3-1.

Propaganda
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O desmatamento, a subjugação dos povos, a opressão, a destruição ambiental acabam
modificando as relações entre o homem africano e sua natureza, assim como suas relações
sociais, políticas e econômicas.
As conseqüências do desequilíbrio ambiental, unidas a fatores determinantes, ocasionaram
com certeza a liberação de organismos confinados em reinos naturais, desencadeando, assim, a
propagação de doenças antes desconhecidas à maior parte da humanidade ou talvez nenhuma.
3.1 CENTROS PANDÊMICOS
Com certeza, o continente africano mostra-se, na atualidade, como o epicentro da pandemia
da AIDS. Porém, hoje, pode-se destacar que, quase todas as grandes metrópoles do mundo,
aparecem como centros da pandemia.
Fatores ligados a pobreza, miséria geral das populações, falta de informações, baixa
escolaridade, prostituição, promiscuidade, a falsa ilusão de que, com o tratamento do coquetel
anti HIV, não há necessidade de prevenir-se são as principais formas de propagação do vírus.
Evidentemente, a AIDS convive com o ser humano.
Não se pode localizar os centros pandêmicos por seus climas, seus ambientes próprios, suas
questões políticas, pois, geográfica, médica e cientificamente, não há determinado local onde o
vírus dissemina-se por causa destas variáveis.
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3.1.1 A AIDS NA ÁFRICA
A pobreza, a falta de informação e as guerras produziram uma espécie de bomba de efeito
retardado que está dizimando a África. Nas duas últimas décadas, a AIDS matou 17 milhões de
pessoas no continente, quase tanto quanto catástrofes históricas, como a gripe espanhola do
século passado (20 milhões) e a peste negra, na Idade Média ( 25 milhões).
De cada três infectados pela AIDS no planeta, dois vivem na África. Enquanto na Europa,
nos Estados Unidos e mesmo no Brasil, as campanhas de prevenção e novas drogas têm
conseguido deter a epidemia e prolongar a vida de portadores do HIV, para os africanos
contaminados praticamente não há esperanças. A cada minuto, 8 novos doentes surgem no
continente. Na África subsaariana, a mais afetada do mundo, o número de pessoas infectadas
com HIV, subiu para 25,3 milhões, no ano de 2000, segundo um relatório do Programa das
Organizações das Nações Unidas para a AIDS ( UNAIDS).
Em conseqüência da doença, a expectativa média de vida de algumas nações recuou em até
17 anos – sobretudo no Sul da África, em países como Zimbabwe que convive com índices de
contaminação de 25% da população. Por causa da devastação causada pela doença, nos
próximos cinco anos, a expectativa de vida no continente deve retroceder aos níveis dos anos
1960, caindo de 59 para 45 anos, em média.
A África do Sul, que marcou a historia da Medicina ao realizar o primeiro transplante de
coração, em 1967, tem hoje 4,2 milhões de pessoas infectadas – o país com o maior número de
casos de soropositivos no mundo. No país, a incidência de estupros é epidêmica como a própria
síndrome, e as duas estão vinculadas. Em certas regiões, cultiva-se a lenda de que um portador
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do HIV pode curar-se ao violentar uma virgem. Oficialmente, ocorrem 50.000 estupros por ano,
a estimativas de que esse número seja superior a 1 milhão.
3.1.2 AIDS NA AMÉRICA DO NORTE
A AIDS foi identificada primeiramente, nos Estados Unidos, em 1981. Deste lá os números
crescem em proporções astronômicas. O governo norte americano empreende centenas de
milhares de dólares em pesquisas anuais, em combate e prevenção ao vírus HIV.
A University of Alabama and Birmigham são pontos de referências em pesquisas de
descobertas de novas drogas, contra as mutações do vírus.
Mesmo assim, os Estados Unidos
enfrentam um problema sério, quando trata-se do assunto do HIV, pois muitas pessoas, achandose imunizados pelo coquetel anti HIV, não utilizam-se da prevenção necessária para que não se
contraia o vírus (São Francisco, Califórnia, Philadelphia).
No quadro abaixo, podemos observar os números dos casos de AIDS nos Estados Unidos,
que teve um crescimento significativo desde o início da década de 1990 até o ano de 2000.
2000
920.000
1997
400.000
1994
200.000
1991
1987
720.000
36.000
1984
7.000
1983
3.000
Gráfico 1. AIDS nos EUA.
Fonte: Organização Mundial da Saúde. 2000.
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3.1.3 AIDS NA EUROPA
A Europa também conta com centros da pandemia da AIDS, principalmente na França,
Noruega, Inglaterra, Áustria. Porém, os números de disseminação do HIV,
têm caído
consideravelmente nos últimos 5 anos, devido ao “bombardeiro” de campanhas de prevenção e
conscientização da população.
Acredita-se hoje que a Europa tenha 890.000 portadores do HIV/AIDS e, menos da metade
destes, desenvolveram a doença. Pesquisas e estudos concentram-se principalmente entre Itália,
França e Inglaterra. Algumas das principais instituições de estudos são o Intitute Pasteur
(França) e o Departament of Biology of the University of the Oxford (Inglaterra).
Neste continente, existem países que admitem a eutanásia ativa com o suicídio assistido, o
que na maioria dos países do mundo não se cogita.
3.1.4 A OCEANIA, A ÁSIA E O ORIENTE MÉDIO
A despeito dos outros continentes, a Oceania é quem apresenta o menor número de casos de
HIV do Mundo, oficialmente registrados 15.000, onde os portadores recebem de seu governo
incentivos para que possam levar vida normal, não sendo a AIDS, uma sombra constante, como
ocorre em outras localidades do planisfério.
O Oriente Médio também apresenta uma taxa relativamente baixa de número de casos de
portadores de HIV, em torno de 350.000 casos registrados. Campanhas de prevenção também
são feitas nestes países, porém, muitas vezes questões culturais daqueles povos impeçam um
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maior esclarecimento. De fato, existem pesquisas importantíssimas que são desenvolvidas nessas
regiões.
A Ásia Central e do Leste conta com um número oficial de 990.000 mil casos de portadores
de HIV/AIDS. Países como a China e a Índia tentam manter um controle de prevenção rigoroso,
pelo fato da superpopulação de seus territórios. Porém, as ilhas asiáticas, como Hong Kong ,
Tailândia e outras, onde o número de casos de prostituição é excepcional, a AIDS acompanha
tais números.
3.1.5 AIDS NO BRASIL, AMÉRICA LATINA E CARIBE
Conforme verificado, a AIDS surge no Brasil, por volta de 1982-83, assim como nos países
da América Latina e Caribe. Desde essa data, os números cresceram rapidamente.
Acredita-se, hoje, que a América Latina possua 1,4 milhões de portadores do HIV/AIDS; o
Caribe, em torno de 390 mil, e o Brasil, 540 mil casos. Nessas três regiões, têm-se constatado o
aumento do número de casos de HIV em indivíduos do sexo feminino e jovens a partir dos 15
anos, pelo fato da vida sexual, tanto masculina quanto feminina, iniciar-se muito cedo.
Em nível de prevenção, tanto Brasil, Caribe quanto o restante da América Latina investem
taxas percentuais consideráveis de seus PIBs, no controle e combate à AIDS. Outro fator
determinante a essas regiões, são as condições de vida de determinados centros urbanos, a baixa
escolaridade, ocasionando a falta de informação e o desinteresse pelo quadro;
e alguns
elementos constantes também na África, como o enfraquecimento do corpo dos indivíduos,
causados pela miséria e fome.
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O Brasil aumentou o número de pacientes que recebem o coquetel anti HIV, em 49%, nos
dois últimos anos, segundo dados do Ministério da Saúde do país. Também há pesquisas
indicando uma melhora de vida cotidiana aos soropositivos.
Vale lembrar que, em 1996, ocorreu o Iº Congresso Brasileiro de Prevenção das DST
(doenças sexualmente transmissíveis) e AIDS, em Salvador, no Estado da Bahia, onde
começaram, então, uma maior abertura social a questão do HIV, tentando conscientizar as
populações do país quanto aos riscos da AIDS. No ano de 2000, ocorreu no Rio de Janeiro, o Iº
Fórum e IIª Conferência de Cooperação Técnica Horizontal da América Latina e do Caribe em
HIV/AIDS e DST ( a origem deste tratado de cooperação, teve base em 1995, quando países
desse bloco assinaram uma cooperação mútua).
Mais recentemente, no Brasil foram custeadas pesquisas de novas drogas em combate a AIDS,
ocasionando a descoberta da fórmula de determinados medicamentos, já existentes no mercado,
porém, com um preço reduzido em mais de 35%. Isto não
gerou uma boa visão do Brasil pelos grupos farmacêuticos
americanos e europeus, que recorreram a Organização das
Nações Unidas, exigindo seus direitos de patente. Todavia,
a ONU entendeu o desenvolvimento das drogas como um
passo importante na busca da cura do vírus e autorizou o
Brasil a comercialização do produto. Com isso, o Brasil assinou em 2001, tratados de cooperação
com países africanos, a fim de auxiliá-los no combate à doença:
governo
“Para desespero das grandes multinacionais farmacêuticas, o
brasileiro assinou convênios de cooperação com Angola,
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Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe. A ajuda inclui a
transferência de tecnologia para a fabricação de medicamentos, treinamento
no controle de qualidade de matérias-primas e orientação para administração
correta do tratamento. A guerra de patentes está em vigor na África do Sul. Os
grandes laboratórios estão processando o governo, em uma tentativa de
impedir a compra de medicamentos genéricos de outros países, como o Brasil
e a Índia. As indústrias queixam-se de que o desrespeito às patentes causa
prejuízos anuais de milhões de dólares. A África do Sul, Brasil, a Índia e
principalmente os portadores do HIV/AIDS conquistaram uma vitória em
novembro de 2001, quando o Laboratório Merck (um dos líderes do mercado
de medicamentos à AIDS), reduziu os preços dos seus medicamentos” (Zero
Hora 12/03/01 - pg. 04/05).
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