wabi sabi: o sentimento estético japonês

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SUISEKI, a Arte e as Rochas
Por Mariana Costa
(Adaptado de www.suiseki.com)
O QUE É O SUISEKI?
Suiseki (sui=água; seki=pedra ou rocha)
é o prazer associado ao estudo de rochas
como objectos de beleza.
São
pequenas
rochas
pequenas,
ou
pedras, naturalmente formadas, admiradas
pelo seu poder de sugerir uma paisagem ou
um objecto intimamente associado com a
natureza.
Entre os tipos mais populares de Suiseki
encontram-se os que sugerem uma montanha,
uma cascata, uma ilha, um abrigo ou um
animal.
O Suiseki japonês, forma de arte delicada
e tradicional, representa mais que uma Arte –
representa
igualmente
um
processo,
um
sentimento, uma relação entre o objecto e o
observador.
Colhidas na natureza, em montanhas ou em leitos de rio, e depois expostas
no seu estado natural, estas rochas são objectos de grande beleza. São
igualmente sofisticadas ferramentas de reflexão e auto-conhecimento, que tocam
o interior de todos os que reconhecem nelas o reflexo do extraordinário poder
do Universo.
Explicado de um modo simples, Suiseki é a compreensão e a apreciação da
natureza através de uma pedra que, ela própria, resulta da natureza.
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Um Suiseki tem a capacidade de representar, através do olhar humano, em
poucos centímetros, toda a Terra e o Universo.
O resultado da reprodução, à escala, de uma paisagem natural num Suiseki
bem equilibrado é, deste modo, visualmente aprazível, inspirador e refrescante
para a mente. É o sonho de todos os coleccionadores encontrar um dia a pedra
perfeita, de modo a criar a paisagem miniatura perfeita. A perfeição está sempre
latente na próxima pedra… e o sonho continua.
E como se avalia uma pedra? Como se classifica? Será que todos vêm a
mesma imagem?
Na Arte de Suiseki não existe a “classificação
correcta” ou uma imagem definitiva para uma pedra.
Avaliar e classificar é um processo totalmente individual,
e muitas vezes espiritual. Trata-se de uma relação única
entre o coleccionador e a sua pedra. O que um
observador vê numa determinada pedra (ou o que essa
pedra
revela
ao
observador)
é
completamente subjectivo e único
para cada indivíduo.
Enquanto
os
chineses
classificam
as
suas
pedras
primeiramente pelo local de origem, os japoneses, os
coreanos e os ocidentais usam vários sistemas de classificação
que incluem: forma cor, padrão, localização, modificações,
dimensões, nome poético.
NOTA: Para saber mais sobre História do Suiseki, sua classificação ou avaliação, consultar (textos em inglês):

História no Japão

História na China

História na Coreia

Classificação

Avaliação
A Arte do Suiseki envolve a recolha, a preparação e a apreciação de pedras
naturalmente formadas e inalteradas, operações estas que envolvem algum
conhecimento prévio e sobre as quais se propõem seguidamente algumas dicas.
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A RECOLHA
Há regras e técnicas simples que podem ser facilmente adoptadas para
reforçar
a
satisfação
e
encontrar
exemplares
fantásticos:
pesquisar
antecipadamente acerca de lugares de recolha, estudar os padrões e velocidades
dos rios, procurar localizações geológicas e geográficas, conhecer as ferramentas
e equipamentos mais adequados, informar-se acerca de dicas de limpeza, entre
outras.
Quando
todas
as
precauções foram tomadas e o
planeamento resulta, o único
problema poderá residir na
frustração de “quais as rochas
a escolher”, dado que se estará, sem dúvida, perante uma multiplicidade de
exemplares. É importante desenvolver uma visão com o olhar, o espírito e a
emoção. E levar para casa os melhores tesouros, após uma longa e dura, mas
certamente maravilhosa aventura – é o prazer da recolha.
NOTA: Dentro do espírito da ética e da honra, os coleccionadores devem ser correctos e cordiais e nunca
ultrapassar os limites de uma propriedade sem pedir autorização ao respectivo proprietário.
A PREPARAÇÃO
Após encontrar a rocha, o primeiro passo é limpá-la, uma vez que as rochas
se encontram usualmente contaminadas com solo e outras impurezas. Podem (e
devem, para uma melhor visualização do seu aspecto final) ser limpas no local:

Com pauzinhos (tipo “chinês” ou outro apropriado, que não risque ou
danifique a superfície da rocha);

Com escovas de pêlo curto e duro;

Com pincéis;

Lavando com água;

Limpando com ácido.
Há depois uma série de operações que devem ser retomadas ou realizadas
em complemento já em casa.
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Outras notas:
Humidade.
Embora a maioria das rochas possa parecer sólida e impenetrável, as rochas
molhadas são, na realidade, como esponjas saturadas de água.
Quando se secam pedras num forno, por exemplo, após um período de tempo
elas voltam a ter um aspecto húmido, Isto deve-se ao facto de existir ainda
alguma humidade dentro da rocha, a qual sai do mesmo modo que sai de uma
esponja, mas leva mais tempo a chegar à superfície.
Cortar ou não?
Nem todas as rochas apropriadas para expor têm as bases planas. Estas são
usualmente características de realce feitas pelo
Homem, permitindo assim a sua colocação
numa Daiza esculpida à mão de modo a
adaptar-se à forma da rocha. O corte ajuda
muitas vezes a obter o visual desejado para a
classificação
do
exemplar:
por exemplo,
pedras de montanha – pode-se encontrar uma
rocha grande com uma ponta que, se cortada, permite visualizar um cume de
uma montanha.
Desenvolvendo a patina.
Um Suiseki clássico é geralmente caracterizado por
ter uma patina, sendo que o brilho acetinado
acrescenta valor à beleza da rocha. Há vários
métodos usualmente aceites para se desenvolver
esta característica.
Após desenvolver a patina, há que cuidar da manutenção do suiseki.
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NOTA: Para mais pormenores sobre o modo como limpar com ácido (há que ter em atenção certos
procedimentos de segurança) ou sobre as operações posteriores, consultar (textos em inglês):

Limpeza com ácido

Outras operações

Secagem

Corte

Desenvolvendo a patina

Manutenção
A EXPOSIÇÃO
Um dos aspectos mais importantes na Arte do Suiseki é o cuidado colocado
na exposição dos exemplares, utilizando bases e
elementos acessórios apropriados.
O Suiseki deve ser sempre o elemento principal
e a base e os complementos não devem nunca
desviar a atenção desse elemento nem destoar do
conjunto.
Os dois métodos tradicionalmente mais utilizados para exposição das
rochas são:

as Daiza (bases de madeira, esculpidas de modo a adaptar-se ao
formato da rocha)

os Suiban (base tipo tabuleiro ou prato raso com areia ou água).
NOTA: Mais pormenores acerca da exposição (textos em inglês):

Exposição
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