homeopatia em medicina veterinária

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DANIEL CHECCHINATO
HOMEOPATIA EM MEDICINA VETERINÁRIA
LEME
2006
1
DANIEL CHECCHINATO
HOMEOPATIA EM MEDICINA VETERINÁRIA
Relatório de conclusão de curso de graduação visando
a obtenção do grau de medico veterinário, Centro Universitário
Anhanguera, Leme. Clínica Veterinária Anchieta na área de
Medicina Alternativa. Supervisor de Estágio o Medico
Veterinário o Msc. Dr.Roberto Mangieri Junior
Orientador o Prof. Msc. Dr.Jose Ricardo Mattos
LEME
2006
2
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a minha família, que me apoiou em
Todos os momentos difíceis da minha vida e que sem os seus
esforços eu não estaria aqui me formando. E aos meus amigos
que sempre estiveram presentes ao meu lado.
3
AGRADECIMENTO
Agradeço ao Medico Veterinário Msc. Roberto Mangieri Jr
Pela sua grande ajuda nesse trabalho e por ter tanta
paciência com as minhas perguntas e também por ter
me ajudado a abrir os olhos, para a luz da homeopatia
veterinária.
4
“A mais elevada e única missão do médico é
restabelecer a saúde dos enfermos, que é o que
se chama curar.”
Samuel Hahnemann
5
RESUMO
CHECCHINATO,D. Homeopatia em Medicina Veterinária (Homeopathy in
Veterinary Medicine). 2006. F 34. Monografia (trabalho de Conclusão de Curso) –
Centro Universitário Anhanguera, Leme, 2006.
A homeopatia é uma terapia que tem sido utilizada em animais com resultados
bastante satisfatórios. É uma terapia na qual vemos que o custo do tratamento é
bastante acessível. Por serem os remédios ultra-díluidos (após a diluição CH 12, não
se encontra nenhuma molécula do substrato original no remédio). As chances de
intoxicação ou de efeitos colaterais são bastante reduzidos quando se usa a
medicação adequada. Em se falando em animais de produção a medicação
homeopática não deixa resíduos detectáveis nos produtos de origem animal (leite,
carne, etc) e também não contamina o meio ambiente e sem risco para os tratadores.
O tratamento é de fácil administração, visto que pode ser diluído em água, misturado
na ração e é absorvido por qualquer mucosa (vaginal, oral e conjutival). Nos casos
relatados no trabalho tem se uma idéia da facilidade da aplicação e dos bons
resultados obtidos.
Palavras-chave:Homeopatia.Ultra-diluição. Meio ambiente.Terapia alternativa
6
ABSTRACT
CHECCHINATO,D. Homeopathy in Veterinary Medicine (Homeopatia na
Medicina Veterinária) 2006. F 34. Monografia (Trabalho de Conclusão de
Curso) – Centro Universitário Anhanguera, Leme, 2006.
The homeopathy hás been used in animals with sufficiently
satisfactory results. It is a therapy that the costs are suffciently accessible
and, the remedies are extremely-diluted (after dilution CH12, we can not
find any molecules of the original substratum in the remedy). The
possibilities of poisoning or collateral effect are reduced when the
adequate remedy is used. In animals production, the homeopathyc
medication does not leave residues detectable in the animal origin
products (milk, meat, etc) and also does not contaminate the ebvironment
and it’s not dangerous (toxic) for the operator. The treatment is easy to do,
since it can be diluted in water, mixed in the ration and is absorbed by any
mucous tissue (vaginal, oral, conjutival, etc.) In the cases mentioned in
this paper we heve idea of the easiness of the application and the good
reults gotten.
Key words: Homeopathy. Ultra-diluions. Environment. Alternative therapy
7
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 01
1.1 História da Homeopatia ........................................................... 01
1.2 Introdução a Homeopatia ........................................................ 02
1.2.1 Experimentação no Homem são............................. 04
1.2.2 Lei da Semelhança ................................................... 04
1.2.3 Medicamento Único ................................................. 05
1.3 A Homeopatia em veterinária ................................................. 05
1.4 Saúde, Moléstia e Diagnóstico ............................................... 06
1.4.1 Saúde ........................................................................ 06
1.4.2 Moléstia ..................................................................... 07
1.4.3 O Diagnóstico ........................................................... 08
1.5 Tratamento Geral ..................................................................... 09
1.6 A escolha do Remédio ............................................................ 11
1.6.1 A administração do Remédio ................................. 11
1.6.2 Mudança do Remédio .............................................. 13
1.6.3 Incompatibilidade dos Remédios ........................... 13
1.6.4 Aplicações Externas ................................................ 13
1.7 Doses ........................................................................................ 14
1.8 A Cura com a Homeopatia ...................................................... 15
1.8.1 A Cura e a Falsa Cura .............................................. 16
1.9 Modo de Ação do Medicamento Homeopático ..................... 17
1.10 Homeopatia e a Imunologia ......................................... 18
1.11 O Estudo do Caso.......................................................... 18
1.12 Os Limites da Homeopatia............................................ 19
1.13 Receituário...................................................................... 19
1.14 As Escolas Homeopáticas............................................ 20
8
1.14.1 Escolas Organicistas..................................... 20
1.14.1.1 Escola Complexista .................................... 20
1.14.1.2 Escola Alternista................................ 21
1.14.1.3 Escola Pluralista................................ 21
1.14.2 Escola Unicista................................................. 21
2.0
DESENVOLVIMENTO................................................................ 22
2.1 Casos Clínicos ......................................................................... 22
2.1.1 Caso 1 ....................................................................... 22
2.1.2 Caso 2 ....................................................................... 23
2.1.3 Caso 3 ....................................................................... 23
2.1.4 Caso 4 ....................................................................... 24
2.2 Visitas Técnicas em Propriedades Rurais ............................ 25
3.0 CONCLUSÃO ...................................................................................... 26
4.0 QUADRO E FIGURAS ......................................................................... 27
5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................... 30
9
1.0 INTRODUÇÃO
A homeopatia é uma terapêutica médica que consiste em tratar
doentes utilizando medicamentos preparados em diluições infinitesimais
(SCHEMBRI, 1992).
A palavra Homeopatia vem do grego Homeo- semelhante e Pathos
– doença, semelhante à doença, ou seja, trata a doença com outra
doença semelhante a ela (SCHEMBRI,1992).
De acordo com CAIXETA (1999) quando se compara os tratamentos
terapêuticos, a Homeopatia é herdeira do principio hipocrático da
Similitude, acrescida dos ensinamentos aristotélicos da individualidade.
Enquanto que o tratamento convencional é galêmico, decartiano, pois
busca neutralizar a doença por seus antídotos – Contraria Contraribus
Curantur.
1.1 História da Homeopatia
A Homeopatia surgiu na Alemanha através do medico alemão
Cristiano Frederico Samuel Hahnemann, publicado seu livro, Organon da
Arte de Curar, em 1810. Nascido em 10 de Abril de 1755 em MeissenSaxônia morreu em 1843, Paris, França, formando em medicina em
Lipzig, Alemanha (BENEZ, 2004).
Hahnemann trabalhando como tradutor, teve em suas mãos a obra
de Cullen, em 1790. Neste trabalho foram descritas as propriedades da
Cinchona officinalis, ou quinina, ou também chamada de quina
(proveniente do Peru), utilizada no tratamento da malária. Apesar de
Cullen atribuir o mecanismo de ação da quina através do fortalecimento
do estômago, por uma substância contrária a febre, Hahnemann começou
a questionar estas informações (BENEZ, 2004).
10
Ele percebeu que o uso abusivo da quinina causava nas pessoas
sintomas parecidos com os da malária (enfermidade natural). Hahnemann
passa a experimentar em si mesmo a quinina, e observou que a droga
acabava provocando os sintomas do estado febril (BENEZ, 2004).
A partir desta experimentação pessoal Hahnemann inicia a criação
da terapêutica que mais tarde chamou de Homeopatia, e postulava:
“Para curar uma enfermidade, é mister administrar um remédio que
produza no indivíduo são a enfermidade que se quer curar”.
Não foi apenas na Europa que a Homeopatia se desenvolveu. O
precursor da Homeopatia no Brasil foi o Dr. Benoit Mure (BENEZ, 2004).
Dr. Benoit Mure e Dr. João Vicente Martins fundaram em 1840, na
cidade do Rio de Janeiro, o Instituto Homeopático do Brasil, que logo
passou a se chamar Instituto Hahnemanino Brasileiro, onde em 1914 foi
fundada a Faculdade Hahnemaniana, hoje Faculdade de Medicina e
cirurgia do Rio de Janeiro (BENEZ, 2004).
A Homeopatia aplicada aos animais também aparece com
Hahnemann ao curar seu próprio cavalo:
“ Se as Leis que proclamo são as da natureza elas serão válidas
para todos os seres vivos”.
Dá-se início então a Homeopatia veterinária, aplicada por seu
próprio criador, Hahnemann (BENEZ, 2004).
1.2 Introdução a Homeopatia
A homeopatia é uma ciência, e como tal, possui bases muito bem
sedimentadas. Hahnemann elaborou estas bases e desenvolveu suas
prática
por
muitos
anos.
Posteriormente,
outros
seguidores
complementaram seus estudos, como foi o caso de Kent, Hering, Allen,
etc (BENEZ, 2004).
11
CAVALCANTI (2003) comenta que Hahnemann tinha uma
concepção de doença surpreendente para a sua época, pois descreveu
com clareza a multicausalidade do processo saúde-doença e percebeu a
influência sobre a força vital, de fatores sócio-culturais, físicos, químicos,
psíquicos emocionais além de agentes infecciosos. Comenta ainda que
Hahnemann incluía entre as funções do médico não apenas o tratamento,
mas a prevenção das doenças.
Hoje, com o desenvolvimento tecnológico, a Homeopatia vem
sendo pesquisada por grandes centros nacionais e internacionais. Estas
pesquisas procuram entender:

Os mecanismos de ação das diferentes potências e doses dos
medicamentos.

Os efeitos físicos e energéticos sobre as células.

Os efeitos sobre a imunidade do paciente, entre outras questões
(BENEZ, 2004).
A Homeopatia vem sendo usada com eficácia em diferentes
doentes e doenças (BENEZ, 2004).
Muitos Alopatas ao se referirem à Homeopatia, defendem a autosugestão. Mas não existe isso, no que tange a esta terapia. Pois crianças,
adultos inconscientes e animais são tratados, sem saber que receberam
medicamentos e respondem aos efeitos curativos. A Homeopatia é uma
terapia objetiva, tendo suas bases e parâmetros muito bem estudados
(BENEZ, 2004).
As bases ou pilares em que sustentam a Homeopatia são:

Experimentação no homem são;

Lei da semelhança;

Medicamento único;

Medicamento dinamizado e diluído (BENEZ, 2004).
12
1.2.1 Experimentação no Homem são
Hahnemann traduziu o trabalho de Cullen, sobre a ação tônica
estomacal da quina peruana utilizada em pacientes com malária (1790).
Hahnemann,
questionando
estes
resultados,
passou
a
auto-
experimentação da quina e anotar os sintomas e sensações que sentia
(BENEZ, 2004).
Assim, percebeu que, após tomar a quina apareceram sintomas
que ele nunca teve. Os sintomas novos eram semelhantes aos sintomas
desenvolvidos por pessoas co malária. Ele uniu seus conhecimentos
anteriores aos resultados obtidos durante a auto-experimentação e
conclui que, o mecanismo de cura da malária através da quina, ocorria
pela semelhança de sintomas que causava nos pacientes (BENEZ, 2004).
Quando uma substância experimentada causa sintomas um
indivíduo, a somatória destes sintomas é chamada de “PATOGENESIA”.
Cada nova experimentação realizada, o novo medicamento terá a
catalogação dos sintomas desenvolvidos (BENEZ, 2004).
1.2.2 Lei da Semelhança
Hahnemann, a partir da conclusão sobre a semelhança dos
sintomas de quina e os da malária, iniciou também um processo de
catalogação de todos os sintomas das experimentações, redigindo estas
patogenesias nas chamadas Matérias medicas (BENEZ, 2004).
A lei da semelhança é o parâmetro para a nossa rotina clínica. Na
busca dos sintomas semelhantes, encontramos o medicamento mais
indicado para cada paciente, ou seja, o seu Simillimum (BERNEZ, 2004).
A lei natural Similia Similibus Curantur (semelhante Cura
Semelhante) postula que ao se tratar um individuo procura-se utilizar o
medicamento que produza no indivíduo saudável, sintomas semelhantes
13
ao que ele está apresentando. Ou seja, toda substância capaz de
provocar alguns sintomas físico ou psíquico num indivíduo sadio é
também capaz de curar um indivíduo doente que apresente estes
mesmos sintomas (CAIXETA, 1999).
1.2.3 Medicamento Único
Hahnemann defendia e recomendava que em nenhum caso de
tratamento é necessário e, por conseguinte, não é admissível administrar
a
um
doente
mais do
que
uma
única
e
simples
substância
medicamentosa de cada vez (HAHNEMANN, 1970).
Para um tratamento correto, o ideal é a medicação com o
Simillimum (BENEZ, 2004).
O medicamento simillimum é aquele que, engloba toda a
sintomatologia da enfermidade e do paciente, em todos os seus aspectos.
Este medicamento é o mais indicado para a obtenção da cura do paciente
(BENEZ, 2004).
1.3 A Homeopatia na medicina Veterinária
Sendo as moléstias dos animais, sobretudo orgânica, inteiramente
semelhantes, e mesmo idênticas, pelos seus sintomas e alterações
anatômicas, às moléstias humanas e, sendo que, a Homeopatia como um
de seus pilares o princípio dos semelhantes, os medicamentos
homeopáticos curam moléstias, cujo conjunto sintomático se assemelha à
patogenesia por ele provocada (BENEZ, 2004).
O
mesmo
medicamento
que
convém
a
um
caso,
deve
necessariamente convir ao outro. Se Cantharis convém, ao homem, a
uma certa nefrite, ou Phosphorus a uma certa pneumonia, esses
remédios, deverão convir à nefrite e à pneumonia dos animais que
14
tenham sintomas semelhantes com os vistos nos homens e que devem
concordar com as patogenesias dos remédios, e a experimentação tem
demonstrado milhares de vezes esta ilação. Hahnemann foi o primeiro a
aplicar no animal, utilizando e curando seu próprio cavalo (BENEZ, 2004).
É sabido que, não podendo os animais manifestar todos os
sintomas subjetivos da sua moléstia, senão aqueles que eles traduzem
por sinais exteriores, não podemos utilizar toda a nossa matéria medica,
visto escaparem à nossa observação esses sintomas subjetivos (BENEZ,
2004).
1.4 Saúde, Moléstia e Diagnóstico.
Sendo o tratamento homeopático baseado na comparação dos
efeitos fisiológicos dos medicamentos com o conjunto dos sintomas do
doente (Similia similibus curantur), claro está que o modo de apanhar e
recolher os sintomas depende a boa escolha dos medicamentos. É
preciso, que o criador que trata de seu gado, conheça bem os sinais do
estado de saúde dos seus animais, para poder discernir os da moléstia
que possam ataca-los (BENEZ, 2004).
1.4.1 Saúde
O estado de saúde é o da plena regularidade de todas as funções
e plena integridade de todos os órgãos do corpo. Ele se manifesta nos
animais por uma aparência de vigor e de vivacidade, fáceis de reconhecer
(BENEZ, 2004).
15
Externamente, todo animal em estado de saúde deve apresentar o
seu corpo nas proporções normais e simétricas, que caracterizam a
anatomia exterior. Membros bem aprumados, ancas igualmente elevadas.
O andar dos animais é sempre firme, não vacilam nem manquejam, toda
claudicação do passo merece atenção e um exame cuidadoso, porque se
trata evidentemente de uma afecção qualquer interessando os órgãos de
locomoção (BENEZ, 2004).
A atitude é forçada, que o animal esteja em pé ou deitado. Os
eqüinos raramente se deitam, passa a maior parte do seu tempo em pé,
os outros animais se deitam freqüentemente. Em geral os bovinos, depois
de comer, deitam-se para ruminar e essa ruminação regular é um dos
melhores sintomas de saúde nesses animais (BENEZ, 2004).
Todos esses sinais de atitude denotam o bom estado de saúde do
animal. Os movimentos aparentes do animal revelam-se prontos e lépidos
(BENEZ, 2004).
O criador deve, pois, conhecer a vida normal e os costumes dos
seus animais (espécie), para poder discernir com facilidade e prontidão o
seu estado de moléstia, se assim for, facilmente o reconhecerá, a uma
simples inspeção, o animal ou animais que estiverem doentes (BENEZ,
2004).
1.4.2 Moléstia
A moléstia é um conjunto de perturbações funcionais e alterações
anatômicas, evoluindo numa direção determinada. Essas perturbações e
alterações revelam-se por duas espécies de sinais exteriores: sinais
gerais ou comuns a todas as moléstias, e sinais especiais a cada
moléstias em particular. Os primeiros são sempre perturbações
funcionais, os segundo podem ser funcionais ou anatômicos (BENEZ,
2004).
16
Os sinais gerais ou comuns denunciam o estado mórbido, sem
caracterizar a moléstia, de que sofre o animal. Esses sinais são os mais
importantes para o criador, porque lhe permite conhecer que o seu animal
esta doente e precisa ser tratado (BENEZ, 2004).
Dois sinais gerais denunciam, nos animais, o estado mórbido, a
tristeza e a inapetência, a que se pode juntar cedo ou tarde, o pêlo ou
penas arrepiadas, nas moléstias agudas, que são as mais importantes de
conhecer com prontidão, pois são as que põem em eminente perigo a
vida do animal (BENEZ, 2004).
A inapetência é, um dos sinais mais certos de moléstias,
especialmente à aguda, o apetite diminuiu ou tornou-se nulo. A sede,
porém, tratando-se de moléstias agudas e inflamatórias, é quase sempre
viva, por causa da febre (BENEZ, 2004).
A estes sinais, podem-se juntar outros e entre eles está o
abatimento, nas moléstias gerais mais graves, o animal passa a maior
parte do tempo deitado e recusa todo o serviço (BENEZ, 2004).
1.4.3 O Diagnóstico
Os sinais do começo de toda as moléstias gerais ou inflamatórias
revelam-se por um conjunto especial de sintomas, que se combinam e se
sucedem em uma ordem determinada e que é preciso pesquisar e
reconhecer para se poder chegar a liga-los ao nome de uma das
moléstias. Nisto consiste o diagnóstico, isto é, na classificação da espécie
mórbida de que sofre o animal (BENEZ, 2004).
Compreende-se, porém, quanto esta tarefa é difícil, porque o
animal não falando, tem o criador que renunciar ao conhecimento das
17
circunstâncias comemorativas, que em presença e a constatação dos
fenômenos subjetivos, e restringir-se, em suas indagações, ao exame
objetivo do animal e à observação das suas atitudes e movimentos, para
daí inferir os seus sofrimentos, com o quais há de classificar a moléstia.
Em tais condições, o animal se assemelha, para o diagnóstico, à criança
de peito, que não fala (BENEZ, 2004).
Mas a dificuldade do diagnóstico não reside apenas na imperfeição
do conjunto de sintomas, ela reside também em boa parte na indocilidade
dos animais. Os grandes animais, no geral, são ariscos e não se prestam
voluntariamente e com mansidão ao exame, e toda via esse exame
minucioso é necessário, caso queira fazer um diagnóstico exato (BENEZ,
2004).
A raridade ou freqüência da moléstia, nesta ou naquela espécie
animal, pode auxiliar a comparação e decidir o diagnóstico (BENEZ,
2004).
Vê-se assim, que a facilidade da classificação das moléstias, de
que resulta o diagnóstico, depende da familiaridade do espírito do criador
com as descrições nosológicas, a par da minuciosa com que ele deve
pesquisar s sintomas apresentados pelo animal doente (BENEZ, 2004).
1.5 Tratamento Geral
A homeopatia se sustenta em duas leis básicas. A lei dos
Semelhantes e a do Vitalismo. A dos Semelhantes é uma lei natural
observada durante a evolução de uma doença que concomitantemente a
ela se instala um outro processo mórbido semelhante que interrompe ou
cura o processo inicial. E a do Vitalismo é a condição que rege e
harmoniza o ser vivo. Baseado nas leis dos Semelhantes e do Vitalismo
surgiram os três princípios fundamentais à prática da homeopatia, a
18
experimentação no indivíduo sadio, a individualização e a dinamização
(BENITES, 2003).
A dificuldade no tratamento das moléstias dos animais não está
somente nem no acerto do diagnóstico, nem na escolha dos remédios.
Esta também na administração destes últimos (BENEZ, 2004).
Cada vez que se lhes quer dar o remédio, queremos nos referir
ainda à dificuldade que oferece a esse propósito o rebanho extenso,
quando se trata de moléstias contagiosas e epizoóticas. Por exemplo,
pela febre aftosa, se o produtor não puder ter pessoal suficiente para a
vacinação, e em instalações adequadas para acudir ao mesmo tempo a
todos animais, o remédio homeopático poderá ser indicado, mas, mesmo
nesse caso, o remédio só poderá ser administrado uma vez por dia,
quando deveria sê-lo três ou quatro e mais vezes (BENEZ, 2004).
Está sabido que, nesses casos, não se poderá jamais proceder
como se faz, quando se tem um só ou poucos animais atacados. Tanto
menos numeroso é o rebanho, tanto maior número de doses do remédio
se poderá administrar em um dia de serviço com um só tronco (BENEZ,
2004).
Tratando-se de aves criadas à solta, em parques extensos, o
remédio deverá ser dado na água do bebedouro, ou então serão os
doentes isolados em um recinto, onde seja fácil apanhá-los um a um,
para se lhes dar o remédio (BENEZ, 2004).
Nas moléstias agudas, sobre tudo do aparelho digestivo, nenhum
alimento será dado ao animal, enquanto não se pronunciar uma melhora
qualquer do seu estado (BENEZ, 2004).
19
1.6 A Escolha do Remédio
Todo remédio homeopático deve ser “individualizado”, ou seja,
adaptado ao doente que reivindica cuidados. Não há remédios que sirva
para tudo ou para todos em Homeopatia. Dois pacientes, atingidos pela
mesma
doença,
podem
necessitar
de
remédios
diferentes.
A
individualização do remédio adaptado ao paciente não apresenta
nenhuma dificuldade, pois o doente traz em si as indicações do remédio
útil (VANNIER, 2004).
Portanto, cada doente oferece à observação do médico uma
verdadeira “morfologia sintomática” que é pessoal e cuja expressão
sensória, funcional e lesional têm um efeito duplo: (VANNIER, 2004).
1. Permite afirmar em primeiro lugar o diagnóstico clínico e não
reconhece somente a doença em causa, mas também fixa a
etiologia real verdadeira (VANNIER, 2004)
2. Permite instituir a terapêutica homeopática conforme a
doença ou as síndromes apresentadas, terapêutica que é
exatamente adaptada ao paciente, já que são as suas
próprias reações e seu comportamento que guiam nossa
escolha. Com efeito, segundo a doutrina homeopática, as
indicações de cada remédio, extraído da Matéria Medica,
devem ser exatamente semelhantes ou análogas aos
sintomas observados (VANNIER, 2004).
1.6.1 A Administração do Remédio
Há vários meios de se administrar o remédio homeopático aos
animais, mas, de um modo geral, podem ser reduzidos a dois, aos
animais que comem e bebem com facilidade ou que não tem inapetência
20
e aos animais que recusam os alimentos, então é preciso dar-lhes o
medicamento na boca ou através das mucosas (BENEZ, 2004).
O primeiro método é sobre tudo adaptado dos pequenos animais,
que podem receber o remédio em leite, pão, pasta de fubá ou farelo ou
então na água do bebedouro. Dando no leite ou na água com que se faz
a pasta, pinga-se o número de gotas necessárias para cada dose,
sacolejando-se e dá-se o leite puro ou faz-se com água a pasta de pão ou
de farelo (BENEZ, 2004).
Segundo método é mais próprio dos grandes animais, é pingar o
número de gotas de uma dose em um pouco de água e com essa fazer
uma pequena pasta de fubá de milho, por meio de uma espátula de osso,
colocá-la dentro da boca do animal (BENEZ, 2004).
Nos casos de alterações dos medicamentos, com várias doses
diárias, não se pode dar o remédio na água do bebedouro, seja qual for o
animal, neste caso é sempre necessário dá-lo na boca ou na mucosa.
Todavia, quando os remédios só forem dados alternados pela manhã e à
tarde, a água do bebedouro pode ser mudada cada 12 horas (BENEZ,
2004).
1.6.2 A Mudança do Remédio
É preciso que o criador nunca se apresse em mudar o remédio ou
remédios, que estão sendo administrado ao animal, e ter a calma e a
paciência de esperar o resultado. Em geral, se um remédio não produz
melhora ao cabo de umas 6 ou 8 doses, é preciso escolher outro, em
casos agudos ordinários, só depois de 2 a 3 dias de espera, sem
melhora, se deve mudar o medicamento, e em outros casos,
especialmente crônicos, é preciso dar o mesmo remédio com constância
durante vários dias e mesmo semanas, sempre seguindo as orientações
de veterinário especialista na matéria (BENEZ, 2004).
21
1.6.3 Incompatibilidade dos Remédios
Como em qualquer outro tipo de medicamentos, também alguns
remédios homeopáticos apresentam incompatibilidade entre si e não
devem ser tomados juntos, nem depois do seu contrário (ZIMPEL, 2003)
Quadro 01
1.6.4 Aplicações Externas
Há em homeopatia, diversos medicamentos que podem ser
aplicados externamente (BENEZ, 2004).
Quatro soa os principais: Arnica, a Calendula, o Cyrtopodium e o
Sulphur (BENEZ, 2004).
O Sulphur ou enxofre será usado sob a forma de pó, que se
mistura com banha, na proporção de um de enxofre para 10 de banha, e
serve para todas s espécies de sarna dos animais. Os outros três podem
ser preparadas grosseiramente pelo próprio criador, visto como tinturamãe (TM), comprada nas farmácias homeopáticas (BENEZ, 2004).
Assim a Arnica pode ser preparada, comprando-se nas drogarias
pacotes de flores de Arnica e pondo-se esta em maceração dentro de 10
vezes do seu peso em álcool a 40 graus e, na falta, aguardente a 22. Ao
cabo de 15 dias de maceração, filtra-se tudo em um pano bem grosso,
espremendo-se o bagaço e a tintura resultante guarde-se. Com essa
tintura de Arnica, assim preparada, faz-se água de Arnica, misturando-se
uma parte daquela com dez partes de água, para os traumatismos, em
que não houver laceração de pele, ou 20 para os traumatismos, em que
houver ferida (BENEZ, 2004).
Em regra geral, os curativos com esses remédios externos repetese duas a três vezes por dia e mesmo mais, de modo a manter sempre o
22
remédio sobre a parte afetada (contusões, torceduras, inflamações)
(BENEZ, 2004).
1.7 Doses
A quantidade de medicamento a dar de cada vez, é o que se
chama dose. Ela varia com as diversas espécies animais, em virtude de
sua maior ou menor sensibilidade à ação de medicamentos. É assim que
a experiência tem demonstrado que os bovinos são menos sensíveis do
que os eqüinos; os cãese os gatos, e os carneiros, cabras e porcos
menos ainda do que os bovinos. Nesta condição o número de gotas para
cada dose do remédio escolhido será: (BENEZ, 2004)

Cavalos e muares ............................................... 10 gotas

Bois e vacas ........................................................ 15 gotas

Potros e bezerros ................................................ 8 gotas

Porcos, carneiros e cabras .................................. 6 gotas

Cães, gatos, cabritos, cordeiros e leitões ............ 3 gotas

Ave de gaiola ...................................................... 1 gota
Mas certos medicamentos, só são encontrados em forma de pó
branco ou pastilhas (tablete). Nestas condições, deve-se calcular o que
se leva de pó a ponta mais grossa de um palito comum para 2 gotas se
fosse líquido, ou um tablete também para 2 gotas, e dissolver depois,
tanto o pó como os tabletes na água da dose a dar dessa pasta
medicamentada (BENEZ, 2004).
Os pós, os glóbulos e os tabletes podem ser tomados a seco sobre
a língua, deixando que a saliva os dissolva, sem mastigar, e depois
engolindo, ou então previamente dissolvidos na água, em regra geral: pós
ou triturações, 25 centigramas para 10 colheradas de água; tabletes são
um para 2 colheradas de água. Quanto os líquidos, isto é as tinturas,
23
serão tomadas em gotas diretamente pingadas sobre a língua, ou
mucosas ou então previamente dissolvidas em água destilada ou filtrada
(CAIRO, 1986).
Na preparações das doses, deve-se sempre preferir as colheres de
vidro ou de louça às colheres de metal, e copos comuns bem lavados, a
frascos ou garrafas, cuja lavagem completa é habitualmente difícil
(CAIRO, 1986).
1.8 A Cura com a Homeopatia
O inicio da cura de um paciente é o restabelecimento de equilíbrio
da energia vital, quando tratando através da Homeopatia (BENEZ, 2004)
Esta energia, sendo a regente do corpo, irá promover o
restabelecimento de um bom estado de ânimo e da recomposição da
estrutura normal do corpo (BENEZ, 2004).
A melhora é caracterizada inicialmente, por um bem estar geral,
com uma melhora dos sintomas mentais (BENEZ, 2004).
A reparação física é um pouco mais demorada. E está diretamente
ligada às características do estado do paciente ( BENEZ, 2004).
A Homeopatia cura de forma rápida e eficaz os quadros agudos,
que forma desenvolvidos sem muitas alterações da massa corpórea.
Porém, em casos crônicos, gera uma alteração mental e do corpo com
raízes mais profundas. Neste caso a Homeopatia é tão lenta, quanto à
instalação do processo. Podendo em algum caso ser irreversível a
reconstituição do corpo (BENEZ, 2004).
D´SOUZA FRANCISCO (2005) refere que remédios homeopáticos
tem um incontestável efeito sobre o sistema imunológico, através de
vários mecanismos, diretamente ou através de alterações hormonais,
alterações emocionais, variações eletrolíticas e de outras variações
metabólicas. As transformações relevantes no que diz respeito aos
24
mecanismos imunológicos e fisiológicos que o remédio homeopático
induz estão bem detalhados na primeira parte do seu trabalho
“Homeopathy and Immunology”.
D´SOUZA FRANCISCO (2005) A ação específica de certos
remédios no sistema imune, como descrito na segunda parte do mesmo
trabalho,
indica
o
poder
das
doses
infinitesimais,
quando
homeopaticamente prescritas. A superioridade desta medicação neste
sentido, não tem paralelo e somente em experiências futuras estes fatos
serão largamente aceitos. Considerando as terapêuticas das doenças
ditas e de hipersensibilidade e auto-imunes, vários testes clínicos
manifestaram a capacidade de cura e possibilidade de tratar que tem o
Simillimum. Estas condições são os próximos desafios da ciência,
encontrar a cura para os males e o Simillimum. Diz ela “Eu acredito que
este é o caminho para a sanidade e solução permanente para as
doenças”.
1.8.1 A Cura e a Falsa Cura
A
cura
ocorre
na
sua
globalidade
quando
se
leva
em
considerações a individualização total do paciente com suas alterações
afetivas da personalidade profunda e as determinações inconscientes de
sua vida psíquica e patológica (CREDIDIO, 1994).
Para a homeopatia vitalistica a cura não é o silêncio orgânico e
ausência de câmbios tissulares e humorais e sim a cura de sua inteira
perturbações vitais, fatos determinantes de um comportamento biológico
e psíquico inteligíveis praticamente só por analogia com as patogenesias
homeopáticas (CREDIDIO, 1994).
A falsa cura ocorre quando não se respeita as exonerações da
energia vital e ela se expressa em todas as enfermidades de pele,
mucosas, desde os eczemas e catarros até psoríases e verrugas; assim
25
como a eliminação da febre, das dores e a remoção cirúrgica dos órgãos,
vesículas ou ductos sem uma solução do problema integral da
enfermidade do homem em sua etiopatologia dinâmica e em seu
desequilíbrio de energia vital, provocando desta forma um risco severo de
incurabilidade para o enfermo e a frustração fundamental que a medicina
pode gerar na humanidade em sua missão de curar (CREDIDIO, 1994).
Toda terapêutica que não tenha por fundamento essencial a lei de
cura originada na observação da biopatografia do doente com a
individualização correta conduz sempre a uma falsa cura com metástases
patológicas, junto com uma agravação da moléstia crônicas (CREDIDIO,
1994).
1.9 Modo de Ação do medicamento Homeopático
As dinamizações 6CH (6 diluições Hahnemanianas de 1/100 em
soluções de água e álcool), contém pouca matéria prima. Praticamente
não existe substâncias ativa (BENEZ, 2004).
Quando
analisamos
os
medicamentos
elaborados
com
microorganismos vivos, sabemos que a partir da potência 12CH não
existe mais estruturas vivas (BENEZ, 2004).
Os medicamentos, quando experimentados, induzem sintomas das
patogenesias nos experimentadores. Quando utilizados na clínica, agem,
fazendo o paciente desenvolver os mecanismos de cura (BENEZ, 2004).
Mas poucas informações existem sobre a forma pela qual o
medicamento atua no indivíduo. Esta é uma questão que necessita de
muito aprofundamento das pesquisas (BENEZ, 2004).
26
1.10 Homeopatia e a Imunologia
A imunologia é a área da medicina que mais se desenvolveu nos
últimos
tempos,
provavelmente
pelo
papel
que
representa
na
interdependência com as varias ares afins, tais como a histologia,
microbiologia, parasitologia, bioquímica, farmacologia e etc por esse
motivo os imunologitas devem ter uma formação versátil e global
(CREDIDIO, 1994).
Hahnemann fez previsões geniais acerca da terapêutica moderna,
inclusive no tocante a imunologia e à medicina atual, que devem muitas
das suas conquistas às teorias e técnicas da homeopatia (CREDIDIO,
1994).
Podemos observar que o medico alergista luta para descobrir o
alérgeno (agente capaz de produzir alergia). Uma vez que detectado este
agente é a cura certa (CREDIDIO, 1994).
Analogicamente, a homeopata utiliza-se do mesmo princípio, pois
as cura é conseguida através da própria substância que causou o mal “ lei
das Semelhanças” (CREDIDIO, 1994).
1.11 O Estudo do Caso
A homeopatia sustenta que só através dos sintomas é possível
identificar
a
doença
do
paciente.
Embora
os
homeopatas
contemporâneos dêem maior importância aos testes laboratoriais que os
seus predecessores, os resultados destes testes orientam a prescrição,
uma vez que os relatos das experimentações não incluem dados
laboratoriais ou anatomopatológicos (WEINER, 1997).
Durante o estudo do caso, o homeopata se vale daquilo que pode
se perceber através dos sentidos seja pelo relato verbal do proprietário,
seja pela observação direta. O homeopata trabalha com o princpio de que
27
todas as doenças se refletem na consciência do paciente, na forma de
alterações mentais e emocionais, e de mudanças nas sensações, bem
como nas funções e na aparência de partes do corpo (WEINER, 1997).
A primeira consulta de um paciente com um homeopata pode levar
uma ou duas horas, em contraste com os quinze minutos ou menos
gastos por um especialista ortodoxo (WEINERE, 1997).
1.12 Os Limites da Homeopatia
O principal limite da Homeopatia é a falta de informação da
população com relação aos benefícios que esta terapêutica pode
proporcionar e sua forma de trabalho (BENEZ, 2004).
Aos tratamentos Homeopáticos, os limites são aqueles em que não
podemos atuar com a Homeopatia pura e simplesmente. São os casos de
emergências, onde a vida do paciente está em jogo, havendo apenas
minutos ou horas para uma atuação medicamentosa (BENEZ, 2004).
Paradas
cardíacas,
choques,
queimaduras,
hemorragias
traumáticas, afogamentos, etc (BENEZ, 2004).
1.13 Receituário
Segundo Benez (2004), os receituários são redigidos da seguinte
forma (fig. 01):

Nome do paciente e proprietário

Número do registro no consultório

Forma de uso

Nome do medicamento escrito em latim

Potência do medicamento: segue o nome, com letra e
número.
28

Forma de apresentação: glóbulos,líquidos, pó, etc

Orientação geral quanto à forma de diluir, horários, repetição
de dose, etc.

Data da consulta

Assinatura do homeopata

Data ou período para retorno
1.14 As Escolas Homeopáticas
1.14.1 Escola Organicistas
Sabemos que, desde o inicio da Homeopatia, alguns médicos em
situações variadas usavam mais de um medicamento, o que foi
condenado pelo próprio Hahnemann no parágrafo 273 “Em nenhum caso
sob tratamento é necessário e, portanto, permissível, administrar a um
paciente mais de uma única e simples substância medicinal de uma vez”
(BRUNINI e SAMPAIO, 1993).
1.14.1.1 Escola Complexista
Os medicamentos homeopáticos de uso não ortodoxos são os
medicamentos combinados ou complexos, sendo muitas vezes uma
mistura de três a dez medicamentos, normalmente em potencia muito
baixas (escala decimal). Usa-se apenas a Similitude com a doença, não
se considera o doente, podendo-se classificar os medicamentos por
números, colocando-se em cada moléstias uma espécie de catálogo
numerado de patogenias, ou apresentando-se os medicamentos com o
espírito comercial, em palavras que combinam com a doença à qual
devem curar “amidalite, asma, diarréia”, incrementando na população a
29
auto-medicação. Não são isentos de efeitos colaterais e, apesar de
muitos de nossos pacientes referirem bons resultados quando tomam tais
medicamentos, não deixa de ser uma prática de supressão, uma
homeopatia de baixo nível, onde a individualização, que seria o aspecto
fundamental no tratamento homeopático, fica em segundo plano
(BRUNINI e SAMPAIO, 1993).
1.14.1.2 Escola Alternista
Nesta, se alternam dois medicamentos. Quando esses remédios são
ingeridos pelo mesmo paciente numa mesma situação clínica, o raciocínio
aqui seria mais orgânico, onde a dúvida e a falta de conhecimento do caso
ou da matéria medica acarretaria o uso de dois remédios com a finalidade de
fechar um universo maior de sintomas (BRUNINI e SAMPAIO, 1993).
1.14.1.3 Escola Pluralista
Uma variante seria aquela que prescreve um medicamento para um
tipo de sintomas, outro para outro sintoma, um terceiro para outro sintoma, e,
assim, sucessivamente. Os homeopatas europeus referem e descrevem bons
resultados com essa pratica, usando um remédio principal até de ordem
mental para várias situações, associando muitas vezes fototerápicos
(BRUNINI e SAMPAIO, 1993).
1.14.2 Escola Unicista
Acreditamos que o verdadeiro homeopata unicista segue linhas
vitalistas universais, tais como a força vital de Hahnemann, Gestaltung de
Goethe, a energia sexual de Reich, o impulso vital de Bérgson, pois são o
caminhos do holismo e do vitalismo que nos fazem compreender a dinâmica
30
vital do nosso enfermo, não sendo, portanto, uma somatória de sinais e
sintomas compilados de uma maneira organizada e repertorizados após uma
conta aritmética, mas a integração do homem, personalizados o seu êxito
vital como um ser individual, com sua própria história de vida, inédita em
cada existência (BRUNINI e SAMPAIO, 1993).
A homeopatia unicista é também conhecida como escola ortodoxa de
Hahnemann e Kent (BRUNINI e SAMPAIO, 1993).
2.0 DESENVOLVIMENTO
2.1 Casos Clínicos
2.1.1 Caso 1
No dia 07/08/2006 veio ao consultório um paciente chamado Bello, um
canino, da raça Yorshire, macho, com idade de 13 anos.
Sintomas: Parecia ter algo engasgado na garganta, apresentava
tosse, espirrava muito e o animal se cansava facilmente.
Exame Clínico: Na auscultação observamos um sopro cardíaco.
Diagnóstico: O animal apresentava líquido no parênquima pulmonar,
onde isso acarretava em cansaço ao mais leve exercício.
Sintomas selecionados (RIBEIRO, 1996)
1. Cansaço – geral pág 18, coluna I (18 - I)
2. Tosse- asmática (698 - II)
3. Tosse- chocalhante, ruidosa (699 - II)
4. Tosse- cócegas – laringe,na (700 - I)
5. Tosse- traquéia (700 - II)
Tratamento: Antimonium tartaricum CH 6 BID
31
2.1.2 Caso 2
No dia 09/08/2006 foi à clínica veterinária um animal, felino, macho, da
raça siamês com idade aproximada de 10 anos.
Sintomas: Era tranqüilo, tinha cumes do proprietário, vomitava pêlos
constantemente, e que antes de vomitar ele fazia um ruído com o focinho
“tinha o nariz entupido” e que seus olhos viviam lagrimejando.
Exame Clínico: Concluímos que o animal apresentava uma forte
inflamação da gengiva, que ele apresentava uma conjuntivite, e que por
problemas no manejo nutricional, soltava muito pêlo.
Diagnóstico: Pelos problemas do manejo nutricional, ração de baixa
qualidade, o animal estava soltando muito pêlo, com isso estaria ingerindo
uma maior quantidade de pêlos e não estava conseguindo eliminar essa
maior quantidade pelas fezes.
Sintomas selecionados (RIBEIRO, 1996):
1. Ciúme (23 - I)
2. Briguento (16 - II)
3. Briguento – ciúmes (17 - I)
4. Boca – gengiva – vermelhidão (388 - II)
5. Vômitos – comendo – após (485 - I)
6. Olhos – lacrimejamento (283 - II)
Tratamento: Nux-vomica CH 30 Plus SID e correção no manejo
nutricional.
2.1.3 Caso 3
No dia 10/08/2006 veio ao consultório um paciente chamado Astor, um
canídeo da raça Daschund de idade aproximada de 6 anos e com 10 kilos de
peso vivo.
32
Sintomas: Gostava de passear de carro, quer cheirar o ar, tem medo
de tudo, quando se fala alto ele se esconde, vem perto do proprietário, come
grama e vomita, gosta de ser manipulado e tem muitos impulsos sexuais.
Exame Clínico: Fígado aumentado e piodermite crônica, o animal toma
antibiótico e melhora, mas depois que para volta, isso já faz 3 anos.
O animal se alimenta de ração diet, e come uma coxinha de frango
todos os dias e duas bolachas para cachorros.
Diagnóstico: Intoxicação leve por mau manejo nutricional, e isso o esta
lavando a ter problemas no fígado e na pele.
Sintoma selecionados (RIBEIRO, 1996):
1. Magnetizado – fácil de (81 – I)
2. Lacivo (78 – I)
3. Medo (84 – I)
4. Covardia (32 – I)
5. Transtorno por ruído (122 – I)
Tratamento: O tratamento sugerido foi Phosphorus CH 6 BID e o
manejo nutricional.
2.1.4 Caso 4
Chegou na clínica no dia 05 de setembro de 2006, um Psitacídeo,
chamado Coisa Verde, é um papagaio verdadeiro, macho de cor verde e com
idade aproximada de 10 anos.
Nutrição: O animal se alimentava de sementes de girassol e um
pãozinho com café com leite todas as manhãs.
Sintomas: O proprietário relatou que o animal fica arrancando as
penas, e que isso começou logo após que o neto veio a morar com eles.
33
Exame Clínico: Foi observado que o animal se auto mutilava (Dorso,
ventre e caudal) e se encontrava completamente sem penas. Também se
observou ferida no dorso.
Diagnóstico: - Mau manejo alimentar (deficiência nutricional);
-
Ciúmes do neto (importante sintoma na homeopatia),
-
O mau manejo nutricional prejudicava a reação do
sistema imunológico.
Tratamento: Correção do manejo nutricional, começar a dar ração
própria para Psitacídeos, dar a noite sementes de girassol germinadas.
Sintomas selecionados (RIBEIRO, 1996):
o Auto- tortura – (15 – I)
o Bater – si mesmo, em (16 – I)
Administrar: Metalum álbum CH 30, uma vez ao dia por 7 dias.
2.2 Visitas Técnicas em Propriedades Rurais
As propriedades/produtores rurais visitados durante o estágio também
faziam uso de medicação homeopática para prevenir e tratar as patologias
agudas e crônicas dos animais.
Os índices de mastites eram muito baixos (tendendo a zero), pois alem
do bom manejo fazia-se a prevenção com medicamento homeopático. O
mesmo foi visto com a infestação por endo e ectoparasitos – neste caso os
animais não estão absolutamente livres dos parasitos, mas em quantidades
recomendadas.
34
3.0 CONCLUSÃO
Mesmo
com
todas
as
drogas
miraculosas,
os
complexos
procedimentos cirúrgicos, os testes diagnósticos altamente sofisticados e
hospitais extremamente bem equipados, a triste constatação é de que a
medicina de hoje é muitas vezes tão ineficaz quanto a arcaicas práticas do
passado. Além disso, a tecnologia médica de que às vezes só são
identificadas depois de muitas pessoas já estiveram expostas a seus riscos
(WEINER, 1997).
Tanto quanto no tempo de Hahnemann, os problemas da medicina
moderna podem ser divididos em uns poucos grupos bem definidos.
Deixando de lado a importante questão dos custos, dois grandes problemas
da medicina alopática contemporânea podem ser divididos em: (1) o aumento
da incidência de doenças iatrogênicas, ou induzidas pelo próprio tratamento e
(2) uma relação médico-paciente que é ao mesmo tempo causa e
conseqüência de uma mentalidade potencialmente perigosa em relação a
saúde e a doença (WEINER, 1997).
Nos casos relatados, decorridos 15 a 20 dias da primeira consulta os
proprietários entraram em contato, para referir a melhora ocorrida nos seus
animais.
A Homeopatia é uma terapia que vem somar no que diz respeito ao
tratamento preventivo e curativo das patologias dos animais. É de fácil
administração (ração/ água/ sal mineral) e colabora para baixar o custo de
tratamento dos animais de estimação e baixar em muito o custo na produção
dos produtos (alimento e serviço) de origem animal.
O que precisamos é formar profissionais veterinários com habilidade
suficiente para aplicar esta arte/ciência. Eles ainda são muito poucos, e
poucas são as escolas que já perceberam o grande nicho que aí está. Pois
os paises desenvolvidos estão procurando avidamente por alimentos sem
35
resíduos de antibióticos, hormônios e agro-químicos em geral. E mais, estão
dispostos a pagar a mais por um produto diferenciado.
A Homeopatia Veterinária tem um vasto campo para crescer em nosso
pais, pois temos grande vocação para a produção agrícola e pecuária. As
pesquisas aos poucos vão surgindo em nosso meio e com resultados
promissores.
36
4.0 QUADROS E FIGURAS
Quadro 01. Incompatibilidade de Medicamentos
Aconitum
Agaricus
Allium sativum
Aloes
Ammonium carb.
Antimonium carb.
Apis mellifica
Argentum nitr.
Arnica
Arsenicum
Aurum mur.
Barguta carbonica
Belladona
Bovista
Bryonica
Caladium
Cannabis sativa
Cantharis
Carbo vegetabilis
Caulophhylum
Causticum
Chamomila
China
Cistus
Cocculus
Coffea
Conium
Digitalis
Dulcamara
Ignatia
Kali carbonicum
Kali sulphuricum
Kreosotum
Lachesis
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
VERSUS
Secale
Ammonium muriciaticum
Allium sat., Aloes, Scilla
Aloes, Allium cepa, Scilla
Alium sat., All cepa, Scilla
Lachesis
Kali sulph
Phosphorus, Rhus tox.
Coffea
Iyssinum
Secale
Sulphur
Calcarea carb.
Dulcamara, Secale
Coffea
Cal. Carb., Sepia
Arum triph, Baryta carb.
Chamomila
Coffea
Kreosotum
Coffea
Coffea, Cocculus
Zincum, Nux vomica, Cannabis
Coffea
Coffea, Causticum
Argentum nitr., Bovista, Cantharis
Psorinum
China
Belladona, Lachesis
Coffea, Nux vomica., tabacum
Spongia
Antimonim tart.
Carbo vegetabilis, China
Carbo veget., China, Ammonium
(ZIMPEL, 2003)
37
CONSULTÓRIO VETERINÁRIO HOMEOPÁTICO
Dr. XXXXXXX XXXXXXXXX
Nome do paciente:
Registro n:
Uso Oral
Allium sativa
12 CH dose única_________________________ glóbulos
Diluir todos os glóbulos em meio copo de água, agitar bem antes de
beber o volume todo. Procure tomar em jejum, pela manhã, quinze minutos
antes das refeições.
São Paulo, 11 de novembro de 2004
______________________
Assinatura do Homeopata
Retorno em ___ dias.
Fig 01- Receituário Homeopático (BENEZ, 2004)
38
5.O REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRUNINI, D,. SAMPAIO, C. Homeopatia Princípios, Doutrina e Farmácia
IBHE. 2 ed. São Paulo. Mythos Editora, p. 231-234. 1993.
BENEZ, S.M. Manual de Homeopatia Veterinária. 2 ed., Ribeirão Preto,
Tecmedd Editora, p. 23-107. 2004.
BENITES, N.R. Princípios gerais da homeopatia. In: I Congresso
Brasileiro de Homeopatia Veterinária, 2003, São Paulo. Anais
eletrônicos... [CD-ROM], São Paulo: AMVHB, 2003.
CAIRO, N. Guia de Medicina Homeopática. 21 ed., São Paulo, Livraria
Teixeira, 13p. 1986.
CAIXETA, A.B. Introdução ao Estudo da Homeopatia. Colégio Brasileiro
de Homeopatia “Constantine Hering”. Curitiba. P. 1-4. 1999. [Apostila]
CAVALCANTI, A.M.S. Introdução a Homeopatia. Instituto de Saúde da
Comunidade da Universidade Fluminense, 83p. 2003. [APOSTILA].
Disponível em:
http://www.uff.br/ses/graduacaoApostila%20Introducao%202003.doc Acesso
em 8 Ago. 2006.
CREDIDIO, E.V. Homeopatia a Medicina do Equilíbrio. 1 ed., Campinas,
Copola Editora, p. 59-87. 1994.
D’SOUZA FRACISCO, L. Homeopathy and Immunology (on line). The
British Institute of Homeoppathy, 1998. Disponível em:
http://www.homeopathy2health.com/personal1.htm. Acesso em 01/08/2006.
39
HAHNEMANN, S. Organon da Arte de Curar. 6 ed., São Paulo, Robe
Editorial, 233p. 2001.
RIBEIRO, A.F. Novo Repertório de Sintomas Homeopáticos. 1 ed., São
Paulo, Robe Editorial, 1996.
WEINER, M. O Livro Completo de Homeopatia. 3 ed. Rio de Janeiro,
Nova Era Editora, p. 22 e 50. 2003.
SCHENBRI, J. Conheça a Homeopatia. 3ed. Belo Horizonte, Editora
Rona, 268p. 1992.
VANNIER, L. Manual de Terapêutica Homeopática. 4 ed., São Paulo,
Editora Organon, 21p. 2004.
ZIMPEL, A. A cura Pelas Plantas, Pela Água e Pela Homeopatia. 3 ed.,
Porto Alegre, Ríngel Editora, p. 23-25. 2003.
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