Embriologia

Propaganda
Embriologia
Por:
Lucas F. Barcelos
Trabalho realizado para o
cumprimento parcial da
disciplina
Biologia,
coordenado e orientado
pelo professor Nóslen.
Outubro de 1998 – CENSA – São Mateus ES
I - Introdução
Tentar-se-á mostrar neste trabalho uma projeção real, resumida e qualificada
para instruir o leitor a compreender todos as incógnitas reais que se apresentam em
todas as fases e partes importantes da embriologia animal, dando ênfase a tudo que se
refira a embriologia humana. Também mostrando fatos e ocorrências decorrentes
lateralmente a este assunto abordado.
Mostrar-se-á subjugadamente as partes mais ínfimas e ao mesmo tempo tão
importantes, resumidas detalhadamente num complexo explicativo moderno e dinâmico.
Facilitando e acessando o devido leitor a compreender e guardar para sempre as
informações que lhe foram dadas com tanta clareza.
II – Desenvolvimento
2.1 - Embriologia
Quando o espermatozóide (gameta masculino) e o óvulo (gameta feminino) se
fundem ocorre a fecundação, formando se uma nova célula, a célula-ovo ou zigoto, que
sofrerá sucessivas divisões celulares, dando origem a um novo indivíduo. Na espécie
humana, a fecundação ocorre nas trompas e os espermatozóides devem vencer o pH
ácido da vagina, o muco do colo uterino, o trajeto pelo interior do núcleo e os
movimentos peristáuticos da trompa, bem como o movimento ciliar do epitélio tubário.
Quando alcançam o óvulo, os espermatozóides, passam a eliminar a hialuronidadase
(para desfazer o ácido hialurônico, que organiza as células da corona radiada). Depois
que penetra o primeiro espermatozóide no óvulo, a membrana deste último sofre
alteração e impede a entrada de outros (monospermia) pode ocorrer a polispermia, mas
os outros espermatozóides degenerarão. Apenas o núcleo de um espermatozóide, o
pronúcleo masculino, se junta ao pronúcleo feminino caracterizando a anfimixia, que é a
etapa final da fecundação, resultando uma célula de diplóide, que é a célula-ovo ou
zigoto.
Chama-se embriogênese a formação do embrião que, para cada espécie, dura um
tempo determinado. Terminada a embriogênese, surge o feto, que já apresenta todos os
órgãos e estruturas formadas. Por exemplo, na espécie humana, a formação do embrião
dura aproximadamente três meses. A parte da biologia que estuda o desenvolvimento do
ser vivo desde a formação do zigoto até o nascimento chama-se embriologia.
2.2 - Óvulo
São células germinativas não fecundadas de uma fêmea.
OBS.: ovo é uma célula germinativa fecundada ou não de uma fêmea.
Os óvulos podem ser classificados conforme o teor e a distribuição do vitelo
(substância nutritiva armazenada dentro ou com um ovo para nutrição do futuro
embrião). Dessa maneira, podem-se reconhecer quatro tipos fundamentais de óvulos.
a) Oligolécitos ou isolécitos ou alécitos:
(oligos = pouco; iso = igual; a = negação; lécito = material nutritivo, vitelo). São
aqueles que apresentam pequena quantidade de vitelo uniformemente distribuída pelo
citoplasma.
Ocorre em poríferos, celenterados, equinodermos e mamíferos.
b) Telolécito:
Apresenta grande quantidade de vitelo e, de acordo com sua distribuição, pode
ser:
- Telolécito com diferenciação polar incompleta, heterolécitos ou mesolécitos: o
vitelo tende a ficar em um dos pólos, o pólo vegetativo ou nutritivo, enquanto o núcleo
fica deslocado para o pólo oposto, isto é, o pólo animal. Ocorre com os platelmintos,
molusculos, anfíbios, anelídeos e peixes.
- Telolécitos com diferenciação polar completa, telolécitos completos ou
megalécitos: o vitelo existente em grande quantidade ocupa quase todo o ovo, ficando o
citoplasma e o núcleo reduzidos a uma pequena área, a cicatrícula ou disco germinativo.
Ocorre com os répteis, aves, certos peixes e molusculos.
c) Centrolécito:
Apresenta boa quantidade de vitelo. O citoplasma se localiza em duas porções, a
central, contendo o núcleo, e outra periférica, circundando o vitelo. Ocorre com
artrópodes, principalmente os insetos.
2.3 - Desenvolvimento embrionário
Após a fecundação, o ovo sofre sucessivas divisões, dando origem a várias
células, que permanecem unidas. Inicialmente, mesmo com o aumento do número de
células, não há aumento do volume total do embrião.
A esse período em que o volume não aumenta, embora a célula se multipliquem,
chamamos de segmentação. A fase seguinte é a gastrulação. Nessa fase, ocorre o
aumento do número de células acompanhado do aumento do volume total, e a formação
dos folhetos embrionários. Estes darão origem a todos os tecidos do indivíduo.
No estágio seguinte ocorre a formação dos órgãos: é a organogênese.
a) Segmentação:
Depois que o ovo se forma, inicia-se o processo da segmentação ou clivagem,
que é o desenvolvimento embrionário até a formação de uma estrutura denominada
blástula.
As células originárias da divisão do zigoto denominam-se blastômeros. À
medida que os blastômeros vão se formando, origina-se a mórula, que é um aglomerado
maciço de células semelhantes ao fruto amora. Em seguida forma-se a blástula,
envoltório celular envolvendo uma cavidade, cheia de líquido.
A segmentação pode ser:
 Holoblástica ou total: Quando o ovo se segmenta completamente. Ocorre com
os zigotos provenientes de óvulos alécitos e heterolécitos. Porém, a segmentação ocorre
de modo diverso em cada um deles, devido à diferente distribuição do vitelo.
A segmentação total é igual quando os blastômeros são do mesmo tamanho.
Ocorre com os oligolécitos.
No ovo heterolécito, formam-se células com tamanhos diferentes, umas grandes
e outras pequenas. As pequenas são chamadas micrômeros e as grandes, macrômeros. É
uma segmentação desigual.
 Meroblástica ou parcial: Quando o ovo se segmenta parcialmente; ocorre em
ovos megalécitos e centrolécitos. Nos megalécitos é discoidal, pois se dá apenas no pólo
animal ou disco germinativo. Nos centrolécitos é superficial, ocorrendo na região
periférica do ovo.
Na espécie humana, a mórula, uma vez formada, é invadida por líquido que
promove o deslocamento dos blastômeros para a periferia. Forma-se assim a blástula ou
blastocisto, estrutura que apresenta uma cavidade cheia de líquido, denominada
blastocélia, e uma camada celular constituída de micrômeros e macrômeros,
denominada blastoderme. O trofoblasto originará a placenta. O embrião e os anexos
embrionários surgirão a partir do embrioblasto.
O blastocisto é formado do quinto ou sexto dia após a fecundação, já num
estado, e daí começa o processo de nidação, que é a fixação do pequeno embrião no
endométrio (camada mais interna e vascularizada do útero), o fenômeno que dura dois
ou três dias e que ocorre normalmente na parte superior da parede posterior do útero.
b) Gastrulação:
Após a formação da blástula, ocorrem transformações que terminam por formar
uma nova estrutura embrionária, a gástrula. As divisões celulares, são muito intensas
durante a mórula e a blástula tendem a diminuir de ritmo na gástrula. Nesse estágio as
camadas de blastômeros empreendem migrações muito importantes, formando os
folhetos embrionários ou germinativos.
Na gastrulação as células continuam a se dividir e pode-se notar aumento do
volume total do embrião. Além do aumento de volume, três outras características da
gastrulação são importantes:
- Ocorre a formação dos folhetos embrionários, que darão origem a todos os
tecidos e órgãos do indivíduo.
- Forma-se o intestino primitivo ou arquêntero.
- Forma-se o blastóporo, orifício que dará origem à boca ou ao ânus.
Embriológicamente, os animais podem ser classificados de acordo com o(a):
b.1 - Número de folhetos embrionários:
-
Diblásticos ou diploblásticos: Apresentam ecto e endoderme.
Tribásticos ou triploblásticos: Apresentam ecto, meso e endoderme.
b.2 - Presença de celoma:
- Acelomados: Não tem celoma.
- Celomados: Quando a cavidade do corpo é totalmente revestida pela
mesoderme.
- Pseudocelomados: Quando a cavidade do corpo, é, em parte revestida pela
mesoderme e, em parte, pela endoderme.
b.3 - Evolução do blastóporo:
-
Prostostômios: Quando o blastóporo origina a boca.
Deuterostômios: Quando o blastóporo origina a ânus.
A gastrulação pode ocorrer por embolia (penetração de um dos pólos da blástula
para o interior da blastocela) e por epibolia (migração dos micrômeros para o campo dos
macrômeros). A primeira é encontrada nos ovos oligolécitos e a Segunda em ovos
telolécitos.
b.3.1 - Gastrulação por embolia:
Na gastrulação por invaginação ou embolia os macrômeros entranham-se na
blastocela formando o blastóporo. Formam-se, deste modo, duas camadas de
blastômeros, sendo que a mais interna reveste uma cavidade. A mais externa é o
ectoderma, a interina, o endoderma, e a cavidade que as reveste é o arquêntero ou
intestino primitivo.
b.3.2 - Gastrulação por epibolia:
A gastrulação por delaminação ocorre quando cada célula da camada de
blastômeros, que forma a blastoderme, divide-se por mitose, formando duas camadas de
célula. A camada mais interna pode se destacar da que ficou externa, formando assim o
ectoderma e o endoderma.
A região dorsal dos embriões, após a gastrulação, apresenta-se achatada, sendo
denominada placa neural, onde ocorre grande atividade mitótica. O ectoderma passa a
crescer sob a placa neural, formando, inicialmente, o sulco neural, que termina por
formar o canal ou tubo neural que, futuramente, constituirá o sistema nervoso central.
Ao mesmo tempo que o tubo nervoso está se formando, o endoderma, abaixo da região
da placa neural, sofre profundas modificações, que se constituem em invaginações do
arquêntero. Tais invaginações, duas laterais e uma mediana, constituem a notocorda,
que nos vertebrados será substituída pela coluna vertebral. As laterais que se constituem
o mesoderme crescem entre o ectoderme até que se forme o celoma.
c) Organogênese:
É o processo de formação dos órgãos que constituem o animal a partir dos três
folhetos germinativos ou embrionários.
Folhetos germinativos
Estruturas originadas
Epiderme e seus anexos
Ectoderma
Revestimento bucal, nasal e anal.
Sistema nervoso: encéfalo, medula espinhal e gânglios.
Receptores sensoriais.
Esmalte dos dentes.
Celoma.
Mesoderma
Derme; um dos constituintes da pele.
Serosas: Peritônio, pleura e pericárdio.
Músculos lisos e estriados.
Esqueleto.
Sistema urogenital e circulatório (coração, vasos e
sangue)
Tecido conjuntivo.
Tubo digestivo (exceção das mucosas anal e bucal).
Endoderma
Fígado e pâncreas.
Revestimento do tubo digestivo.
Revestimento da bexiga urinária.
Revestimento do trato respiratório
d) Anexos embrionários:
São estruturas que se formam a partir dos folhetos embrionários, não participam
da formação do corpo do embrião, e, posteriormente, atrofiam-se ou são expulsos com o
nascimento do animal. Apresentam, durante o desenvolvimento, várias funções
fundamentais para a manutenção da integridade do embrião, garantindo o seu
desenvolvimento.
Os anexos embrionários são:
1 – Saco vitelínico: é uma bolsa que abriga o vitelo e que participa do processo de
nutrição do embrião. Apresenta-se bem desenvolvido nos peixes, nas aves e répteis. Nos
mamíferos é muito reduzido.
2 – Âmnio ou bolsa amniótica: é uma membrana que envolve o embrião de répteis, aves
e mamíferos, delimitando uma cavidade denominada cavidade amniótica. Essa cavidade
contêm o líquido amniótico, cuja função é proteger o embrião contra choques
mecânicos e desidratação.
OBS.: Popularmente o âmnio é chamado de bolsa-d’-água. O extravasamento do líquido
amniótico é o prenúncio de parto iminente.
3 – Alantóide: é o anexo originário do intestino, que ocorre nos répteis, nas aves e
mamíferos. Nos répteis e nas aves promove a eliminação de excretas e a mobolização de
parte do cálcio presente na casca do ovo. Além disso, permite as trocas de gases
respiratórios entre o embrião e o meio ambiente.
Nos mamíferos o alantóide é reduzido.
4 – Córion: é uma membrana que recobre o embrião e os outros anexos. Tem função
protetora. Ocorre com répteis, aves e mamíferos.
Na maioria dos mamíferos, o córion une-se à parede uterina e essas duas
estruturas formam a placenta. A placenta, portanto, é formada por tecidos da mãe
(parede do útero) e por tecido derivados do corpo do embrião (córion).
5 – Placenta: é um anexo exclusivo dos mamíferos, resultando da fusão do alantocórion
com a mucosa uterina. Assim, é constituída de uma porção fetal (alantóide e córion) e
uma porção materna (parede do útero). Tem por função nutrir o embrião, promover
trocas respiratórias e eliminar excretas.
Além disso, tem função hormonal, uma vez que produz gonadotrofina coriônica e
progesterona, importantes para manter a gravidez.
6 – Cordão Umbilical: é um anexo exclusivo dos mamíferos, que permite a
comunicação entre o embrião e a placenta.
OBS.: Em alguns animais é constante a formação de vários embriões a partir de cada
óvulo fecundado. Podem ocorrer formações de dois ou mais embriões, e esse fenômeno
é chamado de poliembrionia.
2.4 - Cronologia do desenvolvimento humano






1ª Semana – O embrião é um grupo de células que não realizou ou ainda está
realizando a nidação.
2ª Semana – O embrião já é visível, aparecendo como um pequeno caroço preso no
útero.
3ª Semana – Inicia-se a formação do sistema nervoso. Na região dorsal do embrião
aprofunda-se uma dobra, cujas dobras se unem para formar um tubo. Esse tubo
originará a medula e na sua extremidade se desenvolverá o encéfalo.
4ª Semana – Com apenas alguns milímetros, o embrião apresenta uma cabeça
volumosa, mas os membros ainda não estão formados. Já dispões de coração, que
bate suavemente e estabeleceu-se uma circulação.
8ª Semana – A esta altura do desenvolvimento, o novo ser recebe o nome de feto. Os
olhos podem ser identificados, proeminentes, embora não tenham pálpebras. Nos
pés e nas mão já formados, podem ser encontrados os dedos. Os esqueleto está se
ossificando e o embrião já apresenta alguns reflexos.
3º Mês – O novo ser tem cerca de dezessete centímetros de comprimento, e o sexo já
pode ser reconhecido externamente; cada um dos seus membros está nitidamente
dividido em três segmentos. A pele é translúcida e rósea, e as pálpebras fechadas
ocultam os globos oculares.






4º Mês – O coração bate acelerado, cerca de duas vezes mais rápido que o da mãe.
Movimenta-se com freqüência, e uma pelagem aveludada – a lanugem – recobre-lhe
todo o corpo.
5º Mês – As pálpebras começam a separar-se. No feto masculino, os testículos
descem para a bolsa escrotal. Os cabelos já estão crescendo e as unhas se formando.
O feto mede mais ou menos 31 centímetros e muda freqüentemente de posição,
usando de preferência os membros inferiores.
6º Mês – A retina já é sensível à luz e a musculatura se desenvolve com muita
rapidez. O feto mede cerca de 37 centímetros de comprimento.
7º Mês – O novo ser já teria boa chance de sobreviver fora do útero. Mede
aproximadamente 41 centímetros, pesando um pouco mais de um quilo e meio em
média.
8º Mês – Em virtude do desenvolvimento da camada de gordura sobre a pele, as
formas do feto se tornam arredondadas. A lanugem que havia sobre pele desaparece.
Mede cerca de 47 centímetros.
9º Mês – O feto está pronto, em condições de nascer. Tem cerca de 51 centímetros
de comprimento (as meninas são, em geral, um pouco menores) e pesam em torno
de três quilos.
2.5 - Gemealogia
É a parte da Biologia que se ocupa do estudo dos gêmeos.
Os gêmeos são de dois tipos:
a) Gêmeos univitelinos, uniovulares, idênticos, monozigóticos ou verdadeiros: São os
resultantes de um só ovo que sofre divisões precoces, formando embriões separados.
Os gêmeos univitelinos são do mesmo sexo, são geneticamente iguais, tem os
cabelos e os olhos da mesma cor.
b) Gêmeos bivitelinos, fraternos, biovulares, dizigóticos ou falsos: São formados a
partir de óvulos distintos fecundados por espermatozóides diferentes. Apresentam
anexos embrionários distintos, podem ser de sexos diferentes e psiquicamente
apenas parecidos.
Na espécie humana, o caso de gêmeos é relativamente raro: mais ou menos 1/80
ou 1/90. No entanto, deve-se observar que esta questão de estatísticas de gêmeos deve
Ter mudado substancialmente devido ao uso de anticoncepcionais anovulatórios: eles
aumentam a freqüência de gêmeos. (Uma vez suspensa a ingestão de pílulas,
“amadurecem” vários ovos num ciclo...)
III - Conclusão
Conclui-se que na realidade por mais que se dê importância a este aspecto físico
da embriologia, o mundo realmente nunca dará a importância que ela necessita, pois
ainda há pontos que são dados como totalmente explorados, da consciência
embriológica, onde na verdade não são.
O conjunto de transformações que acontece para o indivíduo nascer é
extremamente complexo. Delimitamos aqui, a escrever apenas as principais etapas do
desenvolvimento humano, relacionando com as épocas em que ocorrem.
IV – Bibliografia
Almanaque Abril 1996.
Enciclopédia Barsa.
SUMÁRIO
I – Introdução
II – Desenvolvimento
2.1 – Embriologia
2.2 – Óvulo
2.3 – Desenvolvimento embrionário
2.4 – Cronologia do desenvolvimento humano
2.5 – Gemealogia
III – Conclusão
IV - Bibliografia
Download