A Administração da OGX Petróleo e Gás Participações S.A. (“OGX”) submete à apreciação de V.Sas. o Relatório da Administração e as correspondentes Demonstrações Financeiras, com o parecer dos Auditores Independentes, referentes aos exercícios sociais findos em 31 de dezembro de 2008 e 2007. Mensagem da Administração O ano de 2008 foi de grande importância para OGX, tendo sido marcado pela superação de desafios e por grandes conquistas no na execução do nosso plano de negócios. A trajetória de sucesso ao longo dos doze meses se deve, principalmente, ao dinamismo da equipe e ao forte comprometimento com as estratégias propostas. Encerramos o ano com uma equipe técnica altamente qualificada, todos os equipamentos e serviços essenciais para as perfurações contratadas e uma sólida posição financeira que permitirá financiar toda nossa campanha exploratória e realizar os investimentos iniciais no desenvolvimento de facilidades de produção e em novos negócios. Em 12 de março de 2008 celebramos a assinatura dos 21 contratos de concessão referentes aos blocos exploratórios adquiridos durante a Nona Rodada de Licitação, realizada em novembro de 2007, e em 3 de dezembro de 2008 obtivemos a homologação pela ANP da aquisição de 50% do bloco BM-S-29, localizado na bacia de Santos. Desta forma, a OGX passou a contar com uma carteira de ativos de alta qualidade, composta por 22 blocos exploratórios, consolidando-se como a maior empresa privada brasileira do setor de petróleo e gás natural em termos de área marítima de exploração, que totaliza 6,8 mil km². Com o objetivo de financiar a implementação de nosso plano de negócios, em junho de 2008 a OGX realizou uma oferta pública inicial de ações (IPO) no Novo Mercado da Bovespa, sendo ofertadas 5,93 milhões de ações ordinárias, incluindo as ações dos lotes adicional e suplementar. A operação, que foi inteiramente primária, atingiu volume financeiro total de R$ 6,7 bilhões, tornando-se o maior IPO já realizado no Brasil. Estes recursos encontram-se prudentemente aplicados em ativos de renda fixa e totalizavam R$ 7,6 bilhões em 31 de dezembro de 2008. Em preparação para o processo de abertura de capital, contratamos um estudo de viabilidade com a DeGolyer & MacNaughton, empresa de consultoria em certificação de reservas no setor de petróleo e gás natural, com mais de 70 anos de experiência. O estudo indicou que nossos blocos localizados nas bacias de Campos, Santos, Espírito Santo e Pará-Maranhão totalizam 4,8 bilhões boe (barris de óleo equivalente) de recursos potenciais riscados, considerando uma probabilidade média de sucesso de 27%. Ao longo do ano, adicionamos um seleto grupo de novos colaboradores ao nosso quadro de funcionários. Novas equipes destinadas à execução da campanha exploratória e de produção foram formadas com a chegada de profissionais-chave, tais como gerentes executivos para as áreas de perfuração, logística, aquisição de bens e serviços e desenvolvimento da produção. Com uma sólida posição financeira e uma equipe técnica altamente qualificada, a OGX iniciou o processo de contratação de materiais, bens e serviços vitais para a execução de nossa campanha exploratória, possibilitando reduzir drasticamente incertezas inerentes ao negócio. Ao longo do ano executamos a campanha sísmica 3D em todos os nossos blocos, realizada por empresas mundialmente reconhecidas. Ao término de 2008, foi finalizado o levantamento de dados sísmicos 3D nas bacias de Campos e Pará-Maranhão, enquanto na bacia do Espírito Santo, encontrava-se em estágio avançado e sete meses à frente do cronograma originalmente planejado. Os dados 3D existentes na bacia de Santos foram reprocessados com as mais modernas tecnologias e já encontravam-se à disposição de nossa equipe para interpretação. Em paralelo, asseguramos todos os equipamentos e serviços fundamentais para a perfuração junto a fornecedores de alta qualidade. Entre os meses de agosto e setembro de 2008, contratamos quatro sondas de perfuração semi-submersíveis junto a fornecedores com forte reputação mundial, o que nos permitirá executar toda a campanha exploratória nas bacias de Campos e Santos. Contratamos cabeças de poço, revestimentos e fluido de perfuração, além de serviços de engenharia e serviços relacionados ao manuseio e operações com tubos de revestimento. Também contratamos seis embarcações de apoio marítimo, cinco das quais em construção no Brasil, e dois helicópteros para o transporte de equipamentos, materiais e pessoas às plataformas nas bacias de Campos e Santos, além da base portuária na cidade do Rio de Janeiro, onde materiais e suprimentos serão estocados e carregados às embarcações. Desta forma, a OGX encerra 2008 consolidando sua posição de destaque entre as principais empresas de exploração e produção do mundo, sustentada pela evolução de seu plano de negócios, fruto da dedicação e grande experiência da equipe. Estamos preparados para iniciar nossa campanha exploratória que contempla a perfuração de poços nas quatro bacias ao longo dos próximos quatro anos, evidenciando o comprometimento e capacitação da equipe em cumprir o cronograma originalmente proposto. Esperamos que 2009 represente mais um ano de grande sucesso na intensa história da Companhia com a perfuração de seis poços nas bacias de Campos e Santos. O primeiro poço de nossa campanha exploratória será perfurado por nosso parceiro e operador Maersk Oil em meados de 2009 no bloco BM-S-29. Em seguida, estão previstos para setembro dois poços na bacia de Campos e, para novembro, o início de mais dois poços na bacia de Campos e um na bacia de Santos. Depois de um ano de tantas conquistas, a administração da OGX agradece aos seus acionistas, fornecedores e parceiros pela confiança depositada em 2008. A OGX agradece, em especial, à sua equipe de colaboradores pela contribuição e determinação no desenvolvimento de suas atividades. Cenário e Perspectiva Setorial O ano de 2008 caracterizou-se como um período de grandes incertezas e alta volatilidade nos mercados ao redor do mundo, particularmente no setor de petróleo. Impulsionada por um crescente interesse pela commodity por parte dos países da OCDE e não-OCDE, liderados por China e Índia, a cotação do barril de petróleo Brent atingiu seu recorde histórico de US$147,50 em julho. O extremo oposto foi verificado ao longo do segundo semestre, quando se evidenciou a real dimensão da crise americana e, diante do cenário de retração da economia global e queda significativa da demanda por parte dos países membros da OCDE, os preços sofreram uma queda abrupta, mesmo com o persistente esforço por parte da OPEP em reduzir seu nível de produção. O barril de petróleo encerrou o ano cotado a US$45,59. A atual conjuntura econômica global, marcada pela queda da cotação da commodity e pela escassez de crédito mundial, está levando a uma redução no nível de investimentos e adiamento de certos projetos por inviabilidade econômica, o que deverá impactar negativamente o nível de oferta a médio e longo prazos. Esta redução será potencialmente intensificada pelo fato de a grande parte dos campos em produção dos países da não-OPEP estarem em níveis de plateau ou já em declínio. Ainda que o agravamento da crise econômica mantenha a cotação do petróleo em níveis relativamente baixos ao longo dos próximos meses, acreditamos que a eventual amenização da recessão nas economias desenvolvidas, combinada com a redução esperada no nível de oferta e o crescimento contínuo da demanda no longo prazo, irá ocasionar forte pressão para elevação dos preços. Neste contexto, empresas capitalizadas, com grande potencial de descobertas e base de custos competitiva, deverão se beneficiar, tanto pela redução de custos em conseqüência do reduzido nível da cotação do barril no curto prazo, quanto pela melhor valorização das potenciais reservas em condições mais favoráveis com a reversão do cenário de preços no médio e longo prazos. Resultado Econômico Financeiro Este relatório se baseia em informações consolidadas que refletem o estágio em que a Companhia se encontra, onde as principais contas são receitas de aplicações financeiras, despesas de exploração e despesas gerais e administrativas, próprias e de sua controlada OGX Ltda. As informações relativas aos exercícios de 2008 e 2007 já contemplam as alterações na legislação societária introduzidas pela Lei nº 11.638/2007 e pela Medida Provisória nº 449/2008. O lucro líquido do exercício foi de R$359,8 milhões, decorrente de um Resultado Financeiro de R$754,2 milhões, Despesas com Exploração de R$139,2 milhões, Despesas Gerais e Administrativas de R$58,6 milhões e Imposto de Renda e Contribuição Social de R$196,5 milhões. Com a abertura de capital da OGX S.A., o caixa consolidado da Companhia e de sua controlada, ganhou um reforço de R$6,7 bilhões em junho de 2008, totalizando R$7,6 bilhões no encerramento do exercício. Com a aplicação destes recursos em um fundo exclusivo de renda fixa à taxa média bruta acumulada equivalente a 112,13% do CDI, o Rendimento de Aplicações Financeiras foi de R$663 milhões. Além disso, registramos R$41,4 milhões de ajustes positivos líquidos com operações do hedge de compromissos futuros em moeda estrangeira (dólar americano) e R$54,8 milhões de efeito positivo do valor justo de instrumentos financeiros. Em relação às Despesas de Exploração, os gastos mais significativos referem-se à aquisição de dados sísmicos, ao aluguel pago à ANP referente aos nossos blocos exploratórios e à comissão de fiança do Programa Exploratório Mínimo. Além destes, ainda destacamos os gastos com consultoria técnica, de meio-ambiente e de tecnologia da informação. As Despesas Gerais e Administrativas foram predominantemente impactadas pelo aumento de nosso quadro de colaboradores de 25 para 80 pessoas durante o ano de 2008, o que trouxe maiores custos com pessoal e de escritório, bem como por aqueles necessários à condução e gestão das operações da Companhia e sua controlada. Investimentos Os principais gastos incorridos pela OGX durante o ano de 2008 referem-se à execução da campanha sísmica 3D. O montante desembolsado durante as etapas de aquisição, processamento e reprocessamento dos dados nas bacias de Campos, Santos, Espírito Santo e Pará-Maranhão totalizou R$128,1 milhões. Adicionalmente, construímos nossa sala de visualização 3D, que representa o estado-da-arte em tecnologia, totalizando um investimento de R$1,8 milhão A sala constitui uma ferramenta fundamental que proporcionará a toda a equipe técnica maior rapidez e precisão na análise dos dados geofísicos e geológicos, além de maior eficiência no processo de definição de prospectos, perfuração de poços, delimitação das acumulações e desenvolvimento da produção. Para a execução de nosso plano de negócios, ao longo dos próximos quatro anos, prevemos um investimento de aproximadamente US$2 bilhões na perfuração dos poços da nossa campanha exploratória e cerca de US$1 bilhão no desenvolvimento da produção inicial da bacia de Campos. Ações Sócio Ambientais Elaboramos os Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e respectivos Relatórios de Impacto do Meio Ambiente (RIMA) necessários para o licenciamento da atividade de perfuração nas bacias de Campos e Santos. Estes estudos foram protocolados no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) dentro do prazo legal estipulado e, até a presente data, aguardávamos a manifestação da Coordenação de Petróleo e Gás do IBAMA. Também desenvolvemos projetos fundamentais para o conhecimento das nossas áreas exploratórias que possibilitarão o dimensionamento adequado das medidas de controle ambiental a serem adotadas durante nossas atividades de perfuração e produção, dos quais destacam-se: diagnóstico da qualidade ambiental nas bacias de Campos e Santos e lançamento de derivadores oceanográficos na bacia do Pará-Maranhão. Em paralelo, estamos elaborando um Programa de Investimento Social que prevê a implementação de projetos de forma participativa a partir de pesquisas sobre o perfil socioeconômico das áreas de influência. Todas as propostas e definições para a elaboração deste Programa são orientadas pela política de sustentabilidade do Grupo EBX, que visa o fomento de um desenvolvimento duradouro e sustentável das comunidades, garantindo a criação de uma cultura sem dependência das empresas como provedora local e contribuindo, efetivamente, para uma transformação positiva nas comunidades onde se insere. Por fim, o Grupo EBX assinou acordos de parceria e cooperação com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, assumindo o compromisso de apoiar e proteger os Parques Nacionais dos Lençóis Maranhenses (MA), de Fernando de Noronha (PE) e do Pantanal Matogrossense (MT), representando um investimento de R$11,4 milhões em um período de até 10 anos. Gestão de Pessoas Entendemos que o desempenho e comprometimento dos colaboradores são decisivos na realização de cada empreendimento. Por isso, consideramos nossa política de Recursos Humanos um pilar fundamental na estratégia empresarial e no sucesso de nossos empreendimentos, cujo objetivo consiste em atrair os melhores profissionais e mantê-los motivados por meio dos mais avançados instrumentos de gestão de pessoas. Ao longo de 2008, nosso quadro de colaboradores aumentou de 25 para 80 pessoas. Nosso objetivo é manter a equipe enxuta e de alta performance através da retenção do capital intelectual e terceirização das atividades operacionais junto a fornecedores de qualidade. Somando-se aos profissionais com ampla experiência no setor de exploração e produção de petróleo, figuram jovens talentos selecionados nas melhores universidades do país. Esta união de experiência com novas idéias é um dos pilares da Companhia. Mercado de Capitais e Governança Corporativa Durante o ano de 2008, vivenciamos o agravamento da crise financeira internacional originada no sistema financeiro norte-americano. O principal impacto sobre a economia brasileira foi a formação de um cenário de alta volatilidade das bolsas de valores e a conseqüente aversão ao risco, estimulando a saída de investidores da Bovespa. A expectativa de recessão que vem se instalando nas principais economias mundiais, atrelada à queda de 81% na cotação do petróleo WTI desde o início da negociação de nossas ações na Bovespa, contribuiu para a desvalorização das nossas ações que, apesar de significativa, não apresenta distorções em relação ao desempenho dos nossos principais pares nacionais e internacionais. Entre os dias 13 de junho, data da abertura de capital, e 31 de dezembro de 2008, as ações da OGX sofreram desvalorização de 53,5%, encerrando o ano de 2008 cotadas a R$526. No mesmo período, o Ibovespa sofreu desvalorização de 44,2%. O papel apresentou um volume financeiro médio diário de R$161,8 milhões em 2008. Com o intuito de atrair novos acionistas e fomentar o aumento de liquidez, a OGX aprovou em reunião do Conselho de Administração o programa de Global Depositary Receipts (GDR) Nível I. Como instituição custodiante, contratamos o Banco Itaú S.A. e o Bank of New York Mellon como instituição depositária dos referidos recibos. Cada cinco recibos equivalerão a uma ação ordinária da OGX. O início das negociações dos papéis está previsto para o primeiro semestre de 2009. Aderência à Câmara de Arbitragem A Companhia, seus acionistas, administradores e membros do Conselho de Administração se obrigam a resolver, por meio de arbitragem, toda e qualquer disputa ou controvérsia que possa surgir entre eles, relacionada, ou oriunda, em especial, da aplicação, validade, eficácia, interpretação, violação e seus efeitos das disposições contidas no Contrato de Participação no Novo Mercado, no Regulamento de Listagem do Novo Mercado, no Estatuto Social, nos acordos de acionistas arquivados na sede da Companhia, na Lei das Sociedades por Ações, nas normas editadas pelo Conselho Monetário Nacional, pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM, nos regulamentos da Bovespa, nas demais normas aplicáveis ao funcionamento do mercado de capitais em geral, nas Cláusulas Compromissórias e no Regulamento de Arbitragem da Câmara de Arbitragem do Mercado, conduzida em conformidade com este último Regulamento. Auditores independentes Em atendimento à instrução CVM nº 381/2003, informamos que a KPMG Auditores Independentes presta serviços de auditoria externa e revisão trimestral para a OGX, relacionados ao exame das demonstrações financeiras e revisão das informações trimestrais, respectivamente, e que não realizou nenhum outro serviço para a Companhia no exercício findo em 31 de dezembro de 2008. O relatório da administração inclui informações relacionadas a investimentos projetados e dados não-financeiros os quais não fazem parte do escopo de revisão de auditoria. Rio de Janeiro, 25 de março de 2009 A Administração