(Palestina) e a cidade de Jerusalém sob a

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COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICA
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A colonização espanhola das Américas começou com a chegada de Cristóvão Colombo às Américas em 1492.
Colombo procurava um novo caminho para as Índias e convenceu-se de que o encontrara. Ele foi feito governador
dos novos territórios e fez várias outras viagens através do Oceano Atlântico. Enriqueceu com o trabalho de escravos
nativos, que obrigou a minar ouro, e também tentou vender escravos na Espanha. Apesar de ser geralmente visto
como um excelente navegador, era fraco como administrador e foi destituído do governo em 1500. A chegada dos
espanhóis à América insere-se no contexto da expansão marítima europeia. A colonização levou a Espanha a fazer
incursões no novo continente, dominando e destruindo culturas indígenas, como a dos incas e dos astecas, em busca
de metais preciosos encontrados e explorados em grande quantidade pelos conquistadores, que se utilizavam para
tanto da mão-de-obra servil indígena.
Estrutura Política Metropolitana
O processo de exploração da América colonial foi marcado pela pequena participação da Coroa, devido a
preocupação espanhola com os problemas europeus, fazendo com que a conquista fosse comandada pela iniciativa
particular, mediante o sistema de capitulações. As capitulações eram contratos em que a Coroa concedia permissão
para explorar, conquistar e povoar terras, fixando direitos e deveres recíprocos. Surgiram assim os adelantados,
responsáveis pela colonização e que acabaram representando o poder de fato nas terras colonias, como Cortez e
Pizarro que, apesar de incorporarem ao domínio espanhol grandes quantidades de terra, não conseguiram
implementar um sistema eficiente de exploração, normalmente pela existência de disputas entre aqueles que
participavam do empreendimento. Por isso, à medida que se revelavam as riquezas do Novo Mundo, a Coroa foi
centralizando o processo de colonização, anulando as concessões feitas aos particulares.
O primeiro orgão estatal foi a Casa de Contratação, criada em 1503 e sediada em Sevilha, era responsável pelo
controle de todo o comércio realizado com as colônias da América e foi responsável pelo estabelecimento do regime
de Porto Único. Apenas um porto na metrópole, a princípio Sevilha, poderia realizar o comércio com as colônias,
enquanto na América destacou-se o porto de Havana, com permissão para o comércio metropolitano e anos depois os
portos de Vera Cruz, Porto Belo e Cartagena. Desenvolveu ainda o sistema de frotas anuais (duas); desde 1526 havia
a proibição de navegarem os barcos isoladamente. O Conselho das Índias foi criado em 1524, por Carlos V, e a ele
cabia as decisões políticas em relação às colônias, nomeando Vice-reis e Capitaes gerais, autoridades militares, e
judicias.
Foram criados ainda os cargos de Juízes de Residência e de Visitador. O Primeiro, responsável por apurar
irregularidades na gestão de algum funcionário da metrópole na colônia; o segundo, responsável por fiscalizar um
orgão metropolitano ou mesmo um Vice reino, normalmente para apurar abusos cometidos.
Política Colonial
Nas colônias, o poder dos adelantados foi eliminado com a formação dos Vice-Reinos e posteriormente dos
Capitães gerais. O território colonial foi dividido em quatro Vice-Reinos -- Nova Espanha, Peru, Rio da Prata, e Nova
Granada -- e posteriormente foi redividido, surgindo as Capitanias Gerais, áreas consideradas estratégicas ou não
colonizadas. Os Vice-Reis eram nomeados pelo Conselho das Índias e possuíam amplos poderes, apesar de estarem
sujeitos à fiscalização das Audiências. As Audiências eram formadas pelos ouvidores e possuíam a função judiciária
na América. Com o tempo passaram a ter funções administrativas.
Os Cabildos ou ayuntamientos eram equivalentes às câmaras municipais, eram formadas por elementos da elite
colonial, subordinados as leis da Espanha, mas com autonomia para promover a adminisrtração local, municipal.
Economia Colonial
A exploração mineradora foi a atividade econômica mais importante na América Espanhola, na verdade foi a
responsável pela colonização efetiva das terras de Espanha, apesar de já haver ocupação anterior, no Caribe e
América Central. O ouro na região do México e a prata na região do Peru, foram responsáveis pelo desenvolvimento
de uma clara política de exploração por parte da metrópole, que passou a exercer um controle mais rígido sobre seus
domínios.
A mineração tornou-se responsável pelo desenvolvimento de atividades secundárias, complementares,
diversificando a produção nas regiões vizinhas, responsáveis pelo abastecimento das minas, com produtos agrícolas batata, milho, tabaco e cana de açúcar - sendo que os dois últimos destinavam-se à exportação; desenvolveram
também a atividade criatória, fornecendo mulas e cavalos para as minas. Mais tarde a pecuária se desenvolveu na
região sul, fornecendo couro e charque à metrópole.
A produção artesanal indígena foi permitida, porém passou a ser controlada pela burocracia espanhola na
colônia. Esse "sistema de obrajes" representava, na prática, uma forma de explorar a mão de obra indígena, forçado a
trabalhar por seis meses, durante os quais recebia um pequeno pagamento.
Bibliografia
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A Exploração do Trabalho Indígena
A exploração do trabalho indígena constituiu-se na base da exploração da América, e utilizou-se de duas formas
diferentes: a encomienda e a mita. É importante lembrar-mos que o colonialismo e o escravismo foram características
da política econômica mercantilista.
A encomienda foi um sistema criado pelos espanhóis, e consistia na exploração de um grupo ou comunidade de
indígenas por um colono, a partir da concessão das autoridades locais, enquanto o colono vivesse. Em troca, o colono
deveria pagar um tributo à metrópole e promover a cristianização dos indígenas. Dessa forma o colono de origem
espanhola era duplamente favorecido, na medida em que utilizava-se da mão de obra e ao mesmo tempo, impunha
sua religião, moral e costumes aos nativos. A mita era uma instituição de origem inca, utilizada por essa civilização
quando da formação de seu império, antes da chegada dos europeus. Consistia na exploração das comunidades
dominadas, utilizando uma parte de seus homens no trabalho nas minas.
Os homens eram sorteados, e em geral trabalhavam quatro meses, recebendo um pagamento. Cumprido o prazo,
deveriam retornar à comunidade, que por sua vez deveria enviar um novo grupo de homens. Apesar de diferente da
escravidão negra adotada no Brasil, a exploração do trabalho indígena também é tratada por muitos historiadores
como escravismo. Porém o termo predominante nos livros de história é Trabalho Compulsório.
A ação colonizadora espanhola foi responsável pela destruição e desestruturação das comunidades indígenas,
quer pela força das armas contra aqueles que defendiam seu território, quer pela exploração sistemática do trabalho,
ou ainda através do processo de aculturação, promovido pelo próprio sistema de exploração e pela ação catequética
dos missionários católicos. É importante destacar o papel dos religiosos no processo de colonização, tratados muitas
vezes como defensores dos indígenas, tiveram uma participação diferenciada na conquista. Um dos mais célebres
religiosos do período colonial foi Frei Bartolomeu de Las Casas que, em várias oportunidades, denunciou as
atrocidades cometidas pelos colonos; escreveu importantes documentos sobre a exploração, tortura e assassinato de
grupos indígenas. Muitas vezes, a partir desses relatos a Coroa interferiu na colônia e destituiu governantes e altos
funcionários. No entanto, vale lembrar o poder e influência que a Igreja possuía na Espanha, e o interesse do rei
(Carlos V)em manter-se aliado à ela, numa época de consolidação do absolutismo na Espanha, mas de avanço do
protestantismo no Sacro Império e nos Países Baixos. Ao mesmo tempo, a Igreja na colônia foi responsável pela
imposição de uma nova religião, consequentemente uma nova moral e novos costumes, desenraizando os indígenas.
A Sociedade Colonial
A sociedade colonial era rigidamente estratificada, privilegiando a elite de nascimento, homens brancos,
nascidos na Espanha ou América:
Chapetones - eram os homens brancos, nascidos na Espanha e que vivendo na colônia representavam os interesses
mtropolitanos, ocupando altos cargos administrativos, judiciais, militares e no comércio externo.
Criollos - Elite colonial, descendentes de espanhóis, nascidos na América, grandes proprietários rurais ou
arrendatários de minas, podiam ocupar cargos administrativos ou militares inferiores.
Mestiços - união de brancos com índios, eram homens livres, trabalhadores braçais desqualificados e
superexplorados na cidade (oficinas) e no campo (capatazes).
Escravos negros - nas Antilhas representavam a maioria da sociedade e trabalhavam principalmente na agricultura.
Indígenas - grande maioria da população, foram submetidos ao trabalho forçado através da mita ou da encomienda,
que na prática eram formas diferenciadas de escravidão, apesar da proibição oficial desta pela metrópole.
A Crise do Colonialismo Espanhol
Segundo o professor Celso Furtado, pode-se dividir os três séculos de exploração espanhola sobre a América
em dois períodos. Nos primeiros 150 anos a metrópole impôs sua dominação às colônias: escravizou ou dizimou os
indígenas, promoveu grande exploração das riquezas minerais e desenvolveu centros de colonização que serviram de
elementos condensadores da empresa colonizadora -- Havana, México e Peru, inicialmente. Nesta fase a classe
dominante era formada por homens ligados aos interesses espanhóis, os chapetones, o que explica o crescimento de
alguns centros urbanos, da vida cultural e inclusive de universidades.
Nos 150 anos posteriores, após a metade do século XVII, a situação inverteu-se: declínio da produção
mineradora, menor pressão sobre a população colonial, desenvolvimento de interesses regionais, específicos,
fortalecendo as elites locais, principalmente agrárias, mas também grupos mercantis.
A partir do século XVIII a Espanha conheceu um processo de mudanças, refletindo a decadência da até então "grande
potência", que pode ser percebido a partir desses elementos: A decadência da mineração nas colônias; O predomínio
comercial inglês; A Guerra de Sucessão Espanhola.
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O esgotamento das principais jazidas no México e Peru ocorria desde o século XVII, privando a Espanha de
sua principal fonte de riquezas, e grande parte dos metais preciosos extraídos não se acumulavam na metrópole
devido às várias guerras nas quais a Espanha se envolvera. A vitória inglesa na Guerra de Sucessão Espanhola e a
imposição do Tratado de Utrechet (1713) determinou a ascensão de Felipe V, Bourbon, que abdicou dos direitos que
possuía na França.
Esta situação favoreceu a Inglaterra também do ponto de vista comercial já que passou a ter o direito de asiento
direito de fornecimento anual de escravos africanos as colônias; e o permisso -- venda direta de produtos
manufaturados para as colônias espanholas. Começava a ruptura do pacto colonial.
No decorrer do século novas transformações ocorreram: o sistema de frotas anuais foi abolido permitido às
colônias realizarem o comércio entre seus portos e foi extinto o sistema de Porto Único na metrópole. Essa política
metropolitana refletia uma tentativa de adaptar o sistema colonial a nova realidade, na qual a Espanha deixara de ser
potência hegemônica e passava a sofrer a influência de outras nações; no entanto pretendia manter o controle Filipe V
retrato de Michel-Ange Houasse sobre as colônias e aumentar o lucro da burguesia e do próprio Estado.
Em contraposição, o aumento da influência inglesa criou condições para o desenvolvimento de novas relações
comerciais, contrariando o pacto colonial e consequentemente possibilitou a formação de uma mentalidade liberal -influenciada pelos ideais iluministas -- fazendo com que parcela significativa da elite se distanciasse da metrópole.
As reformas, que a princípio favoreceram a burguesia espanhola, a médio prazo comprometeriam o
colonialismo. Do ponto de vista metropolitano, o esgotamento do Sistema Colonial pode ser percebido no início do
século XIX, época das Guerras Napoleônias, porém a Europa vivia a crise do Antigo Regime décadas antes e os
efeitos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa se faziam sentir nos países metropolitanos e foram decisivos
para o movimento de independência.
O avanço dos ideais iluministas teve grande importância tanto na metrópole, onde o questionamento do
absolutismo colocou o colonialismo em cheque, quanto nas colônias, que passaram a defender a liberdade perante a
Espanha.
A invasão das tropas de Napoleão também contribuíram para a difusão do liberalismo, apesar de governar a
França de forma ditatorial, o imperador representava a burguesia de seu país e o próprio ideal da Revolução.
Bibliografia
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