P-205 - Os Guardiães de Andrômeda - H. G. Ewers

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OS GUARDIÕES DE ANDRÔMEDA
Autor
H. G. EWERS
Tradução
RICHARD PAUL NETO
Digitalização
VITÓRIO
Revisão
ARLINDO_SAN
Quando no planeta Terra tem início o século 25 do calendário cristão, o
Império Solar criado por Perry Rhodan transformou-se na maior potência
política, econômica e militar da Via Láctea.
1.112 planetas pertencentes a 1.017 sistemas solares são habitados por
humanos. 1.220 mundos, além de numerosas luas e estações espaciais
espalhadas por todas as partes da Galáxia foram transformados em bases do
comércio ou da frota solar. Com a inclusão do grupo estelar aberto Presépio
na constelação de câncer e a exploração das Plêiades, pertencentes à
constelação do Touro, formou-se um império compacto, que a frota solar
atravessa com rapidez e protege facilmente.
Nestas condições não é de admirar que Perry Rhodan entre, em agosto
do ano de 2.400, na nova nave-capitânea, a Crest II, para dedicar-se à
solução dum velho problema: a busca do planeta Kahalo, cuja posição na
concentração central da Via Láctea nunca pôde ser determinada de forma
exata.
As buscas não são coroadas de êxito. A Crest penetra no campo de ação
dum gigantesco transmissor solar — e é arremessada para o abismo
intergaláctico, indo parar num sistema solar artificial situado a 900.000
anos-luz da Terra.
Os mundos deste sistema são armadilhas mortais, mas assim mesmo os
homens que se encontram na Crest sempre conseguem escapar. Até parece
que o regresso ò Galáxia de origem é apenas uma questão de tempo...
Mas Os Guardiões de Andrômeda estragam os planos dos terranos!
=======
Personagens Principais: = = = = = = =
Perry Rhodan — Administrador Geral do Império Solar.
Icho Tolot — Um halutense de quatro braços que detesta ser tratado
de você.
Gucky — Um rato-castor que tem um reencontro consigo mesmo
numa dimensão desconhecida.
O Dull — Que abre a concha do tempo.
Coronel Cart Rudo — Comandante da Crest II.
Capitão Don Redhorse — Comandante dum destacamento de
desembarque.
Geco — O companheiro assustado de Gucky.
Wuriu Sengu — Um mutante espia.
1
O Dull movimentou ligeiramente a blindagem até então rígida da concha do tempo, e o
efeito produzido pelo movimento poderia dar a impressão de que milhares e milhares de
minúsculas partículas de pó estavam executando uma dança louca e sem sentido.
O ser de quatro braços, enfiado num conjunto verde-escuro, parou abruptamente. A
cabeça semi-esférica que assentava no tronco girou que nem uma torre de canhão. Três olhos
vermelhos muito brilhantes olhavam fixamente para o lugar em que surgira um movimento
em meio ao cinza apagado do solo estéril.
O Dull colocou a concha do tempo na posição de repouso. Pôs-se a observar. Um
sentimento de alegria surgiu em seus centros de consciência periféricos e alógicos. Será que
aquele monstro de quatro braços não desconfiava de que um mundo morto nem sempre era
um mundo sem vida...?
O ar tremeu ao lado do “monstro”. Um pequeno vulto de pêlos cinzentos “formou-se” e
pôs à mostra um dente roedor que emitia um brilho amarelento.
— Alguém está pensando por aqui...! — cochichou a pequena criatura.
— Que insolência! — O “monstro” bateu no chão com uma das pernas muito grossas, e
as pedras que ficaram embaixo do pé foram transformadas em pó. — O senhor acha que não
sou um ser pensante?
O Dull divertia-se a valer.
O dente roedor do ser peludo desapareceu.
— O fato é que você faz de conta que não sabe pensar, seu cabeça de vento...
— Queira tratar-me de Tolot e de senhor! — O ser de quatro braços fungou de raiva.
Como todo halutense, detestava ser chamado de você. Esse tratamento era privilégio de uns
poucos amigos halutenses. Esse rato de um dente era a única criatura que não obedecia às
regras ditadas pelas boas maneiras. Infelizmente não conseguia intimidar Gucky. Afinal, esse
rato era um bom telecineta...
— É isso aí, cabeça de vento! Seja bem bonzinho! — De repente Gucky mudou de
assunto. — Quem me dera que soubesse quem ou o que está se divertindo conosco!
Aquilo já começava a cansar o Dull. Para seu gosto as criaturas que estava observando
possuíam pouca fantasia. Repetiam-se constantemente. O Dull poderia recolher-se novamente
à sua concha do tempo, mas como raramente saía da mesma, resolveu espantar os seres que o
perturbavam, mais ou menos da mesma forma que uma criatura humana espanta um mosquito.
O Dull não possuía membros materiais. Em vez disso usou um pequenino impulso da sexta
dimensão.
O efeito correspondeu à expectativa. No lugar em que pouco antes tinham estado o
halutense Icho Tolot e Gucky, o rato-castor, não havia mais nada.
Não demorou, e Gucky rematerializou junto à cratera recém-formada, enquanto lá
embaixo, a uns cinqüenta metros de profundidade, soava uma estrondosa gargalhada. O
impacto do corpo do halutense fez tremer o chão.
O Dull estremeceu. Estava intrigado. Afinal, não poderia saber que para um halutense as
coisas só começam a tomar-se interessantes no ponto em que qualquer outra criatura
acreditaria ter chegado o fim de sua vida.
Os pêlos da nuca de Gucky arrepiaram-se num repentino sentimento de pavor. Sabia
perfeitamente que naquele bloco de pedra lixado pela chuva e pelo vento há pouco só houvera
uma fina camada de pó. Mas naquele momento viu um bloco esverdeado de formato
indefinido.
No mesmo instante Gucky pôs em ação sua energia telecinética — e no instante seguinte
viu-se sentado na rocha onde pouco antes estivera a coisa verde. Esta não estava mais lá.
Pelo menos não no plano temporal de Gucky. O Dull preferira fechar sua concha do
tempo, e a energia telecinética desenvolvida por Gucky enrolara-se que nem uma corda em
torno da concha, arrastando o rato-castor atrás de si.
Icho Tolot ainda estava rindo. Com um salto enorme saiu da cratera e foi parar bem à
frente de Gucky.
Gucky estremeceu. Mas logo voltou a controlar-se e atirou o halutense telecineticamente
para dentro da cratera.
— Seu pateta! — piou em tom estridente.
Quando Tolot voltou para cima, sedento de vingança, Gucky já tinha desmaterializado.
— Uma coisa dessas a gente deveria ter dado há uma semana ao drung, para ser usada
como brinquedo! — resmungou o halutense.
Lançou mais um olhar para dentro da cratera e saiu caminhando ruidosamente em direção
à gigantesca esfera de aço terconite que se destacava contra o fundo cinzento formado pela
superfície desse mundo antiqüíssimo que nem uma estrela que se realça contra o céu escuro.
O rugido uniforme, que crescia lentamente, indicava que os reatores das unidades energéticas
tinham sido preparados para a decolagem, conforme mandavam as normas.
Icho Tolot apressou o passo...
2
— Meus nervos não agüentam mais, Perry! Acredite se quiser, mas essa coisa verde
estava lá e ao mesmo tempo não estava.
Gucky estava sentado sobre os joelhos de Rhodan e fitava o Administrador Geral do
Império Solar com os olhos arregalados de susto.
Perry Rhodan estendeu a mão e num gesto distraído acariciou Gucky atrás das orelhas.
O homem mais poderoso da Humanidade parecia cansado, cansado e velho, apesar do ativador
celular que lhe garantia a imortalidade relativa. Mas o que ele passara nos últimos dois meses
era demais até mesmo para um homem transbordante de energia como ele.
— Deixe para lá, Gucky. Dê-se por feliz por ter escapado são e salvo. Devemos
acostumar-se a separar o essencial do não essencial, pois do contrário viveremos pisando no
mesmo lugar. O que importa no momento é que possamos atravessar quanto antes a porta
infernal de Gêmeos em sentido contrário. O resto não tem importância.
Gucky parecia encolher para dentro de si mesmo.
— A lembrança do transmissor gigante não me deixa muito feliz, Perry!
Ao lado dele um estômago de elefante parecia roncar. Melbar Kasom acabara de
pigarrear.
— Será que este anãozinho está com medo, senhor? — perguntou a voz abafada do
especialista ertrusiano da USO.
Rhodan levantou a mão, porque notou que Gucky estava prestes a despejar uma saraivada
de insultos.
— Deixem para lá!
Estas palavras foram proferidas em tom enérgico. Kasom retirou-se com um sorriso
embaraçado, enquanto Gucky se teleportava para outro lugar.
Perry Rhodan levantou. Ouvira a batida da pesada escotilha blindada da sala de comando
e imaginava quem estava chegando para ocupar seu lugar durante a decolagem da Crest II.
Atlan empalideceu. Ficou parado alguns segundos à frente da escotilha da sala de
comando que acabara de fechar-se e fitou Rhodan com o rosto tenso. Finalmente um sorriso
irônico apareceu em seus lábios.
— Olá, bárbaro! Tudo pronto para morrer?
Deu uma risada, mas era uma risada rouca e forçada. Notava-se que era apenas uma
tentativa desesperada de espantar o próprio medo.
— Não vamos iludir-nos! — disse Rhodan. — Ao abandonar um lugar relativamente
tranqüilo e dirigir-nos a Quinta arriscamos tudo. Ninguém sabe o que nos espera por lá. Mas
se um dia quisermos voltar teremos de assumir certos riscos.
— Voltar...! — Atlan suspirou.
— Bem que gostaria que pudéssemos ir para a frente! — Rhodan ergueu os punhos.
Foi um gesto involuntário, mas o mesmo exprimia tudo que pudesse ser dito por meio de
palavras.
Atlan limitou-se a acenar com a cabeça. Depois disso ficou contemplando a atividade
quase totalmente silenciosa no interior do saláo que servia de sala de comando da Crest II,
nave-capitânea da frota solar, que era um veículo espacial de 1.500 metros de diâmetro.
Atlan lembrou-se de que há uma semana todos estes homens que executavam
tranqüilamente os trabalhos preparatórios da decolagem, que exigiam uma dose elevada de
responsabilidade, eram verdadeiros feixes de nervos fustigados pela dor, que estavam
atingindo o limite da resistência física e psíquica — tal qual acontecera com ele mesmo e com
Perry Rhodan... Seria inútil registrar os nomes daqueles que tinham sido vitimados pela astúcia
do drung, um dos proscritos da nebulosa de Andrômeda. Mas bem por dentro o lorde-almirante
se aborrecia bastante porque fora justamente Icho Tolot que pusera um basta na atividade do
drung, motivo por que os terranos lhe deviam a salvação.
O drung estava morto...
Sem que Atlan o percebesse, o Dr. Hong Kao, matemático-chefe da Crest II, aproximouse atendendo a um sinal de Rhodan. O chinês baixinho, que sempre apresentava um delicado
aspecto de boneco com seus cabelos negros muito lisos, pôs-se a esperar depois de ter feito
uma ligeira mesura.
Perry Rhodan fitou-o demoradamente.
— Já conseguiu alguma coisa, Kao?
— Os dados ainda não são suficientes, senhor. Afinal, o computador positrônico só
poderia mesmo fornecer suposições, se não introduzimos um volume suficiente de dados
básicos no mesmo.
— Está bem, Kao. Qual é o número de suposições que o computador positrônico já
admitiu como possíveis?
— Como possíveis...? Pouco mais de dois milhões e meio, senhor. É bem verdade que
somente em relação a trinta possibilidades, aproximadamente, o grau de probabilidade é
suficientemente elevado para permitir a conclusão de que se trata duma possibilidade real.
— Está vendo? — disse Rhodan, dirigindo-se a Atlan. — Nesta altura não adianta forçar
as coisas para encontrar a solução certa.
— Gostaria de ouvir sua opinião pessoal — disse Atlan, dirigindo-se a Kao.
— Acho que não tenho competência para isso...
Atlan fez ouvir uma risada áspera.
— Logo o senhor vem me dizer uma coisa dessas!
Um sorriso profundo apareceu no rosto do matemático.
— Está bem, senhor. Em minha opinião os senhores da ilha mencionados pelo drung
ainda existem sob qualquer forma. Se não fosse assim, nem as pontes que levam a Andrômeda,
nem os obstáculos colocados nas mesmas preencheriam qualquer finalidade.
Atlan franziu a testa. Perry Rhodan fez um gesto de agradecimento para Kao, e o chinês
retirou-se tão discretamente como tinha vindo.
— O que ele quis dizer com isso? — perguntou Atlan. — Sob qualquer forma...
Rhodan deu uma risada.
— Ele lhe deu um chega para lá, meu chapa. Para ele a resposta relevante do computador
positrônico identifica-se com sua opinião pessoal, já que costuma dirigir suas perguntas ao
mesmo. Se quiser, encare as coisas de outra forma. De qualquer maneira, a resposta de Kao
foi altamente filosófica. E claro que os senhores da ilha ainda devem existir sob alguma forma,
da mesma forma que continuaremos a existir em nossos valores espirituais e materiais, mesmo
quando estivermos mortos. Você compreendeu.
Atlan estava muito sério.
— Quer dizer que não temos certeza de nada, Perry.
— Por enquanto não, Atlan. Mas um dia vamos encontrar a resposta. Quanto a isso não
tenha a menor dúvida.
— Os terranos me assustam — disse Atlan. Via-se que estas palavras não tinham sentido
irônico. — Por enquanto nem sabemos se um dia sairemos vivos deste inferno, e você já confia
no êxito da operação de busca.
— Ao usar o termo nós... — Rhodan falava baixo e em tom enfático — ...não estava
aludindo à minha pessoa e à sua, mas à nossa raça. Sei que as buscas prosseguirão, mesmo
que não consigamos regressar.
— Muito obrigado — disse Atlan.
— Por quê?
Por você me ter incluído em sua raça, amigo.
***
— Crest II preparada para a decolagem e pronta para entrar em combate, senhor!
O coronel Cart Rudo, um robusto epsalense que comandava a nave-capitânia, transmitiu
o comunicado ao Administrador Geral do Império Solar por intermédio do intercomunicador,
conforme mandava o regulamento.
Rhodan agradeceu.
— Quando termina o tempo X, coronel?
— Tempo X terminará dentro de seis minutos e trinta e sete segundos, senhor.
— Obrigado! Realizar a decolagem segundo o plano.
Rhodan não prestou muita atenção quando o epsalense repetiu a ordem. A expressão de
seus olhos mostrava que seus pensamentos estavam em outro lugar.
Realmente estavam.
Fazia quase dois meses que a Crest II, diante duma informação fornecida por Icho Tolot,
resolvera dirigir-se ao grande hexágono de sóis situado nas proximidades do centro galáctico,
a fim de descobrir qual fora o destino da nave desaparecida Omaron e resolver o problema
que, nas palavras do halutense, era o maior enigma da Galáxia.
Dois meses...
Neste espaço de tempo os tripulantes da nave-capitânia tinham colhido mais experiências
do que o comum dos mortais costuma fazer em toda a vida. Constantemente viam-se à beira
da morte — não, de muitas mortes, cada qual mais terrível que a outra!
A seqüência dos acontecimentos apavorantes teve início com o súbito aparecimento do
hexágono formado por sóis. A figura estranha e artificial era distorcida a tal ponto pelas
influências variáveis das estrelas vizinhas, e as superposições eram tamanhas, que o
reconhecimento da simetria praticamente coincidiu no tempo com a ocorrência do perigo
máximo.
Quando Rhodan reconheceu o perigo em toda a extensão, já era tarde para voltar atrás.
A Crest II foi atingida por um lampejo fulgurante e arrastada com uma aceleração tremenda
para o centro do hexágono, que não era outra coisa senão o arco projetado na sexta dimensão
dum gigantesco transmissor.
Quando os homens, que tinham ficado inconscientes, recuperaram os sentidos,
encontravam-se nas proximidades de dois sóis amarelos em torno dos quais gravitavam oito
planetas. Icho Tolot, que despertou quase imediatamente após a rematerialização, batizou o
sistema, que sem dúvida era artificial, com o nome de Gêmeos.
Mal haviam despertado novamente para a vida, os homens viram-se novamente
arrastados para perto da morte. O planeta Power atraiu a Crest II com uma força irresistível.
Os conversores instalados na protuberância circular foram gravemente avariados na queda.
Mas a ação de defesa desenvolvida pela Crest II condenou o planeta Power à destruição. O
mesmo dissolveu-se, e os humanos mal e mal escaparam à morte.
Quando se viram novamente no espaço, notaram que alguma força inexplicável havia
subtraído todas as reservas de líquido encontrados a bordo da nave. A tripulação foi poupada,
mas estava ameaçada de morrer de sede, já que de repente os outros planetas ficaram envoltos
em campos energéticos.
Nas lutas travadas no planeta Sétimo morreram vinte e quatro homens.
Quem trouxe a salvação foi a Box 8323, uma nave fragmentária pertencente aos aliados
conhecidos como posbis, que tinha sido enviada por Reginald Bell. Além de sua tremenda
força combativa, a mesma trouxe quantidades enormes de mantimentos e equipamentos, além
de quatro volunt...
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