Visualização do documento 4-Sist osseo.doc (59 KB) Baixar INTRODUÇÃO Apesar de seu aspecto simples, o osso possui funções bastante complexas e vitais para a manutenção e equilíbrio do corpo humano. Ele é formado a partir de um processo conhecido como ossificação, esta pode ser intramembranosa (dentro das membranas do tecido conjuntivo) ou endocondral (formação sobre um molde de cartilagem). Contudo, ambas as formas seguem os mesmos princípios: o osso é formado a partir de membrana de tecido conjuntivo (periósteo). O sistema esquelético desempenha várias funções importantes, tais como: sustentação dos tecidos moles de nosso corpo, proteção de nossos órgãos (um exemplo é a caixa torácica que protege o coração e os pulmões). Além disso, os ossos em conjunto com os músculos são responsáveis pelos movimentos, armazenamento e liberação de vários minerais no sangue, produção de células sanguíneas (hemácias, leucócitos e plaquetas) e armazenamento de triglicerídeos (reserva de energia). Outro dado importante, a saber, a respeito dos ossos, é que noventa e nove por cento do cálcio que possuímos em nosso corpo está depositado neles. Quanto a sua formação, o esqueleto humano é formado por substâncias orgânicas (em sua maior parte colágeno) e inorgânicas (sais minerais, especialmente cálcio e potássio). Essa mistura é responsável pela grande resistência dos ossos. A maior parte dos ossos do corpo humano pode ser classificada da seguinte forma: ossos longos (ex.: fêmur), ossos curtos (ex.: ossos do carpo), ossos planos (ex.: costelas) e ossos irregulares (ex.: vértebras). É indispensável ter em mente que toda esta estrutura faz parte de um tecido vivo, complexo e ricamente vascularizado. O sistema muscular é formado pelo conjunto de músculos do nosso corpo. Existem cerca de 600 músculos no corpo humano; juntos eles representam de 40 a 50% do peso total de uma pessoa. Os músculos são capazes de se contrair e de se relaxar, gerando movimentos que nos permitem andar, correr, saltar, nadar, escrever, impulsionar o alimento ao longo do tubo digestório, promover a circulação do sangue no organismo, urinar, defecar, piscar os olhos, rir, respirar... A nossa capacidade de locomoção dependem da ação conjunta de ossos, articulações e músculo, sob a regulação do sistema nervoso. SISTEMA ESQUELÉTICO O Sistema esquelético é um conjunto organizado por ossos, cartilagens ligamentos que se interligam para formar e estabilizar o arboço do corpo. Quimicamente os ossos estão formados por matérias orgânicas e por matéria inorgânicas. No interior da matriz óssea existem espaços chamados lacunas que contêm células ósseas chamadas osteófitos. Cada osteófito possui prolongamentos chamados canalículos, que se estendem a partir das lacunas e se unem aos canalículos das lacunas vizinhas, formando assim, uma rede de canalículos e lacunas em toda a massa de tecido mineralizado. O esqueleto ósseo, além de sustentação corporal, apresenta três importantes funções: 1.Reservas de sais minerais, principalmente de cálcio e fósforo, que são fundamentais para o funcionamento das células e devem estar presentes no sangue. Quando o nível de cálcio diminui no sangue, sais de cálcio são mobilizados dos ossos para suprir a deficiência. 2. Alguns ossos ainda possuem medula amarela (ou tutano). Essa medula é constituída principalmente por células adiposas, que acumulam gorduras como material de reserva. 3. E No interior de alguns ossos (como o crânio, coluna, bacia, esterno, costelas e as cabeças dos ossos do braço e coxa), há cavidades preenchidas por um tecido macio, a medula óssea vermelha, onde são produzidas as células do sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas. Caixa craniana Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital, esfenóide, nasal, lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar superior e mandíbula (maxilar inferior). O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes: 1-Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torácica. 2-Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas escápulas e clavículas; cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia)e o esqueleto dos membros (superiores ou anteriores e inferiores ou posteriores). Tronco Formado pela coluna vertebral, pelas costelas e pelo osso esterno. O tronco e a cabeça formam o esqueleto axial. Coluna Vertebral Ou espinha dorsal, é constituída por 33 ossos (as vértebras). A sobreposição dos orifícios presentes nas vértebras forma um tubo interno ao longo da coluna vertebral, onde se localiza a medula nervosa. Costela e Osso Esterno A costela e o osso esterno protegem o coração, os pulmões e os principais vasos sanguíneos. A musculatura da caixa torácica é responsável, juntamente ao diafragma, pelos movimentos respiratórios. A caixa torácica é formada pelas costelas, que são ossos achatados e curvos que se unem dorsalmente à coluna vertebral e ventralmente ao esterno. A maioria das pessoas possui 12 pares de costelas. Algumas têm uma extra (mais comum em homens do que mulheres). Os dois últimos pares de costelas são ligados à coluna vertebral, não se ligam ao esterno (as costelas flutuantes). Membros Superiores e Inferiores Os ossos dos membros superiores e inferiores ligam-se ao esqueleto axial por meio das cinturas articulares. Membros Superiores Composto por braço, antebraço, pulso e mão. O braço só tem um osso: o úmero, que é um osso do membro superior. O antebraço é composto por dois ossos: o rádio que é um osso longo e que forma com o cúbito (ulna) o esqueleto do antebraço. O cúbito também é um osso longo que se localiza na parte interna do antebraço. A mão é composta pelos seguintes ossos: ossos do carpo, ossos do metacarpo e os ossos do dedo. Os ossos do carpo (constituída por oito ossos dispostos em duas fileiras), são uma porção do esqueleto que se localiza entre o antebraço e a mão. O metacarpo é a porção de ossos que se localiza entre o carpo e os dedos. Membros Inferiores São maiores e mais compactos, adaptados para sustentar o peso do corpo e para caminhar e correr. Composto por coxa, perna, tornozelo e pé. A coxa só tem um osso - o fêmur - que se articula com a bacia pela cavidade cotilóide. O fêmur tem volumosa cabeça arredondada, presa a diáfise por uma porção estreitada - o colo anatômico. A extremidade inferior do fêmur apresenta para diante uma porção articular - a tróclea - que trás dois côndilos separados pela chanfradura inter-condiliana. O fêmur é o maior de todos os ossos do esqueleto. A perna e composta por dois ossos: a tíbia e a fíbula (perônio). A tíbia é o osso mais interno e a fíbula é o osso situado ao lado da tíbia. Os dedos são prolongamentos articulados que terminam nos pés. O pé é composto pelos ossos tarso, metatarso e os ossos dos dedos. O metatarso é a parte do pé situada entre o tarso e os dedos. O tarso é a porção de ossos posterior do esqueleto do pé. Musculatura Esquelética O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo, cerca de 40 a 45% do peso corporal total, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação corporal. Essa Musculatura ou carne é formado por feixes de fibras cilíndricas muito longas e multinucleadas, conhecidas por fibras musculares estriadas esqueléticas. Esses feixes são envolvidos pelo epimísio, uma membrana externa de tecido conjuntivo denso. Destas membranas partem septos de tecido conjuntivo muito fino, chamados perimísios, por onde os vasos sanguíneos entram nos músculos. São músculos de movimentos voluntários. A carne que reveste os ossos é tecido muscular. Esses se encontram unidos aos ossos do corpo e sua contração é que origina os movimentos das distintas partes do esqueleto, e também participa em outras atividades como a eliminação da urina e das fezes. A atividade do músculo esquelético está sob o controle do sistema nervoso central e os movimentos que produz se relacionam principalmente com interações entre o organismo e o meio externo. Nas articulações, esses músculos são presos a ossos por meio de tendões, que são cordões de tecido conjuntivo. Quando os tendões são chatos e largos, e não possuem a forma de cordão, recebem o nome de aponeuroses. Sistema de produção de energia A célula muscular esquelética é altamente adaptada para a produção de trabalho mecânico descontínuo, usando energia química. Essa energia é acumulada principalmente no ATP e FOSFOCREATINA que são armazenados na célula. Entretanto o glicogênio também pode ser usado como fonte de energia química. Uma pequena parte da sua energia é liberada durante a glicólise, mas a maior parte da energia é produzida durante a oxidação fosforilativa, nas mitocôndrias. Esse processo utiliza o oxigênio do sangue ou o oxigênio ligado à mioglobina. Componentes Anatômicos dos Músculos Estriados: a) Ventre Muscular é a porção contrátil do músculo, constituída por fibras musculares que se contraem. Constitui o corpo do músculo (porção carnosa). b) Tendão é um elemento de tecido conjuntivo, ricos em fibras colágenas e que serve para fixação do ventre, em ossos, no tecido subcutâneo e em cápsulas articulares. Possuem aspecto morfológico de fitas ou de cilindros. c) Aponeurose é uma estrutura formada por tecido conjuntivo. Membrana que envolve grupos musculares. Geralmente apresenta-se em forma de lâminas ou em leques. d) Bainhas Tendíneas são estruturas que formam pontes ou túneis entre as superfícies ósseas sobre as quais deslizam os tendões. Sua função é conter o tendão,permitindo-lhe um deslizamento fácil. e) Bolsas Sinoviais são encontradas entre os músculos ou entre um músculo e um osso. São pequenas bolsas forradas por uma membrana serosa que possibilitam o deslizamento muscular. DOENÇAS DO SISTEMA ESQUELÉTICO Infecção dos Ossos As infecções ósseas provocadas por infecções nos tecidos moles adjacentes ou por invasão direta causam dor e inchaço na zona localizada por cima do osso; podem formar-se abscesso nos tecidos circundantes. Estas infecções podem não provocar febre. Os resultados das análises de sangue podem ser normais. É habitual que o doente que apresenta uma infecção numa articulação ou num membro artificial sofra uma dor persistente nessa zona. Se uma infecção óssea não for tratada de maneira eficaz, pode produzir-se uma osteomielite crônica. Por vezes, este tipo de infecção passa despercebida durante muito tempo, já que pode não produzir sintomas durante meses ou anos. Tratamento Nas crianças ou adultos com infecções ósseas recentes a partir da circulação sanguínea, os antibióticos são o tratamento mais eficaz. No princípio os antibióticos podem ser administrados por via endovenosa e mais tarde por via oral, durante um período de 4 a 6 semanas, dependendo da gravidade da infecção. Algumas pessoas necessitam de meses de tratamento. Em geral não está indicada a cirurgia se a infecção for detectada na sua fase inicial, embora, por vezes, os abscessos sejam drenados cirurgicamente. Para os adultos que sofrem de infecções nas vértebras, o tratamento habitual consiste na administração de antibióticos adequados durante 6 a 8 semanas, por vezes em repouso absoluto. O tratamento é mais complexo quando a infecção óssea é conseqüência de uma infecção dos tecidos moles adjacentes. Em geral, uma articulação artificial infectada deve ser extraída e substituída por outra. Os antibióticos podem ser administrados várias semanas antes da intervenção cirúrgica, de modo a poder extrair-se a articulação artificial infectada e implantar simultaneamente a nova. O tratamento só é eficaz em alguns casos e pode ser necessário recorrer-se a uma nova intervenção cirúrgica, quer para fundir os ossos da articulação, quer para amputar o membro. Osteoartrose A osteoartrose (OA), também conhecida como osteoartrite ou simplesmente artrose, corresponde a um conjunto de patologias que resulta em alterações anatômicas, com conseqüentes repercussões nas articulações e dor e incapacidade tensional associados, principalmente em: Joelhos; Ancas; Mãos; Coluna vertebral. Algumas vezes, apenas uma única articulação é comprometida, mas noutras situações, algumas ou muitas podem ser afetadas ao mesmo tempo e com intensidades diferentes. Além de provocar dor, sensação de rigidez e edema, a osteoartrose pode causar limitações funcionais, tais como: perda/redução da mobilidade; deformidades; incapacidade total localizada, de acordo com a articulação atingida. É uma doença muito freqüente, tanto que, segundo a experiência médica, uma grande parte das pessoas acima dos 65 anos, e cerca de 80% daquelas que já passaram dos 75 anos, acabam por sofrer desta patologia. A OA pode surgir sem causa aparente, sendo então considerada primária ou idiopática (sem causa conhecida) ou ter um fator identificado que favoreça o seu aparecimento (fator predisponente). É a chamada osteoartrose secundária. Diversas condições têm sido relacionadas como agentes causais de osteoartrose secundária, particularmente as doenças metabólicas, distúrbios anatômicos, traumatismos, artrites e infecções. Tratamento Há muitos tratamentos disponíveis para aliviar os sintomas desta doença, bem como para melhorar e preservar a função articular e a qualidade de vida. Tais tratamentos envolvem desde a simples orientação educacional para os doentes até ao uso de medicação, fisioterapia e, em casos extremos, cirurgia. Tratamento medicamentoso Muitos medicamentos têm sido utilizados no tratamento da osteoartrose. Os agentes analgésicos, incluindo os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), ou seja, não-derivados de hormônios, são geralmente recomendados para: casos de dor aguda e particularmente fortes; como medida preventiva, antes de alguma atividade física que provavelmente ocasionará dor de maior intensidade; de maneira regular, com uso freqüente para suprimir quadros dolorosos persistentes. É importante destacar que os AINE representam a medicação mais usada no tratamento da osteoartrose, sendo principalmente utilizados para alívio da dor Osteomielite Se da na origem bacteriana que também pode ser provocada, excepcionalmente, por vírus ou fungos, tendo em conta que existem várias vias para que os microrganismos cheguem ao osso. De fato, os microrganismos costumam aceder ao osso diretamente do exterior, em caso de fratura exposta ou através de uma ferida penetrante, podendo igualmente disseminar-se pelo osso a partir de um foco infeccioso adjacente. Tratamento e seus fármacos O tratamento da osteomielite passa pela cura da infecção através da administração de antibióticos, normalmente em doses elevadas e durante períodos prolongados, até se ter a certeza absoluta de que os micróbios responsáveis pela doença foram completamente eliminados. Por outro lado, é indispensável que a parte afectada permaneça em repouso, devendo ser imobilizada através da aplicação de talas ou de gesso, com o objetivo de diminuir a dor ou de evitar que a infecção se propague. O tratamento é mais complexo quando a infecção óssea é conseqüência de uma infecção dos tecidos moles adjacentes. Habitualmente, tecido e osso morto são extraídos cirurgicamente e o espaço vazio resultante enche-se com osso, músculo ou pele sãos, e depois se trata a infecção com antibióticos. Em geral, uma articulação artificial infectada deve ser extraída e substituída por outra. Os antibióticos podem ser administrados várias semanas antes da intervenção cirúrgica, de modo a poder extrair-se a articulação artificial infectada e implantar simultaneamente a nova. O tratamento só é eficaz em alguns casos e pode ser necessário recorrer-se a uma nova intervenção cirúrgica, quer para fundir os ossos da articulação, quer para amputar o membro. As infecções que se propagam ao osso a partir das úlceras do pé, causadas por má circulação ou diabetes, implicam muitas vezes várias bactérias e simultaneamente são difíceis de curar apenas com antibióticos. A cura pode exigir a extirpação do osso infectado. Osteoporose A osteoporose é uma doença óssea sistêmica, (i.e. generalizada a todo o esqueleto), que por si só não causa sintomas, caracterizada por uma densidade mineral óssea (DMO) diminuída e alterações da microarquitectura e da resistência ósseas que causam aumento da fragilidade óssea e, conseqüentemente, aumento do risco de fraturas. Tratamento e seus fármacos Existe atualmente uma grande diversidade de medicamentos úteis para a prevenção e tratamento da osteoporose pós-menopáusica (OPPM): Os bisfosfonatos, que inibem a reabsorção óssea, são os medicamentos mais utilizados, podendo ser administrados de forma intermitente. Os moduladores seletivos dos receptores de estrogénios (SERM's), que exercem no osso uma ação semelhante à dos estrogénios, inibindo a reabsorção óssea. A terapêutica hormonal de substituição (THS), que consiste na administração das hormonas sexuais femininas (estrogénios, progesterona) cuja produção diminui na menopausa. As calcitoninas, que inibem a reabsorção óssea. O aumento da ingestão de alimentos ricos em cálcio e vitamina D, a toma, quando julgado necessário, de suplementos contendo estes nutrientes e o aumento do nível de atividade física complementam a terapêutica farmacológica. Raquitismo O Raquitismo é uma enfermidade que surge após um processo de mutação dlos ossos infantis, ainda em desenvolvimento, decorrente da ação incorreta de substâncias minerais no campo ósseo. Esta modificação deixa os ossos das crianças mais frouxos e, portanto, frágeis, o que pode causar lesões e deformações. Tratamento e seus fármacos O tratamento do raquitismo, bem como sua prevenção, deve incluir exposição à luz solar e o consumo de alimentos abundantes em vitamina D, cálcio e fosfato, tais como óleo de fígado de bacalhau e óleo de fígado de linguado. A dose apropriada desta vitamina também pode ser obtida através dos suplementos alimentares. Traumas mais comuns no Sistema Músculo- esqueléticos Tenossinovite Inflamação aguda ou crônica das bainhas dos tendões. Assim como a tendinite os dois principais fatores causadores da lesão são: movimentação frequente, e período de repouso insuficiente. Manifesta-se principalmente através de dor na região que é agravada por movimentos voluntários. Associados à dor, manifestam-se também edema e crepitação na região. Tratamento e seus fármacos O repouso e uma dosagem de antiinflamatórios é o procedimento que os médicos receitam para os pacientes quando eles manifestam os primeiros sintomas da Tenossinovite. Tendinite Inflamação aguda ou crônica dos tendões. Manifestam-se com mais frequência nos músculos flexores dos dedos, e geralmente são provocados por dois fatores: movimentação frequente, e período de repouso insuficiente. Manifesta-se principalmente através de dor na região que é agravada por movimentos voluntários. Associados à dor, manifestam-se também edema e crepitação na região. Tratamento e seus fármacos Dependendo da natureza e do grau de severidade da lesão, as formas de tratamento vão desde a indicação de antiinflamatórios até a imobilização do membro afetado. Uma das técnicas indicadas para a tendinite é a crioterapia, aplicação de bandagens a temperaturas muito baixas ou bolsas de gelo. Massagens também são indicadas como auxiliares no tratamento. No caso de tendinite de origem química, médicos indicam uma dieta alimentar especial, para prevenir a desidratação que pode resultar, nos tendões, na pouca ou nenhuma lubrificação e conseqüente agravamento da doença. Essa dieta exige a retirada de alimentos ácidos e graxos, incluindo-se a manteiga e o chocolate e as frutas ácidas. A aplicação local de corticóides é apenas indicada dos casos mais graves. Fibromialgia A fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Comumente a fibromialgia cursa com sintomas de fadiga, intolerância ao exercício e sono não repousante (isto é, a pessoa acorda cansada). Tratamento e seus fármacos O tratamento da fibromialgia divide-se em quatro pontos principais: I) Exercícios: este é o ponto mais importante do tratamento. A atividade física regular é o único tratamento capaz de restaurar a pessoa para uma vida normal. Todos os outros passos do tratamento devem ter somente um objetivo: deixar a pessoa mais disposta para fazer atividade física. A atividade física deve ser realizada todos os dias, de duas maneiras: um exercício que mexa todo o corpo (aeróbico), como caminhar, nadar, correr ou praticar hidroginástica e exercícios que promovam o alongamento muscular. Os exercícios devem ser iniciados lentamente, e só depois de algum tempo é que se deve chegar ao tempo total: trinta minutos por dia. Mesmo depois que o paciente chegue a este nível de exercícios, pode haver uma demora de até um ano para que os benefícios comecem a aparecer. Por isso, quanto mais cedo se começar a atividade física, melhor. II) Tratamento do sono: o objetivo é melhorar a qualidade do sono, não a sua quantidade. O paciente terá que acordar mais descansado do que quando foi dormir. Para isso, utilizamos remédios específicos para cada caso. Os remédios mais utilizados são os antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina. Geralmente são usados não em uma dose para a depressão, mas pequenas doses, próprias para o sono. A vantagem desta medicação é que ela não causa dependência física. Outra medicação usada é a ciclobenzaprina, que é um relaxante muscular. Ela já foi estudada na fibromialgia, e apresenta bons efeitos no sono, na dor e na fadiga. Outras medicações são utilizadas em casos de problemas específicos, como na Síndrome das Pernas Inquietas. Em casos de dúvida um estudo do sono (polissonografia) pode ser pedido. III) Tratamento da dor: embora não exista um analgésico que tire toda a dor em um paciente com fibromialgia, este é um item importante no tratamento, pois o paciente deve ter a sua dor reduzida a um ponto que permita o início da atividade física. Este ponto tem sido mais valorizado desde que se descobriu que a dor dos pacientes é real. O tratamento deve ser iniciado com analgésicos leves, como o paracetamol e a dipirona, e outros analgésicos mais fortes podem ser usados se necessário. É muito comum que os pacientes esperem até o último minuto para tomarem analgésicos, quando a dor está "insuportável". Isto leva à piora da dor, pois a dor mal controlada leva à contração muscular, que leva a mais dor. A fibromialgia é um estado de dor crônica, e a dor deve ser tratada cronicamente, isto é, tomando-se analgésicos em horários pré-determinados. Em alguns pacientes, são encontrados na musculatura pontos de intensa contração muscular, semelhantes a pequenos caroços: são os "pontos-gatilho". Estes pontos são focos de dor, e piora o quadro geral, Quando exercícios de alongamento não os resolvem, o médico pode lançar mão de técnicas de injeção de anestésico local nestes pontos, que geralmente são bastante efetivas. IV) Controle da ansiedade/depressão: não se deve perder tempo pensando se as manifestações de alterações do humor, desânimo e tristeza são a causa ou a conseqüência da FM (fibromialgia). Se estes sintomas estão presentes, devem ser tratados adequadamente. Na maioria das vezes, o reumatologista pode prescrever ansiolítico ou antidepressivo para o paciente com FM; se... 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