A senhora ALINE CORRÊA (PP-SP) pronuncia o seguinte discurso

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A senhora ALINE CORRÊA (PP-SP) pronuncia o seguinte discurso:
(Dia Mundial do Câncer)
Senhor presidente, senhores deputados, senhoras deputadas. O dia 4 de
fevereiro foi instituído pela União Internacional para o Controle do Câncer
(UICC) como o Dia Mundial do Câncer.
Hoje, ocupo esta Tribuna para chamar a atenção dos nobres colegas para o
acelerado crescimento no número de casos desta grave doença, que atingiu
proporções catastróficas no mundo, tornando-se uma ameaça às futuras
gerações.
De acordo com relatório divulgado em 3 de fevereiro deste ano pela Agência
Internacional para a Pesquisa em Câncer (IARC), vinculada à Organização
Mundial da Saúde (OMS), o número anual de casos de câncer no mundo
deverá aumentar 50% nas duas próximas décadas.
Os dados mostram que, em 2012, último dado disponível, 14 milhões de casos
de câncer foram registrados. Segundo a previsão da IARC, dentro de 20 anos,
esse número passará para cerca de 22 milhões de registros anuais.
O índice de mortes pela doença também deverá crescer de forma preocupante
no período. Acredita-se que as mortes pela doença passarão das 8,2 milhões
registradas em 2012 para 13 milhões.
No relatório, a IARC também informou quais os tipos de tumores mais comuns
e que mais levaram a mortes no ano de 2012. Segundo o levantamento, o topo
do ranking de número de casos é ocupado pelo câncer de pulmão, com 1,8
milhão de registros (13% do total), seguido pelo câncer de mama, com 1,7
milhão de casos (11,9%) e pelo tumor de intestino grosso, que atingiu 1,4
milhão de pessoas (9,7%).
O câncer de pulmão é também o responsável pelo maior número de mortes.
Em 2012, a doença matou 1,6 milhão de pacientes no mundo. Em seguida,
aparecem os tumores de fígado e de estômago, com 800 mil e 700 mil mortes,
respectivamente.
Se voltarmos os nossos olhos para o Brasil, as estatísticas também são
preocupantes. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA),
cerca de 580 mil casos novos da doença são esperados para 2014.
Senhor presidente, é por meio do aumento da consciência e educação sobre
doença, que a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) luta para
combater esta triste realidade.
Com o slogan "Derrube os mitos", o Dia Mundial do Câncer 2014 é uma chance
de partilhar fatos reais sobre o câncer e eliminar equívocos em torno da
doença. Baseada no Objetivo 5 da Declaração Mundial do Câncer, a campanha
pretende reduzir o estigma e dissipar quatro principais mitos sobre esta
enfermidade: “Não é necessário falar sobre câncer”; “Não há sinais ou
sintomas de câncer”; “Não há nada que eu possa fazer sobre o câncer” e “Eu
não tenho direito a tratamento de câncer”.
Senhor presidente, vale ressaltar, que de acordo com o relatório da IARC,
metade dos casos de câncer registrados em 2012 poderia ter sido evitada.
Segundo o levantamento, aproximadamente 30% de as mortes por câncer se
devem a cinco fatores de risco comportamental e alimentar: índice de massa
corporal elevado, consumo insuficiente de frutas e verduras, falta de atividade
física e consumo de tabaco e álcool e, portanto, podem ser prevenidas.
As infecções que podem provocar câncer, como aquelas causadas pelos vírus
das hepatites B e C e o do papiloma humano (HPV), são responsáveis por 20%
das mortes por câncer nos países de baixa e média renda e de 7% nos países
de alta renda.
Já o tabagismo é o fator de risco que sozinho provoca um maior número de
casos e a nível mundial causa 22% das mortes por câncer e 71% das mortes
por câncer de pulmão.
A agência também adverte que as insuficientes políticas públicas de prevenção
e detecção precoce do problema, assim como as dificuldades de acesso ao
tratamento, colaboram para que a doença cresça, sobretudo nas nações em
desenvolvimento.
O relatório mostra que os países da África, da Ásia e das Américas do Sul e
Central concentram 60% dos casos mundiais e 70% das mortes.
Sabe-se, portanto, que o grande volume dessas desinformações ameaça
conselhos de saúde baseados em evidências e que podem fazer diferença real
na redução do risco de câncer. Pessoas que leem informações não confiáveis
on-line sobre as causas de câncer são menos propensos a tomar atitudes
simples que comprovadamente reduzem o risco de câncer como não fumar,
evitar o sol, manter peso saudável e reduzir a ingestão de álcool.
É certo que a conscientização da população quanto aos agentes causadores
da doença poderia levar a uma significativa queda no número de casos pelo
mundo. Portanto, lutar para que estes conhecimentos sejam disseminados é
um dever de todos nós: parlamentares, gestores e cidadãos.
Que façamos a nossa parte!
Era o que tinha a declarar.
Muito obrigada!
Aline Corrêa
Deputada Federal
(18-02-2014)
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