LITURGIA DA PALAVRA (leituras)

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Serviço de Animação Litúrgica (www.liturgia.pro.br)
24o Domingo do Tempo Comum - A
11 de setembro de 2011
LEITURAS
1ª leitura: Eclo 27,23—28,9 = Perdoa a injustiça cometida por teu próximo
Salmo Responsorial: Sl 102 = O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso
2ª leitura: Rm 14,7-9 = Quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor
Evangelho: Mt 18,21-35 = Não perdoar até sete vezes, mas até setenta vezes sete
Primeiro olhar
“Perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”, reza a versão do Pai nosso em
latim. Não dívidas financeiras, mas a dívida do amor divino que se paga com pelo perdão fraterno, como
retribuição ao amor misericordioso do Pai.
ILUMINADOS PELA PALAVRA
O contexto de Mt 18 é proposto como “discurso eclesial”, no qual Mateus descreve a
necessidade do perdão na convivência comunitária. Nesta convivência, o perdão tem sua característica
e sua necessidade. Característica enquanto testemunho do Evangelho e, necessidade, porque o perdão
garante a convivência harmoniosa e fraterna. Compreendemos melhor tal dimensão recordando a
Liturgia do 23DTC-A, quando Jesus dá a Pedro o poder das chaves: “o que ligardes na terra será
ligado no céus...” (Mt 16,18-19). É nesse contexto que Pedro pergunta a Jesus quantas vezes precisa
perdoar a quem se desliga de Deus e do irmão (Evangelho). Pedro pede uma medida para o perdão e
Jesus apresenta o processo do perdão e da reconciliação como serviço eclesial e não como um ato
jurídico (Evangelho).
Para explicar o processo reconciliador através do perdão, Jesus conta a parábola do “patrão
misericordioso” (Evangelho), caracterizando a Igreja como comunidade que vive em dívida de amor para
com Deus (2ª leitura). Na parábola, o patrão perdoa a dívida do servo, não tocado pelas lamúrias e
súplicas, mas porque sua misericórdia é infinitamente ilimitada: “ele te perdoa toda culpa e cura toda
enfermidade: da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão” (salmo responsorial).
Ora, quem convive num contexto misericordioso como esse não pode destratar e oprimir o outro com
exigências de pagamentos de dívidas, mas é convidado a perdoar, a ser misericordioso como é o patrão
(Evangelho). A atitude do servo mau bloqueia a misericórdia divina em seu coração, impedindo de agir
misericordiosamente com o outro. O epílogo de quem bloqueia a misericórdia divina, de quem não se
sente devedor da misericórdia divina em sua vida, é terrível: será entregue aos torturadores; sua vida
será uma tortura (Evangelho). Além da tortura interior, que habita no arrogante e vingativo (1ª leitura),
Jesus adverte para a impossibilidade de conviver com a misericórdia divina, na eternidade, pela
incapacidade de sentir e viver na dinâmica da misericórdia fraterna (Evangelho).
O perdão, na comunidade eclesial, tem relação direta com a misericórdia divina. A primeira
condição, para entrar no processo de perdoar é acolher o perdão divino, é entrar na dinâmica da
misericórdia divina. Sem esse acolhimento, não existe ambiente para que o amor misericordioso de
Deus habite a vida humana. O perdão, portanto, não é um esforço pessoal, mas fruto da presença
amorosa de Deus na vida do perdoador. É nesse processo que perdoar é resultado de quem se sente em
débito para com o perdão divino, como dizia a antiga versão do Pai nosso: “perdoai as nossas dívidas,
como nós perdoamos nossos devedores”; — dívidas de amor a Deus que a ele é retribuído perdoando
quem me deve amor (Evangelho) —. O segundo elemento é conclusivo: o perdão é fruto de quem vive em
Deus. No contexto da comunidade eclesial, como iniciamos nossa reflexão, Jesus confirma que viver
na Igreja é entrar na dinâmica do “patrão misericordioso”, que perdoa sempre, e que o perdão que
damos a quem nos ofende também é reconciliação com Deus. Pela fraternidade perdoadora, pagamos
em retribuição o amor misericordioso do Pai para conosco.
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ILUMINADOS PELAS ORAÇÕES (eucologia da missa)
A Palavra desse Domingo oferece uma grande oportunidade para interceder a graça de entrar na
dinâmica da misericórdia, fazendo-nos perdoadores de quem nos ofendeu, assim como o Pai nos
perdoa. Rezar também para que a comunidade não seja marcada por raivas, ódios e vinganças — que
não é próprio da comunidade cristã — mas testemunha do amor divino através da caridade fraterna.
É nesse contexto que a Igreja proclama a presença da paz, na comunidade, (antífona de entrada)
como conseqüência do amor fraterno (aclamação ao Evangelho) e acolhimento da proteção divina (antífona
de comunhão). As preces litúrgicas mostram uma Igreja necessitada da ação do amor divino (oração do dia)
para partilhar o dom da Salvação na sociedade (sobre as oferendas) e para que seus membros não sejam
movidos pelos impulsos, mas pela graça da presença divina (depois da comunhão).
Proclamar a Oração eucarística da Reconciliação II com seu Prefácio próprio
Tema: “Fazei-nos ó Pai, instrumentos da vossa paz” — na humanidade dividida por tantas formas de
violências, a bondade divina nos convida a sermos instrumentos da paz através do perdão e da
reconciliação.
ILUMINADOS PELA VIDA
A experiência de conviver em comunidade acontece por relacionamentos nem sempre
amistosos. Muito possivelmente, você deve ter ouvido algum “bom católico” dizendo que “paga” seu
dízimo na comunidade, mas que não se envolve em pastorais ou outras atividades comunitárias por
causa de brigas, desentendimentos, fofocas ou coisas do gênero. Não se nega que haja esse tipo de
coisa em nossas comunidades, as quais algum “bom católico” paga para ficar de fora. Claro que
existem comunidades e comunidades, como existem momentos nos quais a comunidade está mais
sintonizada que noutros.
Jesus sabe que todo relacionamento humano é passível de compreensões e de incompreensões,
por isso insiste na importância do perdão como serviço, como processo que conduz à reconciliação com
Deus e com o outro. Viver com raiva, arquitetando vingança, torcendo para que alguém se dê mal não é
cristão. Primeiro porque o cristão é chamado a viver em paz, e quem se deixa envolver pela raiva
expulsa de si a paz. O cristão é chamado a favorecer a vida do outro e quem vive arquitetando
vinganças deseja o mal para o outro. Mas, Jesus vai mais longe e coloca como paradigma do perdão a
misericórdia do Pai, que perdoa todo tipo de dívida, tornando-nos devedores da mesma misericórdia
para com o outro. É nessa consciência, de ser devedor da misericórdia para o outro, que se estabelece
uma convivência sadia e pacífica na comunidade. Nem sempre isso é possível e, é por causa disso, que
Jesus insiste que o perdão é algo ilimitado e sempre necessário na vida da comunidade eclesial.
A oração pos-communio dessa celebração traz um elemento que merece ser considerado.
Intercede a Deus que não sejamos levados a agir pelos impulsos (instintos), mas pela graça. No
contexto dessa celebração, trata-se de agir pela graça da misericórdia que é capaz de perdoar sempre.
Isso sugere que o perdão não é genético, não é sentimento que aflora cada vez que somos ofendidos ou
injustiçados. Prova disso é que reagimos agressivamente cada vez que alguma coisa se opõe a nós. O
perdão é algo a ser cultivado dentro de nós, algo que obedece a um processo de construção interior, que
envolve o lado afetivo, emocional e racional da pessoa. Esse é um serviço que a Igreja é chamada a
prestar à toda a sociedade, formando consciências perdoadoras na catequese, no sacramento da
Penitência, ou em outros meios, que favoreça a gratuidade e a força pacificadora do perdão na vida
humana.
Por fim, o perdão na comunidade é caminho para fortalecer os relacionamentos sociais através
da não-violência. É uma proposta que tem seu grande valor pela data histórica dos atentados às Torres
Gêmeas de Nova York, em 11 de setembro de 2001. Todos sabemos e vemos como a violência
deprime, cria insegurança, favorece a destruição e a desintegração social. O oposto disso está na
dinâmica da misericórdia, que resulta no perdão. Essa é a grande profecia que a Igreja é chamada a
realizar em nossos dias. Mesmo que isso resulte em dificuldade, mesmo que isso seja considerado
utópico, nós continuamos a cultivar a dinâmica da misericórdia porque nela está a garantia de uma
convivência pacífica e fraterna.
(Francisco Régis)
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CONTEXTO CELEBRATIVO
Proclamar a misericórdia divina, interceder a graça de perdoar, porque somos devedores do perdão do
Pai, e comprometer-nos com a graça de construir uma sociedade mais humana perdoando a quem nos
ofendeu. Eis o contexto no qual somos convidados a envolver os celebrantes desse Domingo.
Anotações práticas
Para textos e subsídios referentes ao mês da Bíblia de 2011, recomendamos o site “Catequese e Bíblia”. Em
2011, o texto proposto para ser aprofundado no estudo bíblico é o livro do Êxodo nos seus capítulos de 15 a 18.
Acessar o endereço: http://catequeseebiblia.blogspot.com/2011/04/subsidios-para-o-mes-da-biblia.html
Oração
Ó Pai,
sem a vossa misericórdia
é vã nossa tentativa de sermos misericordiosos.
Concede-nos, pois, a graça
de colocar no centro de nossos relacionamentos
a força do perdão.
Ajudai-nos a nos perdoar onde vivemos e convivemos.
Ajudai-nos a sentir a alegria de sermos curados
pelo perdão que damos e oferecemos.
Passe em nós a pomada curativa do perdão
que é fruto do amor,
que constrói amizades,
que faz do outro um irmão e uma irmã.
Amém!
(SV)
VAMOS CANTAR A CELEBRAÇÃO
NB
As canções sugeridas têm a finalidade de facilitar o repertório da celebração. Normalmente, propomos cinco
canções. Caso, nenhuma seja conhecida, a poesia da letra poderá orientar na escolha de outra canção. Os
números entre parêntesis indicam o número da canção, na lista após comentário.
Siglas
SAL – a letra da canção encontra-se na página – www.liturgia.pro.br
HL = “Hinário Litúrgico da CNBB” (Livro de canções publicado pela CNBB)
CO = “Cantos e Orações” (Livro de canções publicado pela Editora Vozes, 2004)
L = “Louvemos” (Livro de canções publicado pela “Associação do Senhor Jesus”)
CD = CD publicado pela Paulus com cantos do Hinário Litúrgico da CNBB.
Como é bom cantar a misericórdia divina, não esquecer nenhum dos benefícios que Deus concede ao seu
povo. Como é bom reconhecer que Deus não nos trata segundo nossas faltas, mas nos perdoa e nos concede
a sua paz.
Entrada: caminhar como irmãos e irmãs, prontos a perdoar porque atraídos pelo amor divino, por nos
reconhecer em débito de misericórdia para com Deus, que é justo e está sempre pronto a iluminar com
a luz de sua misericórdia as nossas vidas.
1 – “Onde o amor e a caridade” (SAL 849) (CO 214)
2 – “Onde reina amor” (SAL 1188) (CO 1459j)
3 – “És um Deus justo, ó Senhor” (SAL 1189) (Cd Liturgia VII; fx 1; antífona 23DTC)
4 – “Juntos como irmãos” (SAL 55) (CO 145)
5 – “Sim, eu quero que a luz de Deus” (SAL 328) (CO 641)
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Outras canções de entrada no site: www.liturgia.pro.br
[SAL 223]
Ouvir canção (1) http://mp3skull.com/mp3/onde_amor_e_caridade.html
Ouvir canção (2) http://mp3skull.com/mp3/onde_reina_amor.html
Ouvir canção (4) http://mp3skull.com/mp3/juntos_como_irm_os.html
Ouvir canção (5) http://mp3skull.com/mp3/sim_eu_quero_que_a_luz_de_deus.html
Ato penitencial: em cada celebração eucarística, somos convidados a pedir perdão pelos nossos
pecados e interceder aos irmãos e irmãs que rezem para que Deus perdoe as faltas cometidas contra ele
e contra nossos irmãos.
1 – “Eu confesso a Deus” (SAL 784) (CO 885)
Ouvir a canção (1) http://mp3skull.com/mp3/eu_confesso_a_deus.html
Salmo responsorial: contemplar tudo o que Deus realiza em nosso favor, elevar ação de graças por
tudo que dele recebemos, ser gratos e bendizer pelo perdão misericordioso que, embora indigno, ele
nos concede.
1 – “HL da CNBB”, (Paulus) fasc. 3, p. 144-145
2 – “Cantando os salmos e aclamações” (Paulus) p. 74
3 – “O Senhor é bondoso” (Cd Liturgia VI (Paulus), fx. 6)
4 – “O Senhor é bondoso” — http://mp3skull.com/mp3/sl_102_24_domingo.html
Aclamação ao Evangelho: toda a vida cristã se fundamenta no amor, e o mandamento do amor é a
fonte de nosso agir e de nosso viver. É assim que acolhemos e aclamamos o Evangelho neste Domingo.
1 – “Aleluia! O Senhor reconciliou o mundo” (SAL 1190) (Cd liturgia VII; fx 9; ant. 23DTC)
2 – “Vamos todos bendizer, ale, alê” (SAL 243)
3 – “Mostra-me, Senhor, teu caminho de amor” (SAL 230)
4 – “Inclinemos o ouvido do coração” (SAL 1191) (CO 663)
5 – “A vossa Palavra, Senhor” (SAL 216) (CO 668)
Ouvir canção (1) http://mp3skull.com/mp3/o_senhor_reconciliou_o_mundo.html
Ouvir canção (5) http://mp3skull.com/mp3/a_vossa_palavra_senhor.html
Ofertas: reconhecemos que podemos voltar porque o Pai, em sua misericórdia infinita, perdoa nossas
dívidas de amor. Reconhecemos que é com o coração cheio de amor que nossas mãos se tornam
purificadas pelo perdão oferecido a quem nos ofendeu.
1 – “Muito alegre eu te pedi” (SAL 256) (CO 434)
2 – “Vou te oferecer a vida” (SAL 674) (CO 702)
3 – “Um coração para amar” (SAL 284) (CO 706)
4 – “Se meu irmão me estende a mão” (SAL 278) (CO 726)
5 – “As mesmas mãos que plantaram” (SAL 1040) (CO 709) (Cd liturgia VI; fx 5)
Ouvir canção (1) http://mp3skull.com/mp3/muito_alegre_eu_te_pedi.html
Ouvir canção (2) http://mp3skull.com/mp3/vou_te_oferecer_a_vida.html
Ouvir canção (3) http://mp3skull.com/mp3/um_cora_o_para_amar.html
Ouvir canção (4) http://mp3skull.com/mp3/se_meu_irm_o_me_estende_a_m_o.html
Comunhão: o perdão misericordioso de Deus tem uma única finalidade: que tenhamos vida e
aprendamos a fazer do perdão a fonte da alegria, que nos transforma em instrumentos da paz divina no
meio da sociedade.
1 – “Eu vim para que todos tenham vida” (SAL 865) (CO 1102)
2 – “Perdoai-nos, ó Pai, as nossas ofensas” (SAL 1015) (CO 1090)
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3–
4–
5–
“Prova de amor maior, não há” (SAL 846) (CO 201)
“Quando meus braços abri” (SAL 968) (CO 738)
“Cristo, quero ser instrumento” (SAL 291) (CO 1423)
Ouvir canção (1) http://mp3skull.com/mp3/13_eu_vim_para_que_todos_tenham_vida.html
Ouvir canção (3) http://mp3skull.com/mp3/445_prova_de_amor_maior_n_o_h.html
Ouvir canção (5) http://mp3skull.com/mp3/0705_cristo_quero_ser_instrumento.html
Canto para compromisso concreto: que o Senhor nos faça instrumentos da sua paz e do seu perdão,
que nos ensine a amar mesmo se ofendidos, que nos conceda a graça de sentir a paz divina perdoando
nossas faltas.
1 – “Fazei-me, Senhor, instrumento de vossa paz” (SAL 1312)
Ouvir canção (1) http://mp3skull.com/mp3/senhor_fazei_me_instrumento.html
Envio: voltar para o cotidiano com a consciência de sermos devedores do amor divino, com a
necessidade de nos tornar ministros da reconciliação, num mundo que vive cada vez mais marcado pela
violência e se distancia da fraternidade.
1 – “Vai por este mundo afora” (SAL 1038) (CO 800)
2 – “Deus precisa de ti” (SAL 382) (L 591)
3 – “Andando pelas ruas da cidade” (SAL 371)
4 – “Oh! Quanto é bom o bom Deus” (SAL 1192)
5 – “Nós queremos ser teu povo” (SAL 1193)
O QUE VALORIZAR NA CELEBRAÇÃO
A Palavra nos conduz para o espaço da comunidade “desenhada” pelo próprio Jesus, na qual se valoriza a
qualidade de vida através da convivência amorosa e perdoadora.
Espaço simbólico: um modo para representar as dificuldades de relacionamento na comunidade é
através de símbolos que dificultam ou enfeiam a beleza da convivência comunitária. Em nossa cultura,
isso é traduzido por muros, pedras, espinhos... são três símbolos (mas podem ser outros) indicando a
dificuldade de convivência saudável na comunidade.
A imagem, embora de baixa qualidade, ajuda a
passar a idéia do arranjo simbólico para esse
Domingo.
No meio de espinhos e de cipós ou galhos secos,
cultiva-se o perdão, representado nas flores.
Significado: espinhos, cipós, galos secos
representam as ofensas, as agressividades,
raivas... mesmo que isso exista na comunidades,
a flor do perdão ajuda a não perder a beleza de
viver e conviver em fraternidade.
Frase celebrativa: a conclusão da 1ª leitura e o ensinamento de Jesus resumem o fundamento da
atividade perdoadora numa comunidade cristã.
Frase celebrativa
Pense no amor de Deus
e perdoa quem te ofende!
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Equipe de acolhida: um acolhimento em forma de conselho, para não deixar que o rancor corroa a
vida interior de nenhum dos celebrantes.
Frase de acolhida
Não guarde rancor, perdoe!
Seja bem-vindo!
Ambientação: Um modo muito útil para ajudar os celebrantes a entrar no Mistério da celebração é
ambientando o contexto celebrativo cantando a importância do perdão na vida pessoal e na vida da
comunidade. Nesta celebração, sugerimos criar a ambientação cantando um refrão orante (mantra) que
lembra a força do perdão. Poderá ser a proposta que sugerimos a seguir ou outra canção com a mesma
temática.
Refrão orante antes de iniciar a celebração
O perdão nasceu, de quem perdoou.
Só quem ama a Deus sabe perdoar.
Ele ensinou, não pode haver
a caridade sem o perdão.
Perdoar, sempre, sempre
é a maneira mais certa de encontrar a paz.
Ritos iniciais
Que bom que Deus nos convida a participar de sua vida e assumir o mesmo procedimento de acolher e de
perdoar sempre a todos. Que bom que fazemos parte desse projeto amoroso de Deus, pois isso produz a paz e
a serenidade em nós.
Antífona de entrada: o perdão, oferecido por quem confia em Deus, é um processo de amor e de
misericórdia que produz paz em nossas vidas.
Antífona de entrada
Ouvi, Senhor, as preces do vosso servo e do vosso povo eleito:
dai a paz àqueles que esperam em vós,
para que os vossos profetas sejam verdadeiros.
Acolhida presidencial: a fonte do perdão encontra-se na misericórdia divina e a fonte de todas os
males do coração está no perdão.
Modelo para acolhida presidencial
O Senhor, que em sua misericórdia, perdoa toda culpa e cura toda enfermidade,
esteja convosco.
T – Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Monição inicial: o cristão é convidado a oferecer o perdão a quem o ofendeu como gratidão pelo
perdão misericordioso que Deus continuamente lhe oferece.
Modelo de monição inicial
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Porque somos devedores do amor infinitamente misericordioso de Deus, Jesus
nos convida a perdoar sempre, a jamais deixar de oferecer o perdão a quem
nos ofende ou nos ofendeu.
Iniciemos nossa celebração intercedendo a graça do perdão, para que a paz
habite em nossos corações.
(pausa silenciosa para que os celebrantes possam interceder a graça do perdão
para suas vidas)
Ato penitencial: a celebração da Missa convida cada celebrante a pedir perdão pelos seus pecados e a
perdoar as faltas cometidas contra ele.
Anotações práticas
Voltamos a sugerir, dessa vez em forma de canção, a “confissão genérica dos pecados” (confiteor),
considerando a dimensão comunitária presente no rito. Como sempre, sugerimos que o mesmo seja cantado do
modo mais orante possível.
Ouvir a canção: http://mp3skull.com/mp3/eu_confesso_a_deus.html
Modelo para o ato penitencial
P – Disponhamos nosso coração ao perdão, para que perdoando a quem nos
ofendeu, possamos dar graças pelo perdão que recebemos do Pai.
(breve pausa de silêncio)
Eu confesso a Deus e a vós, irmãos,
tantas vezes pequei, não fui fiel:
pensamentos e palavras, atitudes, omissões...
Por minha culpa, tão grande culpa.
Senhor, piedade! Cristo, piedade!
Tem piedade, ó Senhor!
Peço à Virgem Maria, nossa Mãe,
E a vós, meus irmãos, rogueis por mim
A Deus Pai, que nos perdoa
e nos sustenta em sua mão...
Por seu amor, tão grande amor.
P – Deus misericordioso e fonte do amor que perdoa sempre, tenha
compaixão de nós, perdoe nossos pecados e ajudai-nos a perdoar quem
nos ofende, para participarmos da vida eterna.
T – Amém!
Rito de glorificação inicial: conservar a lembrança da misericórdia divina para conosco é um
incentivo constante para glorificar o Senhor.
Modelo de motivação para o rito do glória
Não nos esqueçamos da misericórdia divina, que sempre nos perdoa, e
cantemos sua glorificação.
Oração do dia: que Deus dirija seu olhar sobre nós, para que tenhamos a graça de servi-lo de todo
coração e jamais esquecer sua misericórdia em nossas vidas.
Oremos
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para
sentirmos em nós a ação do vosso amor e da vossa grande misericórdia, fazei
que vos sirvamos de todo coração. PNSJC.
Liturgia da Palavra
É preciso considerar como Deus quer o nosso bem, como ele deseja que vivamos uma vida de qualidade,
cultivando nossa vida interior de modo saudável, na misericórdia e no perdão.
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Proposta para a homilia
Objetivo: esclarecer aos celebrantes que por qualidade de vida não se deve considerar somente o lado
econômico e o bem-estar social e comodidades. A maior qualidade de vida é a viver e conviver em paz, e para
que isso aconteça, o perdão tem uma grande importância.
Profissão de fé: é na confiança da fé, que Deus perdoa e que somos perdoados por ele através da
Igreja,.
Proposta de monição para o Credo
Cremos que a misericórdia de Deus acolhe quem dele se afastou...
Cremos que Cristo veio para nos trazer o perdão de todas as nossas faltas...
Cremos que pelo poder do Espírito Santo, a Igreja perdoa nossos pecados...
Cremos que nossa vida só tem sentido quando perdoamos quem nos ofendeu...
Professemos nossa fé: “Creio em Deus Pai...”
Oração dos fiéis: que o Senhor seja bondoso e derrame em cada celebrante a graça do perdão, capaz
de perdoar e de acolher o perdão.
P - Porque Deus é o Deus do perdão, porque Deus continuamente derrama seu perdão em nossos
corações, peçamos a graça da reconciliação para nossas vidas, para a Igreja e pelo mundo inteiro.
Pela Igreja, sinal do vosso perdão no meio do mundo, para que testemunhe a misericórdia que vem de
vós, nós vos suplicamos:
T – Ensinai-nos a perdoar, Senhor!
Por quem se encontra em grave conflito, enviai vosso Espírito de concórdia e concedei-lhe a graça do
perdão.
T – Ensinai-nos a perdoar, Senhor!
A quem é vítima de mentiras e injustiças, dai-lhe a coragem de perdoar para jamais abandonar a
verdade e a justiça.
T – Ensinai-nos a perdoar, Senhor!
Pelos que nos magoaram, por aqueles que não nos perdoam, mostrai vossa face de ternura e ensinai-nos
a perdoar:
T – Ensinai-nos a perdoar, Senhor!
Pela nossa comunidade, para que o perdão seja uma realidade entre nós, favorecendo relacionamentos
de fraternidade sincera.
T – Ensinai-nos a perdoar, Senhor!
P - Deus, Pai de misericórdia, Jesus mostrou vosso coração generoso e pronto a perdoar. Concedeinos um coração misericordioso, disposto a oferecer e acolher o perdão a quem nos ofende e a quem
ofendemos. Por Cristo, nosso Senhor!
T - Amém!
Liturgia Sacramental
Deus seja louvado e seja bondoso para conosco, aceitando nossas oferendas e acolhendo nossa ação de
graças pelo perdão que recebemos ou oferecemos.
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Procissão das ofertas: ofertar é um gesto de generosidade, uma conseqüência natural de quem cultiva
o amor dentro de si, a manifestação de quem é capaz de superar a dor da ofensa agressiva com a força
do perdão. Quem tem mãos puras e coração perdoador é digno de colocar as oferendas na Mesa do
altar.
Anotações práticas
Convidar celebrantes de idades diferentes para levar as oferendas, para representar e significar a força do
perdão na vida da comunidade.
Orate fratres: as oferendas que simbolizam o perdão fraterno, presente na comunidade, torna-se oferta
agradável e reconciliadora com o Pai.
Orate fratres
Orai, irmãos e irmãs, para que os dons que simbolizam o perdão a nossos
irmãos e irmãs sejam aceitos como oferenda reconciliadora por Deus Pai todopoderoso.
T – Receba o Senhor por tuas mãos
Oração eucarística: acolher o convite do salmista para não nos esquecer dos benefícios que Deus nos
concede, especialmente o benefício do seu perdão.
Modelo de monição para a Oração Eucarística
Não nos esqueçamos de nenhum dos favores que Deus nos concede em
nossas vidas. Hoje, especialmente, não nos esqueçamos de sua misericórdia
perdoadora para conosco e lhe demos graças.
Preparação para a comunhão
Que Deus conceda-nos, pela graça de comungar no Pão e no Vinho a força reconciliadora do perdão, não nos
deixar levar pelos impulsos que conduzem ao ódio e à vingança, mas valorizar a vida que se manifesta no amor
perdoador.
Pai nosso: como devedores do perdão divino, intercedemos a graça de perdoar a quem nos ofendeu.
Convite para o Pai nosso
Que Deus perdoe nossas ofensas como perdoamos a quem nos ofendeu,
rezando como Jesus nos ensinou: Pai nosso...
Abraço da paz: nós pertencemos ao Senhor (2L) e por isso cultivamos o Evangelho do perdão e da paz
em nossas vidas.
Proposta de saudação da paz
Porque pertencemos a Cristo, partilhemos a paz como sinal e compromisso de
reconciliação fraterna.
Convite para a comunhão: a Eucaristia é fonte de alegria para quem confia na misericórdia divina e
na força do perdão.
Proposta de convite para a comunhão
Felizes os que confiam na misericórdia do Senhor porque conhecerão a
liberdade que vem do seu perdão.
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Ritos finais
Comprometidos com o dom do perdão, a celebração envia os celebrantes a testemunhar o amor divino como
quem se mostra devedor da misericórdia, pagando esse débito através do perdão.
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Antes do compromisso: interceder a graça divina, para que o Senhor faça de cada celebrante
instrumento do seu perdão:
Oração de São Francisco
Fazei-me, Senhor, instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, Senhor, que eu leve o perdão;
Que eu leve o perdão ao meu irmão.
Fazei-me, Senhor, instrumento de vossa paz.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver discórdia, Senhor, que eu leve a união;
Que eu leve a união ao meu irmão.
Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado;
compreender que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
Fazei-me, Senhor, instrumento de vossa paz.
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Que eu leve a esperança a meu irmão.
Fazei-me, Senhor, instrumento de vossa paz
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Onde houver tristeza, Senhor, que eu leve a alegria
Que eu leve a alegria ao meu irmão.
Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado;
compreender que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
Compromisso concreto: existe um apelo muito sério na celebração desse Domingo, em vista de incentivar a
formação dos celebrantes a não cultivarem o ódio e a raiva em suas vidas, mas se abrirem ao perdão. Esse
compromisso é um dever que compete à Igreja, enquanto servidora da reconciliação na sociedade, mas se
estende às famílias, às escolas, à mídia... é preciso mostrar que a ternura da misericórdia é sinônimo de
qualidade de vida.
Anotações práticas
Antes de propor o compromisso concreto (ou depois, se sua equipe de celebração preferir, pode-se cantar a
oração de São Francisco, na versão que estamos propondo acima. Para ouvir a canção, ir à página de
sugestões de canções para a celebração.
Um modo do padre concluir sua reflexão homilética é propor o cultivo de uma cultura que favoreça o perdão e a
tolerância para com quem nos ofende, em vez de apelar para a violência e vinganças. Se na comunidade
houver uma pastoral da reconciliação, esta poderá se fazer presente para lembrar suas atividades e seus
objetivos.
Bênção e despedida: que a bênção de Deus transforme os corações e os converta em fonte de perdão.
Anotações práticas
A bênção é criação nossa e faz memória das leituras proclamadas na Liturgia da Palavra dessa celebração.
Proposta de Bênção final
P – O Senhor esteja convosco.
T – Ele está no meio de nós.
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P – Deus, que é rico em misericórdia, vos conceda a graça do seu perdão e vos
conduza à alegria de perdoar quem vos ofende.
T – Amém!
P – Retire de vossos corações toda raiva e rancor e vos conceda a paz, para
que possais sentir a alegria de viver em sua presença e na harmonia fraterna.
T – Amém!
P – E assim, reconhecendo como eternamente devedores do amor divino,
possais viver em Cristo como artífices do perdão em vossas comunidades.
T – Amém!
P – E a bênção de Deus Pai e Filho e Espírito Santo desça sobre vós e
convosco permaneça para sempre.
T – Amém!
O envio poderá inspirar-se na 1a leitura e ser formulado assim:
Perdoar é um caminho para cultivar a paz interior!
Ide em paz, o Senhor vos acompanhe.
LITURGIA DA PALAVRA (leituras)
Atenção
No quadro abaixo estamos propondo uma monição geral da Liturgia da Palavra, que poderá ser feita pelo
sacerdote ou pelo comentarista. Esta monição elimina as motivações de cada uma das leituras.
Sempre que deixamos a raiva se transformar em ódio, cultivamos a vingança e expulsamos a paz de
nossos corações. Para isso não acontecer, Jesus ensina a necessidade de perdoar sempre,
principalmente em nossos relacionamentos familiares e comunitários.
1a Leitura - Eclo 27,33--28,9
Leitura do Livro do Eclesiástico
O rancor e a raiva são coisas detestáveis;
até o pecador procura dominá-las.
Quem se vingar encontrará a vingança do Senhor,
que pedirá severas contas dos seus pecados.
Perdoa a injustiça cometida por teu próximo:
assim, quando orares, teus pecados serão perdoados.
Se alguém guarda raiva contra o outro,
como poderá pedir a Deus a cura?
Se não tem compaixão do seu semelhante,
como poderá pedir perdão dos seus pecados?
Se ele, que é um mortal, guarda rancor,
quem é que vai alcançar perdão para os seus pecados?
Lembra-te do teu fim e deixa de odiar;
pensa na destruição e na morte, e persevera nos mandamentos.
Pensa nos mandamentos,
e não guardes rancor ao teu próximo.
Pensa na aliança do Altíssimo,
e não leves em conta a falta alheia!
Palavra do Senhor.
Graças a Deus
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Salmo Responsorial - Sl 102
O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
e todo o meu ser, seu santo nome!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!
O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.
Pois ele te perdoa toda culpa,
e cura toda a tua enfermidade;
da sepultura ele salva a tua vida
e te cerca de carinho e compaixão.
O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.
Não fica sempre repetindo as suas queixas,
nem guarda eternamente o seu rancor.
Não nos trata como exigem nossas faltas,
nem nos pune em proporção às nossas culpas.
O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.
2a Leitura - Rm 14,7-9
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos
Irmãos:
Ninguém dentre nós vive para si mesmo
ou morre para si mesmo.
Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos;
se morremos, é para o Senhor que morremos.
Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor.
Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto:
para ser o Senhor dos mortos e dos vivos.
Palavra do Senhor.
Graças a Deus
Aclamação ao Evangelho: Cf. Jo 13,34
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
Eu vos dou este novo mandamento,
nova ordem, agora, vos dou:
que também, vos ameis uns aos outros
como eu vos amei, diz o Senhor.
Proclamação do Evangelho: Mt 18,21-35
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus
Naquele tempo,
Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou:
"Senhor, quantas vezes devo perdoar,
se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?"
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Jesus respondeu:
"Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Porque o Reino dos Céus é como um rei
que resolveu acertar as contas com seus empregados.
Quando começou o acerto,
levaram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna.
Como o empregado não tivesse com que pagar,
o patrão mandou que fosse vendido como escravo,
junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía,
para que pagasse a dívida.
O empregado, porém, caiu aos pés do patrão
e, prostrado, suplicava:
'Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!'
Diante disso, o patrão teve compaixão,
soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida.
Ao sair dali,
aquele empregado encontrou um dos seus companheiros
que lhe devia apenas cem moedas.
Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo:
'Paga o que me deves'.
O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava:
'Dá-me um prazo, e eu te pagarei!'
Mas o empregado não quis saber disso.
Saiu e mandou jogá-lo na prisão,
até que pagasse o que devia.
Vendo o que havia acontecido,
os outros empregados ficaram muito tristes,
procuraram o patrão e lhe contaram tudo.
Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse:
'Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida,
porque tu me suplicaste.
Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro,
como eu tive compaixão de ti?'
O patrão indignou-se
e mandou entregar aquele empregado aos torturadores,
até que pagasse toda a sua dívida.
É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco,
se cada um não perdoar de coração ao seu irmão".
Palavra da Salvação.
Glória a vós, Senhor.
REFLEXÃO CELEBRATIVA (proposta de homilia)
1 - Todos queremos qualidade de vida
Todos queremos qualidade de vida. Hoje, a qualidade de vida está presente em todas as partes: no
comércio, na construção de casas, nos clubes, nas estradas, no trabalho... A qualidade de vida tornou-se
uma meta de nossas vidas. Muda-se da cidade para o interior porque muitos descobrem que no interior
existe maior qualidade de vida, devido ao silêncio, tranqüilidade... coisas que não estressam a vida.
Deixamos de comer essa ou aquela comida, mesmo sendo saborosa, porque a outra produz mais
qualidade de vida e faz bem à saúde. E assim, podemos enumerar dados e fatos que prometem maior
qualidade de vida. É bom ou é ruim!? Depende do que entendemos por qualidade de vida. Dizemos que
qualidade de vida tem duas fontes: uma exterior e outra interior. A qualidade de vida exterior é a oferta
de coisas materiais; vem de fora para dentro de nós; é aquela que procura preencher a vida pessoal com
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coisas materiais. Não vamos falar disso em nossa reflexão. A qualidade de vida do interior para fora é
aquela que promove a paz dentro da gente, independente de se ter ou não bens materiais.
2 - Relacionamentos que não produzem qualidade de vida
A qualidade de vida interior, entre outras coisas, depende de nossos relacionamentos. Existem
relacionamentos que produzem qualidade de vida e existem relacionamentos que destroem a qualidade
de vida. E, nesses casos, podemos ter todo conforto do mundo, toda beleza e riqueza ao nosso redor,
mas se os relacionamentos forem conflitantes, se nossos relacionamentos forem de brigas... então nossa
qualidade de vida será de ruim a péssima, porque a formação da qualidade de vida na convivência não
acontece de fora para dentro, mas de dentro para fora. Como diz a sabedoria popular: de nada vale
morar num palácio se ali se vive em guerra. O sábio da 1ª leitura diz que rancor e raiva são coisas
detestáveis porque destroem a qualidade de vida. Outra coisa que atrapalha a vida de alguém é a
vingança, porque coloca a pessoa na dinâmica do ódio; o ódio tira a paz e quem vive sem paz perde a
qualidade de vida. Pessoas que cultivam vingança e ódio podem ter tudo que a mídia indica como o
supra-sumo da qualidade de vida, mas nada valerá se no coração houver ódio, raiva, sede de vingança.
3 - Perdão, fonte de relacionamento saudável
A qualidade de vida sempre passa por relacionamentos que não podem esquecer de cultivar o perdão. O
aprendizado do perdão é fundamental para se ter qualidade de vida, porque pelo perdão não deixemos
que lixos de ressentimentos, de mágoas, de raivas e de ódios fiquem guardados dentro de nós,
alimentando invejas ou, pior que isso, vinganças. Quem sabe perdoar, ama muito, e quem muito ama
tem qualidade de vida. Ficar remoendo raivas, ficar tramando vinganças, ficar sofrendo porque alguém
fez isso ou aquilo contra a gente é perder a paz e a qualidade de vida. Claro que sofremos quando
somos atingidos por algum tipo de agressão ou injustiça, mas se ficamos remoendo isso dentro da
gente, então perdemos a alegria de viver e quem perde a alegria de viver, não vive bem. É por isso que
Jesus responde a Pedro que não existe um número para perdoar alguém, pois é preciso perdoar sempre,
e sempre encontrar motivos para perdoar cada vez que for necessário. Quem não perdoa sofre por
dentro e perde a qualidade de vida porque passa a viver com o lixo de ressentimentos e se bloqueando
pelo ódio.
4 - Comunidade que educa a perdoar e a acolher
O ensinamento de Jesus sobre a necessidade do perdão tem como objetivo a qualidade de vida dentro
da comunidade. Jesus está dizendo basicamente duas coisas: que é praticamente impossível formar a
Igreja sem a dinâmica da misericórdia que inclui o perdão e, está dizendo que nosso relacionamento
comunitário deve inspirar-se na misericórdia do Pai que, de tão misericordioso, é capaz de perdoar a
dívida impagável do servo. Quem é esse servo? Somos nós! Sou eu, é você... nós temos uma dívida
impagável a Deus, por isso se nos conscientizamos que somos devedores do amor divino e da sua
misericórdia, temos o compromisso moral de sermos misericordiosos com quem nos ofende. O texto
latino reza o Pai nosso desse modo: “perdoai-nos as nossas dívidas, como perdoamos a nossos
devedores”. Não se trata de dívidas em dinheiro, mas da dívida de amor... se amamos Deus e se ele
perdoa nossas dívidas de amor para com ele, assim também nós perdoamos e continuamos a amar
quem nos ofende, nos desrespeita, é injusto conosco... Vou concluir com uma advertência. Ninguém de
nós nasce com uma tendência perdoadora. Nossa tendência é agredir, vingar, atacar quem nos ofende.
É preciso, portanto, educar a ser perdoador, a buscar a qualidade de vida a partir de relacionamentos
sadios que não deixem a gente machucado por dentro. Para isso existe um único caminho: o perdão.
Amém!
Coordenação: Serginho Valle
[email protected]
São José do Rio Preto, julho de 2011.
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