ALUNO(A): ___ Nº ______ TURMA: M3 DATA DE ENTREGA: 15/03

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ALUNO(A):________________________________________________________________ Nº ________
TURMA: M3
DATA DE ENTREGA: 15/03/11
PROF: NEI G. GARCIA
CONTATO: [email protected]
VALOR:
NOTA: ___________
1º BIMESTRE
1ª LISTA DE EXERCÍCIOS DE FILOSOFIA
março/2011
QUESTÃO 01. Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” promovida pelos
primeiros filósofos.
a)
b)
c)
d)
e)
A aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos naturais.
A discussão crítica das idéias e posições que podem ser modificadas ou reformuladas.
A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade imposta pela
religião.
A confiança na tradição e na “imposição religiosa” como fundamentos para o conhecimento.
A desconfiança na capacidade da razão em virtude da “proliferação de óticas” conflitantes entre si.
QUESTÃO 02. “Os poemas homéricos têm por fundamento uma visão de mundo clara e coerente.
Manifestam-na quase a cada verso, pois colocam em relação com ela tudo quanto cantam de importante – é,
antes de mais nada, a partir dessa relação que se define seu caráter particular. Nós chamamos de religiosa
essa cosmovisão, embora ela se distancie muito da religião de outros povos e tempos. Essa cosmovisão da
poesia homérica é clara e coerente. Em parte alguma ela enuncia fórmulas conceituais à maneira de um
dogma; antes se exprime vivamente em tudo que sucede, em tudo que é dito e pensado. E embora no
pormenor muitas coisas resultem ambíguas, em termos amplos e no essencial, os testemunhos não se
contradizem. É possível, com rigoroso método, reuni-los, ordená-los, fazer lhes o cômputo, e assim eles nos
dão respostas explícitas às questões sobre a vida e a morte, o homem e Deus, a liberdade e o destino (...).”
(OTTO. Os deuses da Grécia: a imagem do divino na visão do espírito grego. 1ª Ed., trad. [e prefácio] de Ordep Serra. – São
Paulo: Odysseus Editora, 2005 - p. 11.)
Com base no texto, e em seus conhecimentos sobre a função dos mitos na Grécia arcaica, ASSINALE a
alternativa CORRETA.
(A) De acordo com os poemas homéricos, os deuses em nada poderiam interferir no destino dos humanos e,
assim, a determinação divina (ananque) se colocava em segundo plano, uma vez que era o acaso (tykhe)
quem governava, isto é, possuía a função de ensinar ao homem o que este deveria escolher no momento de
sua livre ação.
(B) As poesias de Homero sempre mantiveram a função de educar o homem grego para o pleno exercício da
atividade racional que surgiria no século VI a.C., uma vez que, de acordo com historiadores e helenistas,
não houve uma ruptura na passagem do mito para o lógos, mas sim um processo gradual e contínuo de
enraizamento histórico que culminou no advento da filosofia.
(C) Os mitos homéricos serviram de base para a educação, formação e visão de mundo que o homem grego
arcaico possuía. Em seus cânticos, Homero justapõe conceitos importantes como harmonia, proporção e
questionamentos a respeito dos princípios, das causas e do por quê das coisas. Embora todas essas instâncias
apresentavam-se como tal, os mitos não deixaram de lado o caráter mágico, fictício e fabular em que eram
narrados.
(D) O mito já era pensamento. Ao formalizar os versos de sua poesia, Homero inaugura uma modalidade
literária bem singular no ocidente. As ações dos deuses e dos homens, por exemplo, sempre obedeceram a
uma ordem pré-estabelecida, a qual sempre revelou uma lógica racional em funcionamento.
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(E) Os mitos tiveram função meramente ilustrativa na educação do homem grego, pois o caráter teórico e
abstrato da cultura grega apagou em grande parte os aspectos que se revelariam relevantes na poesia grega.
QUESTÃO 03. Sobre os aspectos relativos à formação da pólis grega, favoráveis à emergência do
Logos, considere as afirmativas a seguir.
I.
II.
III.
IV.
O surgimento do espaço público faz aparecer um novo tipo de palavra ou de discurso,
diferente daquele que era proferido pelo mito: surge o discurso político como a palavra
humana compartilhada, como diálogo, discussão e deliberação humana.
A idéia de que as coisas sucedem – devir – devido à existência de leis naturais, está
intimamente unida à idéia de essência e permanência. Tais idéias giram em torno do
problema das relações entre o permanente (essencial) e o mutável (acidental), essenciais
para os filósofos pré-socráticos.
Em torno de 900 a 750 a.C., começam a surgir as cidades-Estado; ocorre uma progressiva
secularização da sociedade e racionalização das relações sociais e econômicas que
exigem uma normalização: a urbanização faz emergir uma nova mentalidade.
A decadência do poderio dos palácios abre espaço para conflitos provocados pelas lutas
pelo poder. Ocorrem disputas entre iguais (pertencentes a diferentes clãs aristocráticos) e
entre desiguais (entre a aristocracia e as comunidades de campesinos e artesãos). Esta
situação dificulta a emergência do pensamento filosófico, que precisava de harmonia para
desenvolver-se.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a)
b)
c)
d)
e)
I e III.
I e IV.
II e IV.
I, II e III.
II, III e IV.
QUESTÃO 04. Os filósofos pré-socráticos tentaram explicar a diversidade e a transitoriedade das coisas do
universo, reduzindo tudo a um ou mais princípios elementares, os quais seriam à verdadeira natureza ou ser
de todas as coisas. ASSINALE o que for CORRETO:
(01) Tales de Mileto, o primeiro filósofo segundo Aristóteles, teria afirmado “tudo é água”, indicando,
assim, um princípio material elementar, fundamento de toda a realidade.
(02) Heráclito de Éfeso interessou-se pelo dinamismo do universo. Afirmou que nada permanece o mesmo,
tudo muda; que a mudança é a passagem de um contrário ao outro e que a luta e a harmonia dos contrários
são o que gera e mantém todas as coisas.
(04) Parmênides de Eléia afirmou que o ser não muda. Deduziu a imobilidade e a unidade do ser do
princípio de que “o ser é” e “o não-ser não é”, elaborando uma primeira formulação dos princípios lógicos
da identidade e da não-contradição.
(08) As teorias dos filósofos pré-socráticos foram pouco significativas para o desenvolvimento da filosofia e
da ciência, uma vez que os pré-socráticos sofreram influência do pensamento mítico, e de suas obras apenas
restaram fragmentos e comentários de autores posteriores.
(16) Para Demócrito de Abdera, todo o cosmo se constitui de átomos, isto é, partículas indivisíveis e
invisíveis que, movendo-se e agregando-se no vácuo, formam todas as coisas; geração e corrupção
consistiriam, respectivamente, na agregação e na desagregação dos átomos.
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QUESTÃO 05. “Entre os ‘físicos’ (pré-socráticos), o caráter positivo invadiu de vez a totalidade do ser.
Nada existe que não seja natureza (physis). Os homens, a divindade, o mundo formam um universo
unificado, homogêneo, todo ele no mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só e mesma natureza
(physis) que põem em jogo, por toda parte, as mesmas forças, manifestam a mesma potência de vida. As
vias (caminhos) pelas quais essa natureza nasceu, diversificou-se e organizou-se são perfeitamente
acessíveis à inteligência humana: a natureza não operou ‘no começo’ de maneira diferente de como o faz,
ainda, a cada dia.” (VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Trad. de Ísis Borges B. da Fonseca. 12.ed. Rio
de Janeiro: Difel, 2002. p.110.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre os pré-socráticos, ASSINALE a alternativa CORRETA:
(A) Para explicar o que acontece no presente é preciso compreender como a natureza agia “no começo”, ou
seja, no momento original.
(B) A explicação para os fenômenos naturais pressupõe a aceitação de elementos sobrenaturais.
(C) O nascimento, a diversidade e a organização dos seres naturais têm uma explicação natural e esta pode
ser compreendida racionalmente.
(D) A razão é capaz de compreender parte dos fenômenos naturais, mas a explicação da totalidade dos
mesmos está além da capacidade humana.
(E) A diversidade de fenômenos naturais pressupõe uma multiplicidade de explicações e nem todas estas
explicações podem ser racionalmente compreendidas.
QUESTÃO 06. Sobre a passagem do mito à filosofia, na Grécia Antiga, considere as afirmativas a
seguir.
I. Os poemas homéricos, em razão de muitos de seus componentes, já contêm características essenciais da
compreensão de mundo grega que, posteriormente, se revelaram importantes para o surgimento da filosofia.
II. O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, já se evidencia na própria religiosidade grega,
na medida em que nem homens nem deuses são compreendidos como perfeitos.
III. A humanização dos deuses na religião grega, que os entende movidos por sentimentos similares aos dos
homens, contribuiu para o processo de racionalização da cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do
pensamento filosófico e científico.
IV. O mito foi superado, cedendo lugar ao pensamento filosófico, devido à assimilação que os gregos
fizeram da sabedoria dos povos orientais, sabedoria esta desvinculada de qualquer base religiosa.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
QUESTÃO 07. “Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um
princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a água.
Essa proposta é importantíssima (...) podendo com boa dose de razão ser qualificada como a primeira
proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização ocidental.” (REALE, G. História da Filosofia:
antiguidade e idade média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29)
A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C.. Seus primeiros filósofos foram os chamados “présocráticos” (ou “físicos”). De acordo com o texto, ASSINALE a alternativa que expressa
CORRETAMENTE o principal problema por eles investigados.
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(A) A ética, enquanto investigação racional do agir humano.
(B) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte.
(C) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos.
(D) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo.
(E) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação.
QUESTÃO 08. A relação entre mito e lógos (razão) pode ser ilustrada a partir do seguinte fragmento do
poema Da Natureza de Parmênides.
“E a deusa acolheu-me de bom grado, mão na mão direita tomando, e com estas palavras se me
dirigiu: ‘Ó jovem, acompanhante de aurigas imortais, tu, que chegas até nós [nossa morada]
transportado pelos corcéis, Salve! Pois não foi um mau destino que te induziu a viajar por esta via
– tão fora da senda dos homens encontra-se ela –, mas o Direito e a Justiça. Terás, pois, de tudo
aprender (...)’”.
PARMÊNIDES. Da Natureza. Trad. de José Trindade Santos. São Paulo: Edições Loyola, 2002. p. 14.
Após ler o fragmento, ASSINALE a alternativa que indica de forma CORRETA a relação mito-lógos nas
origens da filosofia:
A)
A verdade aparece no poema de Parmênides como revelação divina e experiência mítica, que são
incompatíveis com o pensamento racional. A deusa do poema mostra que o conhecimento supremo está fora
do alcance da razão humana.
B)
A verdade filosófica, no poema de Parmênides, é apresentada por meio de representações míticas
que o filósofo retira de uma tradição religiosa. Essas imagens se transpõem, sem deixar de ser místicas, em
uma filosofia do Ser que busca o objeto inteligível do lógos, ou seja, do pensamento racional e do Uno.
C)
A verdade filosófica, por ser revelação da deusa, é obtida apenas pela experiência religiosa. As
representações míticas do poema de Parmênides indicam que a filosofia grega do século V a.C. é irracional,
pois não usa as categorias lógicas do rigor argumentativo.
D)
A filosofia representa o pensamento estritamente racional, que busca uma explicação de mundo
somente por meio de princípios materiais. Por essa razão, o poema de Parmênides ainda não representa o
pensamento filosófico do século V a.C., caracterizado pela ruptura como todas as imagens míticas da
tradição cultural grega.
E)
A verdade expressa no poema refere-se a um conjunto de elementos que o torna essencialmente um
texto da religião dos antigos gregos.
QUESTÃO 09. Algumas novidades surgidas no período arcaico ajudaram a transformar a visão que o
homem mítico tinha do mundo e de si mesmo, proporcionando, assim, a construção do cenário definitivo
que serviria de pano de fundo para o nascimento da Filosofia na Grécia Antiga. São elas:
(01) A invenção de escrita, a partir da constituição do alfabeto grego.
(02) A consolidação das Leis (Escritas), onde está sendo elaborado o novo ideal de justiça, pelo qual todo
cidadão tem direito ao poder.
(04) As navegações marítimas, que propiciou o contato com outras culturas.
(08) O surgimento da Cidade-Estado (Pólis Grega), com a sua forma auto-suficiente, isto é, sua
independência econômica, política e cultural.
(16) O surgimento da moeda, como valor abstrato e simbólico.
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QUESTÃO 10. “Os poemas de Homero serviram de alimento espiritual aos gregos, contribuindo de forma
essencial para aquilo que mais tarde se desenvolveria como filosofia. Em seus poemas, a harmonia, a
proporção, o limite e a medida, assim como a presença de questionamentos acerca das causas, dos princípios
e do porquê das coisas se faziam presentes, revelando depois uma constante na elaboração dos princípios
metafísicos da filosofia grega”. (Adaptado de: REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. v. I. Trad.
Henrique C. Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994. p. 19. )
Com base no texto e nos conhecimentos acerca das características que marcaram o nascimento da filosofia
na Grécia, considere as afirmativas a seguir.
I. A política, enquanto forma de disputa oratória, contribuiu para formar um grupo de iguais, os cidadãos,
que buscavam a verdade pela força da argumentação.
II. O palácio real, que centralizava os poderes militar e religioso, foi substituído pela Ágora, espaço público
onde os problemas da pólis eram debatidos.
III. A palavra, utilizada na prática religiosa e nos ditos do rei, manteve a função ritualista de fórmula justa,
passando a ser veículo do debate e da discussão.
IV. A expressão filosófica é tributária do caráter pragmático dos gregos, que substituíram a contemplação
desinteressada dos mitos pela técnica utilitária do pensar racional.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I e II
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QUESTÃO 11. “Os antigos, ou melhor, os antiqüíssimos, (teólogos), transmitiram por tradição a nós outros
seus descendentes, na forma do mito, que os astros são Deuses e que o divino abrange toda a natureza ...
Costuma-se dizer que os Deuses têm forma humana, ou se transformam em semelhantes a outros seres
viventes ... Porém, pondo-se de lado tudo o mais, e conservando-se o essencial, isto é, se acreditou que as
substâncias primeiras eram Deuses, poderia pensar-se que isto foi dito por inspiração divina ...” (Aristóteles,
Metafísica, XII, 8, 1074b, apud Mondolfo, O pensamento antigo, I, São Paulo: Mestre Jou, 1964, p.13).
Com base nesse excerto e no seu conhecimento sobre a questão da origem da filosofia, ASSINALE o que
for CORRETO:
(01) Antes de fazerem filosofia, os gregos já indagavam sobre a origem e a formação do universo; e as
respostas a esse problema eram oferecidas sob a forma de mito, isto é, por meio de uma narrativa alegórica
que descreve a origem ou a condição de alguma coisa, reportando a um passado imemorial.
(02) Na Teogonia, Hesíodo descreve a gênese do mundo coincidindo com o nascimento dos deuses; as
forças e os domínios cósmicos não surgem como pura natureza, mas sim como divindades: Gaia é a Terra,
Urano é o Céu, Cronos é o Tempo, aparecendo ora por segregação, ora pela intervenção de Eros, princípio
que aproxima os opostos.
(04) Os primeiros filósofos gregos buscaram descobrir o princípio (arché) originário de todas as coisas, o
elemento ou a substância constitutiva do universo; elaborando uma cosmologia, não se contentavam com
doutrinas divinamente inspiradas, mas tentavam compreender racionalmente o cosmo.
(08) Os gregos foram pouco originais no exercício do pensamento crítico racional; apropriaram-se das
conquistas científicas e do patrimônio cultural de civilizações orientais com mínimas alterações.
(16) É tese hoje bastante aceita que o nascimento da filosofia na Grécia não foi um “milagre”, realizado por
um povo privilegiado, mas a culminação de um processo lento, tributário de um passado mítico, e
influenciado por transformações políticas, econômicas e sociais.
Obs: Trazer todas as questões resolvidas apenas por meio deste comando.
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