande finca‑pé naquela amizade. Longe disso. A menina dos seus olhos era a morgada, a filha, que
o acariciara como a uma criança. A velha toda a vida o pusera a distância. Dava‑lhe o naco de broa
(honra lhe seja), mas borrava a pintura logo a seguir: – Ala! E ele retirava‑se cerimoniosamente para
o ninho. Só a rapariga o aquecera ao colo quando pequeno, e, depois, pelos anos fora, o consentira
ao lume, enroscado a seus pés, enquanto a neve, branca e fria, ia cobrindo o telhado. [...]
Miguel Torga, Os Bichos
Fonte: http://media.asa.pt/s_leitura/leitura_download/Bichos_BIS_1ed_final.pdf
7) O tom melancólico do texto 2
a) é menos óbvio do que no texto 1, pois neste a morte é apenas sugerida, enquanto no texto 2 essa
fatalidade é anunciada mais precocemente.
b) converge com o do texto 1, embora este seja mais descritivo e focado no tempo recente, e aquele,
mais narrativo e voltado para o futuro e as memórias do passado.
c) não está presente no texto 1, mais dinâmico por conta da caracterização física detalhada do animal,
enquanto o texto 2 dedica-se preferencialmente à psicologia do personagem.
d) é observado também no texto 1, já que a interação entre as personagens é nula e todos se
ressentem disso, tanto numa quanto na outra história.
e) não se repete no texto 1, pois o relato do comportamento e do aspecto de Baleia trazem certa graça
e leveza à narrativa, as quais se sobrepõem a todo o sofrimento.
8) Quanto ao foco narrativo dos textos 1 e 2, podemos afirmar que:
a)
b)
c)
d)
e)
se trata de narradores-personagens, os animais que dão título a cada texto.
são narradores-observadores que não se envolvem afetivamente com os personagens.
embora não em primeira pessoa, os narradores assumem claramente o ponto de vista dos cães.
há uma alternância de pontos de vista que permite ao leitor conhecer bem todas as perspectivas.
a capacidade de penetrar no pensamento e no sentimentos das personagens é maior no texto 1.
9) Só não temos objeto direto em:
a)
b)
c)
d)
e)
“Agora nem a cabeça sustinha de pé.”
“Nada mais lhe restava sobre a terra”
“A velha toda a vida o pusera a distância.”
“Ele teria apenas uma triste cova no quintal”
“a patroa viria consolar a barriga.”
10) Em a filha, que o acariciara como a uma criança., o termo destacado é um:
3
a)
b)
c)
d)
e)
objeto indireto.
objeto direto pleonástico.
objeto indireto pleonástico.
sujeito
objeto direto preposicionado.
GABARITO
1-B
2-E
3-C
4-D
5-E
6-D
7-B
8-C
9-B
10-E
4
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