Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Campus de Assis História Antiga I (Resumo Crítico) Professor Ivan Esperança Rocha Aluno Dalmo Alexsander Fernandes BRAVO, Gonzalo. História do mundo antigo. Trad. Ivan E. Rocha. Uma introdução crítica. Madri: Alianza Editorial, 1997 Gonzalo Bravo Castañeda nasceu na cidade de Salamanca em 1951, é um historiador e professor especialista em história antiga. Em 1977 recebeu seu doutorado na Universidade de Salamanca, começando sua vida docente como professor de História Antiga em Salamanca e depois na Universidade de Extremedura. Em 1980 recebe uma bolsa e vai estudar na Universidade de Cambrigde, e outra bolsa para estudar na cidade alemã de colônia. Em 1982 passa a ser professor titular da Universidade Complutense de Madri. Realizando vários estudos em muitos campos, mas de modo geral se dedicou a estudar o mundo antigo. Suas principais obras publicadas foram: “Coyuntura sociopolítica e estrutura social da produção na época de Diocleciano” (1980), “Poder político e desenvolvimento social na Roma Antiga” (1989), “Diocleciano e as reformas administrativas do Império” (1991), “História do mundo antigo” (1994), “História da Roma antiga” (1998), “A queda do Império Romano e a génesis da Europa” (2001) e “Hispania. A epopeya dos romanos na Península” (2007). A déia central do livro de Bravo é nos mostrar como os povos do “Oriente Próximo Antigo” surgiram, se unificaram e se tornaram impérios. Mostrando-nos desde a sua mais primitiva forma de subsistência na Mesopotâmia até ao extenso império expansionista Persa, que foram as bases para sociedades futuras como a nossa e inspiraram grandes governantes que vemos na História Mundial. Gonzalo Bravo inicia sua obra com a definição de “Oriente Próximo Antigo”, alegando que é uma região homogênea em características geográficas e históricas, mas se diferem no desigual desenvolvimento e distintos momentos de protagonismo. A Mesopotâmia tinha condições negativas para o assentamento humano, devido ao clima, o solo e o desbarramento dos rios, mas onde foi que curiosamente surgiu a primeira civilização do mundo. Mas por se localizar numa região entre rios, possuía regiões que, frente à esterilidade do território, era um “oásis” para a plantação. Esses grandes rios – Tigre e Eufrates – foi uma região que surgiu as primeiras sociedades estatais, em que fizeram grandes obras hidráulicas, sendo o controle da água importante para a sobrevivência dos povos. Em poucos séculos a região da Baixa Mesopotâmia deixou de ser uma região inóspita para ser uma atração para populações vizinhas, contribuindo para o avanço da região. No Egito a situação era diferente, em que o Nilo era considerado um dom dos deuses, mas as condições climáticas e a inusitada pluviosidade dificultavam a sobrevivência. Logo foi necessário criar sistemas de canalizações e irrigações, assim regiões secas e estéreis se converteram em irrigadas e férteis, caracterizando como uma “sociedade hidráulica”. Sendo que conquistar terras e converte-las em campos cultiváveis se tornou uma política faraônica. Mas não devemos discutir sobre a Mesopotâmia e Egito analisando apenas aspectos geográficos, mas também políticos, econômicos, ideológicos, religiosos, culturais e etc. Sendo que a construção de espaços históricos no que se refere a estas primeiras sociedades é o resultado de duas tendências: econômica e política. Na Mesopotâmia as primeiras cidades se localizavam ao sul, já que foi a região que mais se desenvolveu, sendo que as culturas proto-históricas tiveram um grande papel na formação do Estado, uma civilização. Sendo que a Mesopotâmia foi o inicio para as formas mais complexas e avançadas de organização social. O Oriente Próximo Antigo foi uma região em que muitos povos, de diversas etnias e línguas se concentraram. Logo o mundo asiático e africano antigo, foi um mosaico de povos e culturas. A origem sumérica ainda é um enigma tanto linguístico e étnico como histórico. A língua e a escrita sumérica é até hoje discutida a sua origem, mas há hipóteses de que sejam descendentes de povos do leste. Sua economia é bastante distinta da época e da região. Sendo a Suméria o primeiro “enigma” da história. Antes o caráter egípcio era considerado africano, mas hoje sabemos que em cada região uma etnia predominava sobre outra. Do ponto de vista lingüístico muitos acreditavam que era uma ramificação do grupo camita africano, mas com novas descobertas sabemos que a língua e a escrita grega são de grande originalidade. Mas a escrita não evoluiu como outras em um alfabeto de sinais, pois se difundiu no Egito a escrita grega. No tronco semítico inclui línguas tão dispares como o acádio, hebraico, árabe, fenício, ebláita, etc. o que implica em uma área de difusão muito grande de culturas, que impediu uma união política dos povos. Esta amplitude pode ser dividida em: semítico-oriental, semítco-ocidental e semíticoafricano. Nesta falta de homogeneidade, semelhante ao modo de vida nomádico, estes povos eram ligados desde tempos imemoráveis ao deserto. O grego dos Balcãs e o latim da Itália são exemplos comuns de origens indo-européias, porém com as suas peculiaridades, devido a sua evolução e por contato com outros povos. Que pode ser dividido em “substrato comum IE”, correspondente à povos as época proto-história; e o “grupo IE, correspondente à povos da época histórica. Podendo ser classificado em ordem: grupos-IE antigo (tocário, anatólio) , arcaico (hitia, eslavo), clássico (grego-latim) e moderno (línguas neolatinas européias) Os historiadores costumam datar de forma precisa através de fontes antigas, arqueológicas ou escritas, mas não com certeza absoluta, que é o caso da história do Oriente Próximo Antigo. A arqueologia utiliza de três procedimentos de datação: estratigrafia, dendrocronologia e carbono 14, porém apresentam limitações. Além desses métodos a historiografia utiliza de mais dois: baseado nos testemunhos escritos e datadas do passado e na comparação destes com outros testemunhos não datados. A cronologia da Mesopotâmia é bastante duvidosa, mas com o sincronismo com a egípcia, que é bem datada, conseguimos algumas certezas. Porém a cronologia egípcia tem outros problemas, pois com era dividida em dinastias, muito foi esquecido e rejeitado. Com estas limitações, tanto na Mesopotâmia como no Egito, é necessário optar por uma “cronologia relativa”. A História contemporânea é fruto de sua “proto-história”, nexo entre a “pré-história” e a “história”, porém os limites entre esses três períodos são difusos. Para resolver isso historiadores costumam coincidir o começo da “proto-história” com o Neolítico e a “história” com a aparição da civilização urbana. A civilização pode ser dividida como: as “ágrafas”, que não conhecem a escrita; e as “literárias”, que deixam documentos e escritos. A proto-história se situa na trajetória de um processo econômico que vai desde “produção de alimentos”, subsistência, até a “produção de objetos em serie”, para o incipiente “mercado”. Nesta analise do “fator econômico” explica melhor que qualquer outro a questão de “migrações” e “invasões”. Logo, nas últimas décadas tem ganhado espaço o conceito de “acumulação”, substituindo o processo lento de adaptação pelo de adaptação cultural, não menos lento, podendo durar até séculos. Proposta por Gordon Childe, o termo “revolução urbana” tem sido muito estudado pela historiografia moderna. O termo é muito mais complexo que a mera urbanização do território, que remonta à pré-história e seus processos, diferenciando estágios na evolução das sociedades: tribos ou pré-estatais, civilizadas, estatais ou simplesmente urbanas. Culminando na aparição do Estado ligado a “cidade” como uma mudança radical. Logo, a “revolução urbana” é o final do processo lento dinamizado por novos elementos (uso do metal, escrita, etc.) Em termos de evolução, fica difícil a separação, como a passagem do modismo para o sedentarismo são elementos da chamada “revolução urbana”. Revolução que pode ser caracterizada por: 1) uso do metal; 2) irrigação; 3) calendário, 4) escrita; 5) grupos sociais e 6) organização política. Logo percebemos que “difusões” e não “usos” que impulsionam mudanças. Na passagem do regime tribal para o de “aldeias” modificou a organização interna das primeiras comunidades urbanas, os laços de parentescos prevaleceram sobre qualquer outro critério de distinção social, sendo auto-suficientes em termos econômicos e de defesas e relações com outras aldeias se limitavam a acordos de interesses comuns. Logo com o crescimento demográfico e a ameaça de populações vizinhas fizeram com que muitas comunidades fossem se concentrando em núcleos melhor protegidos e com melhores recursos, processo que daria origem ao que conhecemos hoje como “cidades”. Com a migração de grupos periféricos quebra a paridade da comunidade, juntando as relações tribais em sua estrutura superior: a cidade-estado. Apresentando uma sociedade hierarquizada e diversificada em funções, gerando diferenças de prestigio e riqueza, que exige controle do bem-estar do cidadão, surge assim o Estado propriamente dito. Em muitos textos suméricos é difícil distinguir o mito do real. Segundo a tradição, o “dilúvio” ocorreu na época do 5º lugar das dinastias arcaicas na Listas Reais Suméricas, servindo de parâmetro para separar uma época da outra. Sua datação é complexa devido às várias formas de datação que existiam em cada cidade. O mais provável é que o dilúvio tenha sido somente um símbolo, mas pode ter ocorrido devido a inundações, que aperfeiçoaram os sistemas de prevenção de novas catástrofes. Cunhado por Wittfogel, o termo “sociedades hidráulicas” ilustra o controle da água feita pelos povos antigos, através de diques, canais, irrigação e etc. Logo, as sociedades agrícolas se colaboraram em um nível comunal, logo o grupo dirigente se fortaleceu sobre comunidades que dependiam da água. Mas dois fatores quebraram com essa hegemonia: os funcionários não pertencentes ao grupo chefe se rebelarem e a economia individual criando a propriedade privada, se impondo ao poder “real” existente. Durante muito tempo acreditava-se que a primeira organização política era a democracia, devido à existência de uma assembléia nas primeiras comunidades urbanas. Mas não houve nenhum regime político, mas sim tribal ou pré-urbano. A mudança do modo de vida nômade para o sedentário, supôs a evolução das formas rituais, como a de que o ciclo agrícola dependesse de vontades sobrenaturais. Pois em muitas cidades antigas cada cidade possuía um deus-patrono, logo o faraó era considerado um “deus” e na Mesopotâmia o rei era um enviado divino que possui poderes extraordinários. Sendo o templo a principal organização socioeconômica passou assumir um caráter de realeza e poderio. Com o passar dos tempos o vínculo “palaciano” prevaleceu e produziu uma laicização do poder. A figura dos chefes-pastores com poderes encaixava-se bem em uma economia agropecuária tribal. Quando os chefes-pastores “perdiam” seus poderes, o “rei” era morto. No Egito, o faraó “vivo’ era personificação de Hórus, “morto” era associado a Osíris. Existia também o rei-guerreiro que se impunha pela força, e por ter sido o responsável pela erradicação da mágica, que ameaçava sua desaparição e de forma dura perpetuou sua autoridade. A figura do “rei-deus” era antropomorfizada e suas funções eram de pacificação e unificação do país dividido em “reinos” ou “regiões”. Porém, com novas cisões políticas dividira o reino, que só terminaram na reunificação do país pelo sul. Enquanto a sociedade tribal ou aldeã se baseava em parentescos em defesa o comum, a formação estatal surge na necessidade de administrar os recursos materiais. Diferente de outras formas políticas anteriores, o Estado privilegiava certos grupos. O rei é considerado um intermediário entre os deuses, o que exige total submissão de seus súditos. O êxito é a melhor garantia de permanência no poder, mas a comunidade fica obrigada a contribuir. Nos grupos dominantes a diferença social se estabelece na função do trabalho: quem trabalha e quem faz trabalhar. A organização e feita por um grupo dedicado à defesa dos interesses comuns, que logo monopolizara atividade guerreira da comunidade sob o controle do rei/faraó, permitindo-lhes aumentar o domínio territorial e outras coisas. A arqueologia prova que a cultura mesopotâmica contém elementos que seriam da civilização sumérica, logo percebemos o caráter autoctonico dos suméricos. É claro que houve outros grupos na Mesopotâmia, mas só os suméricos se impuseram. Na Baixa-Mesopotâmia a três outros grupos: o pré sumérico, o semítico-oriental e o grupo sumérico. Há outros grupos que deixaram a área setentrional e se deslocaram para áreas mais meridionais, trazendo os primeiros elementos de civilização como homogeneidade, a escrita e a cerâmica. A evolução política do protodinástico sumérico é dividida em três dinastias: A) DINÁSTIAS MÍSTICAS: Período considerado pré-histórico no campo político, mas com a escrita a níveis de Ur, podemos considerar a vida social e econômica com certa complexidade. Sendo que os templos são o centro da vida econômica. B) DINÁSTIAS MÍTICO-HEROICAS: Neste período os “reis” são de contesto mítico ou heróico. Podemos afirmar que havia instabilidades políticas e rivalidades entre algumas cidades que levaram a criação de muralhas para proteção. O “palácio” é uma organização paralela do “templo”, logo “reis” da então dinastia ultrapassaram os limites mesopotâmicos. C) DINÁSTIAS HISTÓRICAS: No terceiro período o “templo” se separa do “palácio” devido ao processo de laicização do poder e a disputa territorial se intensifica a diversas transformações econômicas e sociais. Ao contrário da proto-história asiática o Egito apresenta um “estado unificado”, através da configuração teológica sincrética menfita que constituiu resultados significativos na política e na religião, que remonta a tempos pré-históricos. Acreditava-se que o Egito fosse uma civilização não tivesse passado pela fase neolítica, mas passou tanto que contribuiu para ouso do metal e conduzindo a “revolução urbana”. Ao longo do período pré-dinástico ocorreram avanços tecnológicos e culturais importantes: a indústria lítica deu lugar à cerâmica. A unificação egípcia foi distinta dos seus vizinhos, pois tinha caráter “moderno”, pela sua organização estatal. Sendo unificado em várias ocasiões, apesar da existência de um só capital para todo o país, mesmo com cisões e reunificações estão presentes em todo o país, mesmo com cisões e reunificação estão presentes em toda a história política egípcia. Há estudos que alegam que a reunificação teria sido feita através de Menés, o primeiro rei-faraó, mas há outros vestígios que nos dizem outras versões. As duas primeiras dinastias representam “um ciclo completo na história egípcia” com relação à unificação e dissolução do Egito. Com a expansão territorial implantada, antecipa a política faraônica dos “impérios”, até então utilizavam a política dos nomos, ou seja, policia provincial. Consolidando a realeza faraônica, com o desenvolvimento artesanal e industrial e com a centralização do Estado pela monarquia, dá um forte impulso na escrita, na irrigação, nos ritos religiosos e etc. garantindo a avanço do novo estado. O “Império Antigo” compreende as dinastias III-VI, quando o Egito precisava se expandir territorialmente por razões econômicas, organizando expedições para adquirir madeira, pedras, minerais e etc. Essas reações comerciais, não produziam um “império”, deixando o Egito numa certa homogeneidade, consolidando a estrutura estatal baseada na figura do rei-deus. Com a recompensa pelos serviços prestados aos funcionários reais, acabou criando um grupo de grandes proprietários privilegiados, mantendo certa independência do palácio. Na dinastia IV, as “grandes pirâmides” são o marco do período, devido ao extraordinário conhecimento egípcio na “arte funerária” pela crença egípcia na “vida dos mortos”. Nas dinastias V e VI os grandes projetos arquitetônicos foram deixados de lado e foi instalado o cargo de “governador do sul” para controlar melhor os monos. Mas cada distrito pois um chefe, o mondroque, que possuía independência do palácio, logo acabou competindo o poder com a coroa, desmembrado o estado novamente e acabando com sua economia. Que será reunificado só na XI dinastia. Nas novas descobertas arqueológicas, se descobriu um império chamado Ebla. Do ponto de vista geopolítico Ebla se situava em dois blocos de poder: o faraônico e o mesopotâmico. Por sua localização e modelo político a base de sua economia era a agropecuária, mas sendo o comércio o setor mais desenvolvido. A Mesopotâmia era um país abeto a influências externas, logo seu desenvolvimento atraiu populações vizinhas. Com isso, Sargão chegou ao poder, mesmo sendo de outra região, adotou o nome de “rei legitimo”, se vangloriando da extensão do seu império. Porém esse projeto imperialista exigia um grande controle fiscal e a lealdade da população. Seus sucessores não conseguiram continuar seu projeto e tiveram de fazer acordos com outros estados, dentre eles os “qutu”. Urmanmu, fundador da II dinastia de Ur, o “renascimento sumérico”, pretendia reconstruir o império, mas não conseguiu o feito. No II milênio a Mesopotâmia foi marcada por um período mais estável marcado por novos impérios territoriais e no Egito há uma reunificação política que dará lugar ao “império médio”. O “renascimento sumérico” foi proveitoso aos mesopotâmicos no campo socioeconômico, mas com a desintegração do império de Ur III propiciou uma instabilidade política. Os novos centros ficaram em cidades estratégicas, sendo que os babilônicos, assírios, hititas e egípcios dividiram o poder no período. O Império Babilônico pode ser divido em dois períodos: A) ÉPOCA PALEO-BABILONICA: No inicio do II milênio a Mesopotâmia estava fragmentada politicamente sendo controlada por Isin, Larsa, Assur, Eshnunna, Mari, Uruk; mas também por estados menores, como é o caso de Manana. B) IMPÉRIO DE HAMMURABI: Sumuabum foi o fundador da Babilônia, uma pequena dinastia amorréia, que ao fazer alianças com Isin, Larsa e Assur se transformaria em uma potência na BaixaMesopotâmia. O sexto rei desta dinastia, Hammurabi, desenvolveu uma intensa atividade política, se proclamdno “rei de Sumer e Akkad” e “rei das quatro partes”. Seu filho não conseguiu prosseguir com seu avanço, desintegrando o império Babilônico. Shamshi-Aada I foi o criador do império assírio, que mediante pacto com a Babilônia, pode dominar a Alta Mesopotâmia e chegar até ao mediterrâneo. Sendo responsável por um novo sistema administrativo, se proclamando “rei da totalidade”, que não pode ser prosseguido, pois seu sucessor já teve de se reconhecer vassalo da Babilônia. Até que Assur-Uballet lançou as bases de um novo império Assírico, se rebelando contra dominadores e fazendo alianças precisas, assentindo o império no tributo e no exército. Seu filho, Turulti-Ninuria I, avançou para o nordeste e se proclamou “rei que recebe tributos das quatro partes do mundo”. Mas por volta de 1200 a.C., ataques de outros povos puseram à prova um império baseado nas forças das armas. As autoridades assírias não conseguiram unir todos os povos teoricamente controlados, fixando-se no sul da Fenícia. O império hitita foi basicamente econômico por razões geopolíticas, já era uma ponte obrigatória entre a Ásia e a Europa. A manutenção desse império exigiu um exército poderoso e com táticas que revolucionaram a forma de fazer guerra. Em 510 a.C., surgiram problemas internos que debilitaram o Estado, que perdeu muitos territórios. Até que em ca. 1500 a.C. o governo adotou uma política defensiva que firmou suas fronteiras. Com a fronteira tão extensa era muito custoso e dependia de alianças com estados vizinhos, mas por enfrentamentos o império se desintegrou. A tarefa de construir um “império” no Egito era difícil devido ao seu isolamento e sua expansão que se chocava com interesses de outros povos. A manutenção do império era uma garantia de solução de problemas internos. O chamado “império médio tebano” incluía três dinastias, na dinastia XII ocorreram mudanças administrativas em que o país foi dividido em três distritos alto, médio e baixo. Reafirmar a posição egípcia em seus espaços tinha tanto um objetivo político como econômico, mas o “império médio” não se firmou, porém foram as bases para uma construção de um grande império. Apesar de seu isolamento, o Egito conheceu a chegada de povos estrangeiros, tanto que alguns acabariam controlando o poder faraônico. Além da penetração de asiáticos, inicia-se uma época de “crise” que se conhece por “Segundo Período Intermediário”. Os hicsos foram compelidos para o Egito devido à expansão hurrita, não sendo uma invasão violenta, mas que acabou dominando o Egito. De fato o domínio político hicso no Egito foi relativo. Mas quando o governo egípcio reprimiu o colaboracionismo de algumas religiões com os hicsos. Uma nova era começa no Egito. Após a expulsão dos hicsos, o Egito começa uma expansão sem precedentes, o chamado “Império novo”, colocando em prática o imperialista, que colocou o Egito como uma potência do Oriente Próximo Antigo. A política, sociedade e economia têm mudanças radicais. Mas o império territorial baseava-se num modelo primitivo e a organização administrativa provincial foi pouca, logo levantes ocorreram e o Egito perdeu territórios. Com isso, o governo reforçou o exército com mercenários que alcançavam o poder faraônico. No início do II milênio a Síria e a Mesopotâmia atraíram grandes migrações. Apesar de pequena, a Babilônia atraiu os primeiros amorreus, descendentes dos “amorritas” que já residiam ali; e os cassitas, que logo fundaram uma dinastia e se consolidaram no poder, iniciando uma política de expansão, convertendo a Babilônia em “província” da Assíria. Grupos iranianos, aproveitando o declínio da dinastia amorréia, na Babilônia, migraram para a Mesopotâmia, trazendo a cultura da utilização do cavalo. Que se transformou em uso bélico da classe guerreira de Mitanni sendo “vassalo” da coroa. Mas aconteceu uma cisão no estado de Mitanni, deixando a livre expansão territorial de seus rivais. Com o desaparecimento do estado de Mitanni, ficou livre o acesso a área Mesopotâmica, sendo uma “invasão” mássica gradual, assim os arameus se estabeleceram na área freando expansões de outros estados, se integrando ao “país do mar”, e constituindo seus próprios reinos e apoderandose do trono babilônico. “Povos do mar” eram constituídos por povos pouco homogêneos que se instalaram no Mediterrâneo Oriental, o “fenômeno da invasão” se limitou a áreas no litoral Mediterrâneo. Desbancando a Mesopotâmia e sendo o “centro de interesses”, sendo que povos tão heterogêneos uniram-se em favor de interesses comerciais, militares, regionais e o domínio marítimo. A 1ª unificação política da área mesopotâmica foi acompanhada de grandes transformações sociais devido à codificação da redação de normas, um avanço para uma sociedade primitiva. Dando uma grande importância para a família como base da sociedade. Servindo de base para códigos posteriores. A influência dos comerciantes era clara na Síria, por se localizarem no Médio tigre, carecia de agricultura suficiente, obrigado a buscar outras formas de riqueza. Alcançando a Anatólia e estabelecendo as “colônias comerciais”. Esse desenvolvimento comercial assírio gerou uma economia “peculiar”, que ela destinava ao mercado externo. Em plena euforia imperialista, produz-se no Egito uma mudança radical na política do estado, que tinham um fundo social, ideológico e, em última instância, econômico. A chamada “crise” de ElAmarna foi um problema religioso que o faraó procurou frear. Amenófis IV pretendia separar a religião da política, mas com o Estado sendo teocrático, seria difícil deixar o clero longe da política. Amenófis IV pretendia desfazer o esquema politeísta e aplicar o monoteísmo, baseado em “Áton”, adotando medidas para a sua prática. Mas o clero e o povo se opõem a “revolução religiosa”. Para reconciliar com o clero o faraó provoca uma cisão da família faraônica. Nesse curto espaço de tempo – não mais de 15 anos – deixou profundas marcas no Estado e na população. Com a deposição do império hitita ocorreu a invasão dos “povos do mar”, enfraqueceu o Egito pela influência de militares de origem estrangeira, desencadeando lutas internas e disputa pelo poder. Afetando também a Assíria, perdendo territórios setentrionais e ao mediterrâneo. Na Babilônia, produziram-se mudanças importantes, suas ameaças provinham das tribos do Elam. A Assíria renovou a política expansionista querendo reconstruir seu antigo “império” sobre novas bases econômicas, aproveitando das rotas comerciais, dominando e contendo avanços de vários povos. No governo de Salmanassar III ocorreu uma importante expansão, submetendo estados na condição de vassalagem, mas apesar das conquistas o poder foi baseado num exercito forte. Submetendo cruelmente quase todo o Oriente Próximo, mantendo a unidade. Mas desentendimentos internos provocaram uma guerra civil e a queda do império. Durante mais de um milênio a Babilônia foi núcleo da Mesopotâmia, mas pelo avanço de outros povos teve de se reconhecer “estado vassalo”, levando a disputas internas. O novo império foi obra de reis de origem caldéia, que constituíram uma região independente e derrotando dominadores, construindo um império num Estado que volta a ser dominado pela figura do “templo”. Os novos governos não conseguiram continuar o avanço e o império caiu perante o império Persa, devido às revoltas e disputas internas. De origem semítica, os Fenícios foram favorecidos pela agricultura forte que garantiu o desenvolvimento econômico, em que não precisou de um governo forte que dominasse todo o território. Apesar disso, possuía fortes contados com os estados vizinhos, ocupando lugares estratégicos que só beneficiaram a civilização fenícia. Expansão devido ao mercado e depois pelo protagonismo púnico no ocidente. Na escrita, foram os “transmissores” do mesmo, desenvolvendo sua cultura e civilização. Durante parte do II milênio os territórios numa região ao sul da Fenicia, que ficou a margem de conflitos bélicos. Que como enfraquecimento dos “grandes impérios” pode construir seu Estado, Isarael. O problema historiográfico é construir o “real” nos dados do “antigo Testamento”. Em sua fase primitiva foi caracterizada por grupos seminômades e na “época dos Juizes” as regras eram baseadas nas “tabuas de lei”, ou seja, do culto a Yahvé. Os “reis” de Ca. 1000 a.C. foram grandes na imposição militar sobres povos vizinhos. A unificação de Israel se deve a Davi, que depois teve de dividri o país em 12 distritos e com sua morte o reino se dividiu em dois, que a duras penas manteve o Estado, mas após lutas se debilitou caindo perante o império Asssírio. Com a política expansionista de Ramésidas foi incorporado ao exército egípcio povos estrangeiros, que acabaram usurpando o trono. O novo governo conseguiu unificar o Estado e normalizar relações com Estados vizinhos, sendo importante para o comercio. Mas teve de frear esse avanço, devido ao avanço assírio, desmembrando o reino em principados independentes. Após várias reunificações e expansões de outros povos, mudou radicalmente a realidade social egípcia, deixando o poder em mãos estrangeiras. Mas como avanço Persa o milenar império Egípcio foi dominado. O expansionismo Persa começa quando Ciro se proclama rei dos medos e dos persas. Com um poderoso exército e uma administração eficaz garantiu sua hegemonia. Seus filhos conquistaram o Egito, sendo o maior expoente do imperialismo no Oriente Próximo Antigo. Com um Estado tão imenso implanta se governos regionais chamados “satrapias”, que eram vigiadas por funcionários do governo. A economia Persa se ligava a exploração e ao sistema fiscal, mas com a grande extensão, era difícil “criar” um único espaço econômico no estado. A propriedade de terra era dividida de forma absurdamente desigual, sendo que a família real ficava com a melhor. Outro setor de desigualdade desenvolvido foi o comércio, sendo que as relações eram feitas por tropas ou pela “economia natural”. De qualquer modo, a Pérsia possuía regiões de intensa atividade comercial. Logo Dário I pretendia unificar as relações econômicas cunhando uma moeda oficial. Mas o estado lastreava grande parte dos impostos, dificultando a circulação da moeda. Tal circulação só aconteceria na época das conquistas de Alexandre, o Grande.