O ministério catequético

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O ministério catequético
Sou catequista pela graça de Deus!
Pe. Alfeu Piso
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a.
É o catequista quem anima e vitaliza todo o conjunto catequético.
Podemos ter o mais belo conjunto catequético e a melhor das
intenções, mas se não tivermos catequistas vocacionados,
competentes e dedicados, não se chegar a lugar algum (cf. DNC, n.
172). Não só a catequese, mas “qualquer atividade pastoral que não
conte, para a sua realização, com pessoas realmente formadas e
preparadas, coloca em risco a sua qualidade” (DNC, n. 252; cf.
DGC, n. 234). O catequista presta aquele serviço que concretiza e
atua a dimensão catequética da Igreja.
b.
Toda a Igreja é ministerial. Na sua totalidade, a Igreja atua a
totalidade da missão. E essa totalidade é diversificada, isto é, não se
realiza por uma única atividade e por um único serviço. A
catequese é um desses serviços diversificados e específicos da
Igreja. A catequese "faz parte do ministério da Palavra" (CR, n. 72;
DNC, n. 245);
c.
A Catequese não é qualquer atividade, mas uma atividade "tarefa
primordial" (CT n. 1); "ligada a toda a vida da igreja" (CT, n. 13):
"tarefa verdadeiramente primordial de sua missão" (CT, n. 15):
“serviço essencial e insubstituível” (DNC, n. 234; DGC, n. 219);
"confiada em, primeiro lugar a toda comunidade cristã" (CR, n.
144; SD, n. 25; DNC, nn. 174-175). Portanto, dessa atividade
participam de forma diversificada todos os membros da Igreja.
d.
Na atividade do catequista, a Igreja atua a dimensão catequética de
sua missão. Daí que, essa atividade não é puramente individual,
mas se realiza em nome da Igreja (Cf. DNC, n. 259). A catequese,
como a evangelização, é um ato eclesial (EN, n. 60; SD, n. 23;
DNC, n. 233). “A catequista é, de certo modo, intérprete da Igreja
junto aos catequizandos" (CR, n. 145; cf. DNC, n. 39). “O
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catequista não prega a si mesma ... Ele é um profeta, pois faz ecoar
a Palavra de Deus na comunidade, tornando-a compreensível”
(DNC, n. 27). A catequese é em primeiro lugar uma ação eclesial,
faz parte do ministério da Palavra e o catequista é um porta voz da
comunidade, um autentico profeta (cf. DNC, n, 39). "Quando
catequiza, ela o faz em nome de Deus e da comunidade profética,
em comunhão com os pastores da Igreja" (CR, n. 146; cf. Puebla,
nn. 994. 995). A dimensão catequética ressoa no catequista. A
catequese, como a liturgia e toda a ação pastoral, é ato de Cristo e
da Igreja, assistido pelo Espírito Santo, através do ministério do
catequista (cf. DNC, n. 142).
e.
Na base da atuação da missão está o testemunho (SD, n. 33). O
testemunho antecede a Palavra oferecida e confirma essa Palavra. O
fundamento do testemunho é Jesus Cristo: a experiência do Senhor
crucificado e ressuscitado na vida da comunidade. Não deve o
catequista negar aos catequizandos a palavra evangélica: se o
catequista ainda não realiza essa Palavra, e ninguém a realiza
totalmente, Cristo já a realizou. Contudo. aquele que anuncia deve
conformar-se com a Palavra e deixar-se fazer por ela, em contínua
audição e conversão. O catequista deixa-se catequizar no ato de
catequizar, como aquele que evangeliza se evangeliza a si mesmo
(cf. EN, nn. 15; 24).
O que se diz a respeito à evangelização, aplica-se à catequese, por
estar a catequese intimamente ligada à evangelização: "O
testemunho é a proclamação silenciosa ... o gesto inicial da
evangelização" (EN n. 21); “primeiro ato da evangelização” (EN n.
41) e, consequentemente, gesto inicial e primeiro ato da
catequese. O catequista é testemunha e mestre. Sua atividade não é
apenas magistério, no sentido escolar, mas é sobretudo ministério.
Se o magistério exige capacitação e habilitação, o ministério exige,
antes de mais nada, vivência cristã capaz de constituir o sinaltestemunho. Não só vimos, ouvimos e sabemos o que anunciamos,
mas “disso somos testemunhas”, isto é, experimentamos (Cf. Jo
1,1-4; At 1,21-22; CR, nn. 147-50).
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f.
Vivência cristã aliada a uma sólida formação pessoal,
comunitária, social e espiritual (cf. DNC, n. 277d). O catequista
precisa deixar-se catequizar no próprio ato de fazer catequese. Não
basta apenas boa vontade, zelo e tempo disponível (cf. DNC, n.
270). Ao testemunho, segue-se a "proclamação viva da Palavra e a
orientação para a vivência comunitária da fé" (cf. EN, nn. 41;42). O
catequista é testemunha silenciosa, imagem viva e ativa da vida
cristã. Mas é igualmente atleta da Palavra de Deus. E como atleta
da Palavra, exige-se constante preparação, tanto ao que diz respeito
ao conteúdo, quanto ao que diz respeito aos métodos, pedagogia
etc. (Cf. DNC, Cap. VII. 3).
g.
A catequese, como toda atividade da Igreja, é uma atividade
pessoal e colegiada. Atividade da pessoa, em comunhão com a
comunidade toda e com a comunidade ministerial. Os catequistas
formam uma comunidade catequética, ou seja, uma equipe dos
que tem a mesma vocação e prestam um serviço comum. Não pode
estar cada um por si, isolado de seu grupo. "O grupo de catequistas
expressa mais visivelmente o caráter comunitário da tarefa
catequética" (CR, n. 151; cf. DNC, n. 176). O catequista deve
"viver sua experiência cristã e sua missão dentro de um grupo de
catequistas, que dará continuidade à formação e oferecerá
oportunidades para a oração comum e reflexão, a avaliação das
tarefas realizadas, o planejamento e preparação dos trabalhos
futuros. Assim o grupo de catequistas expressa mais visivelmente o
caráter comunitário da tarefa catequética" (CR, n. 151; DNC, n.
176).
h.
O ministério catequético é colegiado. E para que isso aconteça é
preciso haver instrumentos adequados que concretizem a
colegialidade. Um ministério colegiado não pode acontecer de
forma puramente espontânea. Exigem-se reuniões (e dinâmica de
grupo para aproveitamento das mesmas), encontros para estudo,
reflexão, oração, planejamento, mútua ajuda. Sem levar a sério as
reuniões, não é possível desenvolver-se o ministério catequético
colegiado, e, com isso a catequese perde. Por isso, quem não tem
tempo disponível para reuniões, estudo, etc ... não pode exercer o
ministério catequético, pois, assim ele pode ser reduzido aos
simples encontros de formação dos catequizandos.
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i.
Além dessas reuniões ordinárias (planejadas), para o
acompanhamento da catequese, devem-se programar encontros
maiores de formação e espiritualidade. O ideal seria que esses
encontros fossem abertos para todos os familiares dos catequistas e
outros membros da comunidade. Isso porque, o ministério
catequético pode trazer problemas de relacionamento dentro da
família do catequista, principalmente quando nem todos os
membros de sua família são participantes da comunidade.
j.
Além do mais, é profundamente saudável para a catequese em
geral, a participação dos catequistas em encontros e atividades fora
da paróquia, como encontros diocesanos, regionais etc...Quanto
maior for a universalidade da experiência catequética, mas aparece
sua eclesialidade e suas riquezas.
k.
A pessoa para exercer o ministério catequético precisa ser iniciada,
não só à comunidade catequética, mas à vida de toda comunidade a
que pertence sua catequese. Isso não é busca de perfecionismo, mas
é apenas questão de coerência. Dai que a origem da vocação
catequética é a mesa eucarística da comunidade. Não basta ter
vontade, tempo disponível, capacitação técnica para ser catequista.
É preciso o hábito da eucaristia, cume e fonte de toda a vida da
Igreja (SC, n. 10; EN, n. 76).
O lugar do catequista na comunidade não pode estar vazio,
principalmente seu espaço na comunidade eucarística (cf. DNC, n.
259). E como seu ministério é de iniciação à vida da comunidade,
não seria coerente se o catequista faltasse com sua participação e
carecesse de informações sobre a comunidade.
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CT = Catechesi Tradendae (A Catequese Hoje)
CR = Catequese Renovada
DCN = Diretório Nacional de Catequese
DGB = Diretório Geral de Catequese
SD = Santo Domingo
EN = Evangelii Nuntiandi
SC = Sacrossanctum Concilium
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Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz!
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Princípios de dinâmica de grupo
Para o bom andamento e rendimento das reuniões
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Oferecemos esses princípios de dinâmica de grupo, os quais, nada mais
são do que normas de boa educação para se trabalhar em grupo.
Levando-os em consideração nas reuniões, evita-se a perda de tempo
e aumenta-se a produtividade das mesmas reuniões.
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a.
Cada um deve ter seus motivos para pertencer a esta ou àquela
equipe de serviço paroquial. Mas, em última análise, cada
equipe é formada por aqueles que tem dons comuns e vocação
para um serviço comum. A equipe se forma para que uns
ajudem os outros e possam dar uma dimensão comunitária aos
seus dons e à sua vocação de serviço. Ao criar uma equipe,
deve-se por a pergunta: “em que a equipe será necessária à vida
da comunidade?”. E ao entrar numa equipe, estar disposto a
pagar o tributo pelo trabalho em comum: as renúncias, os
conflitos etc; e haja propósito de crescer juntos.
b.
Pensar, decidir e executar com os outros não é fácil, pois, todos
já tem seu próprio modo de pensar e tem seu jeito próprio de
trabalhar (autonomia). Tem também seus vícios, principalmente
o vício da dominação: o vício de dominar, (auto-suficiência) ou,
de ser dominado (se mandado, esperar que outros tomem
decisões). Quando se traz para dentro de um grupo de
fraternidade, os hábitos de um grupo de dominação, logo
surgem conflitos, pois, quem está acostumado a decidir pelos
outros, não se sente bem decidir com os outros etc
c.
Somos diferentes. Pensamos diferente. Quando colocamos em
comum nossas diferenças, devemos estar dispostos a não tornar
essas nossas diferenças tão autoritárias e intocáveis, de modo
que acabem sendo a única verdade admitida. Aqui é preciso uma
boa dose de autodomínio e humildade. Cada um esteja atento,
pois, junto a suas qualidades, carrega também muitas limitações
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e defeitos, que talvez não conheça por não ter ainda se
confrontado com as diferenças que o provocam. Portanto, não se
surpreenda com certas reações que nunca experimentou.
d.
Numa equipe somos postos diante de um problema, ou, de uma
tarefa comum. Ora, o mesmo problema pode ter muitas
soluções diferentes e igualmente válidas. A mesma tarefa pode
ter formas diversas e igualmente válidas de ser executada. A
equipe debaterá e chegará ao consenso das soluções e formas de
execução possíveis a ela.
e.
Se a pessoa acredita que vale a pena pertencer a uma equipe,
então ela, a equipe, merece o apoio inteligente dessa pessoa.
Não chegue às reuniões mal humorado, com cara de
insatisfeito e de desinteressado. Ajude os outros a gostar de você
e a relacionar-se com você. “Tu te tornas responsável pelos
muros que constróis”. Se a pessoa se exclui dentro da equipe,
lembre-se que a auto exclusão tem um limite de ser suportada.
Há pessoas que tanto se excluem no momento de decisões e
execuções que, com o tempo, passam a não fazer falta à equipe.
f.
Não é possível trabalhar juntos, executar uma tarefa comum,
sem que a equipe se reuna e pense junto e decida em comum. A
reunião é a expressão e alimento da união e do consenso. Ela
é ponto de honra e de referência de todo membro de uma
equipe.
g.
Por isso, leve a sério as reuniões da equipe. Freqüente as
reuniões com regularidade. Não fuja das reuniões só porque elas
não lhe agradam. Você pode contribuir para melhorá-las,
participando delas. Caso tenha motivos para faltar a uma
reunião, justifique com antecedência a sua falta. É uma questão
de educação e respeito para com os demais membros. Um
grupo, ou equipe, não pode colocar como princípio “a reunião
está marcada, venha quem quiser”. Participe do grupo se quiser,
mas a reunião é obrigatória para o grupo.
h.
A pontualidade é uma atitude de respeito aos demais membros
da equipe e uma forma de colaborar para a criação de um bom
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ambiente de reunião e de possibilitar o rendimento da mesma. O
hábito de chegar atrasado à reunião, além de ser uma falta de
respeito à equipe, é uma forma de dizer que a reunião não é tão
importante para você, ou, que você não tem muito a contribuir
para a equipe.
i.
Vá para as reuniões preparado, disposto a participar, disposto
aos conflitos decorrentes das diferenças e disposto a assumir
responsabilidades. Não transfira aos outros o que é de sua
responsabilidade e, muito menos, não queira “pagar”, para que
outros façam o que a equipe atribuiu a você.
j.
Nas reuniões todos tem o direito e o dever de manifestar suas
idéias e propostas. Ninguém vai a uma reunião só para colher
decisões tomadas por fora. As decisões devem ser tomadas, após
ouvir todos, e depois de uma séria reflexão sobre as várias
possibilidades de se fazer uma tarefa, tendo em vista o objetivo
da equipe.
k.
Acate as decisões da equipe, mesmo se não prevaleceu a sua
opinião, ou, sua proposta. Tome parte na execução. Aceite sem
resistência e, conscientemente, as responsabilidades que a
equipe lhe confiar, e execute-as com esmero.
l.
Se você se sente aborrecido, porque sua idéia, ou, sua proposta
não foi aprovada pela equipe, ao menos, num ato de humildade
e solidariedade, participe das decisões tomadas.
m.
Se você não estiver tendo chance de falar e de se manifestar na
equipe, devido ao monopólio autoritário de alguns membros,
reclame seu direito de falar e de ser ouvido. Mas se teve chance,
e não quis aproveitar-se dela, então não perturbe depois das
decisões tomadas e muito menos crie oposições gratuitas.
n.
Não queira ser dono da verdade. Exponha sua opinião e suas
propostas, argumente, mas esteja disposto a ouvir os outros,
reconhecer as razões dos outros, antes de querer fazer, de sua
opinião e de sua proposta, uma decisão de todos.
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o.
Ninguém tem o monopólio da palavra, a não ser que tenha sido
eleito como orador oficial do grupo.. Fale um de cada vez.
Todos tem o direito de falar e de serem ouvidos. Nunca
despreze, ou ironize, a palavra do outro. Deixe de lado as
antipatias e os preconceitos pessoais. Não leve para a reunião
seus hábitos de patrão, ou de superior, ou de conselheiro.
p.
Se não concordar com as idéias e propostas do outro, conteste,
mas aguarde sua vez para isso. Não interrompa quem está
falando, impedindo-o da possibilidade de acabar de expor seus
argumentos.
q.
Não perca o sentido de humor. Evite exaltações, pois, pode
haver pessoas sensíveis a elas. Use aquela tonalidade de voz
suficiente para ser ouvido com facilidade por todos. O que
valem são os argumentos, não o volume de voz.
r.
Que todos se atenham ao assunto em pauta. Isso evita
desgaste de tempo e de paciências. Evite as “panelas de
pressão”, ou seja, as conversas e cochichos paralelos, enquanto
alguém está falando. Todos tem o direito de serem ouvidos.
s..
Há coisas faladas na reunião que podem e devem ser publicadas
e divulgadas. Há outras coisas que devem ser mantidas no
âmbito da reunião, afim de se evitarem mal entendidos e
fofocas que desabonem a equipe.
t.
Disponibilidade, confiança mútua, humildade, paciência e
sobretudo oração. É difícil chegar-se à comunhão de coração e
de mente nas diferenças, se a equipe não tiver o hábito da
oração.
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Apetite das coisas de Deus
amor a Igreja!
Leia a seguir “O instrumental Catequético”
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