ATA DA REUNIÃO DO CONSELHO DE REPRESENTANTES DA AMB – BRASÍLIA, 11 DE AGOSTO DE 2010. Aberta a reunião às 10h15min, na sede da AMB em Brasília, inicialmente presidida pelo Vice-Presidente em exercício, João Ricardo dos Santos Costa, secretariada pelo Juiz Rafael de Menezes. Presenças conforme livro próprio. 1 – aprovada ata da reunião anterior. 2 – Apresentado vídeo institucional da campanha eleições limpas que está sendo exibido na mídia, parceria da AMB com Tribunal Superior Eleitoral e Rede Globo. 3 – Relatório da Diretoria Cultural sobre o I Congresso Internacional da AMB no Canadá, no próximo mês de setembro; anunciada a presença do Presidente da Ajufe Gabriel Wedy. 4 – O Conselho convoca os juízes eleitorais para realizarem audiências públicas, a partir de três de setembro em Pirinópolis – GO, como parte da campanha eleições limpas, na construção da democracia. As associações estaduais devem estimular seus juízes a celebrar essas audiências. 5 – divulgado seminário em Porto Alegre que ocorrerá dias 14 e 15 de outubro pra tratar da previdência pública com as carreiras de Estado; o Conselho é contra a privatização da previdência, pelo que devemos conversar com os deputados de nossos estados. Igualmente as associações devem conversar nos seus estados com os juízes, para levar dúvidas e conclusões ao seminário. 6 – anunciada convocação para as eleições da AMB, triênio 2011 a 2013, em novembro deste ano. 7 – Paulo Dimas de SP, pede a palavra para tratar das questões legislativas, aproveitando a presença do Presidente da Ajufe, pois a magistratura tem que estar unida e atenta contra tentativas de perda de prerrogativas dos juízes. Paulo Dimas entrega à mesa um parecer do Prof. Andre Ramos Tavares favorável às garantias da magistratura. Outra preocupação de Dimas é com relação a PEC que visa reduzir as férias dos magistrados, pelo que as três grandes associações devem buscar uma estratégia comum em defesa dos 60 dias de férias. Dimas também esta preocupado com o projeto do novo CPC que pune o Juiz que esteja em atraso com seus processos, sem levar em conta a sobrecarga de trabalho. Dimas também deseja alterar a composição do CNJ, para aumentar a participação dos juízes estaduais. 1 Igualmente Dimas defende a criação de um Conselho nos estados, para servir de um filtro ao CNJ, no mesmo molde que já existe um Conselho da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho; um material sobre essas modificações no CNJ é entregue a mesa por Paulo Dimas, até porque se o Conselho puder decretar a perda do cargo do juiz, é necessário atenção especial com o CNJ. Paulo Bruschi de SC pede a palavra e se diz contra qualquer possibilidade de redução das férias dos juízes, para que futuramente outras prerrogativas não venham a ser retiradas; Bruschi defende que não se negocie qualquer tipo de redução. 8 – Valorização do juiz: Marcos Salles da PB pede a palavra lembrando que é necessário explicar à sociedade que um juiz independente garante os direitos do cidadão, por isso as prerrogativas do juiz não podem ser retiradas. Sergio Ricardo do ES concorda que se unifique o discurso a favor das férias, por exemplo, lembrando que um mês seria para descanso e o outro para atualização profissional. José Barroso da Justiça Militar da União pede uma campanha de valorização do juiz, para que a sociedade veja o juiz junto da moralidade, o que tem tudo a ver com a campanha Eleições Limpas com o TSE e a Rede Globo. Gil Guerra do Paraná se dizia contra a campanha eleições limpas por não enxergar interesse direto da magistratura, mas hoje reconhece o mérito e a visibilidade que essa campanha dá ao juiz. João Ricardo informa que no RS a Ajuris tem mantido contato frequente com a imprensa e tem tido bons resultados, mas desde que o discurso do juiz não seja meramente umbilical e corporativo. Gustavo de SE pede que a divulgação do trabalho do juiz seja feito nas escolas, através de grupos de juízes visitando colégios, o que teria a ver com a Campanha da AMB Cidadania e Justiça se Aprende na Escola. Gervásio Santos do MA, entende que a AMB deve ter uma postura ativa, firmando uma relação permanente com o Congresso, pois esse canal de diálogo não pode ser construído num momento de crise. 9 - O Presidente Mozart Valadares reassume os trabalhos, lembrando que não houve subtração de prerrogativas dos juízes ate o momento. Há projetos que causam preocupação, mas nada de concreto. Com relação a PEC da perda da vitaliciedade, o sentimento é que não passa no Congresso pela inconstitucionalidade. O parlamentar pode apresentar o projeto que quiser, mas a aprovação 2 exige grande discussão, e a AMB está sempre acompanhando tudo. Barroso reconhece como é difícil o trabalho com o Congresso, e apoia as campanhas da AMB como Eleições Limpas e Mude um Destino, que facilitam depois o relacionamento com a sociedade. Mozart lembra que o relacionamento da AMB com o Parlamento é muito bom, tanto que nos seus 60 anos comemorados recentemente, mereceu sessão especial da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Bruno Terra de MG entende que o CNJ tem cortado vantagens dos juízes, e isso pode estimular o Congresso Nacional a retirar nossas prerrogativas. Bruno pede que a nova Loman imponha limites a atuação do CNJ, cujas decisões têm sido reformadas pelo STF. O ideal é que o CNJ respeite a autonomia dos Tribunais, e venha a ser acionado nos abusos e omissões. Nesse sentido documento feito pela AMB e entregue ao Min. Gilmar Mendes, na época Presidente do STF e CNJ, no começo do ano. 10 – com a palavra Gabriel Wedy Presidente da Ajufe, informando que a Ajufe esta próxima da AMB graças a capacidade de agregação do Presidente Mozart, e que 98% dos projetos são comuns entre Ajufe e AMB. Gabriel se despede colocando-se a disposição da AMB. 11 – A AMB convida o juiz Frederico Mendes do PR para entregar a João Ricardo do RS um troféu pelo 2º lugar da Ajuris nos últimos jogos da magistratura, em Foz do Iguaçu. Pedro Ives de AL recebeu outro troféu pelo 3o lugar de Alagoas nesse torneio. Mozart aproveita para agradecer a Frederico Mendes seu trabalho em prol da AMB, não só na organização desses jogos, mas também na redação do anteprojeto da nova Loman que está no STF. 12 – Des Antonio Siqueira do RJ fez uma parceria com a Vivo para orientar os funcionários da Vivo em como atender bem o cidadão, e evitar demandas judiciais na esfera do consumidor e do meio ambiente. Breno Oliveira, executivo da Vivo, está presente na reunião e fez uma breve explanação sobre a empresa que tem 56 milhões de clientes, e como pode aperfeiçoar essa parceria com a Justiça. Des. Cláudio Maciel noticia sua preocupação com os contratos de massa com os consumidores, que sobrecarregam bastante a Justiça, e trazem decisões diferentes. Maciel pede a compreensão da Vivo para aceitar uma mudança que será necessária no processo civil para unificar as decisões em massa, trazendo mais 3 efetividade para a Justiça. Paulo Dimas lembra que o novo CPC já prevê isso. 13 – Raduan Miguel de RO pede que a AMB tome providências com relação ao novo CPC que prevê punição a juiz, o que foi feito pela AMB, e será ratificado quando do andamento do projeto no Congresso. Paulo Dimas pede que a AMB oficie ao STF pedindo opinião sobre isso, pois punição a juiz tem que estar na Loman e não em Código de Processo Civil ou Penal. 14 – Walter Pereira da Amam traz uma manifestação sobre entrevista de Mozart a imprensa com relação ao afastamento de juízes no MT feita pelo CNJ, e depois reformada pelo STF. Pediu que o Presidente da AMB se retratasse no mesmo veículo do Mato Grosso, onde disse que o tribunal não tinha isenção para julgar os colegas do MT. Mozart lembra que quando houve o afastamento, se colocou ao lado dos juízes do MT, por saber que essa acusação não atingia a instituição do Poder Judiciário mato-grossense e nem a maioria dos magistrados daquele estado. Eis que agora com a decisão do STF, a imprensa indagou Mozart se acreditava num julgamento imparcial dos acusados pelo próprio TJMT, respondendo Mozart que confiava no colegiado, mas achava difícil, afinal é um estado pequeno, e cerca de 5% dos seus juízes estão afastados ou aposentados compulsoriamente. Walter censura a entrevista de Mozart, porque o CNJ não é a última instância de julgamento, tanto que o STF reviu o caso. Walter pede que a AMB apoie a decisão do STF que determinou o retorno dos juízes afastados pelo CNJ ao exercício das funções. Pela ordem, a juíza Clarice Andrade do Pará pede a palavra para criticar sua condenação pelo CNJ, afirmando que não teve um julgamento justo e está recorrendo ao STF. Gil Guerra do Paraná apoia pleito do MT. Paulo Dimas de SP defende a autonomia do Tribunal local e a atuação apenas supletiva do CNJ. José Airton do Piauí concorda que não pode haver supressão de instância. Mozart lembra que a AMB em várias ocasiões já se manifestou contra os excessos do CNJ violando as autonomias dos Tribunais. João Ricardo da Ajuris pede uma nota ratificando a autonomia dos Tribunais, mas sem entrar no mérito concreto da decisão do STF sobre os afastamentos de Clarice do Pará, ou dos juízes do Mato Grosso. Paulo Bruschi entende que na entrevista criticada por Walter, Mozart realmente emitiu uma opinião dele, que 4 pode não ser a opinião da AMB, por isso o Presidente de uma associação deve ter cuidado nas suas manifestações. Bruschi defende que o Conselho de Representantes emita uma nota geral confiando no julgamento dos nossos Tribunais, mas sem entrar nos casos concretos. Lucio Munhoz de SC opina por uma nota reafirmando princípios de contraditório e ampla defesa, que devem ser aplicados, óbvio, tambem aos magistrados sob investigação. Luis Vargas do RS é contra nota comentando decisão judicial, mas a favor de nota destacando o caráter subsidiário do CNJ. Atila Naves de Goiás aprova a decisão do STF sobre o MT, pois o Ministro Celso Melo não só reinstaurou a instância administrativa dos Tribunais, como também vai trazer uma razoabilidade na aplicação das penas. Afinal não existe apenas aposentadoria compulsória, mas censura, advertência, etc. Marcelo Roseno do CE não entende, pela leitura da Constituição, que a atuação do CNJ seja supletiva, mas acredita que essa deve ser a opinião das bases, por isso defende uma nota nesse sentido, mas sem entrar no mérito de qualquer caso concreto. Paulo Dimas de SP concorda com a entrevista de Mozart quando disse que o STF não entrou no mérito do julgamento dos juízes de MT; mas discorda de Mozart quando afirmou que os julgadores dos colegas de MT, serão os próprios investigados. Gervásio Santos do MA acredita que só a nova Loman irá definir essa questão ao traçar os limites precisos do CNJ. Gervasio é a favor de uma nota, incluindo todos os casos concretos (MG e PA) e não apenas MT, pois o STF esta contraditório nos casos envolvendo os juízes do MT e da juíza Clarice Andrade afastada pelo CNJ. Mozart informa que a AMB tem uma ação pronta contra a Resolução 30 do CNJ, e estará remetendo aos Presidentes das associações filiadas para sugestões e ajuizamento breve, deliberando-se na próxima reunião. Mozart comenta ter estado em Cuiabá na época do afastamento dos juizes, e ficou pessoalmente preocupado com a gravidade da acusação contra os juízes daquele estado. Walter Pereira do MT nega que tenha noticiado a Mozart qualquer indício grave de irregularidade praticada por juízes do seu estado. Mozart então não polemiza, pois pode estar se confundindo do caso. Decidiu então o Conselho de Representantes, por maioria de votos, elaborar uma nota geral, não especifica sobre o MT, destacando que o CNJ não pode ser instância 5 única e que é necessário respeito a autonomia dos Tribunais e aos princípios do contraditório e ampla defesa para qualquer cidadão, inclusive os magistrados sob investigação disciplinar. Lucio Munhoz, Marcelo Roseno e Paulo Dimas vão redigir essa nota. 15 – Dona Eneida, representante das pensionistas, convida para congresso em breve no Ceará. Final dos trabalhos, ficando para a próxima reuniao a) a ação no STF contra a Res 30 do CNJ, b) a aprovação de Comendas para algumas autoridades, c) informações da diretoria internacional (Rafael); d) projeto do Juiz Militar Barroso sobre educação e saúde; e) criação de subcoordenadorias regionais; f) política salarial da magistratura (Emanuel); g) Enaje (Marcelo). Nada mais havendo, foi encerrada às 15h. Ata vai assinada pelo Presidente e pelo Secretário da reunião. Mozart Valadares Pires Presidente Rafael de Menezes Diretor de Informática 6