Os mais importantes prédios desaparecidos da cidade

Propaganda
Os mais importantes prédios desaparecidos da
cidade
Palacete Santa Helena
Cartão Postal Wessel
Um dos prédios mais fantásticos já construídos na cidade, sua fachada
era repleta de esculturas e foi projetado pelo arquiteto italiano Corberi.
Ficava na praça da Sé e foi inaugurado em 1922. No seu interior, além
de lojas e escritórios, havia também um cinema cujo interior era tão
luxuoso quanto o Teatro Municipal, o Cineteatro Santa Helena. Além
disso, sediou em uma de suas salas um importante grupo de artistas,
que ficou conhecido pelo nome de Grupo Santa Helena.
Foi demolido em 1971, para a construção da estação Sé do metrô,
embora sua destruição tenha sido totalmente desnecessária.
Prédio Pirapitingui
Cartão Postal Wessel
Sobre esse prédio não consegui levantar maiores informações. Ficava
na esquina da r. Boa Vista com João Brícola, e foi construído no final
dos anos 20, tendo sido um dos primeiros da cidade no estilo art decô e um dos maiores também.
Em 1972 já havia sido demolido, não sei se para a construção da linha
norte-sul do metrô ou do anexo do prédio do Banespa (edifício
Banespa II), que foi erguido no mesmo lugar do Pirapitingui.
Pavilhões do Parque Anhangabaú
Cartão Postal da firma Theodor Preising
Dois prédios gêmeos construídos na década de 1910 e que faziam parte
do plano de remodelação do Anhangabaú concebido pelo urbanista
francês Joseph Bouvard. Foram projetados pelo engenheiro agrônomo
baiano Samuel das Neves, e por seu filho, o arquiteto formado na
Universidade da Filadélfia Cristiano das Neves (o mesmo da Estação
Sorocabana/Júlio Prestes), e seu proprietário era o Conde de Prates.
Eram os prédios mais suntuosos da cidade na década de 1910, e
sediaram diversas instituições importantes, como a Prefeitura
Municipal, a Câmara Municipal e o Automóvel Clube. Apesar de seu
valor histórico e arquitetônico, o primeiro pavilhão foi demolido no
início dos anos 50 para a construção do edifício Conde de Prates, e o
segundo em janeiro de 1970, tendo sido erguido em seu lugar o edifício
Mercantil Finasa.
Clube Comercial
Cartão postal Agfa
(Centro da foto) Ficava ao lado dos pavilhões do Parque Anhangabaú e
seu autor foi o italiano Felisberto Ranzini, principal projetista do
escritório Ramos de Azevedo. Foi inaugurado em 1930, e possuía
diversos salões de baile, escritórios e lojas, além de ter sediado por
algum tempo a Bolsa de Mercadorias. Também foi derrubado no final
dos anos 60, para a construção do Edifício Grande São Paulo.
Edifício São Pedro
O edifício São Pedro é o prédio atrás do Teatro Municipal e ao lado do
Prédio Glória na foto, ficava na esquina da Barão de Itapetininga com a
Praça Ramos. Foi demolido no início dos anos 60 para a construção do
prédio da Seguradora Brasileira (que depois foi comprada pelo Banco
Itaú).
Colégio Des Oiseaux
Colégio de freiras que ficava num enorme terreno de 24.000 m² na Rua
Augusta, esquina com Rua Caio Prado. Foi projetado pelo arquiteto
francês Victor Dubugras e demolido no início dos anos 70, demolição
aliás totalmente desnecessária em vista da dimensão do terreno, que
comportaria grandes empreendimentos imobiliários sem a necessidade
de sacrificar o prédio do colégio.
Casarões da Avenida Paulista
Av. Paulista em 1907. Fotografia de Guilherme Gaensly
A Avenida Paulista foi inaugurada em 1891 como um loteamento
privado de iniciativa de Joaquim Eugênio de Lima. Logo se tornou o
local preferido para a residência dos imigrantes enriquecidos com a
nascente indústria paulistana, especialmente italianos e árabes. Suas
mansões foram construídas com o maior luxo e os melhores materiais
nos mais diversos estilos arquitetônicos do passado, freqüentemente
com uma decoração exuberante e fantástica - comparável somente à 5ª
Avenida de Nova York, quando ainda era residencial. Boa parte desses
palácios resistiu até junho de 1982, quando foram derrubados de uma
vez só na calada da noite, sem alvará de demolição. A derrubada em
massa foi motivada por uma declaração do então presidente do
Condephaat (órgão estadual responsável pela proteção do patrimônio
histórico), Ruy Ohtake, de que estava em estudo o tombamento de
alguns desses casarões. O fato causou indignação e comoção entre a
população da cidade, porém nos anos seguintes quase todos os
palacetes remanescentes também foram demolidos, sem que qualquer
providência fosse tomada.
Vila Matarazzo
Construída entre 1939 e 1941, era a maior mansão da Avenida Paulista,
com 2.800 m² de área construída num terreno de 12.000 m². Após
diversas tentativas de tombamento infrutíferas, em 1995 a Vila foi
demolida, ato desnecessário que só pode ser explicado pela estupidez e
ganância humanas, já que o terreno comportaria um empreendimento
imobiliário de grande porte sem a necessidade de sacrificar o palácio.
Vaticano
Fotografia do livro "Bexiga", da Editora Pontes
O Vaticano era na verdade o último casarão do período colonial
existente no centro de São Paulo (a casa da Marquesa de Santos sofreu
uma reforma no século XIX, perdendo suas características coloniais).
Transformado em cortiço, foi demolido em 1983, uma perda
irreparável para a cidade. Ficava na Rua Santo Amaro.
Palacetes de Higienópolis
Durante os governos Maluf e Pitta, a especulação imobiliária devastou
os palacetes remanescentes da fase áurea de Higienópolis. Três deles,
que compunham o mais significativo conjunto de mansões em estilo
belas-artes da cidade, foram demolidos para a construção de um
shopping center na Avenida Higienópolis. E aquela que talvez foi a
mais bela mansão da cidade, que ficava na Avenida Angélica, 1900,
esquina com a Rua Pará, foi demolida pela escola (de artes...) a qual
pertencia.
Casarões da Avenida 9 de Julho
Foto - Jorge Eduardo Rubies
Em 2004, uma ligeira valorização imobiliária da Avenida 9 de Julho
levou à demolição de praticamente todos os seus casarões, alguns deles
verdadeiras jóias dos estilos neocolonial e missões.
Castelinho do Livorno
Foto: Gabriel Rostey - Fórum Skyscrapercity
Ficava na Rua Vergueiro, 2.625, ao lado da caixa d'água da Vila
Mariana. Esplêndido palácio em estilo florentino que pertenceu à
família de Carlos Petit, pioneiro do bairro de Vila Mariana, e que
depois foi ocupado pelo restaurante Livorno. Foi quase totalmente
destruído no final de 2005. Leia o artigo completo sobre o Livorno.
Casarão da Rua Paraguaçu
Foto - Jorge Eduardo Rubies
Um dos mais tradicionais e antigos casarões do bairro de Perdizes,
ficava na Rua Paraguaçu, nos. 193 e 201, e foi demolido em
fevereiro/março de 2006.
A especulação imobiliária, a falta de respeito pela nossa memória e
pela nossa paisagem urbana e a indiferença generalizada levaram à
destruição de inúmeros monumentos arquitetônicos da cidade de São
Paulo. E o pior é que até hoje, prédios da maior relevância continuam a
ser destruídos todos os dias. A única maneira de evitar que isso
continue acontecendo é fazendo com que a sociedade comece a se
interessar e a participar das questões de preservação do nosso
patrimônio arquitetônico. Para isso foi criado um grupo de discussões a lista Preservasp, e para se inscrever basta entrar no site
http://br.groups.yahoo.com/group/preservasp
Download