tipos de silicificação reconhecidas no nordeste da bacia do paraná

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TIPOS DE SILICIFICAÇÃO RECONHECIDOS NO NORDESTE DA BACIA DO
PARANÁ
Henrique Giacomeli1, Andrezza de Almeida Azzi2 e Antenor Zanardo3
1
Pós-Graduação em Geologia Regional IGCE/UNESP; 2Graduação em Geologia no
IGCE/UNESP; 3Departamento de Petrologia e Metalogenia - IGCE/UNESP – Rio Claro.
As pesquisas de campo e laboratório executadas em rochas presentes na porção nordeste da
Bacia do Paraná, em território paulista, possibilitaram reconhecer vários tipos e ambientes de
silicificação. O processo de silicificação aparece de forma marcante na Fm. Iratí, topo das
formações Botucatu e Tatuí, ocorrendo localmente nas formações Pirambóia e Corumbataí. A
silicificação, pioneiramente, foi definida como um processo de metassomatismo diagenético,
que ocorre basicamente de três maneiras: substituição de rochas por quartzo, chert ou
jasperóide; preenchimento de descontinuidades abertas por esses mesmos componentes
minerais; e também por concentração mecânica de quartzo a partir de lixiviação de materiais
solúveis seguida de recimentação silicosa em algumas situações. A maior diversidade de
ambiente e tipo de silicificação é observada nas formações Botucatu e Pirambóia e pode ser
agrupadas em três tipos. A mais importante está associada à alteração supérgena dos basaltos
da Fm. Serra Geral, com a mobilização de parte da sílica, disponibilizada nas reações
pedogenéticas, para níveis inferiores onde foi depositada nos poros dos arenitos subjacentes
em função da diminuição do pH e/ou mudança de permeabilidade. Nesse processo tem-se a
formação de calcedônia muito fina, normalmente granular, e opala, podendo ocorrer o
predomínio de um tipo, ou o zoneamento entre esses. Outro tipo de silicificação resultou do
efeito termal causado pelos derrames e/ou intrusões, podendo estar associado à peperitos, e
neste caso os grãos do arenito, frequentemente com películas de hematita e/ou hidróxidos de
ferro, foram cimentados por calcedônia granular a fibrosa de granulação relativamente grossa,
podendo aparecer também filetes de filossilicatos microcristalinos de cor verde (clorita e/ou
interestratificado clorita-esmectita?). O terceiro tipo é quando o arenito é totalmente
envolvido pelo magma gerando quartzo hornfels com textura granoblástica, porém mantendo
a estrutura sedimentar. Esse tipo, em função da passagem do quartzo β para o α durante o
resfriamento gerou microfraturamento, que em caso de superposição pedogenética
possibilitou o surgimento de expressiva porosidade secundária com manutenção parcial da
resistência mecânica. Na Fm. Corumbataí aparece a formação de veio e vênulas de quartzo
associada a hidrotermalismo; pequenos nódulos isolados nos siltitos arenosos que constituem
os estratos e os diques; e a substituição química de conchas carbonáticas e madeiras, aspecto
observado na porção superior da unidade. Nos veios e vênulas observa-se bandamento
micrométrico entre “laminas” de quartzo hialino com ou sem inclusões de anidrita, e de
quartzo com aspecto “sujo”, com índice de refração abaixo do normal, aparentemente em
função da presença da quantidade de micro a criptocavidades. Os dois tipos de quartzo
apresentam granulação relativamente grossa. Na Fm. Iratí a silicificação ocorreu,
dominantemente, por substituição de carbonato durante a compactação, tendo sido catalisada
por variação localizada do pH em função da putrefação de matéria orgânica. Esse processo
resultou na formação de leitos descontínuos e nas “bonecas”, constituídas por sílex
microgranular de cor cinza a preto. Ainda, por efeito termal, localmente formou-se calcedônia
fibrosa a granular relativamente grossa e quartzo hialino em cavidades. A silicificação na Fm.
Tatuí ainda não foi objeto de pesquisa mais detalhada, porém o processo aparenta ser similar
ao do Iratí, ou seja, substituição de carbonatos e de madeira (madeira petrificada), em estratos
posicionados no topo da coluna estratigráfica da unidade.
Agradecimentos CNPq (processos 301216/2008-8).
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