Física II Diego Souza 1. TERMOLOGIA 1.1. ESCALAS TERMOMÉTRICAS Módulo I Física II Índice. 1. Termologia 1.1. ESCALAS TERMOMÉTRICAS 1.2. VARIAÇÃO DE TEMPERATURA 1.3. DILATAÇÃO 1.4. CALORIMETRIA Abordaremos três escalas uma que é utilizada no Brasil e na maior parte do mundo que é a escala Celsius desenvolvida pelo físico sueco Anders Celsius (1701 – 1744). A segunda escala é utilizada pelo Estados Unidos é a escala Fahrenheit desenvolvida por Daniel G. Fahrenheit (1685 – 1736). A terceira é a escala absoluta Kelvin desenvolvida por William Thomson (1824 – 1907), mais conhecido por Lorde Kelvin ela é utilizada pelo Sistema Internacional de Unidades. É importante dizer que a escala Kelvin não utiliza em seu símbolo o grau o. 2ºPONTO 2. Hidrostática 2. 1 INTRODUÇÃO 2. 1 DENSIDADE E MASSA ESPECÍFICA 2. 2 Pressão Atmosférica 1ºPONTO X2 Y2 X Y X1 Y1 ESCALA X ESCALA Y Para relacionar as escalas e determinar uma relação de conversão entre elas basta elaborar uma expressão de proporção entre elas, podemos fazer da seguinte forma: tC 0 t 32 t 273 F K 100 0 212 32 373 273 1 Física II Diego Souza Kelvin. ou ainda: tC t 32 t K 273 F 100 180 100 Dividindo todos os denominadores por 20, temos: t C t F 32 t K 273 5 9 5 Para utilizar essa expressão basta tomarmos duas delas, por exemplo, se tivermos uma temperatura de 72oF quanto seria em oC ? Solução Dados: tF = 72oF; tC = ? t C 72 32 5 9 Já a Escala Fahrenheit é dividida em 180 partes e não corresponde a mesma variação nas outras duas escalas: t F 212 32 180 o F Relação de Conversão de Variações: t C t F t K 5 9 5 Para entender melhor façamos um exemplo. Uma variação de 20oC corresponde a uma variação de quanto nas escalas Celsius e Kelvin Dados: tC = 20oC; tF = ?; tK = ? Solução 5 x 40 9 20 t F 180 t F 5 9 => 5 200 22,2 o C 9 t C t K 5 5 1.2. VARIAÇÃO DE TEMPERATURA t C t K tC tC É importante notar a diferença da medição de uma temperatura e a medição da variação da temperatura, podemos notar que as escalas Celsius e Kelvin possuem a mesma variação de temperatura 100oC, observe: Variação da Escala Celsius: t C 100 0 100 o C Variação da Escala Kelvin: t K 373 273 100 K OBS: Basta notar que as duas escalas são divididas em 100 partes, portanto uma certa variação de temperatura na escala Celsius será igual à variação na escala t K 20 K 1.3. DILATAÇÃO DILATAÇÃO TÉRMICA Neste capítulo discutiremos como os corpos se dilatam após serem aquecidos. È importante sabermos que isto é um fenômeno que está em nosso dia-a-dia. Os trilhos do trem que se dilatam, os cabos elétricos, as placas de concreto de um viaduto e outros casos. Existe também a dilatação nos líquidos e estudaremos suas particularidades neste capítulo. DILATAÇÃO TÉRMICA DOS SÓLIDOS 2 Física II Diego Souza Começaremos discutindo a dilatação em sólidos. Para um estudo mais detalhado podemos separar essa dilatação em três tipos: dilatação linear (aquela que ocorre em apenas uma dimensão), dilatação superficial (ocorre em duas dimensões) e dilatação volumétrica (ocorre em três dimensões). DILATAÇÃO LINEAR Quando estamos estudando a dilatação de um fio, teremos a ocorrência predominante de um aumento no comprimento desse fio. Essa é a característica da dilatação linear. Imaginemos uma barra de comprimento inicial Lo e temperatura inicial to. Ao aquecermos esta barra para uma temperatura t ela passará a ter um novo comprimento L. Vejamos o esquema: L Lo . . t Onde: Lo............comprimento inicial; .............coeficiente de dilatação linear; t............variação da temperatura (t – to). O coeficiente de dilatação linear é a grandeza que indica o material utilizado. Cada material possui um diferente. Ele é o fator determinante para escolhermos um material que não se dilata facilmente ou o contrário. É fácil demonstrar que (faça você): A dilatação é dada por: L = L - Lo Unidades Usuais: Existe uma outra forma de determinar esta dilatação ? Para responder a questão devemos avaliar outra questão: o comprimento inicial; a variação da temperatura; o tipo do material. Logo temos que: Lo............centímetro (cm); .............oC-1; t............Celsius (oC). anterior Do que depende a dilatação linear de uma barra ? Poderíamos citar: L Lo 1 + . t DILATAÇÃO SUPERFICIAL Quando estamos estudando a dilatação de uma placa de concreto, teremos a ocorrência predominante de um aumento na área dessa placa. Essa é a característica da dilatação superficial. Imaginemos uma placa de área inicial Ao e temperatura inicial to. Ao aquecermos esta placa para uma temperatura t ela passará a ter uma nova área A. Vejamos o esquema: 3 Física II Diego Souza A Ao 1 + . t A dilatação é dada por: A = A - Ao Existe uma outra forma de determinar esta dilatação ? Unidades Usuais: Ao............centímetro quadrado (cm2); .............oC-1; t............Celsius (oC). DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA Para responder a questão devemos avaliar outra questão: anterior Do que depende a dilatação superficial de uma placa ? Poderíamos citar: a área inicial; a variação da temperatura; o tipo do material. Quando estamos estudando a dilatação de um paralelepípedo, teremos a ocorrência predominante de um aumento no volume desse corpo. Essa é a característica da dilatação volumétrica. Imaginemos um paralelepípedo de volume inicial Vo e temperatura inicial to. Ao aquecermos este corpo para uma temperatura t ele passará a ter um novo volume V. Vejamos o esquema: Logo temos que: A dilatação é dada por: A Ao . . t V = V - Vo Onde: Existe uma outra forma de determinar esta dilatação ? Ao............área inicial; .............coeficiente de dilatação superficial; t............variação da temperatura (t – to). O coeficiente de dilatação superficial é a grandeza que indica o material utilizado. A relação do coeficiente de dilatação superficial com o linear é dada por: 2. (Fale para o teu professor demonstrar para você) É fácil demonstrar que (faça você): Para responder a questão devemos avaliar outra questão: anterior Do que depende a dilatação volumétrica do paralelepípedo ? Poderíamos citar: o volume inicial; a variação da temperatura; o tipo do material. Logo temos que: 4 Física II Diego Souza V Vo . . t A dilatação real de um líquido deve levar em consideração a dilatação aparente (extravasada) e a do recipiente. É lógico que estamos considerando que o recipiente no inicio estava cheio. Onde: Vo............volume inicial; .............coeficiente de dilatação volumétrica; t............variação da temperatura (t – to). Vreal Vr e c Vap O coeficiente de dilatação volumétrica é a grandeza que indica o material utilizado. A relação do coeficiente de dilatação volumétrica com o linear é dada por: 3. Temos que: (Fale para o teu professor demonstrar para você) A dilatação do recipiente: Vrec Vo . rec .t É fácil demonstrar que (faça você): V Vo 1 + . t A dilatação do líquido (real): Vreal Vo . real .t Unidades Usuais: Vo............centímetro cúbico .............oC-1; t............Celsius (oC). A dilatação Aparente: (cm3); Vap Vo . ap .t Coeficiente Aparente: ap real rec DILATAÇÃO TÉRMICA DOS LÍQUIDOS Como um líquido não possui forma definida (ele terá a forma do volume que o contém) sua dilatação respeita tudo o que vimos na dilatação volumétrica. Existe um fator importante a ser analisado. Como o líquido estará num recipiente, ao se dilatar deveremos levar em conta a dilatação do recipiente. 1.4. CALORIMETRIA Passaremos a discutir a diferença entre Calor e Temperatura. Veremos também como medir o Calor e como ocorre a transferência desse calor de um corpo para outro. CALOR Calor é a energia térmica em trânsito, que se transfere do corpo de maior 5 Física II Diego Souza temperatura para o corpo de menor temperatura. Nessa transferência pode ocorrer apenas uma mudança de temperatura (calor sensível) ou uma mudança de estado físico (calor latente). UNIDADE DE MEDIDA DO CALOR do corpo e não da substância. Portanto, diferentes blocos de alumínio têm diferentes capacidades térmicas, apesar de serem da mesma substância. Quando consideramos a capacidade térmica da unidade de massa temos o calor específico c da substância considerada. A substância utilizada como padrão para definir a unidade de quantidade de calor, a caloria (cal), foi a água. Uma caloria é a quantidade de calor necessária para que 1 grama de água pura, sob pressão normal, sofra a elevação de temperatura de 1oC. Como calor é energia, experimentalmente Joule estabeleceu o equivalente mecânico do calor: 1 cal 4,186 J Quando uma transformação ocorre sem troca de calor, dizemos que ela é adiabática. CAPACIDADE TÉRMICA E CALOR ESPECÍFICO Suponhamos que ao fornecer certa quantidade de calor Q a um corpo de massa m, sua temperatura varie Definimos Capacidade Térmica C de um corpo como sendo a quantidade de calor necessária por unidade de variação da temperatura do corpo: C Q t Unidades Usuais: Q............caloria (cal); t............Celsius (oC); C...........cal/oC. c C m CALORÍMETRO Recipiente destinado a medir a quantidade de calor cedida ou recebida por um corpo. O calorímetro de água, um dos mais simples, tem sua constituição formada por um recipiente de alumínio, ferro ou cobre o qual é envolto por um material isolante, por exemplo o isopor. Esse recipiente contem água numa quantidade conhecida. Na parte superior desse recipiente encontra-se um termômetro. Seu uso dá-se da seguinte maneira: aquecemos uma amostra do material cujo calor específico desejamos conhecer, até que ela atinja uma determinada temperatura ; agitamos então a água do calorímetro e medimos sua temperatura (1); rapidamente colocamos a amostra no calorímetro, agitamos novamente a água e então medimos a temperatura (f) de equilíbrio entre a água contida no recipiente e a amostra. Como não há perdas de calor para o ambiente durante a experiência, o calor cedido pela amostra ao resfriar-se é igual, em valor absoluto, ao calor ganho pela água. Exemplo: 1.Dentro de um calorímetro, cuja capacidade térmica é desprezível, colocouse um bloco de chumbo com 4kg, a uma A capacidade térmica é uma característica 6 Física II Diego Souza temperatura de 80ºC. O calorímetro contem 8kg de água a uma temperatura de 30ºC. Considerando cchumbo=0,0306cal/g.ºC e cágua=1 cal/g, determinar a temperatura final do sistema. Resolução: o sistema atinge o equilibrio termico quando todas as suas partes estão à mesma temperatura. Sabendo que o calorímetro não troca calor, podemos dizer que: Qrec + Qced = 0 Qced ou seja, ou Qrec = - Qchumbo + Qágua = 0 sabemos que Q = m . c . , então: (mch . cch . ch) + ( mág . cág . ág) = 0 (4 . 0,0306 . (f - 80º)) + (8 . 1 . (f 30º)) = 0 f = 31ºC -EQUIVALÊNCIA ENTRE CALOR E ENERGIA MECÂNICA Uma maneira de aumentarmos a temperatura de um corpo é executando-se um trabalho mecânico sobre esse corpo, por exemplo, quando batemos com um martelo a cabeça do prego aumenta sua temperatura; os bifes quando são batidos pelo batedor de carne descongelam-se. Esta descoberta foi feita e enunciada por Joule e é devido a ele que uma das maneiras de representar-se calor é utilizando a letra J de Joule. DIAGRAMA DE FASES Como vimos na seção anterior uma substância pode se encontrar na natureza sob três fases: sólido, líquido e gasoso. O que veremos agora é que cada uma dessas fases depende das condições físicas da pressão e temperatura a que a substância está submetida. Essas condições são apresentadas através de diagramas que estabelecem, sob a forma de gráficos, as temperaturas e pressões sob as quais determinada substância está em um ou outro dos três estados. Analisaremos dois diagramas característicos, o primeiro do CO2, considerada uma substância de comportamento normal e depois o diagrama de fases da água, que juntamente com bismuto, a prata, o ferro e o antimônio, têm um comportamento anômalo. Conforme podemos verificar no primeiro gráfico, as regiões foram divididas conforme a substância se encontra em um dos três estados. A curva que separa as regiões da fase sólida e líquida é chamada curva de fusão, a curva que separa as regiões da fase líquida e de vapor é chamada curva de vaporização e a curva que divide as regiões das fases sólida e de vapor chamase curva de sublimação. Observe que os pontos sobre qualquer uma dessas curvas indicam uma condição de temperatura e pressão na qual a substância existe nos dois estados limitados pela curva. Existe ainda um ponto, no centro, no qual as três curvas se encontram, onde a substância pode existir nos três estados ao mesmo tempo. Este ponto chama-se Ponto Triplo. Analise a figura ao lado e veja que podemos muito bem ter passagens de estado que se dão sempre à uma mesma temperatura (temperatura constante), variando-se apenas a pressão, e viceversa. Unidades Usuais: C............ cal/oC; m............grama (g); c............ cal/g.oC. 7 Física II Diego Souza t............Celsius (oC). Calor específico é uma característica da substância e não do corpo. Portanto cada substância possui o seu calor específico. Confira a tabela de alguns valores de calor específico. Substância Calor Específico (cal/g.oC) água 1,000 álcool 0,580 alumínio 0,219 chumbo 0,031 cobre 0,093 ferro 0,110 gelo 0,550 mercúrio 0,033 prata 0,056 vidro 0,200 vapor d'água 0,480 OBS: O calor específico possui uma certa variação com a temperatura. A tabela mostra um valor médio. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CALORIMETRIA Combinando os conceitos de calor específico e Capacidade Térmica temos a equação fundamental da Calorimetria: Q m . c . t Unidades Usuais: Q.................. cal; m............grama (g); c............ cal/g.oC; TROCAS DE CALOR Se vários corpos, no interior de um recipiente isolado termicamente, trocam calor, os de maior temperatura cedem calor aos de menor temperatura, até que se estabeleça o equilíbrio térmico. E de acordo com o princípio de conservação temos: Q1 Q2 Q3 ... Qn 0 Se o calor recebido é QR e o calor cedido é QC, temos: QR > 0 e QC < 0. PROPAGAÇÃO DO CALOR O Calor pode se propagar de três formas: por condução, por convecção e por irradiação, passaremos a discutir cada uma dessas possibilidades: CONDUÇÃO A condução de calor ocorre sempre que há diferença de temperatura, do ponto de maior para o de menor temperatura, sendo esta forma típica de propagação de calor nos sólidos. As partículas que constituem o corpo, no ponto de maior temperatura, vibram intensamente, transmitindo sua energia cinética às partículas vizinhas. O calor é transmitido do ponto de maior para o de menor temperatura, sem que a posição relativa das partículas varie. Somente o calor caminha através do corpo. Na natureza existem bons e maus condutores de calor. Os metais são bons condutores de calor. Borracha, cortiça, isopor, vidro, amianto, etc. são maus condutores de calor (isolantes térmicos). CONVECÇÃO 8 Física II Convecção é a forma típica de propagação do calor nos fluídos, onde a própria matéria aquecida é que se desloca, isto é, há transporte de matéria. Quando aquecemos um recipiente sobre uma chama, a parte do líquido no seu interior em contato com o fundo do recipiente se aquece e sua densidade diminui. Com isso, ele sobe, ao passo que no líquido mais frio, tendo densidade maior, desce, ocupando seu lugar. Assim, formam correntes ascendentes do líquido mais quente e descendentes do frio, denominadas correntes de convecção. IRRADIAÇÃO A propagação do calor por irradiação é feita por meio de ondas eletromagnéticas que atravessam, inclusive, o vácuo. Diego Souza Fusão: Passagem do estado sólido para o líquido; Solidificação: Passagem do estado líquido para o sólido; Vaporização: Passagem do estado líquido para o vapor, pode ser de três tipos Evaporação (processo lento), Calefação (líquido em contato com superfície a uma temperatura elevada) e Ebulição (formação de bolhas). Liquefação (ou Condensação): Passagem do estado de vapor para o estado líquido. Sublimação: Passagem do estado sólido diretamente para o estado de vapor ou vice-versa. O gráfico a seguir ilustra a variação da temperatura de uma substância em função do calor absorvido pela mesma. A Terra é aquecida pelo calor que vem do Sol através da Irradiação. Há corpos que absorvem mais energia radiante que outros. A absorção da energia radiante é muito grande numa superfície escura, e pequena numa superfície clara. Essa é a razão por que devemos usar roupas claras no verão. Ao absorver energia radiante, um corpo se aquece; ao emiti-la, resfria-se. MUDANÇA DE ESTADO FÍSICO Toda a matéria, dependendo da temperatura, pode se apresentar em 4 estados, sólido, líquido, gasoso e plasma. Em nosso estudo falaremos apenas dos 3 primeiros. As mudanças desses estados são mostradas abaixo; CALOR LATENTE Calor Latente de mudança de estado é a quantidade de calor, por unidade de massa, que é necessário fornecer ou retira de um dado corpo, a dada pressão, para que ocorra a mudança de estado, sem variação de temperatura. Matematicamente: c C m Unidades Usuais: Q............ cal; m............grama (g); L............ cal/g. 9 Física II Diego Souza constitui o segundo termodinâmica. TERMODINÂMICA Termodinâmica é a parte da física que estuda as relações entre o Trabalho Mecânico e o Calor. No século XIX, James Precott Joule realizou várias experiências, concluindo que a transformação de trabalho em calor é independente da maneira como ele é transformado, isto é, ao mesmo trabalho sempre corresponde a mesma quantidade de calor. Suponhamos um gás confinado num cilindro dotado de um pistão móvel, de A força aplicada pelo gás, perpendicular ao cilindro, é: F = p . A, pois p = F/A A. Primeiro Princípio da Termodinâmica Se realizamos um trabalho sobre o gás, comprimindo-o, ou se cedemos calor ao gás, ele recebe energia que armazena como energia interna. A variação da energia interna do gás, devida ao calor fornecido ao sistema e ao trabalho realizado pelo mesmo será: -W Segundo Princípio da Termodinâmica Máquinas Térmicas são dispositivos que convertem calor em trabalho e vice-versa: máquinas a vapor, motores a explosão, refrigeradores, etc. Se todo calor absorvido por uma máquina térmica fosse integralmente transformado em trabalho, teríamos o caso ideal de rendimento (100%). Mas a experiência mostra que isto não é possível, o que princípio da Clausius: O calor só pode passar, espontaneamente, de um corpo de maior temperatura para outro de menor temperatura. Kelvin: É impossível construir uma máquina térmica que, operando em ciclo, extraia calor de uma fonte e o transforme integralmente em trabalho. 2. HIDROSTÁTICA 2. 2 INTRODUÇÃO Um barco no mar, Por que não afunda ? Por que não podemos mergulhar em grandes profundidades ? O que ocorre com nossos ouvidos ao subirmos ou descermos a serra ? Como um carro é erguido num posto de gasolina? Essas e outras dúvidas serão respondidas neste capítulo, chegou o momento de descrevermos o comportamento dos fluídos, para isso falaremos de temas como densidade, pressão, empuxo e outros temas que nos levarão a um aprofundamento na Hidrostática. 2.2 DENSIDADE E MASSA ESPECÍFICA Massa específica de uma substância é a razão entre determinada massa desta substância e o volume correspondente. Temos então: m V UNIDADE NO SI: m massa quilograma (kg) V volume metro cúbico (m3) 10 Física II Diego Souza µ massa específica quilograma por metro cúbico (kg/m3) p F A UNIDADE NO SI: OBSERVAÇÃO: No caso da água, cuja massa específica vale 1 g/cm3, observamos que cada cm3 de água tem massa de 1 g. Assim é que, numericamente, massa e volume serão iguais para a água, desde que medidos em gramas e em centímetros cúbicos respectivamente. Como 1 litro corresponde a 1000 cm3, no caso da água teríamos 1 kg / l. Densidade relativa ou simplesmente densidade de uma substância é a relação entre a massa específica desta substância e massa específica de uma outra substância adotada como padrão. p pressão N / m2 => Pascal (Pa) F Força Newton (N) A Área onde é exercida a Força metro quadrado (m2) 2.3 Pressão Atmosférica Pressão exercida pelo peso da camada de ar existente sobre a superfície da Terra. Ao nível do mar, à temperatura de 0 oC é igual a 1 atm. É comum o uso de unidades de pressão não pertencentes ao SI: atmosfera (atm) e milímetros de mercúrio (mmHg). 1 atm = 760 mmHg = 1,01 x 105 Pa Temos então: d A ,B A B UNIDADE NO SI: µA massa específica da substancia A (kg / m3) µB massa específica da substancia B (kg / m3) dA,B densidade de A em relação a B adimensional PRESSÃO Pressão é a Força por unidade de área. Podemos representar matematicamente por: No estudo da hidrostática, que faremos a seguir, vamos considerar o líquido ideal, isto é, incompressível e sem viscosidade. Suponhamos um recipiente cilíndrico de área de base A, contendo um líquido de massa específica . Qual a pressão que o líquido exerce no fundo do recipiente ? Da definição de massa específica, temos: m V e V Ah . m A.h => Portanto: m . A.h Por outro lado, a força que o líquido exerce 11 Física II Diego Souza sobre a Área A é o seu peso: tipos: F P m.g , mas m . A.h (i) pressão hidrostática: aquela que só leva em consideração o líquido: F . A.h.g p .g.h F A, Pela definição de pressão, temos: substituindo as considerações anteriores, temos: (ii) pressão absoluta: aquela que leva em consideração o líquido e o ar sobre o líquido: p .g.h p patm .g.h p A pressão que o líquido exerce no fundo do recipiente depende da massa específica do líquido, da aceleração da gravidade local e da altura do líquido acima do ponto considerado. 4 – LEI DE STEVIN Consideremos um recipiente contendo um líquido homogêneo em equilíbrio estático. As pressões que o líquido exerce nos pontos A e B são: Conseqüências da Lei de Stevin: No interior de um líquido em equilíbrio estático: (a) Pontos de um mesmo plano horizontal suportam a mesma pressão; (b) a superfície de separação entre líquidos não miscíveis é um plano horizontal; (c) Em vasos comunicantes quando temos dois líquidos não miscíveis temos que a altura de cada líquido é inversamente proporcional às suas massas específicas. pA .g.hA px p y pB .g.hB patm x .g.hx patm y .g.hy A diferença de pressão entre os pontos A e B será: x hy y hx pB pA .g.h Lei de Stevin A diferença entre dois níveis diferentes, no interior de um líquido, é igual ao produto da sua massa específica pela aceleração da gravidade local e pela diferença de nível entre os pontos considerados. Na realidade temos que dividir a pressão num determinado ponto do líquido em dois x .hx y .hy – PRINCÍPIO DE PASCAL Pascal fez estudos em fluídos e enunciou o seguinte princípio: A pressão aplicada a um fluído num recipiente transmite-se integralmente a todos os pontos do mesmo e às paredes do recipiente que o contém. Uma das aplicações deste princípio é a prensa hidráulica como mostramos a 12 Física II Diego Souza seguir: L p1 p2 F1 F2 A1 A2 - como mD VD , mD L .VD Portanto: PD L .VD .g De acordo com o Princípio de Arquimedes: E = PD, logo, ou ainda E L .VD .g F1 A1 F2 A2 IMPORTANTE: Isso mostra que uma força pequena F1 é capaz de suportar no outro êmbolo um Peso muito grande (F2), isso é muito utilizado, como por exemplo, em posto de gasolina. Flutuação: Ocorre quando temos um corpo na superfície de um fluído cujo peso deste corpo é igual ao Empuxo sobre ele. P=E 6 – PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES Os corpos mergulhados totalmente ou parcialmente, num fluido, recebem do mesmo uma força de baixo para cima, na vertical, denominada EMPUXO E. Arquimedes, há mais de 200 anos a.C., estabeleceu a perda aparente do peso do corpo, devida ao empuxo, quando mergulhado num líquido. Princípio de Arquimedes: Todo corpo mergulhado, total ou parcialmente, num fluido em repouso, recebe um empuxo, de baixo para cima, de intensidade igual ao peso do fluido deslocado. Se um corpo está mergulhado num líquido de massa específica L e desloca volume VD do líquido, num local onde a aceleração da gravidade é g, temos: - peso do líquido deslocado: PD = mD . g 13