Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Bacharelado em Letras com ênfase em Tecnologias de Edição
7º período – Alunas: Adriana, Gabriela & Juliane
Livro base: NICOLA, José de. Língua, Literatura & Redação. São Paulo: ed, Scipione.
V. 2, 2000.
Análise de livro didático
1. Introdução
Tomamos como objeto de análise o livro de ensino médio Língua, Literatura e
Redação, como seu título anuncia, esse se dirige tanto para língua quanto para a
literatura. O recorte analisado refere-se ao 1º capítulo do livro: “O Romantismo”. O
livro publicado em 2000 não passou pela análise do Programa Nacional do Livro
Didático1 (PNLD), que oferece material pedagógico para ser utilizado pelos professores
e alunos.
2. Análise Crítica
O autor inicia o módulo de Literatura com desenhos que remetem aos gêneros
literários, como romance, drama, comédia, terror. O centro da página trás o desenho de
uma mulher com os seios desnudos, que alude à famosa tela de Delacroix “A Liberdade
guiando o povo". A imagem inicial é um índice, pois, oferece dicas do que os alunos
poderão encontrar no capítulo. A ideia é interessante, mas a compreensão dependerá do
conhecimento de mundo do estudante. As outras imagens utilizadas no capítulo deixam
o texto mais agradável e enriquecem o conteúdo, além de preparar o leitor para o
assunto abordado.
Para introduzir o capítulo do Romantismo apresenta-se uma música do cantor
Djavan, Pétalas, seguida do poema Confronto de Carlos Drummond de Andrade, ambos
são acompanhados de imagens, o que permite ao leitor tanto a leitura verbal, como a
não verbal. Pode-se inferir, quanto ao quesito metodológico, uma tentativa do autor em
dialogar música com poesia.
Seguido desses gêneros textuais, o livro traz algumas questões sobre o poema de
Drummond. Tais questões se referem ao seu conteúdo e ao seu aspecto formal como:
figuras de linguagem, métricas, rimas, sílabas poéticas e algumas questões que
envolvem a opinião do aluno. Portanto, inicialmente, o livro não contextualiza o leitor
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http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=668id=12391option=com_contentview=article
sobre a escola literária Romantismo e não explica aspectos formais da composição de
um poema. Logo, o autor exige dos alunos um conhecimento prévio sobre as
abordagens já citadas.
Apenas em um segundo momento do capítulo, o autor contextualiza e explica o
contexto histórico seguido das características do Romantismo. Um dado importante a
ser ressaltado são os links destacados (Goethe, Romantismo e egocentrismo), com o
objetivo de esclarecer uma informação importante, a partir de uma espécie de balão, que
adiciona informações ao texto (como é oferecido em links no suporte digital),
configurando um hipertexto. Durante o capítulo há quadros da época, que ilustram o
estilo, os autores e as obras, tudo isso promove um diálogo do linguístico com o visual
na história do período retratado.
Ao final da primeira parte de introdução da matéria, há um quadro comparativo
que diferencia Classicismo de Romantismo, o que reforça ainda mais a ideia de exigir
um conhecimento prévio sobre algumas questões. Seguem páginas à frente, mais
algumas contextualizações sobre a matéria. O capítulo também apresenta alguns textos
na seção “Leitura” como: Os Visigodos (Alexandre Herculano, Eurico, o presbítero),
poesia de Álvares de Azevedo, e mais uma música de Djavan (Meu bem-querer). Bem
como, textos que são seguidos de mais algumas questões nomeadas: “A propósito do
texto”, que exigem conhecimento sobre conceito, contextualização e diálogos entre
textos acerca do Romantismo.
Ao final do capítulo há questões, abertas e fechadas, de vestibulares. As três
primeiras permitem que o aluno responda questões de forma mais crítica sobre o
Romantismo. E as posteriores trazem respostas pré-estabelecidas com opções de
resposta de “a” até “e”, o que permite uma fixação mais tradicional segundo o que é
cobrado pelos vestibulares.
Quando analisamos, superficialmente, os outros capítulos de ensino de literatura
percebe-se que há o mesmo padrão: diálogo entre dois textos (poesias inteiras e/ou
trechos), questões sobre os textos, explicação do conteúdo histórico e literário (uso de
quadros e definições), utilização de outros textos, mais questões diretas e, finalmente,
questões de vestibulares aplicadas ao tema proposto no capítulo.
3. Conclusão
Pode-se concluir, portanto, que em termos de conteúdo, o livro cumpre parcialmente
seu objetivo ao apresentar sobre o romantismo: introdução ao tema, momento
histórico, características, quadro comparativo, arte, público, por meio de textos,
“links” poesias e músicas. Pois, o trabalho com textos literários deveria ser mais bem
explorado, uma vez que, no contato com as obras poderia haver a experiência direta do
aluno com o estilo, a proposta, preocupações e questões do período e não apenas um
conteúdo literário superficial. Além disso, os trechos dos textos citados deveriam ser
mais bem elencados, por exemplo, as músicas do Djavan, apesar de configurarem uma
intertextualidade interessante, ocupam espaços que poderiam ser utilizados com textos
mais expressivos da escola literária.
A leitura imagética é bem explorada desde o início, o que consideramos, portanto,
um fator positivo a metodologia do livro, pois há um diálogo entre texto e imagem, o
que permite melhor compreensão do assunto. Outro fator positivo são as chamadas
para explicações de questões no texto, pois além de esclarecer o leitor elas fornecem
ao lado das imagens um movimento de leitura, que é fluido. Já em relação às questões,
essas são didaticamente plausíveis, isto é, cobram elementos que contribuem para a
aprendizagem dos alunos e os preparam para possíveis perguntas em vestibulares Mas,
faltam perguntas que abordem o aluno de uma forma mais crítica, isto é, que
estabeleçam as concepções do período segundo o olhar do leitor.
Bem como,
verificam-se poucas informações sobre autores importantes da época, e a menção
desses seria de suma importância.
Ainda que não haja grande espaço para a leitura, o autor se preocupou em deixar
uma seção intitulada “Leitura” que ocupa uma página do capítulo, nesse sentido ao
levarmos em conta que há outros capítulos de Literatura no livro, essa é uma estratégia
válida, porém poderia apresentar, por exemplo, uma obra completa, como um poema,
ou uma lauda de um trecho de romance, Assim seria interessante a presença desses
textos para fruição, na abertura dos capítulos, sem tocar na questão estética ou de
construção do gênero (nas perguntas) e despertar no leitor a vontade de ler mais obras
e “experimentar” o período estudado.
Referências:
NICOLA, José de. Língua, Literatura & Redação. São Paulo: ed, Scipione. V. 2,
2000.
http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=668id=12391option=com_contentview=ar
ticle Acesso em: 28/10/2014
http://www.fnde.gov.br/programas/livro-didatico/livro-didatico-apresentacao Acesso
em: 28/10/2014
http://www.historiadomundo.com.br/francesa/revolucao-francesa.htm Acesso em:
01/11/2014
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