Geomorfologia

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Geomorfologia
A geomorfologia é um ramo da ciência geográfica, responsável basicamente pelo
estudo dos elementos físicos e estruturais do planeta, sobretudo o relevo. A
dificuldade encontrada pelos estudantes tanto dos níveis de ensino básico quanto
do meio acadêmico, leva-nos a buscar maneiras mais simplificadas de abordar o
seu objeto de estudo, partindo de suas definições mais básicas. Visando facilitar a
abordagem dos elementos dessa disciplina que compõe a Geografia Física, postei
a seguir com uma linguagem simples e objetiva, as definições e explanações dos
elementos chave para sua compreensão.
Primeiramente para compreendermos os elementos macroestruturais que
compõem a Terra, precisamos saber o que é a Terra? O planeta Terra é um dos
nove planetas que giram em torno do Sol, que por sua vez, é somente uma entre
as aproximadamente 100 bilhões de estrelas de nossa galáxia – a Via Láctea. A
Terra é o único planeta em que se reconhece a existência de vida. Isso só é
possível porque a Terra está a distância correta do Sol. Se estivesse mais
próxima, seria muito quente para manter alguma forma de vida, e por outro lado,
se estivesse mais distante, o frio seria insuportável. Além disso, a Terra é o único
planeta em que existe água em grande quantidade. Sua atmosfera filtra parte das
radiações solares prejudiciais, e também protege o planeta contra os impactos dos
meteoritos. A Terra é formada por quatro camadas principais, o Núcleo Interno, o
Núcleo Externo, o Manto e a Crosta. No centro do planeta, está o núcleo interno
sólido, com temperatura em torno de 4000 ºC. O calor do núcleo interno faz com
que o material do núcleo externo líquido e do manto plástico circule em correntes
de convecção. Acredita-se que estas correntes de convecção dão origem ao
campo magnético da Terra, que se estende no espaço formando a magnetosfera.
A maior parte da superfície da Terra (aproximadamente 70%) está coberta de
água (Hidrosfera). O oceano Pacífico sozinho ocupa 30% desse total. A parte
sólida (Crosta Terreste) está distribuída em sete continentes, que são (do maior
para o menor): Ásia, África, América do Norte, América do Sul, Antártida, Europa e
Oceania. As feições da superfície sólida são extremamente variadas. Entre as
mais notáveis estão as cadeias montanhosas, os rios e os desertos. As maiores
cadeias de montanhas – Himalaia na Ásia e Andes na América do Sul –
estendem-se por milhares de quilômetros. A cadeia do Himalaia inclui a montanha
mais alta do mundo, o monte Everest (8848 m). Os rios mais longos são o Nilo, na
África (6675 km) e o Amazonas na América do Sul (6437 km). Os desertos
ocupam em torno de 20% da extensão total das terras emersas. O maior é o
Saara, que cobre cerca de um terço da África. As feições da superfície podem ser
representadas de várias maneiras. Somente um globo pode representar
corretamente áreas, formas, tamanhos e direçõs, porque sempre há distorção
quando uma superfície esférica – a da Terra, por exemplo – é projetada na
superfície plana do mapa. Cada tipo de projeção é, portanto, um ajuste: mostra
corretamente alguns aspectos, mas distorce outros. Até a cartografia por satélite é
incapaz de produzir mapas completamente precisos, ainda que mostre os
aspectos da superfície terrestre com grande clareza.
Após essa breve introdução sobre os elementos que compõem o nosso planeta,
comecemos a explanação acerca dos elementos geomorfológicos. Para facilitar a
compreensão as definições serão colocadas em forma de perguntas.
Estruturas da Terra
Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/planetas/estterra.jpg
 É verdade que os continentes se movem?
Parece incrível, mas é verdade. Movem-se porque, fazendo parte do globo
terrestre, giram ao redor do seu eixo e, portanto, participam de todos os
movimentos executados pela Terra, mas também se movimentam uns em relação
aos outros.
A idéia de que os continentes nem sempre estiveram onde se encontram
atualmente surgiu em 1620, quando um filósofo inglês notou que o litoral leste do
Brasil parecia se encaixar perfeitamente no litoral oeste da África, dando a idéia de
que os dois continentes tinham sido um só e, posteriormente, haviam se separado.
Tomando por base essa semelhança e muitas outras, o geólogo alemão Alfred
Wegener, no início deste século, apresentou a teoria da migração dos continentes,
segundo a qual todos os continentes que atualmente existem formavam uma única
massa de terra que ele denominou de Pangéia, e que mais tarde teria se partido
em pedaços.
Hoje sabemos que a teoria de Wegener é correta, mas somente por volta de 40
anos descobriu-se qual a força capaz de movimentar os continentes. Logo abaixo
da camada da terra que pisamos (Crosta Terrestre), existem grandes placas
tectônicas que a grosso modo podemos comparar a cacos de cerâmica. Materiais
provenientes das regiões mais profundas do planeta jorram através das falhas
existentes entre essas placas, empurrando-as e fazendo com que dessa maneira
os continentes se movimentem.
Os terremotos em sua maioria são causados justamente por essas
movimentações das placas, ora sobrepondo-se uma em relação a outra, ora
colidindo lateralmente. O Brasil não possui registros de grandes abalos sísmicos
por encontrar-se no centro de uma das placas que possui ainda o sentido de
movimentação afastando-se da placa africana. Vale ressaltar, que a presença de
vulcões nos mesmos locais onde se registram a maior incidência de terremotos
não é obra do acaso. A massa rochosa quente (magma) que é expelido pelos
vulcões, chegam a superfície através de falhas entre as placas, ocasionando as
erupções.
Continente único: Pangéia
Fonte: http://www.ig.utexas.edu/research/projects/plates/teaching_ideas.htm
 O que é uma falha?
Em Geografia, uma falha é um desnivelamento da superfície da crosta terrestre,
formando um enorme degrau. É causada pelos movimentos diastróficos ou
diastrofismo, que, torcendo as rochas, fazem com que se formem esses degraus
e, superfícies mais resistentes.
No planalto brasileiro, existem inúmeras falhas que, por terem sido formadas há
milhões de anos, se encontram muito desgastadas pela erosão.
Falha de San Andréas (Santo André) localizada no estado da Califórnia – EUA
Fonte: http://w3.ualg.pt/~jdias/INTROCEAN/B/SanAndreasFault.jpg
 O que é Isostasia?
Antes de mais nada, cabe ressaltar que isostasia é uma teoria, ou seja, uma
explicação ainda não confirmada cientificamente.
Trata-se de uma teoria muito interessante, que defende a idéia de que as
montanhas possuem “raízes” muito profundas, tão mais compridas quanto mais
alta for a montanha. Graças a essas raízes o relevo terrestre mantém-se em
estado de equilíbrio, tal como blocos de madeira em uma bacia com água.
Para que compreenda melhor a isostasia, veja o seguinte exemplo: imagine uma
bacia cheia de água com blocos de madeira de diferentes espessuras. Os mais
grossos afundariam os mais finos. Imagine, agora, que você pudesse cortar a
ponta que está fora da água de um desses blocos. É claro que a parte submersa
do bloco subiria um pouco, para manter a sua situação de equilíbrio. É exatamente
o que propõe a teoria da isostasia: o alto das montanhas e dos planaltos se
desgastaria, o que levaria à recuperação da altura primitiva, tal como acontece
com o bloco de madeira na bacia.
O melhor exemplo que confirma essa teoria está nos países do norte da Europa.
No passado, algumas elevações desses países foram cobertas por espessa capa
de gelo, provocando um rebaixamento. Com o aquecimento do clima, o gelo
derreteu e, atualmente, assistimos a um lento soerguimento dessas elevações.
Calcula-se que o ritmo desse soerguimento não ultrapasse um metro por século,
isto é, um centímetro a cada 365 dias.
 O que é meteorização?
O nome é muito esquisito, mas seu significado é simples. Meteorização é o nome
do conjunto de fatores que intervêm sobre as rochas que compõem o relevo
terrestre, ocasionando modificações nelas.
Esses fatores que, dia e noite, sem parar, alteram a face do planeta e causam a
decomposição das rochas são: o calor, o gelo, a chuva, os rios, os ventos e,
naturalmente, o próprio homem e suas máquinas.
Não devemos confundir a meteorização com a erosão. A erosão inclui também,
além do desgaste das rochas, seu transporte. Com um exemplo fica mais fácil
compreender esses conceitos: o calor do dia, associado ao frio da noite, vai ano
após ano, enfraquecendo as rochas da serra do Mar; esse enfraquecimento é a
meteorização. As rochas, cada vez mais desgastadas, são mais facilmente
arrastadas pelas enxurradas, o que caracteriza a erosão.
 O que é um ciclo de erosão?
Ciclo de erosão é o nome dado pelo geógrafo William Morris Davis para as
diferentes fases por que passa o relevo de uma região qualquer do planeta. Essas
fases são a juventude (ou infância), a maturidade e a velhice.
A fase da juventude é caracterizada por formas de relevo altas, com predomínio
das grandes montanhas; a maturidade, por formas já desgastadas e por muitos
planaltos ondulados; e a velhice, por planícies nas quais circulam rios, formando
meandros (curvas).
Com base nessa idéia de Davis, os geógrafos, quando se referem a cordilheiras
muito altas, formadas na era terciária, costumam denominá-las de áreas de
desdobramentos modernos.
No espaço brasileiro não existem áreas na fase de juventude. Nosso relevo é
marcado pela maturidade e, mais raramente, pela velhice, em alguns trechos.
 Como se reconhece uma planície?
É muito fácil reconhecer uma planície. Toda planície é sempre um terreno plano,
geralmente situado em áreas mais baixas que as dos terrenos vizinhos. Desta
maneira, é sempre uma parte do relevo terrestre onde predomina a acumulação
de sedimentos, transportados pelas enxurradas ou pelos rios.
É importante destacar que existem planícies localizadas há mais de mil metros de
altitude, geralmente às margens de lagos ou junto a foz de rios.
Geralmente os geógrafos classificam as planícies em dois tipos conforme a área
em que se situam: marítimas ou costeiras e continentais. Estas últimas, por sua
vez, subdividem-se em planícies lacustres, resultantes do entulhamento de
lagos, e planícies aluviais ou fluviais, formadas pelo acúmulo de sedimentos
transportados pelos rios.
 Como se reconhece um planalto?
Todo planalto é uma extensão do terreno mais ou menos plano, situado em
altitude variada. O que diferencia o planalto da planície é que o planalto sofre
sempre mais erosão que acumulação e é geralmente mais elevado que as formas
de relevo que estão ao seu redor.
Uma outra maneira de definir planalto é a seguinte: planalto é uma superfície
elevada, mais ou menos plana, delimitada por escarpas íngremes, onde o
processo de desgaste supera o de acúmulo de sedimentos.
Assim como acontece com as planícies, não é possível definir os planaltos pela
altitude em que aparecem: existem planaltos quase ao nível do mar e outros
situados além dos 5 mil metros de altitude.
A maior parte dos autores classificam os planaltos em três tipos: planaltos
tectônicos, resultantes da elevação ou rebaixamento da crosta terrestre;
planaltos vulcânicos, formados em áreas em que as lavas se acumularam; e,
finalmente, planaltos de erosão, que aparecem como um bloco soerguido da
crosta terrestre, o qual, pouco a pouco, vai sendo desgastado pela erosão.
No Brasil, existem apenas planaltos de erosão.
 O que é uma chapada?
Chapada é o nome que se dá, no Brasil a alguns tipos de planaltos. São grandes
superfícies planas, com mais de 600 metros de altitude, muitos comuns na região
Nordeste (chapada Diamantina, do Araripe, do Apodi) e na região Centro-Oeste
(chapada dos Guimarães, dos Veadeiros e outras).
A chapada é, assim, um planalto sedimentar levemente ondulado que se ergue no
relevo como uma extensa mesa.
Outra palavra muito comum usada no Brasil é chapadão, que pode ser entendida
como uma chapada de grande extensão, o que constitui um erro. Chapadão é
uma sucessão de chapadas, isto é, uma área onde aparece uma chapada ao lado
da outra.
Parque Nacional Chapada Diamantina.
Fonte: http://www.namastenatureza.com.br/po/parques/chpdiamant/img/chapada.jpg
 Qual a diferença entre uma montanha e uma cordilheira?
Uma montanha é uma grande elevação natural do terreno, com altitude superior a
300 metros e constituída de um agrupamento de morros.
A cordilheira por sua vez é uma sucessão de montanhas muito altas, destacandose como elemento marcante na paisagem física ou natural dos continentes. A
América é marcada, em sua parte oeste, pela cordilheira dos Andes, na América
do Sul, e pelas Montanhas Rochosas, na América do Norte; a Europa, pelos
Alpes, com suas inúmeras ramificações; a África, pela cordilheira do Atlas; e a
Ásia, pela imponente cordilheira do Himalaia.
Mas não existe uma unanimidade em todo o mundo com respeito à palavra
cordilheira. Alguns geógrafos preferem falar em cadeias de montanhas ou serras;
no estado de Mato Grosso, os habitantes da zona do Pantanal chamam de
cordilheira os pequenos terraços naturais que aparecem entre as lagoas, as quais
eles denominam de baías.
Cordilheira dos Andes (vista aérea).
Fonte: http://www.bananacomcanela2.blogger.com.br/
 O que são terraços?
Terraço em Geografia é como um degrau ou uma banqueta um pouco mais alta
que o relevo ao redor e limitada por dois declives.
Os terraços aparecem nas margens dos rios e lagos e ao longo do litoral
brasileiro, mostrando níveis do relevo que, no passado, eram cobertos pelas
águas.
Todo terraço é sempre construído pela erosão e pode ser marítimo, fluvial ou
lacustre.
 Maciço é a mesma coisa que serra?
Não. Existem algumas semelhanças, e muita gente confunde, mas maciço é
maciço e serra é serra. Maciços são vastas extensões de rochas magmáticas ou
metamórficas que se estendem por centenas e às vezes milhares de quilômetros.
Serra são as partes mais elevadas desses maciços. Constituem, assim, uma
sucessão de montanhas desgastadas ou mesmo a beirada dos planaltos.
No passado, alguns geógrafos chegaram a afirmar que uma grande extensão
rochosa, tanto de rochas magmáticas e matamórficas quanto de rochas
sedimentares, poderia ser denominada maciço. Atualmente, porém, tal definição
foi descartada.
 Como se reconhece uma colina?
A colina é uma pequena elevação do terreno com o topo arredondado e declives
suaves. Como geralmente não excede 50 metros, é menos elevada que o morro.
Reconhecer uma colina na paisagem é sempre fácil, principalmente em áreas
onde a atividade humana não mudou a fisionomia do relevo.
No Rio Grande do Sul, áreas de terrenos muitos antigos, as colinas recebem o
nome de coxilhas. Vistas de longe, parecem a parte recurvada da lâmina de uma
faca.
O nome coxilha vem da palavra espanhola cuchilla, que quer dizer “faca”.
 O que são mares de morros?
Mares de morros são colinas ou montes de topo arredondado que aparecem em
grande número nas serras do Mar e da Mantiqueira. Vistos de um avião, esses
morros arredondados lembram as ondas de um mar agitado.
Quem batizou essa sucessão de morros com este nome foi um geógrafo francês,
Pierre Deffontaines, que veio junto com os primeiros cientistas para ensinar
Geografia aos brasileiros. Vendo aquela sucessão de morros que parecia
interminável, ele não teve dúvidas e escreveu um artigo usando essa
denominação, que realmente pegou.
Tempos depois, outros geógrafos resolveram batizar de meias-laranjas essa
sucessão de morros.
Mar de Morros.
Fonte: http://img45.imageshack.us/img45/1663/gv2004andydavies035tk.jpg
 O que é um matacão?
Matacão é uma enorme esfera ou forma arredondada de pedra, geralmente do
tipo granito ou gnaisse, encontrada em muitos pontos do território brasileiro.
Os matacões aparecem porque se desprendem das montanhas, devido a
diferentes tipos de erosão, que determinam também sua forma esférica.
Na verdade, os matacões descascam como uma cebola devido a trocas de
temperatura. Em regiões tropicais, principalmente durante o verão, o grande calor
do dia faz com que os minerais do granito se dilatem, mas o frio da madrugada faz
com que se contraiam. Após milênios de dilatação e contração, os minerais da
primeira “casca” da rocha transformam-se em solo e são arrastados pelas chuvas,
deixando o bloco rochoso com a forma arredondada.
Ao fazer uma viagem qualquer pelo litoral brasileiro, observe a paisagem com
atenção, pois certamente verá muitos matacões.
Matacão.
Fonte: http://www.dicionario.pro.br/dicionario/images/9/90/Karlu_Karlu_2.jpg
 O vento modifica o relevo?
Sim, o vento modifica o relevo de duas maneiras diferentes: atuando como uma
gigantesca vassoura, gastando o chão ao arrastar grãozinhos de areia e também
como uma metralhadora, atirando esses grãozinhos sobre as paredes rochosas.
O trabalho de “vassoura” realizado pelo vento é chamado de deflação e o trabalho
de “metralhadora” é conhecido como corrosão.
O desgaste do relevo pela ação do vento é mais facilmente percebido em lugares
secos, onde sempre existe mais material solto para ser varrido e atirado.
Por isso, podemos dizer que nunca passamos duas vezes pelo mesmo caminho.
Entre a primeira e a segunda vez, a superfície da Terra sofreu alterações
decorrentes da acumulação de rochas ou do desgaste causado pelas enxurradas,
pela chuva, pelo vento, pelo homem e por muitos outros processos.
Vento como agente modelador/erosivo do relevo desta área.
Fonte: http://www.achetudoeregiao.com.br/ANIMAIS/gif_animal/seracapivara/erosao2.jpg
 O que é uma depressão?
Depressão é uma área ou porção do relevo situada abaixo do nível do mar ou bem
abaixo do nível das regiões vizinhas.
As depressões que ficam abaixo do nível do mar são denominadas, depressões
absolutas, como, por exemplo, o mar Morto ou grande parte das terras da
Holanda. As que ficam acima do nível do mar, mas abaixo do nível das áreas
vizinhas, são as depressões relativas. Uma cratera de vulcão, por exemplo, é,
muitas vezes, uma depressão relativa.
No Brasil, não existem depressões absolutas, mas a maior parte da planície do
Pantanal é uma imensa depressão relativa.
 O que é um deserto?
Deserto é uma região natural onde chove muito pouco. Como no deserto a chuva
é rara (podem se passar até 50 anos ou mais sem cair uma gota de água), o
relevo apresenta-se com grandes mantos de areia conhecidos como ergs ou
imensos depósitos de pedra denominados hamadá.
Sendo a água muito rara nos desertos, essas paisagens abrigam poucas formas
de vida, quase não existindo formações vegetais nelas.
No Brasil não existem desertos. As partes mais secas do país recebem mais de
250 milímetros de chuvas por ano, e este é o limite que marca a existência dos
desertos.
 O que são marmitas geográficas?
As marmitas geográficas são buracos que aparecem no leito dos rios produzidas
pela própria água que, ao correr, vai girando em pequenos turbilhões. Geralmente,
surgem após uma cachoeira ou quando o leito do rio sofre um rápido desnível. A
água vai abrindo a marmita e, com o tempo, várias delas emendam-se,
aprofundando o talvegue. Talvegue é a parte mais profunda do leito do rio. O
alargamento das marmitas é sempre mais rápido quando a água carrega
ferramentas, nome que em Geografia se dá às pedrinhas que atritam as paredes
desses buracos, abrindo-os.
 O que é uma avalanche?
A palavra avalanche é usada em dois sentidos: serve para indicar a queda muito
rápida de uma geleira ou então para explicar o desmoronamento ou
escorregamento de um barranco de terra, devido à erosão.
Os desabamentos são freqüentes no Brasil em áreas muito chuvosas ou épocas
de grande precipitação como geralmente nos meses de janeiro e fevereiro no Rio
de Janeiro, por exemplo, em locais onde grandes blocos de rochas misturam-se
com a terra solta. Nessa áreas, comumente usadas para a construção de
pequenos barracos, após chuvas fortes os blocos rochosos deslizam sobre a terra
molhada, arrastando os casebres e causando muitas mortes e prejuízos.
 O que é erosão?
Em Geografia, a palavra erosão é usada para definir a destruição das saliências
ou reentrâncias do relevo. Há vários tipos de erosão: a erosão pluvial,
ocasionada pelas chuvas e consequentemente pelas enxurradas; a erosão
eólica, quando o vento provoca a deflação e a corrosão do relevo; a erosão
fluvial, decorrente do lento trabalho dos rios, deslizando e gastando as rochas e
remodelando o relevo; a erosão glacial, em lugares onde as geleiras deslizam
pelo solo, arrastando tudo que encontram à sua frente; e a erosão marinha,
causada pelo incessante bater das ondas nas rochas litorâneas.
Mas é errado pensar que a erosão apenas desgasta o relevo: todo material
arrancado de um lugar é sempre arrastado e depositado em outro e, portanto, a
erosão destrói algumas formas, mas também constrói outras.
 Como se formam as cavernas?
As cavernas são imensos “palácios” subterrâneos encontrados em muitos outros
pontos da Terra onde existem rochas calcárias.
Esses “palácios” são formados pela dissolução de um sal existente no calcário,
denominado carbonato de cálcio. A água de um rio ou aquela que se infiltra pelas
rochas, ao passar pelo calcário, vai lentamente gastando o carbonato de cálcio e
abrindo buracos, que acabam se transformando nos “salões” das cavernas.
Nas cavernas sempre encontramos estalactites e estalagmites, que são formas
alongadas produzidas pela acumulação de calcita, outra substância muito comum
no calcário. As estalactites aparecem nos tetos das cavernas e as estalagmites
assemelham-se a grandes dedos que saem do chão.
 Caverna é a mesma coisa que gruta?
Não, embora muitas pessoas façam essa confusão. Na verdade, as cavernas
formam-se em terrenos calcários, enquanto as grutas são formadas pela erosão
ou pelo desabamento das rochas.
No Brasil, existem várias cavernas muito bonitas, em Minas Gerias, na Bahia e em
São Paulo, além de inúmeras grutas.
Grutas e cavernas eram muito usadas como local de abrigo pelos homens
primitivos e, por esse motivo, frequentemente são encontrados sinais de sua
passagem pela Terra em seu interior.
 O que é uma falésia?
Falésia é uma forma de relevo litorâneo abrupta e escarpada como um enorme
barranco de pedras. A falésia, para continuar a existir, depende da força das
águas do mar, que, batendo em sua base, acabam por provocar desabamentos.
A maior falésia do mundo fica na Groenlândia e sua altura chega a 700 metros. No
Brasil, existem inúmeras falésias no litoral, do estado do Espírito Santo para o Sul,
todas com menos de 200 metros.
Os altos barrancos de terrenos sedimentares que aparecem em nosso litoral, do
Espírito Santo para o norte, são chamados de barreiras.
Falésia de Etretat – França.
Fonte: http://www.veep.com.br/mat_etretat.htm
 Como se forma uma ilha?
As ilhas se formam e se desgastam como qualquer outra forma do relevo terrestre.
São porções relativamente pequenas de terras emersas, cercadas de água doce
ou salgada.
A definição de ilha serve também para a de continente. A diferença está na
extensão: as ilhas são muito menores que os continentes. Mas não pense que
essa diferença entre ilha e continente é uma discussão encerrada: para alguns
geógrafos, a Austrália é a maior ilha do mundo; para outros, a maior ilha é a
Groenlândia, porque consideram a Austrália o menor dos continentes.
De qualquer forma, entretanto, as ilhas apresentam duas características que as
diferenciam bem dos continentes: 1ª) elas podem ser rodeadas de água doce
(ilhas fluviais) ou salgada, enquanto todos os continentes são rodeados apenas
pelas águas dos oceanos; 2ª) elas podem ser continentais ou costeiras e
oceânicas (picos de montanhas marítimas que “furam” a superfície das águas).
 O que é plataforma continental?
Quando entramos nas águas do mar, nossos pés apóiam-se sobre a plataforma
continental. Ela é, assim, um planalto submerso na orla de todos os continentes.
Apresenta um leve declive desde o início do litoral até cerca de200 metros de
profundidade. Nesse ponto, mais ou menos, a plataforma continental termina e o
relevo submarino geralmente caracteriza-se por um grande barranco, que vai dos
200 até 600 metros ou mais de profundidade. Esse barranco forma o talude
submarino. Após o talude surgem bacias oceânicas e, algumas vezes, fossas
submarinas ou montanhas que podem formar ilhas.
A largura da plataforma continental varia muito de um continente para outro: em
alguns é muito larga e em outros praticamente não existe. Ao longo do litoral
brasileiro, é bem mais larga próximo a foz do Amazonas ou de outros grandes rios
que, incessantemente, jogam no oceano sedimentos que arrancam.
 O que é uma restinga?
Restinga é uma faixa de areia depositada paralelamente ao litoral pelas águas
oceânicas.
Além das ondas que quebram na praia e que os surfistas cavalgam, existem
outros movimentos das águas do mar que ocorrem paralelamente à linha da costa
e que, desgastando os cabos, acabam pouco a pouco dando origem a essas
faixas arenosas.
A restinga pode, algumas vezes, fechar enseadas e baías e formar lagoas
costeiras. Outras vezes, pode unir uma ilha ao continente, formando um tômbolo.
A maior parte dessas lagoas costeiras do Brasil foi formada por restingas (lagoas
dos Patos, Mirim, Feia, Rodrigo de Freitas e muitas outras). No Paraná, existe o
tômbolo de Caiobá e, em São Paulo, o da “ilha” Porchat.
 O que é um angra?
Angra é uma grande abertura que aparece em um litoral, geralmente alto. É,
portanto, bem mais extensa que uma baía e muito maior que uma enseada.
As “entradas” ou aberturas que se observam nos litorais podem, dessas forma, ser
classificadas pela ordem de grandeza: as menos extensas formam a enseada,
muito comum nas praias brasileiras; as de tamanho médio constituem as baías; as
muito extensas são as angras.
Não devemos confundir angra com golfo, embora ambas as formações litorâneas
apresentem grandes semelhanças. Acontece que, no golfo, o mar penetra com
profundidade, como uma verdadeira ponta; além disso, ele também é maior que a
baía e é definido como uma grande porção do mar que se intromete pela terra,
entre pontas e cabos.
O extenso litoral brasileiro apresenta alguns cabos, golfos, baías, enseadas (ou
sacos) e algumas angras, sendo a mais famosa Angra dos Reis, no litoral do
estado do Rio de Janeiro.
Angra dos Reis – Rio de Janeiro.
Fonte: http://www.brazil-adventure.com/pics/182_8286.jpg
 O que é um recife? E um atol?
Recife é uma formação litorânea que, quanto à origem, pode ser de dois tipos:
recife de arenito e recife de coral. O recife de arenito resulta da consolidação ou
endurecimento de antigas praias, devido à cimentação dos grãozinhos de areia
provocada por alguns sais marinhos. Os recifes de coral são acúmulos de
carapaças ou restos de pequenos animais marinhos – os celenterados – que
formam uma verdadeira crosta em torno das rochas litorâneas.
Atol é um tipo de recife mais ou menos circular, em forma de uma coroa fechada,
que contém uma pequena lagoa em sua parte central. Com o tempo, essa lagoa
se entope de sedimentos, transformando o atol em uma pequena ilha.
São justamente os recifes de coral que formam os atóis.
Atol das Rocas – Rio Grande do Norte.
Fonte: http://www.ibama.gov.br/rn/foto.php?id_img=270
 O que é uma bacia?
Uma porção de coisas. A Geografia adora as bacias e, por esse motivo, usa muito
essa palavra: existe a bacia sedimentar, a bacia estrutural, a bacia fluvial ou
hidrográfica, a bacia carbonífera, a bacia tectônica e muitas outras.
De maneira geral, bacia é uma depressão de formas variadas ou uma extensão de
terra relativamente plana. Quando é preenchida por sedimentos, constitui a bacia
sedimentar; se é o conjunto de terras ocupadas por um rio, forma a bacia
hidrográfica; já a bacia carbonífera abriga grandes jazidas de carvão mineral.
Algumas depressões do planeta, formadas pelo afundamento de uma parte da
Terra, constituem as bacias estruturais, também conhecidas como bacias
tectônicas.
 O que são fumarolas?
Fumarolas são fendas ou buracos naturais que aparecem em áreas vulcânicas,
por onde saem gases e vapores geralmente muito quentes.
Essas saídas de gases ocorrem quando a atividade vulcânica diminui de
intensidade, mas algumas podem chegar à incrível temperatura de 800 ºC.
Ao contrário do que acontece com os vulcões, as fumarolas não modificam o
relevo terrestre, mas não têm importância econômica, quer por expelirem produtos
industrializáveis, como o enxofre para a produção de energia como acontece na
Islândia, quer pelo fato de constituírem atração turística.
Fumarolas do vulcão Pinatubo – Filipinas.
Fonte: http://www.natureduca.com/images_geol/geol_geodinint_fumarolas.jpg
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