CÉLULAS PAROQUIAIS DE EVANGELIZAÇÃO APOIO À PREPARAÇÃO DA EDIFICAÇÃO TEMA O PRÍNCIPE DA PAZ Isaías 9,1-6 OBJETIVO A PLENITUDE DA PAZ A- EXORTAÇÃO DO PASTOR B- OBSERVAÇÃO, EXPLORAÇÃO E APLICAÇÃO C- APROFUNDAMENTOS - A PAZ DE CRISTO E MARIA SANTÍSSIMA - A PAZ DE CRISTO NA LITURGIA E NO CATECISMO - NOTA SOBRE O “TEXTO DE APOIO À LIDERANÇA” A – EXORTAÇÃO DO PASTOR O Menino que nasce para nós, o Filho que nos é dado, este Conselheiro admirável, Deus forte e Pai dos tempos futuros, é o Príncipe da Paz. Príncipe, pois de seu Pai recebe a missão de restaurar o Reino da Paz. É por ele, e no mais íntimo de nós e entre nós, que se restabelece a sinfonia com o Pai e toda a criação. Que neste Advento, o inefável ser, agir e sentir de seu Reino se firme em nós, por sua extraordinária Misericórdia. Isso cantam os anjos para nós, os amados de Deus. Ouçamos. B- OBSERVAÇÃO, EXPLORAÇÃO E APLICAÇÃO Isaias 9,1-6 é texto muito especial na festividade do Natal do Senhor. Em 2015, já foi objeto de Edificação, tendo como enfoque a Grande Luz que é Cristo. Este ano, com base nesse mesmo texto, daremos destaque ao importante tema da Paz. Is 9,1-6 detalha o Cântico dos Anjos na noite do Natal: “Glória a Deus nas alturas e Paz na terra aos homens por ele amados!” (Lc 2,14). Pois a Glória de Deus se manifesta “nas alturas“ quando sua Misericórdia se encarna para que a “Paz na terra” se manifeste “aos homens por ele amados!”. Esta Paz só acontece quando o homem recupera a sua essência de viver no amor. Amor que vem do “Deus nas alturas” e se propaga entre os homens. E para sempre. Profetizando isso, Isaías proclama um Deus Forte que virá para nós como Menino, um Filho com maravilhosas insígnias: Conselheiro admirável, Pai dos tempos futuros, Príncipe da Paz. Como luz resplandecente, fonte de alegria e felicidade, presença que enche de júbilo. Pois implantará um reino de justiça e santidade, e cuja Paz reinará sobre as gerações para sempre. Paz, assim o promete Isaías, que elimina as trevas, levanta os que jazem nas regiões da morte, retira a opressão dos ombros e cala o orgulho condenador dos fiscais. Paz que silencia as botas de tropas de assalto e faz cinzas dos trajes manchados de sangue. Este Deus Forte vencerá, pela Misericórdia, o que principalmente nos impede de vivenciar a glória plena do amor: o pecado, a acusação, a culpa, o mal. Pois o Perdão nos é derramado pelo Príncipe da Paz, pelo seu Sangue. Aleluia! A Paz que nenhum coração humano imaginou, está ali, naquele Menino posto nas palhas da manjedoura. Está naquele “nosso” Filho, dado a nós por sua Mãe na profundidade de uma gruta para ser elevado numa Cruz. Para nossa salvação e Glória de Deus. Além e mais ainda, a Glória de Deus, ao nos salvar, nos insere também em sua ação de Misericórdia. Para que sejamos como o Filho: levar ao próximo e ao mundo a sua Paz. É esta também Glória de Deus: continuarmos a missão de Misericórdia e Paz unidos ao Menino. E anunciar, com alegria, que “o Senhor volta a Sião! ” (Is 52,8). Que, neste Natal, o Menino nasça em nossos corações e experimentemos sua profunda, íntima e coletiva Paz. Assim seja! Aleluia! APLICAÇÕES (sugestão – não se prenda a elas, ouça o Espírito!) Partilhem: Momentos em que vivenciaram a Paz que vem de Cristo. Como podemos e devemos realizar a missão de levar a Paz que vem do amor de Cristo? O que lhe parece influenciar mais a sua Paz? E a da Igreja e da Célula? Por ex., fazer a vontade de Deus; ter fé, amor, esperança e confiança; fidelidade e obediência; experimentar e dar misericórdia e perdão; suportar a si e ao outro, com paciência e tolerância; ter desapego no serviço ao próximo; praticar a justiça; a vida de oração e a leitura da Palavra; a vida comunitária e eclesial; a sabedoria do Espírito etc. COLETA - (sugestão – não se prenda a ela, ouça o Espírito!) Pode ser espontânea, inspirada pelo que o Espírito Santo realizou na partilha, Ou pedir para cada um proclamar o versículo que mais o tocou. EXERCÍCIO PARA A SEMANA - (não se prenda a ele, ouça o Espírito!) Durante a semana, pôr-se no presépio, e fazer a oração dos Anjos: “Glória a Deus nas alturas e Paz na terra aos homens por ele amados!”. C – APROFUNDAMENTOS Para os que julgarem oportuno se aprofundarem no tema da Paz. A PAZ DE CRISTO E MARIA SANTÍSSIMA Os fatores que agridem a Paz são muitos, tanto interiores quanto exteriores. Assim como são muitas as armas que a Igreja nos põe à disposição para a batalha central pela Paz. Por exemplo, a oração, em suas diversas formas; a convivência estreita com o Espírito Santo e a Palavra; o exemplo e assistência dos santos; a comunhão na missão e serviço eclesial; os sacramentos, sobretudo a celebração eucarística e a penitência. Paz que se deve estruturar na humildade e ter o amor misericordioso como impulsor. Mas um dos mais eficazes recursos que nos dá a Igreja para alcançar a Paz é a devoção a Maria, a Rainha da Paz. Conforme o versículo 2 do Salmo 131 (130), Maria quer nos acolher na sua Paz, assim como o fez com seu Filho: “Fiz calar e sossegar a minha alma; ela está em grande paz dentro de mim, como a criança bem tranquila, amamentada no regaço acolhedor de sua mãe”. Maria “cala e sossega“ os obstáculos interiores à Paz, preparando nosso coração para escutar o Espírito de amor - e Maria nos protege, no seu “regaço acolhedor”, contra as ameaças exteriores. Assim, ao vivenciar, “como criança bem tranquila, amamentada”, a maternidade de Maria, temos o melhor antídoto e remédio contra todos inimigos interiores, como a carência, condenação, traumas, separação e solidão. E Maria pode nos proporcionar a “grande Paz” em circunstâncias e agressões externas mais adversas, assim como o fez na vida com seu Filho e o faz na vida da Igreja. Mas Maria, como nossa mãe, não somente nos dá a Paz da sua maternidade: ela nos conduz à Paz da restauração da paternidade original, da vivência como Filho do Pai. Ela nos dá a Paz de descobrirmos um sentido maravilhoso para a nossa existência, o de sermos discípulos missionários do Pai. Pois, assim como ela enviou e entregou seu Filho, Maria nos envia. A Paz que isto confere é como se descobríssemos e puséssemos em exercício nossa desconhecida e mais alta identidade. Como seu Filho Jesus Cristo, recebemos a missão e o poder de levar a Paz. Neste Natal, que a alegria e a Paz anunciadas aos homens amados por Deus penetrem nossos corações e nos façam consagrar-nos aos cuidados de Maria, assim como Jesus na gruta de Belém. A PAZ DE CRISTO NA LITURGIA E NO CATECISMO “Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus ” (Mt 5,9). Cristo é a nossa Paz: A paz terrestre é imagem e fruto da paz de Cristo, o “Príncipe da paz" messiânica (Is 9,5). Pelo sangue de sua cruz, Ele “matou a inimizade na própria carne" (Ef 2,16, reconciliou os homens com Deus e fez de sua Igreja o sacramento da unidade do gênero humano de sua união com Deus (Lg 1). "Ele é a nossa paz" (Ef 2,14). 2305 Por isso, a Paz tem importância central na Liturgia Eucarística. Assim se ora ao Pai, após o Pai-Nosso, no Rito da Comunhão: PE: Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados por vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador. Em seguida, assim se ora ao Filho na Oração pela Paz: PE: Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos apóstolos: eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo. T: Amém! PE: A paz do Senhor esteja sempre convosco. T: O amor de Cristo nos uniu. (Note-se a ligação entre o amor de Cristo que nos une e a Paz.) A Paz tem raiz na Fé: "Vai em paz, tua fé te salvou!" (Lc 7,50). "Que o Deus da esperança vos cumule de toda alegria e paz em vossa fé, a fim de que pela ação do Espírito Santo a vossa esperança transborde" (Rm 15,13). A Paz é fruto do Espírito Santo: "O Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Rm 14,17). 2819 Os frutos do Espírito são perfeições que o Espírito Santo forma em nós como primícias da glória eterna. A Tradição da Igreja enumera doze: "caridade, alegria, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência e castidade" (Gl 5,22-23). 1832 A Paz é o grande desejo de Cristo, mas pode ser rejeitada: Jesus lembra o martírio dos profetas que tinham sido mortos em Jerusalém. Todavia, persiste em convidar Jerusalém a congregar-se em torno dele: "Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha recolhe seus pintainhos debaixo das asas... e não o quiseste" (Mt 23,37b). Quando Jerusalém está à vista, chora sobre ela e exprime uma vez mais o desejo de seu coração: "Ah! Se neste dia também tu conhecesses a mensagem de paz! Agora, porém, isto está escondido a teus olhos" (Lc 19,42). 558 Por isso, o apóstolo tem de exortar a "conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz" (Ef 4,3). A Paz é missão do cristão: Por sua vida segundo Cristo, os cristãos apressam a vinda do Reino de Deus, do "Reino da justiça, da verdade e da paz" (Prefácio da Festa de Cristo Rei). 2046 Paz é a nossa mais bela obrigação: ... Para Deus, a mais bela obrigação é nossa paz, nossa concórdia, a unidade no Pai, no Filho e no Espírito Santo de todo o povo fiel. 2845 A Paz será nossa felicidade na eternidade, pela comunhão perfeita: Por esse caminho da perfeição, o Espírito e a Esposa chamam aquele que os ouve à comunhão perfeita com Deus. Aí haverá a verdadeira glória; ninguém será louvado então por engano ou bajulação; as verdadeiras honras não serão recusadas àqueles que as merecem, nem concedidas aos indignos; aliás, nenhum indigno terá tal pretensão, pois só quem é digno será admitido. Aí reinará a verdadeira paz, onde ninguém será sujeito à oposição nem de si mesmo nem dos outros. 2550 A Paz vem da participação na unidade da Trindade e de sua habitação em nós: O fim último de toda a Economia divina é a entrada das criaturas na unidade perfeita da Santíssima Trindade. Mas desde já somos chamados a ser habitados pela Santíssima Trindade: "Se alguém me ama - diz o Senhor -, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará e viremos a ele, e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23): 260 Ó meu Deus, Trindade que adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente para firmar-me em Vós, imóvel e pacifica, como se a minha alma já estivesse na eternidade: que nada consiga perturbar a minha paz nem fazer-me sair de Vós, ó meu Imutável, mas que cada minuto me leve mais longe na profundidade do vosso Mistério! Pacificai a minha alma! Fazei dela o vosso céu, vossa amada morada e o lugar do vosso repouso. Que nela eu nunca vos deixe só, mas que eu esteja aí, toda inteira, completamente vigilante na minha fé, toda adorante, toda entregue à vossa ação criadora (Oração de Santa Elisabete da Trindade). NOTA SOBRE O “TEXTO DE APOIO À LIDERANÇA” O “Texto de Apoio à Liderança” é um subsídio para se preparar a Edificação da reunião da Célula. Não é, de forma nenhuma, um roteiro obrigatório, nem uma exegese sistemática do texto. Pretende apenas ser como um “self service”, onde se toma o que se julgar oportuno. Cabe à liderança utilizar o que lhe aprouver. Nem mesmo é necessário lê-lo. Pois a liderança tem poder e dever de discernir – ouvindo o Espírito Santo - o que é apropriado partilhar com sua Célula no momento. Pode, também e tranquilamente, utilizar outros subsídios. O que se aconselha é uma Leitura Orante ao preparar a reunião, tendo sempre como tema o texto das Escrituras estabelecido para a semana. Esta é a única norma estabelecida pelo nosso Pároco, para que se firme o sentido de unidade eclesial. Note-se que o “Texto de Apoio à Liderança” consta de três níveis sucessivos: A Exortação do Pastor, publicada no Informativo Paroquial. É breve, no seu propósito de motivar sobre o Tema e o Objetivo. A Observação, Exploração e Aplicação pretende fornecer um maior domínio do tema para a liderança, para partilha e aplicação prática. Sugere-se uma Oração Final e Exercício para a Semana. Os Aprofundamentos, muitos baseados no Papa ou no Catecismo, aproveitam a oportunidade para um enriquecimento sobre o tema. Importante é lembrar que o momento da Edificação não é um estudo bíblico, mas um encontro de Comunhão com Cristo, baseado na Palavra e no Espírito. Para assim nos edificarmos como Igreja, nossa comunhão em Cristo pela partilha da Fé. “Ouve-se a voz de teus vigias, eles levantam a voz, estão exultantes de alegria, sabem que verão com os próprios olhos o Senhor voltar a Sião”. Is 52,8