Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu Descrição do comportamento da camada de mistura através de um modelo numérico de fechamento de primeira ordem. América Murguía Espinosa, Taciana Toledo de Almeida Albuquerque 1. Abstract The differential equations governing the strength (a potential temperature difference) and the height h of the inversions associated with dry penetrative convection are considered. No assumptions on the magnitude of the downward heat flux at the inversion base are needed to obtain an algebraic equation that relates h and to the heating of the boundary layer and the initial conditions. After the nocturnal inversion has been filled in by heating, the inversion base generally grows linearly with time in the morning. The variation of with time differs greatly from case to case. RESUMO Neste trabalho são consideradas as equações diferenciais que governam a intensidade (uma diferença de temperatura potencial) e a altura h das inversões associadas com uma convecção devido ao entranhamento de ar seco. Não é necessário ter a magnitude do fluxo de calor descendente da base de inversão para obter equações algébricas que relacionem h e para o aquecimento da camada limite e das condições inicias. A base da inversão geralmente cresce linearmente pela manhã. A variação do no tempo difere de caso para caso. 1 INTRODUÇÃO A Camada Limite Planetária (CLP) é a região da atmosfera adjacente à superfície, onde a turbulência é a característica dominante. Sobre o continente a turbulência da CLP é mantida pelo cisalhamento do vento e se intensifica pela convecção térmica durante o dia, no caso da noite é restringida pela camada de inversão de superfície. Os fluxos turbulentos podem ser adequadamente descritos por métodos estatísticos (Pereira et al. 2002). A região onde se apresenta intensa turbulência e onde o gradiente vertical de temperatura potencial é zero chama-se Camada de Mistura (CM). Para a análise dos fluxos turbulentos, considera-se que cada propriedade termodinâmica e dinâmica dos fluxos é tratada como variável aleatória. O conceito de media conjunto ou media de Reynolds, aplicada nas equações prognostica são as propriedades estatísticas para a CLP (Stull, 1988). Para modelar a CM existem diferentes métodos conjugando as leis de similaridade e modelos bulk, tendo 1 Universidade de São Paulo / IAG/ Departamento de Ciências Atmosféricas. Rua do Matão, 1226. Cep: 05508-900 São Paulo – SP. Tel.: 11-3091-4770; 11-3091-4808/ Fax: 11-3091-4714. [email protected] ; [email protected] 1 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu como objetivo no trabalho descrever um conjunto de equações que descrevam os diferente estados (estável ou instável) em que a CLP pode encontrar-se. O modelo bulk é fundamentado na resolução das equações já devidamente escritas para CLP, existindo modelos de ordens diferentes dado pelo fechamento utilizado e dos parâmetros conhecidos para poder resolver as equações de conservação de massa e termodinâmica. Para facilitar o funcionamento dos modelos bulk, considera-se uma intensidade da mistura vertical turbulenta forte, e que as propriedades medias dos fluxos são verticalmente homogêneas em grande porção da CLP (Pereira et al. 2002), isto quer dizer que os modelos de tipo bulk consideram uma só camada. No momento de obter as equações para a CLP, resulta-se um numero de variáveis desconhecidas maior que o numero de equações então se aplica a técnica de fechamento; fazendo-se a descrição estatística da turbulência, aproximando-se a um só número finito de equações, onde os termos desconhecidos restantes ficam em termos de quantidades conhecidas. Tais aproximações de fechamento são nomeadas pelas equações prognosticas de ordem mais alto que são retidas (Stull, 1988). Existem modelos de fechamento de ordem zero, meio, um, um e meio, segundo até terceiro e assim por diante. Os modelos basicamente trabalham em função do espaço e tempo. Neste trabalho utilizou-se um método de fechamento para a modelagem da CM, com uma descrição detalhada das equações conjuntas no modelo, na metodologia. Os resultados mostraram as variações diurnas da temperatura potencial, do fluxo de calor sensível, da altura da CM, e da intensidade da inversão da temperatura no topo da camada de mistura, no período convectivo. 1.1 Descrição do Modelo A Figura 1 apresenta o esquema utilizado pelo modelo, o qual mostra os perfis de temperatura potencial e o fluxo de calor turbulento. Fig. 1. Esquema do modelo de CM onde wi , w0 são os fluxos de calor na base e no topo da CLP, h é a altura da CLP, é a profundidade da camada de transição, 0 temperatura potencial na superfície, gradiente da temperatura potencial, inversão da temperatura potencial, M temperatura potencial da CM. O ar no topo da inversão (altura h) é estável, o gradiente vertical de temperatura () é independente de z e t, a intensidade da inversão (θ), é importante notificar que a intensidade da inversão em dados observados não 2 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu chega a ser muito fácil de perceber como se verifica na Fig. 1. A temperatura potencial () na parte superior da camada limite é assumida ser independente de z, porém com o passar do tempo a temperatura potencial tende a se aproximar da camada de transição (zona de entranhamento). Por causa do tipo de modelo bulk e devido a simplicidade, as condições dentro e sobre a camada limite convectiva, será assumido que ela é homogênea na horizontal, de forma que a advecção horizontal não será considerada, e que se tem céu limpo está ocorrendo convecção livre (produção térmica>> produção mecânica). Partindo da resolução do conjunto de equações, primeiramente com a equação da termodinâmica obtida pela media de Reynolds que descreve o estado médio da atmosfera como uma CLP horizontalmente homogênea. w 1 RN c z t z 0 p (1) Arrumando a equação 1 para o objetivo deste trabalho, tem-se: w (2) t z Integrando-se (2) com respeito à altura, aplicando a regra de Leibniz, e considerando que a temperatura potencial dentro da CM é independente da altura (z), sendo que a temperatura potencial é constante na CM, temos então: wi w0 M t h Com o resultado da (3), observa-se (3) que se wi <0, então ( wi w0 )<0 temos que a variação da temperatura potencial na camada é M >0, portanto, tem-se aquecimento na CLP. Ao contrario ocorreria se wi > 0 dentro da CLP, desta forma estaria acontecendo uma convecção térmica, entendendo que ao ser positivo o fluxo vertical turbulento de calor sensível existe transferência de calor da superfície para a atmosfera. Para estimar qual é a intensidade da inversão da temperatura no topo da CM foi utilizada a seguinte equação: h h (4) t t t Integrando e associando a (3) tem-se: ( ' w' ) i ( ' w' ) 0 h t t h (5) A esquematização de cada termo da (5) apresenta-se na Fig. 2, como uma estrutura da camada de transição 3 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu h (h-) (h+) M Fig.2 Esquematização da camada de transição (topo da CM) onde θ(h -) e θ(h+) são considerado antes e um depois da transição da temperatura potencial. Para determinar qual é a altura da CLP, considerou-se intervalos de h(t)+/2 que significa como a base e o topo da camada de transição, na Fig.3 da amostrar a que referimos. + /2 θ θ- h(t) θ+ - / 2 Fig. 3 Esquematização da altura do topo da CM. A equação para determinar altura da CLP, integrando a (2) com relação à z, e aplicando os limites anteriormente citados, tem-se: ( ´w´)i h t (6) A ordem do fechamento deste modelo é de primeiro grau, é particularmente baseado na parametrização destas equações apresentadas com ajuda da equação de energia cinética turbulenta (ECT). Isto é utilizado devido ao transporte de ar quente do topo da CLP para baixo, mas como o ar quente tende a subir então uma quantidade de energia é aplicada para levar o ar entrante dentro da CLP. Assim a energia disponível próximo ao topo da camada é: e u g P´ u´w´ ´w´ w´ e t z 0 z P0 (7) 4 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu No topo da CM existe uma convergência do fluxo vertical turbulento da ECT, com uma destruição térmica sendo menor que zero resultando numa produção apenas térmica, sabendo que se encontra em convecção livre a produção mecânica é considerara igual ou menor que zero, e com as condições iniciais u 0, v e w 0 , dentro de um fluido turbulento a dissipação () geralmente é pequena, assim a (7) diminui à: g P´ (8) 0 ( ´w´)i w´ e 0 z P0 Utilizando a escala convectiva da velocidade, onde verifica-se o parâmetro de empuxo no inicio da CM e a altura dela, tem-se que: 1/ 3 g w* ´w´ 0 h 0 (9) Com isto é parametrizada a divergência do fluxo vertical turbulento de ECT, tendo: w *3 e´w´ z h (10) Sendo uma constante, assim finalmente obtém-se um parâmetro de fechamento com a ajuda da ECT: (11) ´w´ i ´w´ 0 Sendo β igual a 0.2. Como ponto final tem-se que resolver as equações juntando todas as ferramentas que foram descritas anteriormente. Assim com (3), (5) e (6) finalmente forma-se o modelo de camada de mistura e (11) é o parâmetro de fechamento, para resolver se recomenda fazer por diferencias finitas, neste trabalho foi utilizado um esquema avançado no tempo, então as condições foram de (n) a (n+1). 1.2 Dados Os dados utilizados neste trabalho foram obtidos por Humberto Rocha (comunicação pessoal), os quais tornaram esta análise mais realista. Estes dados correspondem a um ponto da região sudeste do Brasil. Na Tabela 1 são apresentados os três casos que foram analisados. É importante salientar que apenas o caso 1 contém os dados reais, nos casos 2 e 3 os dados foram alterados para observar o comportamento das variáveis reproduzidas pelo modelo. Portanto, foi considerado o caso 1 como sendo o ideal, por ser os dados reais, e os casos 2 e 3 os testes. Geralmente os perfis da temperatura potencial são aproximadamente adiabáticos e a velocidade e direção do vento são constantes, estas característica da atmosfera é uma das restrições deste modelo. Os dados correspondem a 5 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu pontos nessas latitudes indicadas na tabela 1, correspondendo a três dias durante o ano. Tabela 1. Valores médios das variáveis utilizadas para região Sudeste do Brasil. Parâmetros Caso1 Caso2 Caso3 Dia 23 23 23 Mês 7 7 7 Latitude (º) -20,5 -20,5 -20,5 Temperatura da superfície do solo (K) 294 300 305 Temperatura potencial da CM (K) 294 300 300 Intensidade da inversão de altitude 2 5 2 (o K) Gradiente vertical de temperatura potencial na atmosfera 0,0075 0,003 0,0075 livre (o K/m) Velocidade vertical sinótica (m/s) -0,005 -0,005 -0,005 Passo de tempo de integração (s) 25 25 Taxa de entranhamento 0,1 0,1 0,1 Altura inicial da CM (m) 500 100 100 Parâmetro de rugosidade (m) 0,02 0,02 0,1 Velocidade média na camada de mistura (m/s) 5,01 5,01 5,01 Pressão de vapor (mb) 12 12 14 2. Discussão de resultados 2.1 Caso 1 O Caso1 foi considerado o caso ideal, pois reproduziu bem o comportamento das diferentes variáveis durante o período diurno. Neste caso foram consideradas iguais à temperatura do solo e a temperatura dentro da CM. A temperatura potencial da CM se manteve relativamente constante até as 8hr aproximadamente, ela aumenta no decorrer do dia, tendo assim a CM um aquecimento de aproximadamente 5K, sendo este diretamente proporcional ao comportamento que da intensidade da inversão em altitude , que diminui enquanto a temperatura começa aumentar. Este comportamento acompanha o crescimento da CM alcançando seu máximo de 1000m, esta CM cresceu aproximadamente 500m, dependendo das características da atmosfera em algumas regiões acima de superfície podem ser desenvolvidas CM maiores de 1000m, é importante observar que a CM acima do oceano ou superfícies de água dificilmente alcançam esta altura. O fluxo de calor sensível apresentou uma característica diurna, tendo seu máximo às 12hr de 175 W/m2, como observado na Figura2. O fluxo de calor sensível é negativo devido à perda de calor do solo durante o início da manhã, o comportamento do fluxo de calor sensível cresce conforme começa aumentar o 6 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu aquecimento da superfície, correspondendo assim ao comportamento da temperatura potencial e a altura da CM. 2,5 300 299 2,0 1,5 297 (K) 298 296 1,0 295 0,5 294 0,0 293 4 9 14 4 19 6 8 10 1000 14 16 18 200 900 150 800 2 (W/m ) Altura da CM (m) 12 Tempo Local (h) Tempo Local (h) 700 600 100 50 0 500 400 4 6 8 10 12 Tempo Local (h) 14 16 18 -50 4 9 14 19 Tempo Local (h) Fig. 4 Distribuições para o Caso1 durante o período convectivo para o dia 23 de julho para o ponto -22,5S, a) temperatura potencial na CM; b) inversão da temperatura no topo da CM; e) altura da CM e d) fluxo de calor sensível. 2.2 Caso 2 Para o Caso2 alguns parâmetros foram alterados com o objetivo de comparar com o Caso1 (ver Tabela1) como pode ser visto na Figura 3. O comportamento da temperatura potencial na CM mostra como o ar dentro dela aqueceu lentamente até aproximadamente 9hr, a partir deste instante a temperatura potencial aumentou rapidamente tendo uma amplitude de 11 o. O comportamento da inversão acompanhou a este aumento depois das 9hr, neste mesmo momento a inversão quase chegou a ser zero para depois ter um leve aumento, com um comportamento constante. A atmosfera desenvolveu uma CM baixa até este horário (9hr) para depois ter um aumento excessivamente grande chegando a uma altura de aproximadamente 2100m. O fluxo de calor sensível foi positivo na maior parte do tempo, significando uma perda de calor da atmosfera para o solo, tendo também um quebra no mesmo horário o qual acompanhou notavelmente o aquecimento da atmosfera, atingindo um máximo de aproximadamente 360W/m2. Os valores deste caso foram consideravelmente altos para cada uma das variáveis analisadas, isto pode ser atribuído ao alto valor da intensidade da inversão e ao baixo valor do gradiente vertical da temperatura potencial na atmosfera livre, desenvolvendo uma alta CM mantendo convectiva a CLP. 7 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu 312 6 310 5 4 306 (K) 308 3 304 2 302 1 300 298 0 4 9 14 19 4 9 14 19 Tempo Local (h) 2500 450 2000 350 (W/m ) 1500 2 Altura da CM (m) Tempo Local (h) 1000 500 250 150 50 0 -50 4 9 14 Tempo Local (h) 19 4 9 14 19 Tempo Local (h) Fig 1 Idem para o Caso 2 Segundo Tennekes (1973) a altura da CM se incrementa com o tempo e acompanha ao decaimento da magnitude da inversão no topo da CM. Durante o período da manhã a inversão decai lentamente, a intensidade da inversão inicial decai até um ponto onde exista uma entrada de fluxo de calor, e com isso a altura da CM começa aumentar com o tempo. Durante o restante do dia, a altura continua aumentando sendo proporcional ao valor da inversão. Estes comportamentos foram também achados além do Tennekes (1973) por Deardoff (1967). 2.3 Caso 3 O Caso3 apresentou de uma forma geral os mesmos comportamentos que os outros dois casos, porém este caso teve um maior numero de constantes alteradas. Neste foi considerada uma atmosfera aonde o solo era mais quente (aproximadamente 5K), o parâmetro de rugosidade utilizado pelo modelo foi também menor. A temperatura potencial na CM teve um aumento de 4,5K aproximadamente, foi relativamente semelhante ao Caso 1, logo acredita-se que seja por causa da intensidade da inversão (2K) ter sido considerada a mesma já no Caso2 a intensidade da inversão considerada foi de 5K, respondendo no aumento da temperatura de 10K. A intensidade da inversão acompanhou muito bem o comportamento da altura da CM, onde ela tem um decaimento durante as primeiras horas do dia. A altura da CM não foi muito desenvolvida chegando a ser 8 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu pequena comparada com as alturas das CM para os outros dois casos, tendo um pequeno decaimento até a hora em que a inversão caiu aproximadamente as 10hr. Semelhante a este comportamento é o do fluxo de calor sensível, este aumenta no momento em que a inversão decai, quando a inversão da CM começa a aumentar o fluxo de calor sensível aumenta gradativamente, o que faz com que a altura da CLC também aumente. Todos os resultados para os três casos conseguiram representar razoavelmente bem as características de uma atmosfera convectiva e estável, o que é mostrado na Figura 2, Figura 3 e Figura 4; é importante comentar que os resultados aqui mostrados estão considerando somente o período diurno ou comumente chamado período convectivo (6 às 18h). E para uma atmosfera não adiabática, caso contrário não teria inversão da temperatura em altitude. 305 2,5 304 2,0 1,5 302 (K) 303 1,0 301 0,5 300 0,0 299 4 6 8 10 12 14 16 4 18 9 500 50 400 40 (W/m ) 19 300 30 2 Altura da CM (m) 14 Tempo Local (h) Tempo Local (h) 200 100 20 10 0 0 -10 4 6 8 10 12 Tempo Local (h) 14 16 18 4 6 8 10 12 14 16 18 Tempo Local (h) Fig 2 Idem para o Caso 3 3 CONCLUSÕES Como foi visto o modelo representa muito bem o comportamento da CM no período convectivo. O comportamento do fluxo turbulento de calor, para os três casos, acarretou na entrada de ar quente na camada limite fria, ou seja, o entranhamento do ar mais quente num ambiente mais frio, faz com que este ar comece a resfriar, e com isso aumenta a altura da CM. Estes resultados podem ser comparados com os obtidos por Tennekes (1973), onde as distribuições são similares no comportamento da altura da CM e a intensidade da inversão no topo. Apesar de representar bem o comportamento da CLP, este modelo possui limitações, por ser simples para fazer simulações muito complexas. O que 9 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu restringe a este modelo ser aplicado a diferentes condições atmosféricas, é seu fechamento de primeira ordem. Finalmente este trabalho apresenta uma descrição detalhada das equações e o parâmetro de fechamento, mostrando como funciona a relação entre as variáveis simuladas da CM. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Deardoff, J. W. 1967: Empirical dependence of the eddy coefficient for the heat upon stability above the lowest 50m. J. Appl. Meteor. , 6, 631-643. Oliveira P. A.; Soares J.; Karam A. H.; Pereira M. R. M.; Marques F.P. E., 2002: Numerical Modeling of the Planetary Boundary Layer. 9th Brazilian Congress of Thermal Engineering and Sciences. Stull, R. B., 1988: An Introduction to Boundary Layer Meteorology. Dordrecht: Kluwer, 666pp. Tennekes H., 1973: A model for the Dynamics of the Inversion Above a Convective Boundary Layer. Journal of the Atmospheric Sciences. 30, 558-567. 10 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu Apêndice A program tennekes include 'tennekes1.h' integer nb_in integer nb_out_2 real flux_max character *72 fmt_1,fmt_2 namelist/input_1/ bowen,z0,vm,alb,alat,dia,ames, namelist & e,tg,tm,hi,delta,gama_up,w_sin,dt, & transm,emis_g,entra ! I/O !constantes: g=9.83 ! aceleracao da gravidade (m/s2): cp = 1004.0 ! calor especifico do ar a pressao constante (J/(kg.K)) cvk = 0.35 ! constante de von'Karman prn = 0.74 ! Prandtl number = km/kh = 0.74 csb = 5.67E-08 ! constante de Stefan-Boltzman (W/(m2K4)): th0=300. ! temperatura do estado basico (K): dens=1.25 ! densidade do ar (kg/m3): ch=0.005 ! constante de difusao turbulenta de calor p/ fluxo de calor: fmt_1='( 200(1x,e14.6) )' fmt_2='( 200(a15) )' ! formato de saída real ! formato de saída alfanumérico ! abrindo arquivo de saida dos resultados: nb_out_1=22 open(unit=nb_out_1, file='verifica1.dat') nb_out_2=41 ! número do buffer para saída open(unit=nb_out_2, file='serie_var1.xls') write(nb_out_2,fmt_2) & 'hl','tc','tg','tm','tatm','delta','hi', & 'us','ws','rn','fluxo_h','fluxo_q','fluxo_g', & 'ocb','occ','olb','olc','solar','angzen','cosz' ! constantes: pi=4.*atan(1.) deg_rad=pi/180. rad_deg=180./pi ! leitura dos parametros iniciais do namelist: nb_in=21 open(unit=nb_in,file='tennekes1.dat',status='old') 11 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu read(nb_in,input_1) close(unit=nb_in) write(nb_out_1,input_1) write(*,input_1) ! calculo da temperatura acima da inversao de altitude (K): t_atm=tm+delta ! calculo do dia juliano (de 1 a 365): y(1)=31 y(2)=28 y(3)=31 y(4)=30 y(5)=31 y(6)=30 y(7)=31 y(8)=31 y(9)=30 y(10)=31 y(11)=30 ! se ano é bissexto use "y(2)=28" djul=0. soma=0. do i=1,int(ames)-1 soma=soma+y(i) enddo djul=dia+soma IF (ames.EQ.1) THEN djul=dia GO TO 20 END IF ! calculo da zero hora do dia juliano em radianos: 20 djulr=(2*pi/365.)*djul write(nb_out_1,*)'dia, mes, djul ===>',dia, ames,djul write(*,*)'dia, mes, djul ===>',dia, ames,djul ! calculo da declinacao solar em radianos: & & & declr=.006918-.399912*cos(djulr) +.070257*sin(djulr)-.006758*cos(2*djulr) +.000907*sin(2*djulr)-.002697*cos(3*djulr) +.00148*sin(3*djulr) ! declinacao solar em graus: declg=declr*rad_deg write(nb_out_1,*) 'declinacao solar do dia=',declg,' graus' 12 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu ! calculo da latitude em radianos: alatr=alat*deg_rad ! angulo horario do nascer do sol em radianos: h0_rad=acos((-TAN(alatr)*TAN(declr))) ! angulo horario do nascer do sol em (h) : h0_h=(24.*3600./(2.*pi))*h0_rad aux3=abs(h0_h) ! tempo local do nascer do sol em (s): nascer_s=12.*3600.-real(int(aux3)) ! tempo local do nascer do sol em (h): nascer_h=nascer_s/3600. write(nb_out_1,*) 'hora local do nascer do sol=',nascer_s,' s' write(nb_out_1,*) 'hora local do nascer do sol=',nascer_h,' h' ! tempo local do por_s do sol em (s): por_s=2.*real(INT(aux3))+nascer_s ! tempo local do por_s do sol em (h): por_h=por_s/3600. write(nb_out_1,*)'hora local do por do sol=',por_s,' s' write(nb_out_1,*)'hora local do por do sol=',por_h,' h' ! duracao total do periodo com sol em (h): duracao_h=por_h-nascer_h write(nb_out_1,*) 'periodo com sol em (h) =',duracao_h,' h' ! imprimindo condicao inicial hora_local=nascer_h fluxo_h=0. fluxo_q=0. solar=0. ang_zen=pi/2. cos_z=cos(ang_zen) ocb=0. occ=0. olb=-(0.52+0.064*SQRT(e))*(5.64E-08)*tm**4. olc=emis_g*(5.64E-08)*tg**4. rn=(occ+ocb)+(olc+olb) 13 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu fluxo_g=0.19*rn call ten_prin(hora_local,tg,tm,t_atm, delta,hi, I/O output & u_estrela,w_estrela,rn,fluxo_h,fluxo_q,fluxo_g, & ocb,occ,olb,olc,solar, ang_zen_g,cos_z, nb_out_2, fmt_1 ) ! !---------------------------------------------------------------------! integracao no tempo: ! cronometro da integracao do tempo=nascer_s,por_s,dt ! calculo do cosseno do angulo zenital solar: hora_local=tempo/3600. ! write(nb_out_1,*) 'hora local =', hora_local,' h' ang_hor=pi*(hora_local-12.)/12. ! write(nb_out_1,*) 'ang. horario =', ang_hor,' rad' tilt_snr=tilt_sn*deg_rad tilt_oer=tilt_oe*deg_rad ! cosseno do angulo zenital: cos_z=sin(alatr+tilt_snr)*sin(declr) & +cos(alatr+tilt_sn)*cos(declr)*cos(ang_hor+tilt_oe) ! write(nb_out_1,*) 'cosseno do ang. zenital solar =',cos_z ! angulo zenital (rad): ang_zen=acos(cos_z) ang_zen_g = ang_zen*rad_deg ! ! ! em radianos ! em graus write(nb_out_1,*) 'angulo zenital solar (rad) =',ang_zen write(nb_out_1,*) 'angulo zenital solar (graus)=',ang_zen*rad_deg ! estimativa da altura da cls: ! h_cls=0.025*hi h_cls=10. ! write(nb_out_1,*) 'altura da cls (m) =',h_cls ! calculo da velocidade de friccao u*: if(tm.le.0.) vm=0.1 u_estrela=cvk*vm/alog((h_cls/z0)) ! write(nb_out_1,*) 'u* (m/s) = ', u_estrela 14 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu ! constante de difusao turbulenta na cls: coefh=(dens*cp*cvk*u_estrela)/(prn*ALOG((h_cls/z0))) ! write(nb_out_1,*) ' constante de difusao [ W/(m2.K) ] = ',coefh ! fluxo de radiacao de onda longa para baixo na cls (W/m2): olb=-(0.52+0.064*SQRT(e))*(5.64E-08)*tm**4. ! write(nb_out_1,*) ' onda longa p/ baixo a superficie (W/m2) = ',olb ! fluxo de radiacao de onda curta solar para baixo na cls (W/m2): solar=-1380.*cos_z*transm ! fluxo de radiacao de onda curta para baixo a superf. (W/m2): ocb=solar*(1.-alb) ! write(nb_out_1,*) ' onda curta p/ baixo a superficie (W/m2) = ',ocb ! fluxo de radiacao de onda curta para cima na cls (W/m2): occ=-solar*alb ! write(nb_out_1,*) ' onda curta p/ cima a superficie (W/m2) = ',occ ! fluxo de calor no solo G (superf.) (W/m2): fluxo_g=0.19*rn ! write(nb_out_1,*) ' fluxo no solo G a superf. (W/m2) = ',fluxo_g ! diagnostico da temperatura da superficie do solo tg (K): D7=-(ocb+olb-fluxo_g)+(1.+1./bowen)*coefh*tm+3.*(5.64E-08)*tg**4. D8=4.*(5.64E-08)*tg**3.+(1.+1./bowen)*coefh tg=D7/D8 ! onda longa para cima (W/m2): olc = csb*emis_g*(tg**4.) ! write(nb_out_1,*) ' onda longa p/ cima a superf. (W/m2) = ', olc ! radiacao liquida (Rn) na superficie (W/m2): rn=(occ+ocb)+(olc+olb) ! ',rn write(nb_out_1,*) ' fluxo liquido de radiacao a superf. (W/m2) = ! fluxo de calor sensivel na superficie (W/m2): ! transicao=1.5*3600. ! if ((tempo-nascer_s).le.transicao)then 15 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu ! ! ! ! ! ! fluxo_h=100.*sin(pi*(tempo-nascer_s)/(12.*3600.)) end if if ((por_s-tempo).le.transicao)then fluxo_h=100.*sin(pi*(tempo-nascer_s)/(12.*3600.)) end if fluxo_h=coefh*(tg-tm) fluxo_h=dens*cp*(tg/th0)*ch*vm*(tg-tm) flux_max=AMAX1(flux_max,fluxo_h) if(fluxo_h.lt.0. .and. flux_max.gt.10.) stop ! condicao de conveccao livre: if (vm.lt.(0.5).and. tg.gt.tm) then fluxo_h=2.51*(tg-tm)**1.33 endif ! write(nb_out_1,*) ' H = fluxo de calor sensivel superf (W/m2)=',fluxo_h ! fluxo de calor latente (LE) na superficie (W/m2): fluxo_q=fluxo_h/bowen ! write(nb_out_1,*) ' LE = fluxo calor latente a superf.(W/m2) = ',fluxo_q ! covariancia momento temperatura (m*K/s): ! cov=fluxo_h/(dens*cp) ! ! write(nb_out_1,*) ' covariancia de calor sensivel(m K/s) = ',cov ! velocidade convectiva na clc (m/s): ! w_estrela = ( (g/th0)*cov*hi)**(1./3.) ! if (delta.gt.0.) then ! w_estrela = (entra*cov)/delta ! else ! w_estrela = ((g/th0)*cov*hi)**(1./3.) ! endif ! w* vezes a intensidade da inversao termica de altitude ! eh igual a fracao do fluxo de superficie w_estrela = (entra*cov)/delta ! write(nb_out_1,*) ' velocidade convectiva w* (m/s) = ', w_estrela ! calculo da temperatura da CM em (K): dtmdt=(w_estrela*delta+cov)/hi tm=tm+dtmdt*dt ! write(nb_out_1,*) ' temperatura potencial media da CM (C) = ',tm273.15 16 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu ! write(nb_out_1,*) ' temperatura a superficie (C) 273.15 = ',tg- ! calculo da temperatura justo acima da CM na atm livre (K): t_atm=tm+w_estrela*gama_up*dt ! write(nb_out_1,*) ' temperatura potencial acima da CM (K) = ',t_atm ! intensidade termica da inversao de altitude (K): ! ! delta=2. ! ! delta=(t_atm-tm) ! delta=2. ! ddeltadt=gama_up*dhdt-dtmdt delta=delta+ddeltadt*dt ! write(nb_out_1,*) ' intensidade da inversao de altitude (K) = ',delta ! altura da camada de mistura: ! w_estrela=0.03 dhdt=(w_sin+w_estrela) hi=hi+dhdt*dt ! write(nb_out_1,*) ' altura da CM (m) = ',hi ! impressao de resultado a cada 100 passos dt cont=cont+1 IF (cont.eq.10) THEN ! I/O output call ten_prin(hora_local,tg,tm,t_atm,delta,hi,u_estrela, & w_estrela,rn,fluxo_h,fluxo_q,fluxo_g, ocb,occ,olb,olc, & solar, ang_zen_g,cos_z, nb_out_2,fmt_1) cont=0 END IF ! final do laco da integracao temporal enddo write(nb_out_1,*)'programa concluido' 10 format(21(1x,f10.4,a,/)) stop end program !c====================================================================== !subprograma fortran77 de impressao do programa subroutine ten_prin( hora_local,tg,tm,t_atm,delta,hi, & u_estrela,w_estrela,rn,fluxo_h,fluxo_q,fluxo_g, & ocb,occ,olb,olc,solar,ang_zen,cos_z, & n_buffer, fmt_1 ) 17 Projeto Final da Disciplina “AGM-5801 Modelagem Numérica da Atmosfera” – 2005 Prof. Adilson Wagner Gandu integer n_buffer real hora_local,tg,tm,t_atm,delta,hi, & u_estrela,w_estrela,rn,fluxo_h,fluxo_q,fluxo_g, & ocb,occ,olb,olc,solar,ang_zen,cos_z character *72 fmt_1 real tc tc=tg-273.15 write(n_buffer,fmt_1) hora_local, tc,tg,tm,t_atm, delta, hi, & & u_estrela,w_estrela, rn, fluxo_h,fluxo_q,fluxo_g, ocb,occ,olb,olc,solar, ang_zen,cos_z return end 18