Capítulo: Cidadania Conceito de cidadania Um dos fundamentos do regime democrático é o conceito de cidadania. Segundo o sociólogo Herbert de Souza (Betinho), “cidadão é um indivíduo que tem consciência de seus direitos e deveres e participa ativamente de todas as questões da sociedade. Tudo o que acontece no mundo, acontece comigo. Então eu preciso participar das decisões que interferem na minha vida. Um cidadão com um sentimento ético forte e consciente da cidadania não deixa passar nada,não abre mão desse poder de participação. Direitos Humanos A cidadania está diretamente vinculada aos direitos humanos, uma longa e penosa conquista da humanidade que teve seu reconhecimento formal coma Declaração dos Direitos Humanos, aprovada em 1948 pela Organização das Nações Unidas (ONU). Na época – marcada pela vitória das nações democráticas contra o nazismo e o fascismo durante a Segunda Guerra Mundial – ela abria a perspectiva de um novo mundo, em que haveria paz, liberdade e prosperidade: uma esperança que acabou não se realizando. Ler princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos (pag 4) Ler Direitos da criança (pag 5) Nascimento e transformações do conceito de cidadania O conceito de cidadania teve suas origens na Grécia e em Roma antigas. Grécia → democracia direta, regime político no qual os cidadãos, chamados politai, participavam das decisões do governo da cidade por meio de assembléias. Mas, nem as mulheres, os escravos, os estrangeiros eram considerados cidadãos. Roma → Quando se torna uma República todo romano livre do sexo masculino era considerado cidadão, mas o poder político era de fato controlado pelo Senado (composto por uma minoria de grandes proprietários rurais). Queda do Império Romano – desaparece o conceito de cidadania na Europa. Idade Média só havia vassalos dos senhores feudais e súditos do rei. Século XVIII, a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa colocaram o conceito de cidadania em um lugar central na vida política. Como termo político cidadania significa exercício de direitos, compromisso ativo, participação política, responsabilidade. Igualdade e equidade Na base do conceito de cidadania estão as noções de liberdade e de igualdade. O princípio de igualdade de todos perante a lei é uma conquista da Revolução Francesa (1789), dando início a era Contemporânea, segundo alguns historiadores. Esse princípio foi acompanhado do reconhecimento dos direitos humanos e do exercício dos direitos e deveres da cidadania. A noção de igualdade estabelece que todos são iguais perante a lei. Entretanto, as sociedades democráticas capitalistas são caracterizadas por desigualdades sociais e econômicas que acabam interferindo também na igualdade jurídica. Exemplo no Brasil, apenas algumas parcelas da sociedade brasileira alcançaram dos direitos de cidadania em sua plenitude. Para corrigir essas distorções, cientistas sociais vêm propondo políticas públicas destinadas a: (ler pag 9 e 10). O conceito de equidade engloba o de igualdade, mas vai além dele. Uma política voltada para a equidade não se contenta com a igualdade formal, jurídica, pois considera que as pessoas são desiguais, seja por razões físicas e biológicas, seja por razões sociais. Nessas circunstâncias, procura restabelecer o equilíbrio por intermédio de medidas compensatórias que reduzam as desigualdades existentes. Exercícios pags: 7,8 e 10. Entre o Estado e a sociedade civil A política da equidade, além de promover a igualdade entre os desiguais, deve propiciar uma forma ética de lidar com a esfera pública (ou seja, o conjunto de órgãos públicos, ligados ao Estado) e a esfera privada (que envolve a vida particular das pessoas). Para preservar a distinção entre público e privado os governantes devem tomar medidas de interesse geral que beneficiem a comunidade. Esfera pública = o Estado com seus três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) Esfera privada = lugar das atividade econômicas, dos interesses particulares, das empresas, do mercado, da vida familiar, da vida religiosa e das relações sociais. Entre essas duas esferas estão a opinião pública e a sociedade civil. A Sociedade civil é formada pelas organizações privadas sem fins lucrativos que se estendem fora do mercado de trabalho e do governo, mas que têm importante presença na vida política. Exemplos de organizações que participam da sociedade civil em nosso país: OAB, ABI, os sindicatos, ONGs, as diferentes igrejas organizadas, UNE etc. As ONGs são como uma terceira esfera (público-privada) porque não pertencem diretamente ao Estado, mas , na maioria das vezes, buscam suprir algumas demandas que ele não consegue atender. Seu financiamento pode vir tanto da esfera pública quanto da privada, ou ambas. Exercícios pags 13 Minorias O processo de globalização vem promovendo em todo o mundo a massificação, a homogeneização e a padronização cultural. Assim, vemos emergir uma sociedade complexa e diferenciada. Nela, diversos grupos sociais minoritários – as minorias étnicas, religiosas, sexuais, políticas e regionais – buscam seu espaço social e geográfico, sua identidade social e cultural. As minorias se organizam cada vez mais buscando defender seus interesses, ressaltando suas particularidades. Essa situação de exclusão ou discriminação tem levado as minorias organizadas a passar do discurso à ação política, reafirmando sua própria identidade e buscando seus direitos na sociedade na sociedade democrática. Esses movimentos das minorias vem dando um novo sentido à noção de cidadania. Ex: casamento homossexual, sem-teto loteamento zona urbana, sem-terra invadindo os latifúndios improdutivos, feminismo, indígena demarcação de suas terras. Pode a maioria ser minoria? Pode acontecer também, não é raro, de uma minoria ser formada pela maior parte da população. São as minorias majoritárias. Elas ocupam na estrutura do poder uma posição de subordinação a uma minoria autoritária e poderosa. Democracia representativa e democracia participativa. Democracia representativa = baseia-se na maioria Democracia participativa = as minorias excluídas têm participação social mais efetiva na sociedade. Exercícios pags 16 à 21.