PDF/A - Periódicos UnC

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PERFIL DOS PACIENTES EM TRATAMENTO PARA HIV/AIDS E FATORES
DETERMINANTES NA ADESÃO AO TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL
Grasielly Cristina Alves1
Luciana Maria Mazon2
RESUMO: A infecção pelo HIV consiste em um dos grandes problemas
contemporâneos da Saúde Pública, trazendo implicações para a sociedade em
diversas dimensões, além de implicações físicas e psíquicas. O objetivo do estudo
foi determinar o perfil e as estratégias de adesão ao tratamento de pacientes
portadores do HIV/AIDS de um município do Norte Catarinense. Tratou-se de uma
pesquisa de campo quali-quantitava, em que participaram oito portadores da doença
com idade entre 35 a 65 anos. Os resultados evidenciaram que a região em estudo
apresenta baixos índices de abandono ao tratamento do HIV/AIDS e baixo índice de
letalidade pela doença. Quanto aos sujeitos estudados, observou-se que 100% se
encontram em acompanhamento, tendo apontado que os motivos que mais
dificultam o tratamento é a adaptação ao medicamento, principalmente no que se
refere aos efeitos colaterais dos mesmos e a adequação aos horários. O estudo
permitiu identificar ainda, a partir dos relatos, que o processo adequado de
aconselhamento e acolhimento dos profissionais de saúde é um mecanismo
estratégico para a qualidade do diagnóstico da doença e da atenção à saúde.
Palavras-Chave: Tratamento. HIV/AIDS. Pacientes.
ABSTRACT: The HIV infection consists in one of the great contemporary problems
of Public Health, bringing implications to society in several scopes, with physical and
psychological implications. The study's goal was to determine the profile and
treatment adhesion strategies regarding HIV positive patients of a city north of Santa
Catarina. It was consisted of a quali-quantitative field research, in which eight HIVpositive patients between 35 and 65 years old participated. The results pointed out
that the studied region shows low levels of lethality and abandon to HIV/AIDS
treatment. Regarding the studied subjects, it was noted that 100% are in monitoring,
showing that the top reasons which difficult treatment are medicine adaptation,
mainly due to side effects, and schedule adaptation. The study also allowed to
identify, based on the testimonials, that the adequate process of counseling and
acceptance from health professionals is a strategical mechanism to the quality of the
disease diagnosis and health attention.
Graduanda Universidade do Contestado – Unc. Campus Mafra. E-mail:
[email protected].
2Graduada em Enfermagem pela Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC, com
especialização em Gestão Pública em Saúde pela UFPR. Mestranda do curso de Desenvolvimento
Regional e Políticas Públicas pela Universidade do Contestado/UnC. Atualmente é servidora pública
atuante na área de saúde coletiva e docente da Universidade do Contestado Campus Mafra. E-mail:
[email protected]
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Saúde Meio Ambient.
v. 1, n. 2, dez. 2012
1Enfermeira,
Perfil dos pacientes em tratamento para HIV/AIDS e fatores determinantes na adesão ao tratamento
antirretroviral
Keywords: Treatment. HIV/AIDS. Patients
INTRODUÇÃO
A identificação, em 1981, da síndrome da imunodeficiência adquirida,
habitualmente conhecida como AIDS, tornou-se um marco na história da
humanidade. A epidemia da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)
e da AIDS representa fenômeno global, dinâmico e instável, cuja forma de
ocorrência nas diferentes regiões do mundo depende, entre outros determinantes,
do comportamento humano individual e coletivo (BRITO; CASTILHO;
SZWARCWALD, 2000).
Ao longo do desenvolvimento da doença ocorrem perdas significativas na vida
do indivíduo afetado, tais como saúde, aparência física e família. Impõe-se a
necessidade de hábitos em decorrência da doença, ingerir medicamentos, conviver
com a ameaça do aparecimento de doenças oportunistas e da morte em vida. Essas
alterações no cotidiano suscitam, na família e no paciente, reações de adaptação às
demandas e mudam o relacionamento com a sociedade (SILVEIRA; CARVALHO,
2002).
A temática do HIV/AIDS consiste em um dos grandes problemas
contemporâneos da saúde pública, trazendo implicações para a sociedade em suas
diversas dimensões, perpassando por aspectos objetivos e subjetivos. Deve ser
ressaltado que se convive com duas epidemias distintas, embora relacionadas. A
primeira refere-se à do HIV, a qual, apesar de possuir maior magnitude, caracterizase pela sua considerável invisibilidade. A segunda é a da AIDS, frequentemente
descrita pela sua magnitude estimada em termos de impacto social (OLIVEIRA et al,
2006).
Apesar da AIDS ser uma doença incurável, os avanços científicos referentes
ao tratamento medicamentoso com a terapia antirretroviral conferiram significativos
benefícios no aumento de expectativa de vida dos portadores do HIV/AIDS,
passando a se configurar como doença crônica (REIS, GIR, 2005). Apesar dos
avanços para o tratamento da doença por meio da terapia antirretroviral combinada,
a medicação não garante sua efetividade do tratamento, pois "aumentar a adesão
dos pacientes ao tratamento antirretroviral constitui uma questão de primeira ordem
no controle da evolução da epidemia" (COSTA; ZAGO; MEDEIROS; 2009), já que
dados do Ministério da Saúde informam a existência de 310.300 casos de AIDS
notificados, no período de 1980 a dezembro de 2003 no Brasil (BRASIL, 2004).
Ainda em relação ao tratamento, a qualidade da interação profissional de
saúde e usuário favorece o estabelecimento da vinculação entre profissionais de
saúde e usuários em melhores níveis de adesão ao tratamento, segundo estudos
com outras clientelas (SEIDL et al., 2007).
Diante do exposto, buscou-se com este estudo identificar o perfil e as
dificuldades encontradas no tratamento de pacientes portadores do HIV/AIDS
inseridos em uma Organização não Governamental (ONG) de um município de
médio porte do norte Catarinense.
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Luciana Maria Mazon, Grasielly Cristina Alves
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de campo, do tipo descritiva exploratória, de
caráter qualitativo. A pesquisa de campo aconteceu por meio de entrevistas
realizadas a pacientes soropositivos, que participam de uma organização não
governamental em um município do norte catarinense.
O universo da pesquisa se constituiu de 45 pacientes inscritos na ONG
definida para o estudo. Foram selecionados para a amostra 08 indivíduos portadores
do vírus HIV/AIDS, que participam ativamente das reuniões da ONG e que se
disponibilizaram em assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. Foram
definidos como critérios de exclusão, não possuir HIV ou AIDS, não participar da
ONG selecionada para o estudo e recusar-se em assinar o termo de aceite da
pesquisa (TCLE).
O período de coleta de dados (entrevistas) ocorreu entre os meses de agosto
e setembro de 2012. As entrevistas aconteceram no local em que ocorrem as
reuniões mensais da ONG, em sala reservada. As entrevistas tiveram duração
aproximada de 20 minutos. A coleta de dados na pesquisa de campo se deu por
meio de um instrumento de pesquisa semi-estruturado, que abordou questões como:
aceitação da doença, adesão ao tratamento antirretroviral, efeitos colaterais
medicamentosos e participação das equipes de saúde no processo de tratamento.
Foi utilizado um gravador digital para registrar as informações. A coleta de dados
seguiu os preceitos éticos da Resolução do Conselho Nacional de Saúde n.196, de
10 de outubro de 1996, sendo aprovado pelo parecer consubstanciado nº 39293, foi
assegurado aos participantes, o anonimato e sigilo de suas informações, bem como
direito de desistirem do estudo quando desejassem. Os sujeitos foram identificados
por uma letra, seguida de um número e idade, a fim de, preservar-se o anonimato.
Os dados foram organizados e análise segundo a revisão da literatura e referencial
teórico estudados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram entrevistados entre os meses de julho e setembro de 2012, oito
sujeitos portadores do HIV/AIDS, participantes de uma Organização não
governamental. O perfil dos sujeitos em estudo estão apresentados no Quadro 1.
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Perfil dos pacientes em tratamento para HIV/AIDS e fatores determinantes na adesão ao tratamento
antirretroviral
Quadro 1- Perfil dos portadores do HIV/AIDS inseridos em uma ONG.
Sujeito
Gênero
Idade
(Anos)
S1
M
43
S2
F
51
S3
M
39
S4
F
65
S5
M
65
S6
F
54
S7
M
61
S8
M
46
Nível de
instrução
Ensino
fundamental
completo
Ensino
médio
completo
Ensino
fundamental
incompleto
Ensino
fundamental
incompleto
Ensino
fundamental
incompleto
Ensino
fundamental
incompleto
Ensino
fundamental
incompleto
Ensino
fundamental
completo
Estado
civil
anterior
à doença
Solteiro
Estado
Civil
atual
Profissão
anterior à
doença
Profissão
atual
Solteiro
Açougueiro
Desempregado
Amasiada
Amasiada
Costureira
Costureira
Amasiado
Amasiado
Pintor
Pensionista
do INSS
Amasiada
Amasiada
Do Lar
Aposentada
Amasiado
Amasiado
Pedreiro
Aposentado
Amasiada
Amasiada
Do Lar
Do Lar
Solteiro
Amasiado
Caminhoneiro
Aposentado
Amasiado
Solteiro
Vendedor
Pensionista do
INSS
Fonte: Dados da pesquisa
De acordo com os dados apresentados no quadro 1, observa-se que os
portadores entrevistados têm idade entre 39 e 65 anos. Constatou-se que cinco dos
sete sujeitos questionados estavam vivendo com seus respectivos companheiros
anterior a obtenção do diagnóstico de positividade para o HIV/AIDS.
No Brasil, embora se observe uma tendência à estabilização na incidência de
AIDS, crescem persistentemente os casos de infecção por HIV em indivíduos acima
de 35 anos e em uniões instáveis (MAIA, GUILHERME, FREITAS, 2008).
Segundo Silva (2002), a realidade dos dados atuais de infecção pelo HIV no
Brasil mostra que os homens com comportamento heterossexual são parcela
importante da população infectada. Ainda segundo o autor, muitos trabalhos
mostram que o uso de preservativo masculino nas relações estáveis leva a uma
situação de desconfiança entre o casal por funcionar como um elemento
questionador da fidelidade, sentimento importante, definidor e idealizado do
casamento, o que acarreta em desconfiança e vulnerabilidade às doenças
oportunistas.
Quanto à profissão, pode-se observar entre os pesquisados que houve
mudanças nas atividades laborais que executavam anterior e posterior a doença.
Parte significativa deles (três), aposentaram-se por conta da idade, outros dois
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Luciana Maria Mazon, Grasielly Cristina Alves
mantêm-se na profissão, dois se encontram afastados de suas atividades devido a
sua condição (recebendo auxilio doença) e um desistiu da profissão e atualmente
convive com sua mãe.
A AIDS pode ser um pretexto para discriminação no mercado de trabalho,
sendo um dos principais motivos de exclusão aos direitos mais elementares de
cidadania (FERREIRA e FIGUEIREDO, 2006). Segundo os mesmos autores no
âmbito do trabalho, a AIDS não é entendida como uma doença como as outras,
sobre as quais as empresas e instituições têm responsabilidades, enquanto
segmentos da sociedade civil. Tal compreensão gera problemas no local de
trabalho, pois as empresas não sabem ainda como administrar tais questões.
Porém, pode-se perceber que não é o que ocorre com os sujeitos da pesquisa, pois
apesar de alguns indivíduos terem se afastado do trabalho devido à aposentadoria e
auxílio doença, apenas um optou por manter-se afastado do mercado de trabalho
(segundo relato não buscou emprego após o diagnóstico da doença).
Em relação ao grau de escolaridade dos entrevistados, observam-se
variações, tendo cinco deles o ensino fundamental incompleto, dois conseguiram
completar o ensino fundamental e um concluiu o ensino médio. Tais informações
corroboram com as afirmações de Fonseca, et al. (2003), os quais apontam que a
escolaridade dos casos de AIDS, encontram taxas de variação anual mais
pronunciadas entre indivíduos com menor escolaridade, em todas as regiões do
país. Quanto ao gênero dos sujeitos entrevistados, cinco deles são do gênero
masculino e três do gênero feminino, sendo que as mulheres entrevistadas
compareceram com seus respectivos companheiros à entrevista.
O DIAGNÓSTICO DO HIV/AIDS E A ACEITAÇÃO DA DOENÇA
Até a década de 80, o perfil epidemiológico do HIV/AIDS caracterizava-se por
pacientes do gênero masculino, alto nível sócio-econômico com transmissão de
caráter homossexual, porém com o passar dos anos e inicio de uma nova década,
observou-se progressiva mudança do perfil epidemiológico inicial para perfil
crescente do acometimento de heterossexuais pela via sexual (BRASIL, 2000). Este
perfil pode ser também observado no grupo em estudo. Ao serem questionados
sobre a via pela qual adquiriram a doença, todos os participantes disseram tê-la
adquirido pela via sexual, como se pode observar nos relatos a seguir apresentados.
“Foi por relação sexual, não tenho idéia de quem peguei a doença (S.1, 43
anos, Agosto, 2012. Sic)”.
“Obtive por relação sexual, eu era solteiro só faltou eu me cuidar (S.7, 61
anos, Agosto, 2012. Sic)”.
O diagnóstico da doença pode ser encarado de diferentes formas pelo
portador. Para Nicoleti (1996), os pacientes que recebem o diagnóstico e
apresentam auto nível de angústia e depressão, freqüentemente desenvolvem
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Perfil dos pacientes em tratamento para HIV/AIDS e fatores determinantes na adesão ao tratamento
antirretroviral
complicações posteriores, enquanto aqueles com maior positivismo e determinação
de lutar contra a doença reagem melhor. O autor reforça ainda que o momento do
resultado (assim como o preparo anterior e encaminhamentos adequados) interfere
na reação do paciente ao diagnóstico. Quanto a estes aspectos, os sujeitos em
estudo foram questionados sobre a reação que tiveram após receber o diagnóstico
da doença.
Ah, a primeira reação caiu o mundo, despencou fiquei sem chão... fiz os
exames por causa de uma Herpes Hoster que surgiu na pele, fui buscar o
resultado do exame tinham perdido, outra vez quebrou, depois quebrou de
novo, ai troquei de laboratório, foi quando veio o resultado e deu positivo
(S.1, 43 anos, Agosto, 2012. Sic).
[...] Foi horrível a forma quando fui pegar no posto o resultado e a
profissional do local me tratou de um jeito desumano, falou na frente de
todos que estavam esperando para consultar se eu sabia que tinha aquela
doença, foi onde falei que não e pedi pra ela ter calma e cuidar do jeito que
falava comigo, pois não sabia que tinha contraído a doença. Fui dirigindo
pra casa, chorando, sem saber o que fazer. Fui até meu local de trabalho
chorando contei para minha chefe que disse para eu ir me tratar, foi muito
gente boa comigo, me deu muito apoio, depois fui pra cidade onde morava
minhas irmãs e contei pra elas o que aconteceu e resolvi vim pra Mafra
buscar o tratamento. (S.1, 43 anos, Agosto, 2012. Sic).
Pra mim foi normal, não tive reação nenhuma. Porque eu já sabia que ele
era portador, acabei sabendo somente depois que já havíamos tido relação
sexual. A única coisa que eu cobrei dele foi o porquê não me contou antes,
ai a gente tinha se prevenido, porém quando a gente se conheceu,
aconteceu àquela empolgação e naquela época a gente tinha bebido um
pouco e acabou rolando sem proteção. Precisei fazer 6 exames para
confirmar o HIV positivo (S.2, 51 anos, Agosto, 2012. Sic).
Nos relatos é possível observar a necessidade de um processo adequado de
aconselhamento e acolhimento como um campo de conhecimento estratégico para a
qualidade do diagnóstico do HIV e da atenção à saúde (MIRANDA; BARROSO,
SILVA, 2008).
O aconselhamento é um diálogo baseado em uma relação de confiança que
visa proporcionar à pessoa condições para que avalie seus próprios riscos, tome
decisões e encontre maneiras realistas de enfrentar seus problemas relacionados às
DST/HIV/AIDS (BRASIL, 2012). Frente a um diagnóstico positivo o acolhimento e o
aconselhamento irão permitir ao usuário o tempo necessário para assimilar o
impacto do diagnóstico e expressar seus sentimentos, prestando o apoio emocional
necessário, com isso, é possível reforçar a necessidade de redução de riscos de
reinfecção e transmissão da doença (BRASIL, 2012).
A maneira de lidar com a sexualidade e enfrentar a doença em si, certamente
dependerá da qualidade do apoio e aconselhamento que os portadores recebem
nesse processo. O momento do diagnóstico é uma abordagem baseada no diálogo e
respeito às decisões do paciente, deve ser feito de forma que o portador se sinta
acolhido e confiante perante a equipe que o atende, mostrando que conviver com
HIV/AIDS não é algo crucial na vida dos mesmos (SANTOS, 2002).
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Luciana Maria Mazon, Grasielly Cristina Alves
Cada profissional tem em si particularidades diferentes de abordagem ao
portador, adotando estratégias e métodos que os distinguem um dos outros e cada
paciente se identifica com um profissional diferente. É o que se pode observar nos
relatos abaixo:
“A técnica de enfermagem e o Doutor [...] foram fundamentais me deram
apoio psicológico e muito auxílio em tudo que precisei. [...] foi o doutor quem me
aconselhou e orientou” (S.2, 51 anos, Agosto, 2012. Sic).
“A assistente social de um outro município e outro médico [...] foram muito
importantes, pois me ajudaram nos exames e no aconselhamento e o Doutor aqui do
posto também me ajudou muito, principalmente na ajuda do alcoolismo” (S.3, 39
anos, Agosto, 2012. Sic).
“A assistente social, o Doutor, a enfermeira e a técnica de enfermagem. Eles
conversaram sobre a doença que eu tinha e a importância do tratamento, me
ajudaram muito” (S.4, 65 anos, Agosto, 2012. Sic).
O diagnóstico de infecção pelo HIV tem implicações médicas, psicológicas e
sociais significativas na vida do portador. Ainda sem cura, a AIDS hoje tem
tratamento e possibilidades efetivas de controle, o que traz novos desafios para os
pacientes e profissionais de saúde que trabalham nessa área. As intervenções para
promover o enfrentamento à luz dos avanços da terapia antirretroviral, o
fortalecimento do suporte social, a vivência plena da sexualidade, a adesão ao
tratamento e a concretização dos projetos de vida, são alguns dos tópicos de
interesse diante da perspectiva de uma vida longa e com qualidade das pessoas
soropositivas (KELLY, et al, 1998).
ADESÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL
A terapia antirretroviral permitiu uma diminuição considerável nas
manifestações clínicas associadas ao HIV, proporcionando ao mesmo tempo
qualidade de vida e garantias de uma vida mais longa, tendo como principal objetivo
retardar o surgimento do quadro de imunodeficiência e melhorar a capacidade
imunológica da pessoa infectada (BRASIL, 2008).
Optar por tratar a doença é algo que vai da consciência de cada paciente,
pelo fato de querer garantir uma vida longa sem intercorrências causadas pelas
doenças oportunistas. Cada portador tem particularidades e meios diferentes de
optar e aceitar o tratamento, é o que se observa nos relatos a seguir:
“O que me fez tomar a medicação, foi quando [...] fiquei muito nervosa e
minha imunidade baixou muito [...]” (S.2, 54 anos, Agosto, 2012. Sic).
“Optei por tratar, pra não morrer, vontade de viver.” (S.4, 65 anos, Agosto,
2012. Sic).
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Saúde Meio Ambient.
v. 1, n. 2, dez. 2012
Perfil dos pacientes em tratamento para HIV/AIDS e fatores determinantes na adesão ao tratamento
antirretroviral
“Não tive escolha, quando estava internado me vi obrigado a começar a tomar
a medicação, pois estava entre a vida e a morte” (S.5, 65 anos, Agosto, 2012. Sic).
“Eu não preciso tratar por enquanto sou apenas portadora do vírus, porém se
tivesse que tratar, com certeza iria tomar” (S.6, 54 anos, Agosto, 2012. Sic).
Situações de risco para a não adesão ao tratamento antirretroviral têm sido
investigadas. Esquecimento, distração, interrupção da rotina, ou o fato de estarem
fora de casa ou dormindo são os motivos mais referidos pelos pacientes para o não
uso da medicação. Diversos estudos sugerem que a adesão tende a ser menor na
vigência de estados emocionais negativos como estados depressivos, estresse
emocional, uso excessivo de álcool e uso de drogas (CHESNEY, 2000).
Estados fisiológicos negativos associados a efeitos adversos da medicação
também têm sido identificados como fatores de risco para a não adesão ( GORDILLO,
1999). Por outro lado, a prevalência de adesão tende a ser mais alta quando o
serviço de saúde é mais organizado, o paciente percebe que tem suporte social,
considera que o esquema terapêutico adapta-se à sua rotina diária, acredita que o
uso incorreto da medicação leva ao desenvolvimento de resistência viral e que o uso
correto melhora a sobrevida e a qualidade de vida (LEITE, 2002).
O que foi observado na maioria dos depoimentos é que o mais incomodo para
os portadores no uso da medicação, são os rigorosos horários e os efeitos
colaterais, como se observa nos relatos a seguir:
Foi se acostumar com a situação, os primeiros dias foi bonito. Depois
começou os efeitos colaterais... tinha diarréia, sentia fraqueza, suava,
conversei com o doutor e mudei o horário do remédio [...]. Ai mudei minha
rotina agora tomo café, janto por causa da medicação (S.1,43 anos, Agosto,
2012. Sic).
Quando comecei a tomar a medicação estava fazendo tratamento para
tuberculose e cirrose também. As medicações acabaram com meu
estômago e tive anemia profunda, experimentei vários remédios até chegar
num que não me fizesse tanto mal (S.3, 39 anos, Agosto, 2012. Sic).
“Tive diarréia, náusea e vômito. A primeira medicação que comecei a tomar
não consegui me acostumar, agora que troquei a medicação meu organismo já se
adaptou” (S.5, 65 anos, Agosto, 2012. Sic).
O tratamento para os portadores do HIV foi ao longo dos tempos oferecendo
condições de evitar ao máximo, o desenvolvimento da AIDS, passando a ser
denominada como doença crônica. Embora a AIDS continue sendo uma doença
letal, ela passa a ter uma cronicidade controlada (BASTOS, 2004). A atitude
favorável ou não ao tratamento envolve componentes cognitivos, afetivos e
comportamentais, onde a atitude negativa com relação ao tratamento antirretroviral
pode levar ao comportamento de abandono deste tratamento. No entanto esta
atitude é sustentada pelos conhecimentos e explicações compartilhadas pelos
portadores do HIV sobre a AIDS e seu tratamento, estes conhecimentos e
explicações são denominados de representações sociais (TORRES, 2006).
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Luciana Maria Mazon, Grasielly Cristina Alves
O abandono do tratamento ou a não adesão comprometem a qualidade e
longevidade de vida dos portadores. Interrogados quanto o motivo que leva outros
portadores a não aderir ao tratamento, à maioria falou sobre amor a vida, como se
pode ver nas respostas:
“Quem não trata não tem amor à vida, porque se você ta se tratando você
quer melhora tem amor por si próprio” (S.1 43 anos, Agosto, 2012. Sic).
Acham que não é importante, acabam deixando de lado assim como eu fiz,
acreditando talvez que a doença nunca irá fazer mal algum, porém é
necessário tomar a medicação, pois só quando você fica doente é que você
vê a necessidade da medicação (S.3 39 anos, Agosto, 2012. Sic).
“Falta de vontade de viver, considera a doença como uma sentença de morte,
tem remédio de graça, não precisa comprar não tem porque não tratar” (S.6, 54
anos, Agosto, 2012. Sic).
O desenvolvimento da terapia antirretroviral é um dos fatores importantes na
história do enfrentamento do portador, embora não represente a cura, é uma terapia
capaz de proporcionar longevidade aos portadores. Entretanto, é um caminho
complexo, sendo necessária uma compreensão e aceitação, pelas pessoas que dela
fazem uso, é necessária uma readaptação na vida cotidiana. O termo adesão ao
tratamento deve ser visto como uma atividade conjunta na qual o usuário do serviço
de saúde não apenas obedece às orientações médicas, mas entende, concorda e
segue a prescrição estabelecida pelo seu médico (TEIXEIRA; SILVA 2008).
É o que se percebe no depoimento do sujeito três o qual descreve que teve
certa resistência ao uso da medicação.
O PAPEL DA ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAIS NO ENFRENTAMENTO
DA DOENÇA
Na primeira metade dos anos 80 as Organizações não Governamentais, ou
ONG’s, haviam se tornado “uma realidade sociológica” e se destacavam entre as
experiências organizativas e participativas da sociedade civil (HADDAD, 2002).
Para o mesmo autor, hoje, três décadas após seu surgimento na América Latina,
suas atividades cobrem os mais diversos campos da experiência social: do
desenvolvimento rural ao controle cidadão de políticas públicas e convenções
internacionais.
No contexto dos movimentos sociais, há características claramente distintivas
que se relacionam ao surgimento e ao desenvolvimento das ONG’s, delimitando um
campo específico de construção de identidades que as diferencia de outras formas
associativas, como os sindicatos, as associações de bairro ou os grupos de base
religiosa ou política (RAMOS, 2004).
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Saúde Meio Ambient.
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Perfil dos pacientes em tratamento para HIV/AIDS e fatores determinantes na adesão ao tratamento
antirretroviral
A ONG onde se realizou o estudo presta assistência aos portadores de HIV
na região, foi constituída em 18 de setembro de 2009. Hoje no ambulatório são
atendidos mais de 50 pacientes portadores. A ONG para a maioria dos portadores é
um lugar onde podem tirar suas dúvidas e conversar com os outros portadores
ajudando-os no enfrentamento da doença como se vê nos relatos abaixo:
Me ajudou muito, me dando força, explicando e respondendo as dúvidas.
Quando a gente se reúne pra conversa é muito bom, pois compartilhamos
alegrias e até mesmo tristezas. Ajudou até na conversa dentro de casa (S.3,
39 anos, Agosto, 2012. Sic).
“Eu não frequento muito a ONG, por causa do meu trabalho, acaba sendo
cansativo pra mim, conheço algumas pessoas apenas” (S.2, 54 anos, Agosto, 2012.
Sic).
Pra mim a ONG não significou nada, porque serviu pra ajuda quem não tem
estrutura pra enfrenta a doença. Eu gosto de ir lá só pra conversa com a
turma. Você cria um vinculo como uma família, porque lá ninguém tem
preconceito (S.6, 51 anos, Agosto, 2012. Sic).
“Pra mim tem significado porque a gente vai lá conversa com todo mundo, faz
perguntas tira dúvidas com o Doutor, conversa sobre outras doenças, tem troca de
idéias. Eu gosto de ir pra gente se reuni, conversa e troca idéias” (S.6, 61 anos).
A atuação das ONG’s, na luta contra a epidemia da AIDS, vem marcada pela
solidariedade e pelo apoio afetivo oferecidos àqueles que se abatiam pela doença.
Nas ONG’s os portadores encontram suporte e união, pois compartilham de um
mesmo sentimento vivido por cada um de formas diferentes de enfrentamento
(SILVA; CAVICHIOLI; 2007). É importante ressaltar que os respondentes a pesquisa
são sujeitos com faixa etária entre 39 e 65 anos, ou que estão aposentados ou
afastados de suas atividades laborais, o que propicia a participação na ONG.
Segundo relato dos participantes da ONG, os adolescentes normalmente não se
envolvem com ONG, o que pode estar associado dentre outros motivos a pouca
flexibilidade no horário.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O HIV/AIDS ainda figura como um importante problema no contexto da saúde
pública. Quanto a este agravo a pesquisa de campo com oito sujeitos portadores do
HIV/AIDS, participantes de uma Organização não governamental, permitiu identificar
que os participantes tem idade entre 39 e 65 anos, tendo 100% adquirido a doença
pela via sexual.
Quanto à reação que tiveram após receber o diagnóstico da doença, a
pesquisa revelou que para parte considerável dos sujeitos o diagnóstico foi de
angústia e desespero, tendo os profissionais de saúde papel fundamental no
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Saúde Meio Ambient.
v. 1, n. 2, dez. 2012
Luciana Maria Mazon, Grasielly Cristina Alves
processo de acolhimento e aconselhamento aspectos basilares para a adesão ao
tratamento.
No que tange ao tratamento antirretroviral, observou-se que o mais incômodo
para os sujeitos estudados tem sido os rigorosos horários e os efeitos colaterais dos
medicamentos.
No que se refere ao papel da ONG para os pesquisados, ela se mostrou
como um lugar onde os participantes podem tirar suas dúvidas e conversar com os
outros portadores ajudando os no enfrentamento da doença.
É importante ressaltar que os dados desta pesquisa se referem a um grupo
específico de portadores de HIV/AIDS, que é aquele envolvido com a ONG. Diante
disto se faz necessário novos estudos, que contemplem o perfil e as limitações
implicadas no tratamento antirretroviral dos demais portadores da doença. Além
disso, novas investigações de cunho epidemiológico poderão desvelar as
necessidades de cuidado atuais e futuras políticas públicas de saúde que auxiliem
os portadores de agravos crônicos como a AIDS, no enfrentamento da doença.
REFERÊNCIAS
BASTOS, Cristina, OLTOMARI, Leandro. Resenha de Ciência, poder, ação: As
respostas à SIDA de “Cristina Bastos. São Paulo, v. 19, 2004. Disponível em
<http://xa.yimg.com/kq/groups/7476590/1308434506/name/10705413+c+bastos.pdf>
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