Prof. Murillo Ranulpho Tavares Júnior A REDUÇÃO DO OZÔNIO Somente cerca de 1% da luz UV que entra no topo da atmosfera da terra realmente alcança a superfície. O resto é absorvido por uma camada de gás ozônio, alta na atmosfera. Hoje, os organismos são completamente dependentes do efeito de filtro do ozônio, porque a maioria não tem meios de se proteger contra os efeitos prejudiciais da radiação UV, que incluem queimaduras, câncer e mutações letais. Quando a luz ultravioleta bate numa molécula de ozônio (O3), esta é quebrada e a energia da luz UV é absorvida. Uma molécula de oxigênio (O2) e um átomo livre de oxigênio, chamado um radical livre, são criados. O radical livre do oxigênio, contudo, é extremamente reativo e prontamente se combina com uma molécula de oxigênio para formar nova molécula de ozônio. Quando ocorre essa reação, é liberada energia na forma de calor. Assim, a absorção da luz ultravioleta na camada de ozônio envolve a destruição e a criação contínuas de ozônio e a transformação da luz UV em energia calorífica (luz infravermelha). Existem quantidades suficientes de moléculas na camada de ozônio para interceptar quase toda a luz UV que passa através dela. A camada de ozônio fica na estratosfera exterior, começando a cerca de vinte quilômetros acima do nível do mar, se estendendo por mais outros trinta quilômetros na direção do espaço. A estratosfera fica bem acima da região densa e turbulenta da atmosfera responsável pelo nosso clima, bem afastada de qualquer atividade humana e de fontes de poluição da superfície. Apesar disto, na realidade, os seres humanos afetam o ozônio. Por muitas décadas, produzimos gases artificiais chamados clorofluorcarbonos, para usar como resfriadores em geladeiras e aparelhos de ar condicionado, como propelentes de latas de aerossol e para fazer espuma plástica. Esses gases foram liberados livremente para a atmosfera e vazaram de sistemas de refrigeração. Uma vez que eles entram na atmosfera, migram vagarosamente para a estratosfera. Rua Raul Pompéia, 77 conj. 502 Savassi 30330-080 Belo Horizonte MG www.biosferanet.com.br tel (31) 3282-8083 [email protected] 1 Prof. Murillo Ranulpho Tavares Júnior Na estratosfera, a luz UV bombardeia as moléculas de clorofluorcarbono, finalmente separando um átomo de cloro de cada uma, na forma de um radical livre de cloro. Os radicais livres de cloro, formados através desse processo de fotodissociação, atacam e destroem as moléculas de ozônio, formando óxido de cloro (ClO) e oxigênio molecular (O2). Cl + O3 = ClO + O2 O óxido de cloro, assim formado, também tem a habilidade de reagir com o ozônio e destruí-lo. ClO + O3 = ClO2 + O2 Pior ainda, cada molécula de óxido de cloro pode, também, reagir com uma dos radicais livres de oxigênio, que são constantemente gerados na absorção de UV pelo ozônio, impedindo que o radical livre de oxigênio forme ozônio novamente e regenerando o radical livre de cloro ! ClO + O = Cl + O2 Pelo fato do radical livre de cloro poder ser regenerado, um único radical, de acordo com estimativas, pode destruir até 100.000 moléculas de ozônio antes de reagir com uma molécula de ozônio para formar o dióxido de cloro (ClO 2), relativamente inativo. O bromo tem um efeito semelhante sobre o ozônio. Uma fonte significativa de bromo na atmosfera superior é o brometo de metila, um produto químico agrícola usado para fumigar e esterilizar o solo antes de plantar certas culturas, como morangos. Embora muitos países tenham banido a produção da maioria dos clorofluorcarbonos, eles continuam a ser usados em escala mundial, e, exceto os novíssimos refrigeradores e aparelhos de ar condicionado, todos os outros aparelhos contêm esses gases destruidores de ozônio. Ademais, o brometo de metila continua sendo usado extensivamente na agricultura para fumigar casas a fim de matar cupins. Os cientistas que trabalham com a atmosfera têm medido a camada de ozônio desde os anos 70. Embora a concentração de ozônio na estratosfera varie naturalmente de ano para ano, uma redução sazonal marcante tem sido observada desde pelo menos 1984, quando um "buraco" de verão na camada de ozônio foi detectado, pela primeira vez, sobre a Antártica. Rua Raul Pompéia, 77 conj. 502 Savassi 30330-080 Belo Horizonte MG www.biosferanet.com.br tel (31) 3282-8083 [email protected] 2 Prof. Murillo Ranulpho Tavares Júnior É difícil prever quanto da camada de ozônio será destruído no futuro, e há discordância na comunidade científica sobre quanto a camada de ozônio pode ter sua espessura reduzida antes das conseqüências da exposição aumentada à radiação UV começarem a ser sentidas. De acordo com alguns, este ponto já foi alcançado. Leves aumentos na exposição ao UV podem ser prejudiciais às plantas. UV demais pode danificar as células das folhas, inibir a fotossíntese e o crescimento, e promover mutações. Culturas diferentes terão níveis distintos de sensibilidade ao aumento de exposição à radiação UV. Mas, mesmo se apenas algumas poucas culturas ficarem impossibilitadas de crescer, o efeito na produção mundial de alimentos poderá ser dramático. E, se essa radiação aumentar significativamente, a agricultura em todo o mundo poderá ser ameaçada, assim como os ecossistemas naturais terrestre e marinho. Rua Raul Pompéia, 77 conj. 502 Savassi 30330-080 Belo Horizonte MG www.biosferanet.com.br tel (31) 3282-8083 [email protected] 3