A Pedagogia de Projetos: O novo olhar na aprendizagem Por: Iane Abreu RESUMO Este artigo, resume os resultados de uma análise da proposta metodológica da Pedagogia de Projetos de alunos de nível médio das escolas: pública e particular de Guanambi-Bahia, teve como ponto de partida a seguinte questão: a pedagogia de projetos faz com que haja maior motivação no ensino-aprendizagem da disciplina História nos alunos do Ensino Médio? Para responder a este pressuposto cujo objetivo foi analisar-se uma proposta de trabalho com pedagogia de projetos, visando encontrar soluções para a falta de motivação, fator determinante para a aquisição da aprendizagem, proporcionando ao aluno posicionar-se de maneira crítica, criativa, reflexiva e construtiva frente à família, escola e comunidade nas soluções dos problemas. Para que atingisse o objetivo proposto, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa, utilizando como coleta de dados, questionários fechados. Através dos dados tabulados concluímos que a Pedagogia de Projetos utilizada nas Escolas pesquisada podem ser recomendadas como alternativa para a falta de motivação dos alunos no processo ensino/aprendizagem de História porque, esta proposta metodológica dá ênfase à contextualização dos conteúdos e interdisciplinaridade das disciplinas como práticas que se fundamentam essencialmente no diálogo e na ação de forma criativa, critica, inovadora, reflexiva. Propondo um paradigma construtivista, interacionista, sociocultural e transcendente, em que o professor neste contexto, é o mediador, o estimulador, articulando as experiências extra e intra classe, em que o aluno reflita sobre suas relações com o mundo e o conhecimento. Ao final sugere-se que todas as escolas adotem a Pedagogia de Projetos como pressuposto metodológico para um ensino/aprendizagem de História motivadora e encantador. Palavras chaves: Pedagogia de Projetos, Ensino-Aprendizagem, Motivação Escolar INTRODUÇÃO: O mundo mudou e só mudou porque as relações sociais, organizacionais, pessoais, familiares, econômicas, educacionais e tecnológicas mudaram. Estamos vivendo na Sociedade do Conhecimento 1 onde há a exigência de um indivíduo crítico, criativo e reflexivo. Vivemos novos paradigmas em todos os setores. Com a globalização dos mercados, há uma tendência de intelectualização e criatividade de todo o processo econômico, político, social, ético/estético e também o educacional onde implica mais conhecimento, informática, domínio de idiomas, habilidades comunicativas e cognitivas, flexibilidade de raciocínio, capacidade de empreender, administrar, gerenciar, lecionar, criar, inovar. Nesta sociedade do conhecimento onde há a exigência de um indivíduo crítico, criativo e reflexivo, a presença das novas tecnologias no setor educacional requer profundas modificações de formação e preparação dos professores e alunos, e nesta perspectiva a escola ainda se encontra defasada, mesmo sentindo esta real necessidade de mudança, requer do professor / educador um novo jeito de ensinar / educar, proceder, aprender, mudar. Os professores assim como os alunos começaram à inovar o aprender História porém, ainda de forma um pouco lenta, mas atuante. Concordamos com Sônia Nikitiuk, quando diz: “percebemos também que as novas orientações para o ensino de História pretendem promover uma prática pedagógica aberta e dinâmica, preocupada fundamentalmente com a questão da cidadania. Tal questão nos remete à necessidade de instituição de uma escola que se preocupa com a formação – e nesse sentido abrange o projeto de situar o aluno no seu contexto histórico, a fim de capacitá-lo para o agir e transformar, e não apenas para atuar e reproduzir.” (Sônia, pg. 91) Constatamos no dia-a-dia que é um desafio para o professor ensinar História nestes novos paradigmas, de forma a acabar com a decoreba e pensar historicamente. “A função da História é fazer com que o aluno compreenda melhor a realidade em que está vivendo. E não serão os erros do passado que nos darão uma visão diferente do presente. Mas eles também fazem parte da ponte entre o passado e o presente”(Sônia, 2001) O processo histórico é contínuo. Não podemos compreender como o passado evoluiu até o presente sem compreender como o presente evolui para o futuro, a História é o produto da inter-relação dos princípios de continuidade e de transformação. Evidentemente, diante de tantas mudanças, devido a era da informação, a História também foi destituída de seu status de consolidadora do passado tornando-se o que de fato ela é: uma ciência em construção e é nesse novo cenário que a escola assume um novo papel para atender à essa disciplina, alunos e professores na condição de “eternos aprendizes” , de um novo ensinar História, impregnado de uma nova prática pedagógica na medida em que trabalha além das aulas expositivas, o uso de um vídeo, de uma pesquisa, de leituras de livros, jornais, revistas, internet, softwares, enfim, uma dinâmica transdisciplinar e transcendente de atividades. Segundo Sônia Nikitiuk (Org) “ Uma nova concepção de ensino, contudo, está sendo esboçado. Fundamentada principalmente nas teorias de Piaget e Vygotsky, a concepção construtivista fornece subsídios para a superação das aulas expositivas como metodologia exclusiva, apontando caminhos para um ensino que estimule o desenvolvimento cognitivo dos alunos em direção a níveis qualitativamente superiores” (Sônia, pg. 75) Um dos objetivos da permanência da História no atual currículo é contribuir para a construção da cidadania. A identidade é um tema de relevância para a sociedade brasileira, pois são muito importantes o intercâmbio de comportamentos, valores e tecnologias, que desarticula formas tradicionais de trabalho e neste contexto do ensino - aprendizagem de História é importante criar situações de aprendizagem que possibilitem aos alunos relacionar suas vivências, experiências, com as problemáticas históricas inerentes à sociedade, localidade, região, o local e o global, resgatando o passado e projetando o futuro. Diante destas mudanças, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96), e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) possuem uma característica inovadora: “ ao nortear a ação pedagógica através das referências e dos parâmetros básicos, esse conjunto de leis permite ao educador grande autonomia de ação, capaz de levar em conta, antes de tudo, as realidades de cada aluno, de sua escola e de sua região”. A nova LDB, por sua vez, exige explicitamente a elaboração de projetos pedagógicos que definem a identidade, os objetivos e a metodologia a serem desenvolvidos pela escola, baseado neste parecer da Lei, é que adotamos nas escolas públicas de porte especial e nas particulares de porte médio, em Guanambi-BA, o trabalho metodológico com PROJETOS que têm assumido como forma alternativa do ensino de História a PEDAGOGIA DE PROJETOS – esta nova postura pedagógica foi introduzida através de PROJETOS DE TRABALHO que é um plano de trabalho com atividades diversificadas gerando situações de aprendizagem que favorecem aos alunos à busca de conhecimentos. É neste contexto que problematizamos: - A PEDAGOGIA DE PROJETOS FAZ COM QUE HAJA MAIOR MOTIVAÇÃO NO ENSINO-APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA HISTÓRIA NOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO? Como hipótese abordamos: - TRABALHAR COM PEDAGOGIA DE PROJETOS AUMENTA A MOTIVAÇÃO PARA APRENDER A DISCIPLINA HISTÓRIA NA CLASSE DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO. Atuando há vinte e dois anos no campo educacional de Escolas Públicas com, alunos de classe baixa e nível médio, como Regente, Diretora e agora Coordenadora de Curso Normal, venho constatando a cada dia que há uma diferença muito grande entre o ritmo da vida e o da escola. Esta se encontra lenta, defasada, atrasada, frente aos avanços tecnológicos da Sociedade da Informação e Comunicação que evoluem momentaneamente com a internet, revistas, jornais, clubes, filmes etc. E para agravar ainda mais este quadro de morosidade, os alunos que permanecem neste espaço da escola não têm motivações, interesses, prazer, para descobrir, para produzir e disseminar seus conhecimentos. Isto nos angustia muito, razão pela qual queremos desenvolver a pesquisa, visando encontrar uma saída para este caos, tornando um ensino mais motivador, encantador, estimulador, substituindo longas fórmulas cansativas para memorizar e sem utilidades na vida prática, por produções de pesquisas que envolvam áreas distintas do conhecimento através de fontes diversas como livros, internet, periódicos, colegas, software. Em vez do ensino mecânico, o lúdico, em vez do teórico maçante, o prático com textos de jornais, revistas e filmes; do conhecimento científico, onde os alunos realizam o método experimental e também onde estes sejam produtores de seu conhecimento e não reprodutores e copiadores de conhecimentos passados por professores. A humanidade contemporânea demonstra visíveis sinais de decadência e procura de várias formas encontrar caminhos que levem a existência humana ao equilíbrio, formando verdadeiros cidadãos. A educação é um destes caminhos, portanto, não podemos mais viver nesta escola que se encontra apática, com a mesma filosofia e metodologia de ensinar da época dos Jesuítas: Ler, escrever e contar, alunos parados, enfileirados, estáticos, ouvindo aos professores, informações obsoletas, de forma mecânica, sem fazer um relacionamento destes dados ou conteúdos com a prática e com a realidade, como também não distinguindo as informações relevantes das sem importância, do ensino que ainda se encontra no paradigma tradicional. Na era da clonagem, do genoma humano, das inovações tecnológicas, é preciso despertar nos nossos alunos o gosto pela escola, o prazer de estudar, a importância do conhecimento, do saber X fazer, das competências e habilidades para que possamos inseri-los neste contexto literário, histórico sociocultural que vivemos como cidadãos críticos, reflexivos, participativos e conscientes do seu papel na sociedade local e global. Com todas as inovações tecnológicas desenvolvidas para informar, a solução, porém, ainda está no mestre, pois este é humano e com ternura, carinho, calor, poderá resgatar todo o potencial dos nossos adolescentes, com uma educação cognitiva, desenvolvendo uma didática envolvente e motivadora, tentando conhecer, compreender e ser mediador, auxiliando o aluno naquilo que ele precisa para aprender, analisar, compreender, deduzir, sintetizar, aprender a aprender, fazendo com que os alunos dêem margem ao seu saber, produzam seus conhecimentos, busquem suas informações, resgatem suas atitudes e valores, buscando também o seu ser, pessoa, gente, para a formação de um mundo mais solidário, humano, competente no seu saber científico e capaz de formar uma sociedade de homens justos, dignos e letrados por uma educação libertadora. Para que os professores possam atender aos pressupostos necessários à sociedade do conhecimento é preciso internalizarse de um paradigma inovador denominado de Paradigma Holístico, segundo Edgar Morin, (2000) “esse paradigma sustenta o princípio do saber do conhecimento em relação ao ser humano, valorizando a sua iniciatividade, criatividade, detalhe, complementaridade, convergência, complexidade. Segundo alguns autores teóricos, o ponto de encontro de seus estudos sobre este paradigma emergente é a busca da visão da totalidade, o enfoque da aprendizagem e a produção do conhecimento”. (Morin, Edgar, 2000) Concordamos com Morin, e neste enfoque da aprendizagem, nós professores deveremos ter uma ação pedagógica inovadora, reflexiva onde possamos dar espaço para que nossos alunos realmente produzam seus conhecimentos para a formação de um sujeito cognoscente crítico, reflexivo e inovador e que tenha um bom relacionamento como pessoa. Quando o aluno realmente produz o seu conhecimento com autenticidade, criticidade, criatividade, dinamismo, entusiasmo, ele questiona, investiga, interpreta a informação, não apenas a aceita como uma imposição. Para que este aluno realmente tenha como meta segura a internalização de seus conhecimentos, é preciso que os professores trabalhem com projetos; em que o aluno aprende participando, formulando problemas, refletindo, agindo, investigando, construindo novos conhecimentos e informações, problematizando, seguindo uma trilha motivacional e, que o professor ao trabalhar com projetos possa tornar o ensino atrativo e de qualidade, despertando a conscientização de uma nova maneira de ensinar, uma nova postura pedagógica, levando os alunos a descobrir, investigar, discutir, interpretar, raciocinar, e cujos conteúdos devem ser conectados a uma problemática do contexto social, político e econômico do aluno, significando uma outra maneira de repensar a prática pedagógica e as teorias que a embasam (Lúcia, 1998) Ainda com relação a Lúcia: “Um projeto gera situações problemáticas, ao mesmo tempo, reais e diversificadas. Possibilita, assim, que os educandos, ao decidirem, opinarem, debaterem, construam sua autonomia e seu compromisso com o social”. (1998) Ressaltamos nesta citação, o envolvimento do aluno no projeto, em que eles tomam decisões, fazem escolhas, executam e vão adotando comportamentos e valores embasados em seus conhecimentos. As experiências pedagógicas na Pedagogia de Projeto revelam muita autenticidade, criatividade, criticidade e transparência, tudo o que é projeto tem novo significado, um novo olhar, um novo enfoque na aprendizagem. Os conteúdos trabalhados ganham vida, significado, porque não são vistos isoladamente, mas integrados a um conjunto, conectado, interligado a outras disciplinas, na construção do conhecimento. Portanto, a escola ao trabalhar com Pedagogia de Projetos, deverá inovar, criar, experimentar, agir, estes são os desafios importantes para projetarmos uma nova maneira de ensino/aprendizagem na disciplina de História. MARCO TEÓRICO: Origem da Pedagogia de Projetos: “A discussão sobre Pedagogia de Projetos não é nova. Ela surgiu no início do século com John Dewey e outros representantes da chamada “Pedagogia Ativa”. Já nessa época, a discussão estava embasada numa concepção de que “educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida futura e a escola deve representar a vida presente tão real e vital para o aluno como a que ele vive em casa, no bairro ou no pátio” (Dewey, 1897) (Presença Pedagógica v.2 n.8 mar/abr 1996) Sabemos que a Pedagogia de Projetos é antiga, desde o início do século XX, que se discute a respeito de sua contribuição ao processo ensino-aprendizagem. A Pedagogia de Projetos, esta postura de prática nasceu e desenvolveu principalmente nos Estados Unidos e depois foi aplicado e experimentadona área pedagógicapor John Dewey. “Este, ao colocar em prática suas experiências, introduziu o compromisso livre e a democracia, em que, propôs que a criança ao vir para a escola, vêm para resolver os problemas presentes e não pensar em uma escola para o futuro”. Estamos vivendo uma sociedade pós-moderna, denominada Sociedade da Informação e Comunicação, em que não se admite mais uma escola arcaica, descontextualizada, fragmentada, dissociada da realidade, com horários rígidos em disciplinas, currículos e programas impostos, é preciso mudar a escola, acompanhar estas mudanças que estão ocorrendo veloz e momentaneamente nesta nova sociedade. Surge nos anos 90 no Brasil, o trabalho com projetos, educando em uma visão mais global, complexa, íntegra e contextualizada do processo educativo. Realmente significa uma mudança de postura, de novas práticas, um repensar da prática educativa e das teorias. Significa também repensar a escola, seus alunos, seu corpo docente, seus gestores, enfim toda a clientela da escola, destes novos tempos escolares, educando em uma visão global, complexa, holística, ensinando para a vida, como já foi dito por John Dewey há 100 anos atrás. Existem várias definições entre os estudiosos desta nova postura metodológica de ensinar, do que seja Projeto, chegando-se à uma definição que “Projeto é projetar-se, isto é, lançar-se, sair de onde se encontra em busca de novas soluções” . O trabalho com projetos constitui uma das posturas metodológicas de ensino mais dinâmica e eficiente, sobretudo pela sua força motivadora e aprendizagens em situação real, de atividade globalizada e trabalho em cooperação. Segundo Lúcia Helena Alvarez Leite: “ Ao participar de um projeto, o aluno está envolvido em uma experiência educativa em que o processo de construção de conhecimento está integrado às práticas vividas. Esse aluno deixa de ser, nessa perspectiva, apenas um aprendiz do conteúdo de uma área de conhecimento qualquer. É um ser humano que está desenvolvendo uma atividade complexa e que nesse processo está se apropriando, ao mesmo tempo, de um determinado objeto do conhecimento cultural e ser formando como sujeito cultural”. Concordamos com Lúcia quando diz que a construção de conhecimentos está integrado às práticas em que os alunos aprendem participando, formulando problemas, tomando atitudes diante dos fatos da realidade, investigando, construindo novos conceitos e informações e escolhendo os procedimentos quando se vêem diante das necessidades de resolver questões. Um dos nomes expressivos na pedagogia sócio-histórica é Vygotsky, pois seus estudos defendem que todo conhecimento é construído socialmente no âmbito das relações sociais. Partindo dessa premissa e da citação acima, podemos destacar como palavra-chave nestes tempos modernos de educação, a mediação, a interação, a função social, a construção, o processo dialógico, o debate e a ação, que estão embutidos nos principais fundamentos da pedagogia sóciohistórica e no trabalho de projetos. Nesta abordagem define-se conhecimento como algo que se constrói, dinâmico, interativo, que leva ao crescimento educacional. Portanto, o trabalho com projetos, trata-se de uma postura nova metodológica, concepção em que o professor organiza, media, propõe situações de aprendizagem para os alunos, baseados em um conhecimento construído, refletindo sua ação e desenvolvendo sua aprendizagem. A Pedagogia de Projetos oferece ao professor condições para que ele (re) avalie seu trabalho, sistematizando coletivamente as atividades escolares. Princípios didáticos para elaborar e organizar um projeto de trabalho Ao elaborar um trabalho com projetos, busca-se superar as práticas habituais, monótonas, descontextualizadas do processo educacional por uma prática mais dinâmica, prazerosa e contextualizada, proporcionando situações de aprendizagem em que os alunos aprendam fazer errando, acertando, pesquisando, levantando hipóteses, experimentando, investigando, refletindo, construindo, intervindo, concluindo com conteúdos diversificados, contextualizados, gerando situações de aprendizagem reais e significativas, trabalhando os conteúdos de forma interdisciplinar e contextualizada. Abrantes aponta algumas características fundamentais do trabalho com projetos: - Um projeto envolve complexidade e resolução de problemas, possibilitando a análise, a interpretação e a crítica por parte dos alunos, isto é, a problematização dá subsídios para construir coletivamente uma questão que o grupo ou a classe debaterá, discutirá e irá fazer reflexões até chegar a novos conceitos ou construções de novos conhecimentos. - O envolvimento, a responsabilidade e a autoria dos alunos são fundamentais em um projeto – neste termo todos os envolvidos, professores e alunos encontram-se no mesmo patamar de conhecimentos, ninguém é dono do saber. Alunos e professores abandonam as velhas práticas, como alunos passivos, prontos à tudo receber e o papel de professores também muda como transmissor de conhecimentos, passando a ser um mediador no processo de construção do conhecimento com os alunos e não para os alunos. - A autenticidade é uma característica fundamental de um projeto – Nessa perspectiva, nenhum projeto é copiado, todos têm sua identidade, cada um é único, mesmo que seja duas turmas da mesma série, o projeto será diferente, pois as turmas são diferentes, cada turma tem o seu nível de aprendizagem. - Um projeto busca estabelecer conexões entre vários pontos de vista, contemplando uma pluralidade de dimensões – Os caminhos do aprendizado não são únicos, há várias formas de se chegar a um conhecimento e o projeto é uma proposta que garante esta flexibilidade e diversidade de atividades. Os alunos ao se vêem diante de um problema significativo, defrontam-se com várias interpretações e com pontos de vistas diversos acerca da mesma questão. Portanto, os projetos não só são trabalhados à escolha de um tema, é preciso refletir uma visão de educação escolar, na qual a experiência vivida e a cultura sistematizada se interajam , em que os alunos possam estabelecer relações entre os conhecimentos construídos e sua vida cotidiana. Neste enfoque, poderemos abordar como perspectiva dos projetos de trabalho: o enfoque globalizador, centrado na resolução de problemas significativos: o professor intervém no processo de aprendizagem ao criar situações problematizadoras, introduzindo novas informações, dando condições para que seus alunos avancem no processo de pesquisa; o aluno é visto como sujeito ativo; o conteúdo estudado é visto dentro de um contexto, de uma realidade; propõe atividades abertas, permitindo que os alunos estabeleçam suas próprias estratégias. Na perspectiva de Lúcia (1996), ao se pensar no desenvolvimento de um Projeto, três momentos devem ser considerados: problematização, desenvolvimento e síntese. Problematização – momento detonador do Projeto, quando o professor detecta o que os alunos sabem ou não sobre o tema em estudo. É, portanto, o ponto de partida para a sua organização. Desenvolvimento – implementação de ações traçadas para buscar respostas às questões e hipóteses levantadas na problematização. Criação de situações nas quais os alunos possam comparar pontos de vista, rever hipóteses, colocar novas questões, deparar com outros elementos postos pela Ciência, estratégias fundamentais para se alcançar êxito. Assim, é necessário que se criem propostas de trabalho que exijam atividades extra escolar que envolvam uso de bibliotecas municipais e/ou estaduais, participação de pessoas da comunidade para proferirem palestras, realização de seminários, debates, etc. Nesse processo, os alunos, ao confrontarem seus conceitos, suas experiências com o novo conhecimento, reformulam as hipóteses iniciais, num processo de desequilíbrio e acomodação, no qual as convicções primárias vão sendo superadas e outras mais complexas vão sendo construídas. Síntese – momento no qual a experiência vivida e a produção cultural sistematizada se entrelaçam, dando significado às aprendizagens construídas, que serão utilizadas em outras situações. Assim, o trabalho com Projetos consiste numa mudança de postura, o que exige um repensar da prática pedagógica e das teorias que lhe dão sustentação. Constitui alternativa para transformar o espaço escolar num local aberto à construção de aprendizagens significativas para todos que dele participam. AS ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS DA PESQUISA: O objetivo geral do trabalho se define em analisar uma proposta de trabalho com Projetos, visando encontrar uma solução para a falta de motivação, fator determinante para a aquisição da aprendizagem proporcionando ao aluno posicionar-se de maneira crítica, reflexiva e construtiva, frente à escola, família e sociedade, utilizando as informações e conhecimentos adquiridos e produzidos como forma de resolver problemas. Quanto aos objetivos específicos, abordamos: - Detectar se a Pedagogia de Projetos propicia uma boa aprendizagem, contribuindo com a falta de motivação dos alunos no processo educativo; - Avaliar se a Pedagogia de Projetos em História contribui para que os alunos realmente sejam críticos, reflexivos nesta disciplina, como fator primordial para a construção da cidadania; - Explicar os benefícios que a Pedagogia de Projetos traz como nova postura de trabalho no processo de aprendizagem, criando situações problematizadoras. O CONTEXTO EMPÍRICO DA PESQUISA: . Para investigar este tema, percorremos várias fontes, em especial os estudos de Lúcia Helena Alvarez Leite, Fernando Hernández e John Dewey, que muito contribuíram para o aprofundamento do tema. A pesquisa foi desenvolvida com base nos PCNs e DCNs da Educação para o Ensino Médio em relação aos professores de duas escolas do município de Guanambi-BA. A escola A, pública de porte especial e a Escola B particular de porte médio, professores que trabalham com a proposta metodológica de PROJETOS DE TRABALHO. Professores e escolas desta pesquisa têm caracterizado por sua dinâmica de rupturas com o tradicional, comprometida com uma educação de qualidade. na busca de uma educação inclusiva para nossos jovens. Para adquirir dados relacionados ao campo de estudo, foi analisado como instrumento o questionário fechado, por um período de 01 mês, para esclarecer se o Trabalho com Projetos está sendo realizada de forma pedagógica a acabar com a falta de motivação para os alunos aprenderem a disciplina História. O questionário foi realizado em duas escolas: uma pública e outra particular, tendo como universo todos os Professores de História das duas escolas, sendo escolhido como amostra, a técnica de amostragem por grupos, selecionando 15 professores de uma escola, (A) de porte especial e 10 professores da outra escola (B), menor porte ,nos turnos (matutino e vespertino) de cada escola, de forma sempre ao acaso simples, num total de 25 professores do Ensino Médio, modalidade Curso Normal e Formação Geral, professores estes de sexo feminino, na faixa etária variando de 20 a 50 anos, habilitação nível médio, nível superior, e pós-graduação, com nível sócioeconômico médio. A TABELA (01), apresenta algumas informações do corpo docente dos participantes na pesquisa: Disciplina Escola Total de Idade Professores Cronológica Média dos Média dos Média do anos de anos de grau de experiência experiência escolaridade % na de trabalho disciplina- -% % % HISTÓRIA A 15 20 à 30a= 0 à 05 a = 0 à 05 a = 2ºgrau 13,33% 13,33% 13,33% = 6,66% 30 à 40 a= 5 à 10 a = 5 à 10 a = 3º grau = 53,34% 13,33% 13,33% 6,66 % + 40 a = 10 à 15 a= 10 à 15 a= Pós 26,68% 26,68% =86,68% 15 à 20 a= 15 à 20 a= 33,33% 33,33% total + de 20 a + de 20 a total = 100 % =13,33% =13,33% =100% total total =100% =100% 20 à 30a= 0 à 05 a = 0 à 05 a = 2ºgrau = 20% 50% 30% 30% 3º grau =60 30 à 40 a= 5 à 10 a = 5 à 10 a = % 50% 10% 10% Pós 10 à 15 a= 10 à 15 a= =20% 40% 40% 15 à 20 a= 15 à 20 a= 20% 20% 33,33% B 10 total = 100 % total =100% total total =100% =100% Escola A – Escola Pública – Porte Especial Escola B – Escola Particular – Porte Médio Como podem ser observadas as médias de anos de experiência dos professores na disciplina, no tempo de serviço, no grau de escolaridade, chegamos à essa conclusão: ESCOLA A: Mais da metade do corpo docente, 53,34% dos professores têm a faixa de idade variando de 30 à 40 anos, isto é, um corpo docente considerado jovem; 13,33% apresentam-se mais novos de 20 à 30 anos e 33,33% dos professores se enquadram com mais de 40 anos; Quanto a experiência na disciplina e no trabalho, constatamos que coincidem o período, pois estes professores trabalham com a mesma disciplina desde quando foram concursados, tendo uma percentagem mais significativa de trabalho com a disciplina totalizando 33,33% dos professores, variando de 15 à 20 anos de trabalho, significando uma experiência na área bem significativa; Ficamos mais alegres, quando podemos perceber estatisticamente que, 86,68% dos professores da pesquisa, realmente têm uma formação continuada. ESCOLA B: A escola referida têm um quadro docente ainda jovem, mas com muito compromisso com a educação, tendo 50% na faixa etária de 20 à 30 anos e 50% também na faixa etária de 30 à 40 anos; A média dos anos de experiência na disciplina, também coincide com a média de trabalho, tendo um percentual maior de 40% dos professores enquadrados na faixa de 10 à 15 anos de trabalho. Comparando com a Escola A, podemos perceber que estes professores são mais novos em termos de experiência de trabalho e também de idade cronológica; Quanto ao grau de escolaridade, constatamos que 60% dos profissionais têm nível superior, portanto, habilitados à lecionar como menciona a Lei 9394/96 da Educação Brasileira. Também, gostaríamos de ressaltar que 20% destes professores já concluíram uma pós-graduação, tendo uma formação continuada com a educação e os outros 20% do quadro de professores apresentam a conclusão só do 2º grau Poderíamos fazer uma comparação entre as Escolas, mas quero deixar claro, que a Escola A, de porte especial, apresenta um quadro mais significativo de professores do que a Escola B, por isso, explica o por quê de fazer o questionário com maior número de professores da Escola A. Neste caso, não podemos comparar as Escolas, em termos de números e qualidades de professores. Nessa média maior permite afirmar que na Escola A temos a presença de um Grupo de Professores inseridos no trabalho de Projetos como uma renovação pedagógica. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Constamos que ainda há uma grande diferença entre o ritmo da vida e o da escola. Há uma falta de motivação dos alunos em relação à aprendizagem, que tem sido caracterizada como fonte de dificuldade para os professores ministrarem suas aulas de História e os próprios alunos construírem e aprenderem conteúdos de relevância para o processo ensino/aprendizagem. Comprovada esta realidade decidimos realizar um Projeto Investigativo com uma Pesquisa de Campo com questionários estruturados fechados, tendo como referência a pesquisa de caráter eminentemente qualitativa, ainda que tenha contemplado a dimensão quantitativa com um banco de dados sobre como os professores pedagogicamente estão trabalhando com Pedagogia de Projetos, numa visão de mundo enraizada no paradigma epistemológico em uma abordagem crítico-dialética, privilegiando estudos sobre a prática pedagógica dos professores ao trabalhar com Pedagogia de Projetos, contextualizando esta prática com um referencial teórico, fazendo um percurso metodológico para diagnosticar se o Trabalho com Projetos têm contribuído para que os alunos motivem ao aprender a disciplina História.. Tendo como objetivo desta pesquisa a concepção de ciência, a dialética, considerando a ação como categoria epistemológica fundamental, buscando encontrar saídas para esclarecer e apresentar soluções sobre como o Trabalho com Projetos está beneficiando ou não a motivação dos alunos para a aprendizagem. Saber racional este que será construído a partir da análise dos questionários fechados em uma pesquisa de opinião segundo a Escala de Likert; utilizando como método de abordagem o método indutivo. A primeira etapa da pesquisa ocorreu-se com o encontro dos Professores de História de cada Escola ( A e B ), nos turnos matutino e vespertino, durante 01 mês, nos seus respectivos horários de Atividade Complementar – AC, nestas reuniões foram feitas discussões e esclarecimento do objetivo da pesquisa, o porquê pesquisar, e assim foram distribuídos os questionários, marcando novos encontros. No segundo encontro, ainda foi muito discutido a Proposta de Trabalho de alguns professores, onde estes tentavam explicar a sua prática com projetos, identificando as competências e habilidades que surgiam a cada novo tema, e alguns professores, nesta reunião, abordavam a construção que fizeram em algumas respostas às perguntas do questionário. Este questionário serviu para fazer uma reflexão do seu Trabalho com Projetos no sentido de atingir as competências desejadas. Foram realizados outros encontros com a mesma finalidade