Relatório Econômico

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RELATÓRIO ECONÔMICO 44/09
Resumo preparado pela Projector Engenharia das notícias econômicas publicadas
pela imprensa brasileira
Período: 08 a 15/10/09
Data: 19/10/09
I - INFORMAÇÕES ECONÔMICAS GERAIS
1. O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou o Censo Agropecuário
do Brasil, contendo os dados de 2006. Trata-se de um retrato detalhado da estrutura
produtiva do agronegócio do país e este foi o décimo censo, que é realizado todos os
anos, desde 1995. Este censo veio com informações boas e ruins. Entre as informações
boas, está o destaque que tem tido a agricultura familiar, aquela da pequena
propriedade, muitas delas oriundas de assentamentos da reforma agrária. Segundo o
censo de 2006, a agricultura familiar é a responsável de fato pela segurança alimentar
da população brasileira e o desenvolvimento desta forma de atividade econômica tem
sido a razão básica para a redução que se observa hoje no fluxo interno de migrantes,
das pessoas que deixam o campo por falta de perspectivas e vão para as cidades, onde a
grande maioria se amontoa em favelas, convertendo-se em problema social, como foi
no passado não muito distante, sobretudo a partir de 1964.
2. Entre as más notícias está o fato de um contingente de 1 milhão de menores de 14 anos
ainda trabalhar na agricultura e a existência de um número muito grande de produtores
rurais ainda analfabetos, o que representa perigo no manuseio de agrotóxicos, produtos
que normalmente exigem manipulação especial, segundo procedimentos escritos
razoavelmente complexos. O perigo tanto pode ser para o produtor analfabeto que
manuseia o material tóxico, como pode ser para o consumidor do produto final.
3. O levantamento do IBGE englobou um total de 5,2 milhões de propriedades rurais e
mostrou que ocorreu aumento da concentração das terras, não obstante o esforço que
tem sido feito no sentido de reforma agrária. Medindo-se esta concentração na forma de
índice de Gini [como se faz com a distribuição da renda], observa-se que entre 2005 e
2006 o índice cresceu de 0,856 e 0,872, indicando uma altíssima [e péssima]
concentração da terra no país [lembrando que no caso do índice de Gini, quanto mais
perto de 1,000 for o índice, pior a situação avaliada].
4. Para se ter uma idéia do absurdo: o censo mostrou que apenas 1% do número total de
propriedades rurais ocupa nada menos que 43% de todas as terras agrícolas do país(!!).
Trata-se de propriedades gigantes, com mais de 1.000 hectares cada uma. [Lembrando
que 1.000 hectares representam 10.000.000 m2 ou 10 km2, ou seja, por exemplo, uma
área em forma retangular de 2 km de largura por 5 km de extensão.]
5. Do total de propriedades abrangidas pelo censo, 47% têm menos de 10 hectares [ou
100.000 m2, isto é, um retângulo de 200 m de largura por 500 m de comprimento] e
ocupam apenas 2,7% das terras cultivadas. Em resumo, o censo concluiu que cerca de
4,4 milhões de propriedades ocupam apenas 24% da área agrícola, com uma superfície
média de 19 hectares ou 190.000 m2 apenas. E o mais importante: cerca de 80% de
todos os produtos agrícolas que são adquiridos em feiras, quitandas e supermercados
são originárias dessas pequenas propriedades familiares.
6. O Banco Mundial divulgou os valores estimativos do PIB de mais de 200 países,
calculados segundo o critério de simples conversão do valor em moeda local para valor
em dólares, utilizando-se a taxa de câmbio vigente. Esses valores, relativos aos 12
países sul-americanos, são apresentados no quadro a seguir. Mas o quadro mostra,
também, o PIB desses mesmos países, calculado pelo critério da paridade do poder de
compra (PPC), aquele método em que o PIB é convertido em dólares não pela taxa de
câmbio do dia, que pode sofrer muitas distorções, mas pela taxa obtida a partir da
comparação de preços de uma cesta de bens e serviços definidos previamente vigentes,
na mesma data, no mercado do país cujo PIB se deseja calcular, e no mercado norteamericano. O quadro mostra, também, quanto o PIB calculado pelo critério PPC é
maior que o PIB calculado pela simples taxa de câmbio.
PIB dos Países Sul -Americanos (Valores em US$ bilhões)
País
PIB pela PPC (A) PIB pela Taxa de Câmbio (B) Relação(A/ B)
Argentina
572,9
328,4
1,74
Bolívia
43,4
16,7
2,60
Brasil
1.981,2
1.612,5
1,23
Chile
243,0
169,5
1,43
Colômbia
396,6
242,3
1,64
Equador
107,0
52,6
2,03
Guiana
3,1
1,2
2,58
Paraguai
29,4
16,0
1,84
Peru
245,9
127,4
1,93
Suriname
4,4
2,9
1,52
Uruguai
42,5
32,2
1,32
Venezuela
358,6
313,8
1,14
América do Sul
4.028,0
2.915,5
1,38
Fonte: Banco Mundial
7. Sobre os dados do quadro anterior, é bom lembrar que toda comparação entre o valor do
PIB de países diferentes somente pode ser feita considerando-se o PIB (PPC), isto é, os
valores da coluna (A), nunca pelos valores da coluna (B). Observa-se que, no caso do
Brasil, a distorção causada pelo PIB calculado pela taxa de câmbio é da ordem de 23%
para menos. Ou seja: o PIB real brasileiro é 1,23 vezes maior que o PIB pala taxa de
câmbio. A distorção, no caso da Bolívia, é muito maior, da ordem de 2,60 vezes.
Observa-se, também, que o PIB real brasileiro representa 49,2% do PIB da América do
Sul, e não 55,3%, conforme divulgado pela imprensa [calculado pelo método errado].
No quadro acima não consta a Guiana Francesa, porque não se trata de país e sim de
parte do território da França, logo, para incluí-la, seria necessário incluir o PIB francês.
8. O banco HSBC criou um novo indicador trimestral do estado da economia de um país e
o está aplicando a 13 países emergentes selecionados, entre os quais o Brasil. O estudo
mostrou que o centro de gravidade do mundo econômico está se deslocando
rapidamente do Ocidente para o Oriente e para o Sul, e que a China não vai demorar
muito para superar os Estados Unidos. Stephen Green, presidente do grupo HSBC,
declarou que o Brasil deverá crescer 1,4% em 2009, enquanto o mundo, em geral,
deverá cair -2,3%. E em 2010, o PIB do Brasil crescerá 5,3%.
9. O quadro visto a seguir foi publicado no jornal Valor Econômico do dia 3 de Julho
passado. Nele aparecem as diversas moedas que o país teve desde quando o Presidente
Getúlio Vargas substituiu o velhíssimo mil-réis por uma nova moeda, que foi chamada
cruzeiro. Observando-se o quadro, verifica-se que o país não havia experimentado
qualquer surto de inflação mais grave, a não ser a partir do chamado “milagre
econômico”, período em que os dirigentes do país assumiram irresponsavelmente
dívidas externas impagáveis, do que resultou um pouco mais tarde o período de inflação
galopante que atormentou o país ao longo de quase duas décadas, até ser
definitivamente encerrado em Julho de 1994 de forma indiscutivelmente brilhante.
Inflação e Moedas no Brasil
Período de Vigência da
Duração em
Moeda
Meses da
Vigência
De
Até
Cruzeiro
Nov. 1942
Jan. 1967
292
Cruzeiro Novo
Fev. 1967
Mai. 1970
40
Cruzeiro
Jun. 1970
Fev. 1986
190
Cruzado
Mar. 1986
Dez. 1988
35
Cruzado Novo
Jan. 1989
Fev. 1990
15
Cruzeiro
Mar. 1990
Jul. 1993
41
Cruzeiro Real
Ago. 1993
Jun. 1994
11
Real
Jul. 1994
Mai. 2009
179
Fonte: IBGE/ Banco Central/ Valor Econômico 03/07/09
Moeda
Circulante
Inflação no Período de
Vigência da Moeda (%)
Acumulada Média Mensal
31.191
1,99
90
1,61
206.288
4,10
5.699
12,30
5.937
31,44
118.590
18,85
2.396
33,97
245
0,70
10. [ O mecanismo econômico que começou a ser “montado” na década de 70 e levou o
país a um surto inflacionário descontrolado e brutal, que chegou a 31,44% ao mês,
pode ser facilmente explicado: o aumento forte da dívida externa na década de 70,
agravado pela primeira crise do petróleo, que ocorreu simultaneamente ao crescimento
da dívida, obrigou os “responsáveis” pelas finanças públicas a “produzirem” dólares
para poder pagar os encargos da dívida e ainda continuar a importar petróleo. Para
obter esses dólares, o “governo” da época contraía ainda mais dívidas no exterior e
comprava no mercado interno de câmbio todo dólar disponível. Para poder comprar
esses dólares disponíveis no mercado interno, o “governo” emitia mais dinheiro novo [a
Casa da Moeda trabalhava tempo integral] e/ ou emitia mais títulos da dívida pública
interna, captando recursos para comprar dólares. Com isto, além de ampliar o volume
de moeda em circulação, aumentava ainda mais tanto a dívida externa, como a dívida
interna. Para poder continuar a vender títulos da dívida no mercado interno, o
“governo” aumentava a taxa de juros, para atrair compradores. Com mais dinheiro
posto em circulação e com a alta da taxa de juros, o mercado reagia aumentando os seus
preços. E o sistema de correção monetária criado por Roberto Campos em 1964 se
encarregava de realimentar a inflação.]
11. A Fundação Getúlio Vargas tem acompanhado a evolução do ânimo dos empresários do
setor industrial brasileiro através do Índice de Confiança da Indústria. Pode-se observar,
no quadro a seguir, que a confiança está, de fato, voltando e deverá recuperar op nível
em que se encontrava antes do colapso do Lehman Brothers, em Setembro de 2008.
Índice de Confiança do Setor Industrial Brasileiro
Mês/ Ano
Índice de Confiança
Mês/ Ano
Índice de Confiança
Agosto de 2008
119,2
Março de 2009
77,8
Setembro
115,0
Abril
84,5
Outubro
104,4
Maio
89,5
Novembro
83,9
Junho
93,6
Dezembro
74,7
Julho
99,5
Janeiro de 2009
75,3
Agosto
105,7
Fevereiro
76,2
Setembro
109,5
Fonte: FGV/ Carta Capital de 07/10/09
12. A melhora do índice de confiança é um reflexo da produção industrial atual, que corre
para poder atender ao aumento da demanda. O quadro mostra o índice de ocupação da
capacidade de produção da indústria, observando-se que, em Setembro, este índice já se
aproximava do registrado em Agosto de 2008, um ano de extraordinário crescimento
econômico do Brasil, antes de estourar a crise em Setembro.
Taxa de Ocupação da Capacidade de Produção da Indústria Brasileira (Em %)
Setor Industrial
Ocupação em Ago.08
Ocupação em Set.09
Indústria de transformação em geral
86,6
81,9
Indústria de bens de consumo
86,8
84,4
Indústria de bens intermediários
87,8
83,3
Indústria de bens de capital
87,8
77,3
Fonte: FGV/ O Globo 11/10/09
13. A pesquisa da FGV concluiu que, de 27 sub-setores industriais pesquisados, 6 já estão
operando a uma taxa de ocupação da capacidade acima daquela que foi registrada em
Setembro de 2008, que foi um record, o nível mais elevado de toda a série histórica.
14. O processo de aproximação entre Angola e o Brasil acelerou-se. Em viagem a ser
realizada brevemente a Luanda, o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, será
acompanhado por numerosa delegação de empresários brasileiros. A missão será depois
estendida à África do Sul e a Moçambique. Dentro deste processo de aproximação, o
Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada vai inaugurar um escritório em
Angola para desenvolver estudos angolanos, com base na experiência adquirida no
Brasil. Também a Apex – Agência Brasileira de Promoção às Exportações está abrindo
escritório em Luanda, no mesmo espaço em que já está instalada a agência angolana do
Banco do Brasil, que lá se encontra desde 2004. A Embrapa já iniciou os seus trabalhos
para reestruturar o Instituto de Investimento Agrícola de Angola. E a Petrobras já tem
parceria fechada com a estatal angolana de petróleo, a Sonangol, para exploração da
camada pré-sal da costa daquele país.
15. Apenas para se ter uma base de avaliação do quanto será necessário crescer, no Brasil, o
crédito imobiliário que, além de estimular um importantíssimo setor gerador de
empregos é, também, a principal fonte de recursos para a eliminação do déficit
habitacional que ainda existe no país, o quadro a seguir permite uma comparação entre
o montante do crédito imobiliário brasileiro e o verificado em alguns países
selecionados. O volume de financiamento para a compra de residências é referido como
percentual do PIB de cada país.
Crédito Imobiliário como Percentual do PIB de Países Selecionados (Em %)
País
Percentual do PIB
País
Percentual do PIB
Dinamarca
100,8
Suécia
56,7
Holanda
98,4
Alemanha
51,3
Reino Unido
83,1
Bélgica
36,3
Irlanda
70,1
França
32,2
Portugal
59,2
México
13,0
Espanha
58,6
Brasil
2,4
Fonte: Abecip/ Banco Central/ Gazeta Mercantil 24/11/08
16. O mercado aos poucos – e diante das evidências bastante claras – vai revendo as suas
projeções de crescimento do PIB brasileiro neste ano. Antes, imaginava-se que haveria
uma queda de -0,5%. Depois, passou-se a raciocinar com 0%. Logo depois, começou a
admitir uma pequeníssima alta de 0,01%. Mais recentemente, esta modesta previsão foi
multiplicada por 10, mas continuou sendo ridícula, de apenas 0,10%. Enquanto isto, o
FMI ainda crê que haverá queda no PIB brasileiro de -1,3% neste ano e alta de 2,5% em
2010. Para 2010, o mercado é mais otimista e avalia que haverá aumento de 4,8% no
PIB.
17. Porém, se as previsões do FMI para este ano não são muito boas para o Brasil, para
outros países essas previsões são muito piores: segundo o Fundo, em 2009, a economia
global vai cair -1,4%, para voltar a crescer 2,5% em 2010; para os países ricos, a queda
neste ano será de -3,8% e a alta, no ano seguinte, de apenas 0,6%; a economia
americana vai cair -2,6% neste ano, para crescer 0,8% em 2010; a Alemanha cairá 6,2% em 2009 e -0,6% no ano seguinte; a França terá queda de -3,0% e alta de 0,4%; e
o Japão cairá -6,0% em 2009 e crescerá 1,7% em 2010.
18. Com relação aos países do BRIC, a avaliação do FMI é de que o crescimento da China
será de 7,5% neste ano e de 8,5% no ano seguinte; a Rússia cairá -6,5% e subirá 1,5%; e
a Índia crescerá 5,4% e 6,5%. Na América do Sul, o que se sabe é que o PIB chileno
caiu -4,5% no segundo trimestre deste ano e o Brasil, segundo os cálculos do ministro
da Fazenda, Guido Mantega, cresceu 1,7% no mesmo trimestre.
II – INFRAESTRUTURA
Energia Elétrica
1. A Gallway é uma empresa que tem sede na Holanda e esteve investindo, desde 2007, na
construção da central hidrelétrica de Serra do Facão, que é um dos projetos incluídos no
PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. O empreendimento tem custo de
implantação estimado em R$ 770 milhões e a central terá capacidade para gerar 212
MW, com data de início de geração prevista para Janeiro de 2011. O problema é que
este projeto necessita receber financiamento de R$ 540 milhões do BNDES e ocorre
que a Gallway está em situação de inadimplência junto ao próprio BNDES, por conta
de outros projetos que também receberam financiamento do Banco. Conclusão: para o
projeto continuar a ser desenvolvido com recursos públicos, a Eletrobrás, através da sua
controlada Furnas, entrou no projeto, adquirindo a parte que era da Gallway. Tendo já
aprovadas todas as exigências dos órgãos de controle do meio ambiente, o projeto
poderá agora ser concluído dentro do prazo programado.
2. A CGTEE – Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica, que é empresa estatal
do sistema Eletrobrás, está estudando a possibilidade de construir uma nova central
termelétrica a carvão mineral em Candiota, no Rio Grande do Sul. Esta será a fase D do
projeto de construção do Complexo de Geração, localizado em uma área rica em carvão
vegetal. As fases iniciais do projeto, denominadas fase A e B, já estão em operação e a
fase C está em construção. A nova térmica a ser construída poderá ser implantada em
duas etapas, cada uma tendo capacidade para gerar 600 MW, totalizando, portanto,
1.200 MW de potência. Ou poderá ser implantada em duas fases, cada uma de 350 MW
de capacidade, somando 700 MW. A fase C, que está sendo executada, prevê a
instalação de uma unidade capaz de gerar 350 MW e deverá custar investimento de R$
1,2 bilhão. Neste caso, se a alternativa escolhida para a fase D for a execução em duas
etapas, totalizando 700 MW, o custo de implantação deverá ser de R$ 2,4 bilhões.
III – INDÚSTRIA DE BASE
Petróleo e Gás
1. A Schlumberger, empresa prestadora de serviços na área de petróleo o gás, assinou
contrato com a Universidade Federal do Rio de Janeiro para instalar um centro de
pesquisas de tecnologia para o pré-sal no Parque Tecnológico da Universidade, na Ilha
do Fundão, no Rio de Janeiro. A Coppe e a Petrobras são parceiras do projeto.
2. A Petrobras e a estatal norueguesa Statoil Hydro estão avaliando a viabilidade econômica
da exploração da jazida de petróleo descoberta em um poço perfurado na bacia do rio
Jequitinhonha, na Bahia, no bloco BM – J – 3. A Petrobras tem 60% de participação
neste empreendimento, e a Statoil Hydro tem 40%.
3. Como estratégia para explorar as reservas gigantes da camada pré-sal, a Petrobras
decidiu iniciar a exploração a partir dos campos localizados sob outros campos da
camada pós-sal que já estejam sendo explorados comercialmente. Uma dessas áreas que
já se encontram em produção é o chamado Parque das Baleias, localizado na bacia de
Campos, a apenas 85 km de distância do litoral Sul do Estado do Espírito Santo. Trata-
se de uma área que reúne diversos campos [Baleia Azul, Jubarte, Cachalote, Baleia
Franca, Baleia Anã, Caxaréu, Pirambu, Mangangá e Náutilus] todos localizados na
camada pós-sal, contendo reservas recuperáveis que somam 4 bilhões de barris de
petróleo pesado. Nesta mesa área foi feita a descoberta de petróleo leve de alta
qualidade [30º API] na camada pré-sal do bloco 1 – ESS – 103 A, com reservas
recuperáveis de 1,5 bilhão a 2 bilhões de barris. A intenção é utilizar a plataforma P-34,
que já foi instalada para extrair petróleo do pós-sal, para que ela produza, também,
petróleo do pré-sal, reduzindo consideravelmente os custos de produção.
IV - INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
Indústria de Embalagens
1. Para os que ainda não perceberam o ritmo de recuperação da assustada indústria privada
nacional, o quadro a seguir mostra a evolução da produção brasileira de papelão
ondulado, material utilizado para embalagens de produtos industrializados, que sempre
tem sido usado como indicador confiável da situação da indústria, em termos de ritmo
de produção. Os dados apresentados indicam a produção mensal de papelão nos últimos
meses, incluindo o record histórico alcançado em Outubro de 2008, quando os efeitos
do subprime ainda não tinham sido sentidos.
Produção Brasileira de Papelão Ondulado (Em 1.000 toneladas)
Mês/ Ano
Produção
Mês/ Ano
Produção
Mês/ Ano
Produção
Abril 2008
192,8
Outubro 2008
208,2
Abril 2009
175,8
Maio
199,5
Novembro
186,2
Maio
186,4
Junho
197,8
Dezembro
157,1
Junho
186,9
Julho
201,8
Janeiro 2009
161,2
Julho
194,5
Agosto
193,1
Fevereiro
157,8
Agosto
193,9
Setembro
195,8
Março
183,5
Setembro
205,7
Fonte: Valor Econômico 14/10/09 e Conjuntura Econômica de Setembro de 2009
Indústria de Material Ferroviário
1. Já está operando na CSN – Companhia Siderúrgica Nacional a primeira locomotiva
projetada e construída totalmente no Brasil. Trata-se da máquina desenvolvida e
construída pela EIF, empresa instalada em Paulínia, no Estado de São Paulo,
especializada em manutenção e restauração de locomotivas. É uma máquina de baixa
potência – 1.000 HP – utilizada na fábrica de cimento da CSN, instalada em seu
complexo industrial de Volta Redonda, no Sul do Estado do Rio de Janeiro.
2. É claro que se trata de uma pequena locomotiva, se comparada com outras muito mais
potentes e que são apenas montadas no Brasil. Mas o fato é inédito na história do país e
ocorre em um momento em que as perspectivas são de expansão no setor ferroviário,
bastando lembrar que, em 1998, as ferrovias transportavam apenas 18% de todas as
cargas movimentadas no Brasil, tendo este percentual subido para 26%, em 2008, no
mesmo período em que a frota de locomotivas do país subia de 1,5 mil para 2,8 mil
unidades.
Indústria de Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
1. A alemã Nívea do Brasil não faz por menos: sua meta é de crescimento de 15% nas
vendas em 2009. E para o período 2011 – 2015, para continuar crescendo, será
necessário investir. Quem diz isto é o presidente da empresa no Brasil, Nicolas Fischer.
Indústria de Papel e Celulose
1. A sueca Stora Enso reafirmou sua intenção de executar o projeto Veracel 2, de US$ 2,5
bilhões, que vai duplicar a atual capacidade de produção da fábrica de celulose Veracel
1, instalada em Eunápolis, no Sul do Estado da Bahia. A atual capacidade, que é de 1,12
milhão de toneladas de celulose por ano, será ampliada para 2,24 milhões. [As
condições climáticas e a qualidade do solo do Sul da Bahia propiciam uma
produtividade que se torna impressionante, se comparada com o que se observa na
Finlândia, grande produtora de celulose e papel, onde a Stora Enso tem áreas de cultivo
e também produz celulose. Na Bahia, de cada hectare cultivado com árvores para
produção de celulose, pode-se obter, em média, 50 m3 de celulose por ano, enquanto na
Finlândia somente se obtém 5 m3 de celulose por hectare; além disto, o ciclo vital das
árvores, desde o plantio da semente até o ponto de ser abatida, é de apenas 7 anos na
Bahia, contra nada menos de 35 anos, no Hemisfério Norte.]
V - COMÉRCIO E SERVIÇO
Finanças
1. As variáveis referentes a câmbio, risco-país, cotação do A-Bond e juros futuros
apresentaram o seguinte comportamento:
Cotação do ADia
Bond
(em % do valor
de face)
08/10/09
2,5750
1,7412
220
115,938
09
2,5579
1,7389
213
115,875
13
2,5662
1,7298
218
116,125
14
2,5510
1,7099
206
116,063
15
2,5420
1,7037
207
115,750
Fonte: O Globo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil N/ d = não disponível
Taxa de
Câmbio
(real/ euro)
Taxa de
Câmbio
(real/ dólar)
Risco-país
(em pontos
percentuais)
Juros Futuros
(em % ao
ano)
10,450
10,470
10,470
10,410
10,470
Transporte Aéreo
1. Em Setembro, a demanda doméstica de tráfego aéreo da empresa GOL registrou alta de
26,6% em comparação com Setembro de 2008. Em relação ao mês de Agosto deste ano,
o aumento da demanda foi de 6,5%. Por outro lado, a ANAC – Agência Nacional de
Aviação Civil informou que o fluxo de passageiros em vôos domésticos em Setembro
cresceu nada menos que 29,93% em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Nesta mesma base de comparação, a taxa de ocupação das aeronaves passou de 61,29%,
em Setembro de 2008, para 63,43%, em Setembro deste ano.
VI – AGRIBUSINESS
Açúcar e Álcool
1. A Petrobras manteve o seu plano de investir, como sócia minoritária, na construção de
20 usinas de álcool. Cada uma dessas usinas será constituída através de uma parceria
com um produtor nacional, na condição de majoritário, e dois investidores minoritários,
sendo um deles a estatal e o outro, um parceiro estrangeiro. Os dois parceiros
minoritários comprarão toda a produção. O primeiro projeto é a construção da usina de
Itarumã, em Goiás, que terá capacidade para produzir 200 milhões de litros de álcool
por ano e que deverá custar investimento de US$ 227 milhões. O parceiro estrangeiro
deste projeto é o grupo japonês Mitsui, que assumiu o compromisso de comprar toda a
produção durante os próximos 20 anos.
Biocombustíveis
1. Um relatório divulgado pela The Nature Conservancy, elaborado pela empresa de
consultoria LMC, do Reino Unido, concluiu que em 2014 o mundo estará necessitando
de dispor de mais 54 milhões de hectares para poder atender ao consumo de
biocombustíveis e desses 54 milhões de hectares a mais, 90% virão de países da
América do Sul. Isto é, até lá, os atuais 31 milhões de hectares que têm sido utilizados
para a produção de biocombustíveis, deverão subir para 85 milhões. O estudo mostra
que o Brasil será o grande fornecedor desses produtos e é também o país que tem todas
as possibilidades de atender a esta demanda, simplesmente combinando as atuais áreas
de pastagens extensivas, com áreas destinadas a fins agrícolas. O quadro abaixo resume
a evolução da distribuição de terras brasileiras em áreas cultivadas e áreas de pastagens.
No quadro se tem, também, o número de bovinos criados no país, nessas pastagens.
Área Cultivada e Área de Criação de Bovinos no Brasil (Em milhões de hectares)
Ano
Área Cultivada
Área de Pastagem
Número de Bovinos
(milhões de animais)
1970
38
155
81
1975
40
165
100
1980
47
179
121
1985
51
180
182
1995
40
178
179
2006
79
173
176
Fonte: TNC/ Gazeta Mercantil 20/11/08
Borracha Natural
1. O Governo do Estado do Paraná está desenvolvendo um programa de incentivo ao
plantio de seringueiras, com o objetivo de ampliar, em um prazo de 10 anos, a atual
área de cultivo, que é de 1.000 hectares, para algo em torno de 10.000 hectares. O
objetivo é expandir a produção de borracha natural no Paraná, além de melhorar a renda
da população rural, sem com isto agredir o meio ambiente. A borracha natural, extraída
da seringueira, planta natural da Amazônia, é uma das matérias primas para a
fabricação de pneumáticos, que utiliza, também, a borracha sintética, que é produto
derivado do petróleo. No Brasil, além dos Estados da Região Norte, a seringueira é
cultivada nos Estados da Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Paraná.
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