II. reator eletrônico proposto

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A INFLUÊNCIA DO REATOR COM PARTIDA PROGRAMADA NA VIDA ÚTIL
DA LÂMPADA FLUORESCENTE T5
Dos Reis, F. S., IEEE Member; Santos, A.S.;Toss, M.; Tonkoski Jr., R., IEEE Student Member;
Intral S.A. – Indústria de Materiais Elétricos
Laboratório de Reatores Eletrônicos
95098-750 – Caxias do Sul – RS – Brasil
e-mail: [email protected]
Abstract - This paper analyses the influence of
programmed start ballast in T5 fluorescent lamp lifetime.
Different rapid cycle test are discussed, including the
manufactures ones, to verify the behavior T5 fluorescent
lamp lifetime under different starting methods.
Alternative electronic ballast with programmed rapidstart is proposed for a 28W/T5 fluorescent lamp using
voltage-preheating. The results showed that is possible to
increase the T5 fluorescent lamp lifetime using the
programmed start ballasts.
Index Terms – electronic ballast, T5 fluorescent lamp.
I.
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, houve um aumento no uso de sistemas
de iluminação mais eficientes que pode ser justificado pelo
aumento do custo da energia elétrica nos países mais
desenvolvidos. O investimento necessário para gerar e
distribuir energia elétrica é de proporção tal que os governos
adotam programas para promover o uso de equipamentos
mais eficientes. A conservação de energia elétrica possui
como principal objetivo melhorar a forma de utilização da
energia, sem abrir mão do conforto e das vantagens que ela
proporciona. Significa reduzir o consumo, o que implicará na
redução de custos sem comprometer, em momento algum, a
eficiência e a qualidade dos serviços.
Para o aumento da eficiência em sistemas de iluminação,
algumas alterações são realizadas atualmente, como por
exemplo: a utilização de lâmpadas fluorescentes no lugar das
lâmpadas incandescentes, o emprego de reatores eletrônicos
em substituição aos convencionais eletromagnéticos bem
como o uso de luminárias com maior rendimento em
conjunto com lâmpadas fluorescentes mais eficientes.
Lâmpadas fluorescentes mais eficientes estão surgindo
como o avanço da tecnologia de fabricação e a utilização de
novas matérias-primas. Na feira de Hanover de 1995,
grandes fabricantes europeus apresentaram a T5, uma nova
lâmpada fluorescente menor em diâmetro (16 mm), mais
curta, mais eficiente (104 lpw) e desenvolvida para ser
sucessora da lâmpada T8 [1].
Atualmente, as lâmpadas fluorescentes T5 são pouco
utilizadas nas instalações brasileiras por possuírem um preço
superior ao das lâmpadas T8. Contudo, assim como as
lâmpadas fluorescentes de 32W/T8 estão substituindo as de
40W/T12, as lâmpadas de 28W/T5 substituirão futuramente
as lâmpadas de 32W/T8. As lâmpadas T5 foram
desenvolvidas especialmente para operar com reatores
eletrônicos e apenas operam com alta eficiência quando
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
PUCRS
Departamento de Engenharia Elétrica
90619-900 Porto Alegre, RS – BRASIL
Fax: +55.51.3320.3500
Email: [email protected]
alimentadas em alta freqüência. Uma vez que estas lâmpadas
atualmente apresentam um preço superior ao das lâmpadas
convencionais, sua vida útil passa a ser um requisito de
extrema importância no desenvolvimento do reator
eletrônico.
II.
REATOR ELETRÔNICO PROPOSTO
Historicamente, verifica-se que lâmpadas fluorescentes
ligadas e desligadas apresentam vida útil muito menor do que
lâmpadas idênticas usadas em aplicações com ciclos maiores.
Desta forma, aplicações usuais com freqüentes ciclos de
liga/desliga, tais como reatores do tipo partida-rápida, são
recomendados para preservar a vida da lâmpada fluorescente.
Normalmente, um reator eletrônico partida-rápida parte a
lâmpada fornecendo uma tensão ao filamento (que passa por
um processo de aquecimento) e uma tensão simultaneamente
através da lâmpada, como mostra a Fig. 1. Com os
filamentos aquecidos, a tensão necessária para acender a
lâmpada é menor. Algum tempo após a aplicação das
tensões, os filamentos atingem a temperatura necessária para
a aplicação da tensão de ignição da lâmpada. Durante este
período, a tensão através da lâmpada cria uma corrente de
descarga luminescente (do inglês glow current) que danifica
a lâmpada pelo desprendimento do material emissivo do
filamento. Este fenômeno causa um enegrecimento na região
dos filamentos, reduzindo a vida da lâmpada.
Para reduzir os efeitos da corrente de descarga
luminescente, o reator eletrônico com partida programada foi
introduzido [3]. Estes reatores pré-aquecem os filamentos
enquanto a tensão através da lâmpada é mantida baixa, para
reduzir os efeitos da corrente de descarga luminescente.
Durante este período de pré-aquecimento, uma tensão é
aplicada aos filamentos até que ele atinja a temperatura de
emissão de aproximadamente 700C. Após um intervalo de
tempo programado para o pré-aquecimento (t1<t<t2), uma
tensão é aplicada através da lâmpada, acendendo-a com a
mínima perda de material. O tempo que a lâmpada leva do
estágio de pré-aquecimento até a operação normal (t2<t<t3) é
também um parâmetro importante. Uma rápida transição
previne qualquer perda de material emissivo dos filamentos.
Min. V
Máx. V
Vef
Vef
S2
Cs
Fig. 02. Diagrama do circuito elétrico de um reator eletrônico
convencional série-paralelo.
Por outro lado, o reator acima apresenta algumas
vantagens, como a simplicidade de configuração e a elevada
eficiência. Para reduzir as desvantagens intrínsecas desta
topologia, Chin et al [3] apresentam um método alternativo
para obter um reator de partida programável, conforme a
ilustração apresentada na Fig. 03.
S1
30
30
L
Vcc
+
-
D1
S2
130
230
C3
R1
240
425
Vef
Vef
275
530
Adaptado de Philips Silhouette T5 [7].
A seleção do método de pré-aquecimento depende do tipo
de filamento e do tempo disponível para a ignição da
lâmpada [8]. Duas alternativas podem ser aplicadas para préaquecer os filamentos [3]: uma fonte de corrente ou uma
fonte de tensão.
D4
D2
R4
Vef
Vef
Vcc
S4
R2
R6
Cs
D5
200
340
D3
Cp
10C to 60C
Vef
Vef
Cp
RSUB
Adaptado de Philips Silhouette T5 [7].
TABELA II
Lâmpadas T5 convencionais – Tensão de ignição
Tipo de lâmpada,
Temperatura ambiente
14W
Máx. durante o pré-aquecimeto
Mín. para ignição
21W
Máx. durante o pré-aquecimeto
Mín. para ignição
28W
Máx. durante o pré-aquecimeto
Mín. para ignição
35W
Máx. durante o pré-aquecimeto
Mín. para ignição
+
-
LAM P
14, 21, 28, 35W
Tempo de pré-aquecimento
0,5s 1,0s 1,5s 2,0s 3,0s
8,8 7,0 6,4 6,0 5,6
11,6 9,3 8,4 7,9 7,4
L
Vcc
DRIVE
Tipo de Lâmpada
S1
LAM P
Como mencionado anteriormente, para uma longa vida
útil e uma luminosidade estável da lâmpada fluorescente, o
reator eletrônico deverá cumprir com alguns requisitos de
pré-aquecimento e de operação em regime nominal [6]:
- Os filamentos deverão ser aquecidos até uma
temperatura ótima de emissão. Dependendo do tempo
disponível para o pré-aquecimento, o reator deverá fornecer
um pré-aquecimento por tensão ou por corrente dentro de
determinados limites, como mostra a Tabela I.
- Durante o pré-aquecimento dos filamentos, a tensão
através da lâmpada deverá ser a mais baixa possível.
Somente após os filamentos atingirem a temperatura ótima, a
tensão de lâmpada deverá aumentar até a tensão de ignição.
Os limites são mostrados na Tabela II.
- Após a lâmpada acender, o reator deverá se comportar
como uma fonte de corrente para garantir uma operação
estável. O fator de crista da corrente de lâmpada não deverá
exceder 1,7.
TABELA I
Lâmpadas T5 convencionais – Pré-aquecimento
controlado por tensão
DRIVE
Fig. 01. Métodos de partida, partida rápida e partida programada.
A.
Pré-aquecimento dos filamentos por fonte de
corrente
Um diagrama do circuito elétrico de um reator eletrônico
do tipo meia-ponte e circuito ressonante série-paralelo,
utilizado em muitos reatores comerciais é mostrado na Fig. 2.
Ele apresenta desvantagens como:
- Mesmo tempo de pré-aquecimento, independentemente
da temperatura dos filamentos. Isto deverá resultar em um
desprendimento do material emissivo quando os filamentos
estiverem quentes [8].
- Os filamentos estão dentro do filtro ressonante LC (C S, L
e CP), resultando em uma excessiva tensão da lâmpada
durante o pré-aquecimento e uma excessiva corrente no
filamento durante a ignição [6].
R5
AMP
+
R3
S3
SCR
Fig. 03. Reator eletrônico com pré-aquecimento dos filamentos por
fonte de corrente.
Este método é simples e consiste em curto-circuitar a
lâmpada através de uma chave auxiliar. Durante o préaquecimento, a tensão através da lâmpada pode ser mantida a
zero para eliminar a corrente de descarga luminescente, pelo
acionamento da chave auxiliar S4. Uma vez que a
temperatura ótima do filamento seja alcançada, o curtocircuito é desfeito. Então, uma tensão de ignição é aplicada
para a partida da lâmpada. Como resultado, a lâmpada pode
acender sem os efeitos adversos tipicamente verificados ao
longo de sua vida útil. A principal desvantagem deste
método consiste no fato de que, após a lâmpada acender, a
potência consumida pelo filamento é aproximadamente 0,5W
por cada filamento e para um reator duplo é necessário
duplicar os componentes para a outra lâmpada, aumentando
o número de componentes e, conseqüentemente, o custo do
reator.
Freqüência
f PA
f IG
f OP
Pré-aquecimento dos filamentos por fonte de tensão
Um método alternativo para pré-aquecer os filamentos
consiste em utilizar uma fonte de tensão, como mostra a Fig.
04. Este circuito é baseado em um conversor multiressonante, usando enrolamentos secundários do indutor
ressonante para pré-aquecer os filamentos.
B.
Pré-aquecimento
Regime
Ignição
Tempo
Fig. 06. Freqüência de pré-aquecimento, ignição e operação.
III.
S1
L2:3
C2
S2
L A MP
C3
L2:1
+
-
O desenvolvimento do reator eletrônico proposto envolve
dois principais filtros ressonantes. O primeiro é um LC série
C paralelo e o segundo é um simples filtro LC.
L1
DRIVE
Vcc
A.
C1
L2:2
Fig. 04. Reator eletrônico com pré-aquecimento por fonte de tensão.
Este circuito consiste de dois filtros ressonantes: um LC
serie C (L1, C1 e C2) alimentando a lâmpada e um filtro série
(L2, C3) que é aplicado durante o período de pré-aquecimento
para alimentar os filamentos. O circuito mostrado na Fig. 04
mantém os filamentos aquecidos após a ignição da lâmpada,
consumindo energia nos filamentos. Para eliminar esta
desvantagem, o reator eletrônico proposto, conforme ilustra a
Fig. 05, possui uma chave (S3) em série com o filtro LC
série. Após o período de pré-aquecimento, a chave S3 é
desligada eliminando o consumo de energia nos filamentos.
L2:3
L1
C3
L2:1
C2
LAMP
DRIVE
C1
+
-
Filtro LCC
O desenvolvimento do filtro LCC é baseado em [9]. Este
método consiste na escolha do correto ângulo de fase () do
filtro LCC. A metodologia do ângulo de fase utiliza as
seguintes aproximações:
- Aproximação fundamental [10];
- A lâmpada fluorescente é representada por um modelo
equivalente em operação (R) e na partida (10R) [12];
- Os componentes do filtro são ideais e invariantes no
tempo.
1) Ângulo de Fase O ângulo de fase é calculado
para garantir a ignição da lâmpada, e a potência da lâmpada
em regime de operação e obter comutação suave nas chaves
(ZVS). O ângulo de fase é determinado por (1):

 
  arctan   L1 
 R 
 
S1
Vcc
CRITÉRIO DE DESENVOLVIMENTO


 1  C 2 R 22  R 2C 
2
2

C12 

1


(1)
Onde:
R


Vef
- Resistência da lâmpada.
- Freqüência angular de comutação (2fs).
- Ângulo de fase da impedância do filtro.
- Valor eficaz da tensão fundamental.
S2
S3
L2:2
Fig. 05. Topologia do reator eletrônico proposto, baseado no préaquecimento por fonte de tensão.
O circuito de acionamento trabalha em duas diferentes
freqüências: a freqüência de pré-aquecimento e a freqüência
de operação de forma que a primeira é maior que a segunda,
como mostra a Fig. 06. O filtro LCC foi desenvolvido para
trabalhar na freqüência de operação e o filtro série LC foi
desenvolvido para operar na freqüência de pré-aquecimento.
Durante o período de pré-aquecimento, o enrolamento
secundário (L2:2; L2:3) alimenta os filamentos e o filtro LC
série C paralelo mantém a baixa tensão através da lâmpada.
Após este período, a freqüência muda para freqüência de
operação e uma alta tensão é aplicada ao capacitor C2
fornecendo a tensão necessária para a ignição da lâmpada.
Fig. 07. Potência na lâmpada fluorescente, operação (R) e ignição
(10R) versus ângulo de fase ().
Para fornecer a tensão de ignição da lâmpada, potência
nominal em operação e comutação suave ZVS,  pode ser
graficamente obtido por P versus  (Fig. 07), considerando a
potência durante a ignição e em regime de operação por:
P  


Vrms 2 R R 2 2 C2  2  1
2.0KV




1  2 2
R2  2  L1   
R  C 2  2  1  R 2 C2  

2



 C1 


2
(2)
0V
2) Capacitor Paralelo C2 - Através do ângulo de fase 
determinado na Fig. 07, é possível determinar o capacitor
paralelo C2 por:
C2   
1
R
P(R2
  R  tan  
2)
Vrms2 R
0s
1
R  tan    1  R2 C2  
(R 22 C2
 
2
 1)

1
1.0ms
Time
1.5ms
B.
Filtro LC
O capacitor C3, o indutor L2 e os dois enrolamentos do
secundário do filtro LC, o qual é determinado por [11]. Este
método consiste na escolha do correto fator de qualidade Q L
através da impedância parametrizada. A principal função do
filtro LC é fornecer a tensão correta de filamento durante o
período de pré-aquecimento. Este valor depende do tipo da
lâmpada, como mostra a Tabela I. Durante o préaquecimento, a chave S3 é acionada e o filtro LC é conectado
ao circuito de potência.
RESULTADOS DA SIMULAÇÃO
Algumas simulações foram realizadas para verificar o
comportamento do reator proposto no período de préaquecimento, na ignição e em operação.
A Fig. 8 (a) mostra a tensão de filamento e a Fig. 8 (b)
mostra a tensão de lâmpada durante o pré-aquecimento,
ignição e regime de operação. Nesta simulação, a lâmpada
foi representada por sua resistência em regime de operação
(R) e a resistência na ignição considerada como (10*R). Estes
resultados da simulação mostram a viabilidade do sistema.
(b) Tensão de lâmpada.
Fig. 08. Resultados de simulação durante o pré-aquecimento,
ignição e regime normal de operação.
RESULTADOS DO PROTÓPIPO
III.
Dois protótipos de reatores eletrônicos foram construídos
para uma única lâmpada fluorescente de 28W/T5, de modo a
verificar a MTBF (Mean Time Between Failure). O primeiro
protótipo é um reator eletrônico meia-ponte com filtro
ressonante série com carga em paralelo e sem préaquecimento dos filamentos.
O segundo protótipo é o reator eletrônico proposto
baseado em partida programada, usando uma fonte de tensão
para pré-aquecer os filamentos. Este circuito é mostrado na
Fig. 10 e 11. A Tabela III mostra as especificações dos dados
de entrada, parâmetros do filtro ressonante e os principais
componentes do circuito implementado e a Fig. 09 mostra os
resultados experimentais. O circuito de acionamento foi
implementado usando um circuito integrado dedicado
IR2153. A freqüência de chaveamento em regime de
operação fOP é 40kHz e a freqüência de pré-aquecimento fPA
é 80kHz. O corretor de fator de potência foi implementado
com um conversor do tipo elevador (boost converter)
trabalhando em modo crítico de condução, representado por
uma fonte de tensão CC (VCC).
CH1 pk-pk
2.04 Kv

CH1 Max
810 V

20V
10V

0V
1) V L :
2) V F:
500 V olt 500 ms
10 V olt 500 ms
(a) Tensão lâmpada (CH1) e tensão de filamento(CH2).
-10V
-20V
CH2 RMS
145mA
0s
0.5 ms
VRE
1.0 ms
Time
(a) Tensão de filamento.
1.5 ms
2.0ms
(4)
2 C1
A partir de (1), (2), (3) e (4), os componentes do filtro
LCC são determinados para satisfazer os requisitos de
potência e baixo fator de crista da corrente de lâmpada.
II.
0.5ms
VL
(3)
3) Indutor ressonante L1 - Escolhendo um valor típico
de C1 para filtrar componentes CC para a lâmpada
fluorescente, o indutor série pode ser encontrado por (4):
L1   
-2.0KV
2.0 ms
CH2 Max
328mA



CH2 Freq
39.8 kHz
CH1 Max
400V
1 ) V d s: 2 0 0 V o lt 5 us
2 ) Id : 2 0 0 mA mp e 5 us
(b) Tensão e corrente em uma das chaves
L1
L2:1
L2:2, L2:3
CH2 RMS
175mA
CH2 Max
200mA


CH2 Freq
39.8 kHz

CH1 RMS
178V
1) V L: 100 V olt 5 us
2) IL: 200 mA 5 us
(c) Corrente e tensão na lâmpada.
Fig. 09. Forma de onda do reator protótipo.
S4
R7
R1
D5
R10
R3
R6
R4
R8
2
+
C3
+
C1
3
S2
R5
L2:3
C6
8
4
7
L2:1
6
C7
5
R9
S5
LAMP
1
D1
R2
C8
D2
IR2153
Vcc
S1
+
-
L1
D3
C2
S3
C4
D4
C5
R11
L2:2
Fig. 10. Circuito do reator eletrônico proposto.
A Fig. 09(a) mostra a tensão da lâmpada e do filamento
durante o pré-aquecimento e a ignição. Durante o préaquecimento, a tensão do filamento é 7,5Vef e a tensão de
lâmpada é 55Vef. Estes resultados contemplam os valores
especificados nas Tabelas I e II. A Fig. 09(b) mostra a
tensão e corrente na chave S3 durante o regime normal de
operação. É possível observar que a chave trabalha em ZVS.
A Fig. 09(c) mostra as formas de onda de tensão e corrente
na lâmpada durante o regime normal de operação. Estas
formas de ondas mostram que o desenvolvimento do filtro
ressonante LCC está correto, devido ao fato de que as duas
formas de ondas são senoidais, ocasionando um baixo fator
de crista. Ensaios elétricos foram realizados no reator
eletrônico proposto e os resultados são mostrados na Tabela
IV. Os resultados experimentais e a simulação mostram-se
muito próximos.
TABELA IV
Ensaio Elétrico
Potência de entrada
Corrente de entrada
Fator de potência
Distorção harmônica total da corrente de entrada
Potência de saída
Freqüência de saída
Eficiência
Fator de crista de corrente da lâmpada
IV.

Fig. 11. Reator eletrônico proposto.
TABELA III
Parâmetros
Dados de Entrada
Tensão de entrada
VIN=220Vef, 60Hz
Potência de saída
P=28W
Resistência equivalente da lâmpada
R=995
Tensão de barramento
VCC=400Vef
Tempo de pré-aquecimento
2 segundos
Freqüência de operação
fOP=40kHz
Freqüência de pré-aquecimento
fPA=80kHz
Parâmetros do Circuito de Comando
R1
Resistor 470k+470k/1/5W
R2
Resistor 82k/1/3W
R3, R4, R5, R6
Resistor 10k/1/3W
R7
Resistor 40k+40k/1/5W
R8
Resistor 8,9k/1/3W
R9, R10, R11
Resistor 56/1/3W
C1, C3
Capacitor Eletrolítico 47F/50V
C2, C4
Capacitor Plástico 1nF/50V
C8
Capacitor Plástico 100nF/50V
D1
Diodo Zener 13V/1/2W
D2, D3, D4, D5
Diodo 1N4937
S1, S2
Transistor Bipolar BC337
S3, S4
MOSFET’s IRF830
S5
MOSFET IRF730
CI
Circuito de Comando IR2153
Parâmetros do Filtro
C5
Capacitor Plástico100nF/400VDC
C6
Capacitor Plástico 27nF/400VDC
C7
Capacitor Plástico 3,9nF/2000VDC
Indutor Ressonante, 4,4mH
Indutor Ressonante, 2,4mH
Enrolamento secundário, 2,5H
31,2W
0,140A
0,99
7,2%
27,5W
39,0kHz
88%
1,5
TESTE DE CICLOS: MÉTODO IESNA
Para determinar a relação da vida da lâmpada
fluorescente, a Sociedade de Engenharia de Iluminação da
América do Norte (do inglês Illuminating Engineering
Society of North America - IESNA) especifica um método de
teste. A partir de um teste realizado com um grande número
de amostras de lâmpadas operando em um ciclo de 3 horas
ligadas e 20 minutos desligadas é determinando o tempo
médio até a falha. Recentemente, métodos de ciclos rápidos
têm sido propostos e realizados para tentar reduzir o tempo
de teste [2].
A vida útil de lâmpadas fluorescentes é determinada
através da perda do revestimento emissor de elétrons nos
eletrodos. Algumas das camadas de revestimento sofrem
erosão a partir dos eletrodos cada vez que a lâmpada é ligada
e uma evaporação e erosão adicionais ocorrem também
durante sua operação. A temperatura do eletrodo afeta
diretamente a evaporação e erosão do material emissivo,
afetando desta forma vida útil da lâmpada. Uma vez que a
temperatura do eletrodo é difícil de ser medida diretamente, a
resistência do eletrodo pode ser usada de acordo com as
referências [3] e [4]. Um método proposto em [2] estabelece
o tempo em que a lâmpada permanece desligada para o teste
de ciclo rápido para lâmpadas T8 e lâmpadas fluorescentes
compactas. Este método é baseado na medida da mudança da
resistência do eletrodo após a interrupção da alimentação na
lâmpada. A mesma análise será aplicada neste trabalho para
definir o tempo mais apropriado em que a lâmpada
permanece desligada para um teste de ciclo rápido de
lâmpadas fluorescentes T5. O tempo em que a lâmpada fica
desligada para um teste de ciclo rápido é determinado através
da consideração do tempo que a temperatura do eletrodo
necessita para estabilizar. A partir dos três maiores
fabricantes de lâmpadas, duas lâmpadas fluorescentes
28W/T5 foram aleatoriamente selecionadas e medidas para
cada fabricante. Os resultados obtidos para o conjunto
considerado de lâmpadas foram os mesmos. Assim, os
resultados de apenas um fabricante serão mostrados. Após o
primeiro minuto, a resistência da lâmpada diminui 80%, e 5
minutos depois, 95%. Apenas após 11 minutos, a resistência
do eletrodo atinge 100 % da resistência nominal da lâmpada
a temperatura ambiente, conforme ilustrado na Fig. 12.
Fig. 12. resistência da lâmpada (fabricante A) (%) versus tempo.
Esses resultados são similares aos obtidos para lâmpadas
T8 e demonstram que, para um dado ciclo de teste rápido, se
o tempo em que a lâmpada permanece desligada é menor que
5 minutos, o eletrodo não esfria completamente. Isto reduz a
degradação do filamento durante a partida da lâmpada, e
provavelmente resultará em um número maior de ciclos antes
do fim da vida da mesma [2]. A escolha de um apropriado
tempo de funcionamento é também de grande importância
uma vez que a lâmpada fluorescente é afetada não apenas
pela sua partida como também por sua operação. Alguns
fabricantes sugerem que, durante o teste de ciclo rápido, a
lâmpada deveria permanecer ligada durante 5 a 7 minutos
para auxiliar no restabelecimento dos eletrodos de forma que
a perda de material emissivo durante a próxima partida possa
ser minimizada [5].
V.
TESTES DE CICLO RÁPIDO ADOTADOS
Para verificar a influência do reator de partida programada
na vida útil das lâmpadas fluorescentes T5, dois testes de
ciclo foram levados a efeito para três reatores diferentes,
resultando nos dados mostrados na tabela 5. O primeiro usa o
tempo de ciclo aplicado pelos fabricantes brasileiros de
reatores, ou seja, a lâmpada é ligada por 30 segundos e
desligada pelo mesmo tempo. Estes ciclos são repetidos até
que a ocorrência de uma falha. O segundo usa o tempo de
ciclo encontrado em filamentos resfriados (30 segundos
ligado e 5 minutos desligado). O reator testado foi um reator
eletrônico com partida rápida programada tal como proposto,
um reator eletrônico sem pré-aquecimento (reator eletrônico
proposto sem filtro LC) e um reator eletrônico comercial
encontrado no mercado brasileiro (sem pré-aquecimento).
TABELA V
Tipo de reator eletrônico
Reator eletrônico com partida rápida
programada, como proposto
Reator eletrônico sem pré-aquecimento
Reator eletrônico comercial sem préaquecimento
Teste de ciclo rápido
30s ligado e
30s ligado e
5min
30s desligado
desligado
57600 ciclos
20160 ciclos
1440 ciclos
2880 ciclos
1800 ciclos
2304 ciclos
O primeiro teste de ciclo foi concluído após 40 dias. O
teste de ciclo rápido usado por fabricantes de reatores
determina o número mínimo de ciclos até que a lâmpada
falhe. Este número leva em consideração o tempo de vida
útil esperado e a quantidade de ciclos que ocorrem na
aplicação real. Como um exemplo, de acordo com a
aplicação brasileira mais comum a lâmpada é ligada e
desligada 4 vezes a cada 12 horas, de forma que o número
mínimo esperado de ciclos dentro deste período é 6700.
Assim, apenas o reator eletrônico proposto deveria ser
aprovado.
O segundo teste de ciclo rápido foi concluído após 70
dias. Os fabricantes de lâmpadas especificam um teste de
ciclo rápido em que a lâmpada fica ligada por 30 segundos e
desligada por 4,5 minutos de maneira que o número mínimo
de ciclos esperados num intervalo de 70 dias é 20000 [7].
Nesta situação, somente o reator proposto deveria ser
aprovado. Entretanto, é necessário fazer uma análise
estatística com uma larga quantidade de amostras para
afirmar que lâmpadas fluorescentes T5 alcançam a
expectativa de vida esperada, quando alimentadas com o
reator eletrônico proposto.
VI.
CONCLUSÃO
O teste de ciclo rápido aponta a influência e a importância
da partida rápida programada na vida útil de lâmpadas
fluorescentes T5. Assim, o reator eletrônico proposto é uma
excelente escolha para este modelo de lâmpada fluorescente.
Esse modelo de reator pode ser facilmente implementado
para duas lâmpadas, adicionando mais um enrolamento
secundário para conectar lâmpadas em série.
A topologia do reator eletrônico proposto proporciona um
processo de pré-aquecimento altamente controlado. Os
filamentos são alimentados por uma fonte de tensão com
uma reduzida tolerância, enquanto a tensão da lâmpada,
durante o período de pré-aquecimento, é muito reduzida, o
que reduz a corrente de descarga luminescente. O circuito
foi analisado, simulado e testado experimentalmente, e os
resultados indicam a validade do modelo desenvolvido neste
artigo. Os dois filtros ressonantes geram um grau apropriado
de desacoplamento entre o pré-aquecimento e a operação em
regime, de forma que pode ser projetado para o melhor
desempenho. Além disso, a potência do filamento é
eliminada após o tempo de pré-aquecimento aumentando a
eficiência do sistema.
AGRADECIMENTO
Os autores agradecem o suporte proporcionado a este
trabalho pela empresa INTRAL S.A. (Indústria de Material
Elétrico) e pelo LEPUC (Laboratório de Eletrônica de
Potência da PUC).
REFERÊNCIAS
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