Nota de Aula_5_Pneumatologia

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Seminário Vida Nova
“Formando Líderes com Excelência”
Curso Teológico Regular
Nota de Aula – Aula 5 – Teo. Sistemática III – Pneumatologia – O Espírito em Cristo
III. O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DE CRISTO
O Novo Testamento introduz a Dispensação do Espírito, cumprindo-se a promessa de que Deus
derramaria do seu Espírito sobre toda a carne, que poria seu Espírito no coração de seu povo, e assim
escrevendo suas leis em seu interior.
Isso seria feito nos dias do Messias, o qual seria ungido com o Espírito Santo. Por conseguinte,
verificamos no Novo Testamento que o Espírito Santo é descrito como: operando sobre, dentro, e por
meio de Jesus Cristo.
Os títulos, “Espírito de Cristo” e “Espírito de Jesus Cristo”, indicam uma relação entre Cristo e
o Espírito Santo na qual não participaram os seus discípulos. Por exemplo, não nos atreveríamos a
falar do “Espírito de Paulo”.
Desde o princípio até ao fim de sua vida terrena, o Senhor Jesus esteve intimamente ligado ao
Espírito Santo. Tão íntima foi esta relação que Paulo descreve a Cristo como “um Espírito vivificante”.
O significado não é que Jesus é Espírito, e, sim, que ele dá o Espírito, e através do mesmo Espírito
exercer onipresença.
O Espírito é mencionado em conexão com as seguintes crises e aspectos do ministério de
Cristo.
1. Nascimento.
O Espírito Santo é descrito como o agente na milagrosa concepção de Jesus; (Luc. 1:35). Jesus
esteve relacionado com o Espírito de Deus desde o primeiro momento da sua existência humana. O
Espírito Santo desceu sobre Maria, o Poder do Altíssimo cobriu-a com sua sombra, e àquele que dela
nasceu foi dado o direito de ser chamado santo Filho de Deus.
Para João, o precursor, foi suficiente que fosse cheio do Espírito desde o ventre de sua mãe, ao
passo que Jesus foi concebido pelo poder do Espírito no ventre, e por essa razão levou tais nomes e
títulos que não podiam ser conferidos a João.
Deus, operando pelo espírito, é o Pai da natureza humana de Jesus, no sentido de que sua
origem proveniente da substância da Virgem mãe foi um ato divino.
O efeito dessa intervenção divina revela-se no estado imaculado de Cristo, sua perfeita
consagração, e seu senso permanente da Paternidade de Deus.
Enfim, o poder do pecado foi destruído, e Um nascido de mulher, ao mesmo tempo que era
homem e santo, era também o Filho de Deus. O segundo Homem é do céu (1 Cor. 7). Sua vida era de
cima (João 8:23); sua passagem pelo mundo representa a vitória sobre o pecado, e os resultados de sua
vida foram a vivificação da raça (1 Cor 15:45).
Aquele que nenhum pecado cometera e que salva o seu povo dos seus pecados,
necessariamente teria que ser gerado pelo Espírito Santo.
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2. Batismo.
Com o passar dos anos, começou uma nova relação com o Espírito. Aquele que havia sido
concebido pelo Espírito e que era cônscio da morada do Espírito divino em sua pessoa, foi ungido com
o Espírito. Assim como o Espírito desceu sobre Maria na concepção, assim também no batismo o
Espírito desceu sobre o Filho, ungindo-o como Profeta, Sacerdote e Rei.
A primeira operação santificou sua humanidade; a segunda consagrou sua vida oficial. Assim
como sua concepção foi o princípio da sua existência humana, assim também seu batismo foi o
princípio eu ministério ativo.
3. Ministério.
Logo foi levado pelo Espírito ao deserto (Mar. 1:12) para ser tentado por Satanás. Ali ele venceu as
sugestões do príncipe deste mundo, as quais o teriam tentado a fazer sua obra duma maneira egoísta,
vangloriosa e num espírito mundano, e a usar seu poder conforme o curso de ação da ordem natural.
Ele exerceu seu ministério com o conhecimento “íntimo de que o poder divino habitava nele”.
Sabia que o Espírito do Senhor Deus estava sobre ele para cumprir o ministério predito acerca
do Messias (Lc. 4:18); e pelo dedo de Deus expulsou demônios. (Lc. 11:20; vide At 10:38.) Ele
testificou do fato que o Pai, que estava nele, era quem operava as obras milagrosas.
4. Crucificação.
O mesmo Espírito que o conduziu ao deserto e o sustentou ali, também lhe deu força para
consumar seu ministério sobre a cruz, onde, “pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a
Deus” (Hb. 9:14). Ele foi à cruz com a unção ainda sobre ele.
O Espírito manteve diante dele as exigências inflexíveis de Deus e o inflamou de amor para com o
homem e zelo para com Deus, para prosseguir apesar dos impedimentos, da dor e das dificuldades,
para efetuar a redenção do mundo.
O Espírito Santo encheu-lhe a mente de ardor, zelo e amor persistentes os quais o conduziram a
completar seu sacrifício. Seu espírito humano estava tal modo saturado e elevado pelo Espírito de
Deus que vivia no eterno invisível, e pôde “suportar a cruz, desprezando a afronta” (Hb. 12:2).
5. Ressurreição.
O Espírito Santo foi o agente vivificante na ressurreição de Cristo. (Ro.
8:11.) Alguns dias depois desse evento, Cristo apareceu a seus discípulos, soprou sobre eles, e disse:
“Recebei o Espírito Santo” (João20:22; vide Atos 1:2).
Essas palavras não podem significar o revestimento de poder pelo qual o Senhor, antes de sua
ascensão, lhes havia mandado que esperassem.
Alguns eruditos crêem que esse sopro foi meramente um símbolo daquilo que havia de ocorrer
cinqüenta dias depois, isto é, um lembrete do Pentecoste vindouro. Outros crêem que algo de positivo
foi concedido aos discípulos, nesse ato.
Uma comparação com Gên. 2:7 indica que o sopro divino simboliza um
criador. Mais tarde Cristo é descrito como um espírito vivificante, ou o que dá vida. (1 Cor. 15:45.)
É de supor que nessa ocasião o Senhor da vida fizesse conhecer a seus discípulos, por experiência,
“o poder de sua ressurreição’”.
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Os onze discípulos seriam enviados ao mundo para cumprirem uma nova missão; continuariam a
obra de Cristo. Em si mesmos eram incapazes para tal missão, assim como um corpo inanimado é
incapaz de efetuar as funções dum homem vivo.
Daí inferiram a necessidade do ato simbólico de dar a vida. Assim como a humanidade antiga
recebeu o sopro do Senhor Deus, assim também a nova humanidade recebeu o sopro do Senhor Jesus.
Se concedermos que nessa ocasião houvesse uma verdadeira concessão do Espírito, devemos
lembrar, porém, que não foi a Pessoa do Espírito Santo que foi comunicada, mas a inspiração de sua
Vida. O Dr. Westcott assim frisa a distinção entre o Dom da Páscoa e o “Dom do Pentecoste”.
O primeiro corresponde ao poder da Ressurreição, e o outro ao poder da Ascensão. Isto é, o
primeiro é a graça vivificante; o outro é a graça de dotação.
6. Ascensão.
Notem os seguintes três graus na concessão do Espírito a Cristo:
(1) Na sua concepção, o Espírito de Deus foi, desde esse momento, o Espírito de Jesus, o poder
vivificante e santificador, pelo qual ingressou na sua carreira de Filho do homem e pelo qual viveu até
o fim.
(2) Como passar dos anos começou uma nova ação com o Espírito. O Espírito de Deus veio a ser o
Espírito de Cristo no sentido de que descansava sobre ele para exercer seu ministério messiânico.
(3) Depois da ascensão, o Espírito veio a ser o Espírito de Cristo no sentido de ser concedido a
outros. O Espírito veio para habitar em Cristo, não somente para suas próprias necessidades, mas
também para que ele o derramasse sobre todos os crentes. (Jo 1:33) e note-se especialmente a palavra
“repousar”.
Depois da ascensão o Senhor Jesus exerceu a grande prerrogativa messiânica que lhe foi concedida
e enviada o Espírito sobre outros. (At 2:33; vide Ap. 5:6.) Portanto, ele concede a bênção que ele
mesmo recebeu e desfruta, e nos faz co-participantes com ele mesmo.
“Assim é que não somente lemos acerca do dom, mas também da comunhão” do Espírito Santo,
isto é, participando em comum do privilégio e da benção de ser o Espírito de Deus concedido a nós.
Não somente comunhão dos crentes uns com os outros, mas também com Cristo; eles recebem a
mesma unção que ele recebeu.
É como a unção preciosa sobre a cabeça de Arão, que desceu sobre a barba e até à orla de seus
vestidos. Todos os membros do corpo de Cristo, como reino de sacerdotes, participam da unção do
Espírito que mana da sua cabeça, nosso grande Sumo Sacerdote que subiu aos céus.
Referência Bibliográfica:
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Editora Vida. MG. 1996.
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