GEOGRAFIA - SÍNTESES DAS AULAS 24, 25 E 26 AULA 24

Propaganda
GEOGRAFIA - SÍNTESES DAS AULAS 24, 25 E 26
AULA 24 – CONDOMÍNIOS E FAVELAS: A URBANIZAÇÃO DESIGUAL
Nesta aula, vamos estudar a urbanização brasileira, que se caracteriza pela rapidez
e intensidade de seu ritmo. Vamos compreender como o crescimento das cidades esteve
ligado à atividade industrial, gerando aglomerações urbanas com diferentes níveis na
hierarquia regional.
Quanto maior a cidade, maior a possibilidade de multiplicação das atividades
informais e das alternativas de sobrevivência para os pobres. Favelas se multiplicam,
enquanto as pessoas mais abastadas procuram construir condomínios que lhes ofereçam
mais segurança.
A partir de 1930, começou a se acelerar o crescimento industrial do eixo entre Rio
de Janeiro e São Paulo. Essa área passou a ter um desenvolvimento maior do que as
demais, tornando-se o centro econômico do Brasil.
A indústria foi a grande responsável pela aceleração do processo de urbanização.
Como mostra o gráfico, hoje o Brasil é um país predominantemente urbano, com cerca
de 75% de sua população vivendo e trabalhando em cidades, em especial nas
metrópoles.
A urbanização foi sustentada em grande parte por uma maioria de mão-de-obra
barata e pobre. E, ainda assim, o trabalho urbano significa ascensão, pois a proporção de
trabalhadores na faixa inferior a um salário mínimo foi de cerca de 25%, no Brasil
urbano, bem menor do que a percentagem de 38% do país como um todo. Na Região
Metropolitana de São Paulo, a proporção de trabalhadores ganhando até um salário
mínimo é de 9,2%, na do Rio de Janeiro é superior a 14,0% e na de Belo Horizonte
alcança quase 21%.
Crescimento econômico com pobreza crescente, movimentos espontâneos na
economia informal e estruturas econômicas formais se complementam para sustentar o
crescimento metropolitano. A pobreza, por um lado, constitui um entrave à maior
expansão das grandes empresas, pois restringe o crescimento de um mercado interno,
consumidor; mas, por outro, permite a proliferação de pequenas fábricas menos
capitalizadas e criadoras de emprego.
As metrópoles tornaram-se também o lugar da pobreza urbana, das carências
sociais de vários tipos, que se manifestam em movimentos de posseiros (sem-terra), em
invasões dos sem-teto e em loteamentos clandestinos. Elas têm os complexos problemas
de gestão, comuns às grandes aglomerações urbanas, bem como os problemas
específicos das cidades de economias periféricas, o que resulta em elevado potencial de
conflitos reivindicatórios de direito à cidadania.
Resumo do resumo
1
Nesta aula você aprendeu que:
→ o Brasil se transformou em um país urbano, em poucas décadas;
→ a partir de 1930, começou a se acelerar o crescimento industrial do eixo entre
Rio de Janeiro e São Paulo, tornando-se o centro econômico do Brasil;
→ a industrialização foi responsável pela aceleração do processo de urbanização;
→ cerca de 75% de sua população vive e trabalha em cidades;
→ as metrópoles tornaram-se também o lugar da pobreza urbana, das carências
sociais de vários tipos que se manifestam em invasões dos sem-teto e em loteamentos
clandestinos.
AULA 25 – CIDADE MUNDIAL: DOMÍNIOS E FRONTEIRAS
Nesta aula, vamos verificar que a industrialização recente foi consolidada por
uma forte participação do Estado em um processo que ficou conhecido como
modernização conservadora. Tal processo contribui pouco para reduzir as disparidades
de renda entre as regiões brasileiras, resultantes do ritmo de desenvolvimento desigual
na acumulação de riqueza e na geração de renda na economia nacional.
No Brasil, o status de país de industrialização recente foi alcançado a partir de
1970. A gestão autoritária do território foi um instrumento essencial para criar
fronteiras, isto é, áreas onde se conquistavam novas terras e se produziam mudanças
aceleradas; garantir os domínios, ou seja, territórios controlados por oligarquias
solidamente estabelecidas, e consolidar uma cidade mundial - São Paulo - como lugar
que estabelece ligações com a economia mundial.
A fronteira é um espaço econômico, social e político que não está plenamente
organizado e tem a capacidade de gerar novas realidades.
Os domínios são áreas consolidadas, com estruturas políticas relativamente
estáveis, mantidas por alianças com interesses locais e regionais que participam
diretamente do núcleo de poder político, e que deram sustentação ao projeto de
modernização conservadora.
Assim, perpetuaram-se formas tradicionais de propriedade da terra e de controle
do comércio, graças a toda sorte de instrumentos políticos que garantem privilégios
adquiridos e criam barreiras à entrada de novos concorrentes.
A análise das grandes regiões brasileiras, que utiliza a classificação definida pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Norte, Nordeste, Sudeste, Sul
e Centro-Oeste, é útil para um primeiro contato com as mudanças recentes ocorridas no
Brasil, que revelam a situação atual na distribuição territorial da riqueza e as
desigualdades regionais na divisão social da renda.
Dessa maneira verificamos que, apesar da forte intervenção do Estado, o ritmo de
desenvolvimento desigual é o responsável pelas disparidades entre as regiões
brasileiras, o que resulta em uma grande concentração de pessoas, investimentos e
2
informações na área geoeconômica comandada pela cidade mundial, São Paulo,
conhecida também como o Centro-Sul, que veremos na aula a seguir.
Resumo do resumo
Nesta aula você aprendeu que:
→ no Brasil, o status de país de industrialização recente foi alcançado pela
modernização conservadora conduzida pelo Estado;
→ a gestão autoritária do território produziu fronteiras, garantiu domínios e
consolidou a cidade mundial, lugar que estabelece ligações com a economia global;
→ a industrialização foi responsável pelo desenvolvimento desigual da economia
nacional, pois estimulou uma maior concentração de população e de renda no Sudeste.
A região está integrada com o Sul, especialmente porque este lhe fornece alimentos e
matérias-primas agrícolas;
→ o Nordeste ainda é a área mais pobre, com uma participação na renda nacional
inferior à metade de seu peso demográfico;
→ o Centro-Oeste iniciou, de fato, seu processo de integração com a fundação de
Brasília, em 1960;
→ o Norte, que abrange a grande Planície Amazônica, é ainda uma imensa
superfície florestada e um imenso vazio demográfico.
AULA 26 - CENTRO-SUL: UM CINTURÃO INDUSTRIAL
Nesta aula, veremos como a cidade mundial - São Paulo - foi responsável pela
consolidação de um cinturão urbano industrial na região Sudeste, que incorporou a
região Sul e se estendeu pelo Centro-Oeste. Esse desenvolvimento se deu
principalmente depois da construção da nova capital federal em Brasília, inaugurada em
1960.
A metrópole é essencialmente o lugar da pobreza. Essa posição típica de São
Paulo - parecida com a da Cidade do México, quanto à evolução da população urbana
das grandes metrópoles mundiais – já pode ser considerada como um elemento de
identidade. São Paulo, metrópole nova que vem se consolidando como tal apenas neste
século, apresenta um ritmo surpreendente de urbanização, que foi se afirmando a partir
dos anos 70.
O Centro-Sul é o cinturão agroindustrial do país. Ele é formado basicamente
pelos Estados da Região Sudeste e Sul e pelos Estados de Goiás e de Mato Grosso do
Sul e pelo Distrito Federal, que compõem a Região Centro-Oeste. De um modo geral, o
Centro-Sul corresponde à parcela do território brasileiro diretamente ligada à cidade
mundial - São Paulo.
Nele encontramos áreas onde houve, nas chamadas empresas rurais, uma
verdadeira industrialização da agricultura, com o uso de máquinas, adubos e
fertilizantes e a especialização da produção.
3
Além disso, a grande capacidade produtiva permite que o Centro-Sul abasteça
tanto o mercado nacional quanto o mercado externo. Essa área geoeconômica,
caracterizada por suas atividades produtivas, ocupa o primeiro lugar em volume e em
valor de produção do setor agropecuário.
O Centro-Sul possui a melhor infraestrutura viária do país. A intensa circulação
de produtos e de pessoas, feita por uma densa rede de rodovias e ferrovias, revela a forte
integração e o dinamismo de sua área interna, bem como sua ligação com as demais
regiões do país.
É importante destacar que essa é a área mais bem servida pelos novos meios de
comunicação desenvolvidos com a microeletrônica e a informática, por onde circulam
as ideias e as informações no país. Os principais corredores de exportação, assim como
os portos e aeroportos de tráfego mais intenso, também estão no Centro-Sul.
Os fluxos de informação estão amplamente concentrados em São Paulo. A cidade
é sede da maioria dos bancos privados, que correspondem a 60% do sistema bancário
nacional, incluindo 18 dos 23 bancos estrangeiros que operam no Brasil.
O cinturão agroindustrial se expande em todas as direções, desde os campos do
Sul até os cerrados centrais. Ele avança em fronteiras ao longo dos principais eixos
rodoviários, estimulando o desenvolvimento de centros regionais, capitais estaduais e da
própria capital federal.
A agroindústria da Região Sul responde por uma boa parte da produção de
alimentos e matérias-primas do Brasil. O traço característico dessa agricultura ainda é a
média propriedade familiar, na qual o trabalho é realizado pela própria família.
Resumo do resumo
Nesta aula você aprendeu que:
→ o Centro-Sul é o cinturão agroindustrial do país. Ele é formado basicamente
pelos Estados da Região Sudeste (SP, RJ, MG e ES) e Sul (PR, SC e RS) pelos Estados
de Goiás, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, que formalmente compõem a Região
Centro-Oeste;
→ nele encontramos áreas onde ocorreu uma verdadeira industrialização da
agricultura, com uso o de máquinas, adubos e fertilizantes, e a especialização da
produção, nas chamadas empresas rurais;
→ o Centro-Sul possui a melhor infraestrutura viária do país. A intensa
circulação de produtos e de pessoas, feita por uma densa rede de rodovias e ferrovias,
revela a forte integração e o dinamismo de sua área interna;
→ também é a área mais urbanizada do Brasil, não só devido à industrialização,
mas destacadamente pela migração campo-cidade, resultante de uma modernização da
agropecuária.
4
Download