Tertuliano e a condenaçao da filosofia

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Texto 03: Tertuliano e a condenação da Filosofia (ca.155-222)
“No âmbito dos Padres Apologistas, Teruliano é a expressão
da tendência antifilosófica que pretendia rejeitar completamente as
doutrinas dos gregos” (Reale e Antiseri).
Escritor eclesiástico latino, nacido en Cartago, hijo de un centurión romano. Jurista romano
primero, hacia 195 se convierte al cristianismo y vuelve al Norte de África; allí ejerce como
presbítero y destaca como escritor y polemista. De temperamento fogoso, a diferencia de los demás
apologistas, que se acogían en lo posible a una concordancia entre razón y fe, o entre la religión
cristiana y la cultural ambiental, Tertuliano ataca a la filosofía como perniciosa para la revelación,
critica a platónicos y gnósticos, y destaca el carácter incomprensible de la fe. Creador de tecnicismos
teológicos, autor de meritorias obras apologéticas, polémicas o ascéticas y uno de los padres de la
Iglesia latina, Tertuliano es recordado sobre todo por la frase Credo quia absurdum [creo porque es
absurdo]. Su fogosidad de espíritu le lleva al montanismo, secta fundada por Montano, en el s. II, que
profesaba un rigorismo extremo contrario a las costumbres de la iglesia primitiva y anunciaba una
próxima segunda venida de Cristo.
Extraído de: MORATÓ, Jordi Cortés; RIU, Antoni Martinez. Diccionario de filosofía en CD-ROM. Barcelona, Editorial
Herder S.A., Barcelona. 1991
Texto
“Eis as doutrinas de homens e demônios, nascidas do engenho da sabedoria mundana para
encantar os ouvidos. Esta é a sabedoria que o Senhor chama de estultície, aquele mesmo Senhor que,
para confundir também a mesma filosofia, escolheu o que passa por estulto aos olhos do mundo. Esta
é a sabedoria profana que temerariamente pretende sondar a natureza e os decretos de Deus. E as
próprias heresias vão pedir seus petrechos à filosofia.
Dela se originam os tais éons e não sei que inúmeras outras formas, tal como a divisão
tripartida do homem em Valentim que, por sinal , foi um discípulo de Platão. Dela provém o “deus
melhor”de Marcião, melhor, entenda-se, graças à sua tranqüilidade: pois Marcião viera dos estóicos.
E se há os que afirmam que a alma é mortal, é porque o aprenderam dos epicureus; se há os que
negam a ressurreição do corpo, é porque o tomaram de todas as escolas filosóficas reunidas; se a
matéria é equiparada a Deus, é porque tal é a doutrina de Zênon; e, quando se fala de um Deus de
fogo, isto se deve a Heráclito. Hereges e filósofos soem tratar dos mesmos assuntos: nuns e noutros
deparamos os mesmos temas enredados: Qual a origem e o porquê do mal? Qual a origem e a natureza
do homem?
Ó infortunado Aristóteles, tu lhes ensinaste a dialética, esta arte de construir e destruir, tão
ardilosa em suas sentenças, tão afetada em suas supostas conclusões, tão teimosa em seus argumentos,
tão atarefadas com logomaquias, a ponto de enfadada consigo própria tudo revogar, para terminar sem
haver tratado de nada!
Eis aí a origem daquelas fábulas e genealogias intermináveis, daquelas questões estéreis,
daqueles discursos que se propagam como um cancro; é contra eles que nos alerta o Apóstolo,
designando expressamente a filosofia como algo de que é preciso acautelar-se, ao escrever aos
Colossenses: “Estai alerta, para que ninguém vos colha no laço da filosofia e de vãos sofismas,
baseados em tradições humanas” e contrários à providência do Espírito Santo. É que ele estivera em
Atenas, e nos congressos ali realizados viera a conhecer a sabedoria humana, esta arremedadora e
adulteradora da verdade; aliás, ela mesma encontra fracionada em numerosas heresias, em virtude da
grande multiplicidade de escolas que mutuamente se digladiam.
Que tem a ver Atenas com Jerusalém? Ou a Academia com a Igreja? Ou os hereges com os
cristãos? A nossa doutrina vem do pórtico de Salomão, que nos ensina a buscar o Senhor na
simplicidade do coração.
Que inventem, pois, se o quiserem, um cristianismo de tipo estóico,
platônico e dialético! Quanto a nós, não temos necessidade de indagações depois da vinda de Cristo
Jesus, nem de pesquisas depois do Evangelho. Nós possuímos a fé e nada mais desejamos crer. Pois
começamos por crer que para além da fé nada existe que devamos crer”. (De Praescriptione
Haereticorum, c.7)
Extraído de:
BOEHNER, P. e GILSON, E. História da Filosofia Cristã. Petrópolis: Vozes, 1982, p.136-8.
Leituras complementares
DEL ROIO, José Luiz. Igreja Medieval. A cristandade latina. São Paulo: Ática, 1997.
FERNANDEZ,Clemente. Los filosofos medievales. Madrid: BAC, 1979, v.1.
GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1995, cap.II
HAMMAN, Adalbert-G. Para ler os padres da Igreja. São Paulo: Paulus,1995
LARA, Tiago Adão. A filosofia nos tempos e contratempos da cristandade ocidental. Petrópolis:
Vozes, 1999.cap.1
PINHEIRO, Antonio Soares (org). Opúsculos selectos da Filosofia Medieval. Braga: Faculdade de
Filosofia. 1991. p. 19-39
REALE, G.;ANTISERI, D. História da Filosofia. Patrística e Escolástica. SãoPaulo: Paulus, 2003,
cap. V. p. 71-79.
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