1 DIFERENCIAÇÃO DE GÊNERO Bruna PERONNI1; Mariana Machado FERRON1; Nathielly MANTHAY1; Tamirys OLIVEIRA1; Waber Henrique Rangel PEREIRA1. Claúdia Lehmann FORECHI2 1. Alunos do curso de História da faculdade Castelo Branco, Colatina-ES, [email protected]; [email protected]; [email protected]; tamirysoliveira58@gmailcom; [email protected] 2. Pós-graduação em História do Brasil, Historiadora, professora da Faculdade Castelo Branco, Colatina-ES, [email protected] RESUMO A instituição de gênero na sociedade humana vem dos tempos da Pré-História, como resultado de necessidade de diferenciação dos dois sexos e de execução de atividades que exigiam conquista do espaço territorial e de zelo para com a sobrevivência dos grupos. A diferenciação de gênero evoluiu ao longo da História, contribuindo para tornar o homem dominador e a mulher dominada, esta sofrendo todo tipo de violência para manter os estereótipos. A manutenção dos dois gêneros, feminino e masculino, se exerce a todo o momento graças às práticas de discriminação de um sexo sobre o outro, que ocorrem no âmbito familiar, no ambiente escolar e pelas mídias comunicativas, que objetificam a mulher perpetuando a desigualdade de gênero. A mulher sofre com as imposições negativas do gênero, que contêm ideologias e demais formas discriminatórias que culminam com a cultura de punição via violência para mantê-la em constante submissão ao homem. Com o desenvolvimento de novas pesquisas e ciências de cunho social foi possível rever os procedimentos discriminatórios contra a mulher e indicar os possíveis caminhos para a reversão da importância do gênero na sociedade humana. A educação é apontada como o caminho mais seguro para a superação da violência e da desigualdade entre os gêneros. PALAVRAS-CHAVE: Gênero; Estereótipos; Educação. 2 ABSTRACT The institution of gender in human society comes from the times of prehistory, as a result of the need for differentiation of both sexes and of performing activities that require space and territorial conquest of zeal for the survival of the groups. The genre evolved throughout history, contributing to make man dominator and his wife dominated, this suffering all kinds of violence to keep the stereotypes. The maintenance of two genders, male and female, if it exercises all the time thanks to the practices of discrimination against one sex over the other, occurring in the family, in the school environment and the communication media, which exemplify the woman perpetuating gender inequality. The woman suffers from the negative charges of the genre, that contain discriminatory ideologies and other forms that culminate with the culture of punishment via violence to keep her in constant submission to man. With the development of new research and social science was unable to review the discriminatory procedures against women and indicate the possible avenues for the reversal of the importance of gender in human society. Education is singled out as the safest way to overcoming violence and equality between genders. KEYWORDS: Gender; Stereotypes; Education. INTRODUÇÃO O conceito de gênero está há muito tempo consolidado em todas as sociedades humanas. Estabelece diferenças entre mulheres e homens como forma de construção de identidade de cada pessoa ao mesmo tempo funcionando como uma espécie de dominação e discriminação de um sexo sobre o outro. Durante milênios esse elemento não foi questionado. Somente com o desenvolvimento de importantes correntes da ciência, como a antropologia, a linguística, a psicologia e outras, desde meados do século XIX, é que se questionou sobre o chamado gênero humano e sua constituição, se era válido ou não. Outros movimentos, como o feminismo, também ocorridos a partir dessa época contribuíram para repensar sobre a cultura de gênero implantada pela humanidade e como esse elemento impedia o pleno desenvolvimento da mulher como pessoa humana. Portanto, entende-se que o pertencimento a um gênero não é somente fruto da identidade, mas também da influência cultural e discursiva que estão frequentemente sendo impostos ao ser 3 humano, estes elementos são transmitidos e naturalizados, também, no ambiente escolar. Não sendo questão apenas de escolha, mas sim a naturalização de comportamentos aceitáveis a homens e mulheres, fazendo com que eles sigam regras de comportamento preestabelecidas, se perpetuam em vários ambientes, como a família, a religião, as associações, entre outros. O objetivo deste artigo é questionar os valores que norteiam a cultura de gênero, revelando como este elemento prejudica a mulher. A metodologia aplicada para o desenvolvimento desta análise será por base de pesquisa bibliográfica e também de notícias midiáticas, que a todo o momento trazem informações sobre grupos que buscam igualdade de gênero e maior liberdade de expressão. Essas pesquisas servem de sustento para a proposição deste trabalho, que aborda sobre como atenuar as influências da cultura de gênero de modo a fazer com que os homens percebam a importância da mulher, combatendo os estereótipos que se iniciam nos âmbito familiar e escolar e se intensificam pelas mídias comunicativas, como a televisão. Este trabalho se inscreve como uma resposta ao conceito de gênero e como o mesmo pode ser revisto como uma forma positiva de aceitação de descoberta da pessoa humana com a sua sexualidade e não como imposição. 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1.1 A DIFERENCIAÇÃO DE GÊNERO A forma com que as crianças dos sexos masculino e feminino são educadas influencia suas atitudes por toda a vida. A educação se inicia no âmbito familiar e os papéis da mulher e do homem são preestabelecidos, na sociedade de cunho patriarcal, a mulher assume o papel de dona de casa e o pai de chefe da família. Essa diferenciação dos gêneros, considerada totalmente natural e inata por todas as sociedades humanas, é fruto da organização das pessoas em grupos desde a remota Pré-História. Surge como exigência da própria sobrevivência da família e dos grupos humanos, já que o ser humano é essencialmente sociável. O homem, por imposição natural do meio e de si mesmo, caçava e realiza trabalhos mais pesados enquanto que a mulher, sua companheira, realiza 4 outros mais domésticos e também por ser capaz de gerar outros seres humanos. Essa diferenciação entre sexo e trabalho ajudou a sobrevivência dos seres humanos, o que ocasionou o surgimento de vários outros elementos, como a religião, a cultura e a percepção de si mesmos, solidificando para a atual configuração do gênero. É preciso esclarecer a diferença entre sexo e gênero, o primeiro refere-se ao aspecto biológico, natural (macho e fêmea) e o segundo se trata de construção social, pois, as sociedades definem o que consideram ser um comportamento adequado às mulheres, ou seja, ao feminino, e o comportamento adequado aos homens, ao masculino. Isso se inicia antes mesmo do nascimento das crianças. Por isso, o termo gênero vem do latim genus, que significa “nascimento”, “família”, “tipo”. O surgimento, ou melhor, a construção do gênero se inicia na aurora das civilizações humanas, com a sedentarização dos grupos humanos ditos mais evoluídos nas planícies férteis e em outros ambientes mais favoráveis para a construção de cidades e campos cultivados. A divisão de sexos tornou-se mais intensa, assim como a de pessoas em classes sociais distintas e submissas umas às outras. A construção do gênero permitiu também a formação do patriarcalismo, a suposta superioridade do homem perante a mulher. Weber (2000, p. 184) informa que “chama-se patriarcalismo a situação na qual, dentro de uma associação, na maioria das vezes fundamentalmente econômica e familiar, a dominação é exercida (normalmente) por uma só pessoa, de acordo com determinadas regras hereditárias fixas”. E quem exerce o patriarcalismo ou patriarcado é o homem. Souza (2016) aponta que quando o gênero como norma se estabeleceu na História, houve a necessidade de um líder para guiar e cuidar do grupo, seja ele família, religião e até mesmo territórios. O homem foi escolhido como sendo um gênero sexual forte e dotado de inúmeras habilidades, além de ele ter o poder de fecundar uma e até mesmo várias mulheres; assim, o gênero foi se definindo como respaldado em estruturas corporais e pelos processos de reprodução humana, que podiam ser reproduzidos pela educação e pela cultura. O gênero é uma prática social que se refere aos corpos e o que eles realizam, mas não constitui uma prática social reduzida ao corpo. O gênero existe precisamente na medida em que a biologia não determina o social. 5 Machado (2016, p. 5) diz que “gênero é uma categoria engendrada para se referir ao caráter fundante da construção cultural das diferenças sexuais, a tal ponto que as definições sociais das diferenças sexuais é que são interpretadas a partir das definições culturais de gênero”. Ou seja, não é muito fácil defini-lo, visto que muitos outros elementos fazem parte de sua estrutura. Ele existe porque constitui uma referência para fazer o termo existir. O nome que se dá para a caracterização de um gênero e outro é estereótipo. Todas as características ou modos de ser impostos de um sexo para outro são estereótipos. Assim, o homem é dominador e a mulher dominada e cada um dos sexos têm comportamentos diferentes, sendo os masculinos virtuosos, os femininos revelam a suposta fraqueza e inferioridade da mulher. O gênero é construção cultural no momento em que os registros históricos situam que textos antigos já colocavam o homem como ser dominador e a mulher, dominada. Um exemplo disso é a Bíblia Sagrada, que em vários de seus livros, em especial os do Antigo Testamento, há diversas referências de associação da mulher ao pecado e, portanto, responsável pela primeira desestruturação da humanidade. Por iniciar o pecado, com Eva comendo do fruto da árvore proibida no jardim do Éden, a mulher assume uma culpa imensa, que somente pode ser sanada com a submissão dela ao seu marido ou a outros homens e que deve também, em alguns momentos específicos, sofrer todo tipo de violência, como espécie de expiação do que sua primeira representante fez no passado. Em outras civilizações humanas a mulher participou também da liberação do pecado ou de desgraças para a vida humana. A literatura se encarregou primeiro de estabelecer a suposta inferioridade feminina, o que acarretou a perda do direito ao corpo e do modo de viver da mulher; o homem, como suposta vítima da ação da mulher, teve o direito de dominá-la (NADER, 2014). 1.2 DISCRIMINAÇÕES DE GÊNERO NO AMBIENTE FAMILIAR A imposição dos gêneros feminino e masculino é obra das sociedades humanas. Diz-se sociedades porque todas as formas culturais, sejam elas indígenas ou ocidentais, passando por todas as civilizações, são responsáveis por diferenciar e dotar a cada sexo humano características que os distingue do outro. Assim, todos os homens são considerados chefes de família e a maioria dos governantes, o que caracteriza que a dominação do mundo é 6 exclusivamente masculina. Filho (2003) argumenta que alguns pensadores, como Scott, disseram que o conceito de gênero foi criado para opor-se a um determinado biológico nas relações entre os sexos, da qual todos – homens e as mulheres – já nasceram naturalmente desiguais e isso jamais poderia ser alterado. A imposição do gênero se estabelece primeiro na família, sendo o homem o ser privilegiado por comandá-la e define os papéis de cada um de seus filhos, reproduzindo, no entanto, as desigualdades sexuais. A mulher na família passa a ser dominada pelo próprio marido e sofre alguns descasos dele por ser considerada inferior socialmente. Nader (2014, p. 17) informa que “historicamente, o descaso em relação à mulher é percebido até mesmo nos acervos e registros, uma vez que a maioria dos autores é masculina e boa parte da história é escrita por homens”. A história da rebeldia da mulher é incessantemente ensinada para os filhos, o que perpetua a percepção de que o homem nasceu para dominar e vencer a tudo e que a mulher é apenas uma extensão dele, já que muitas histórias narram que ela surgiu de alguma parte do corpo dele por ação de um deus, o que serve para ilustrar a natural submissão dela a ele. Isso favoreceu a dominação do homem sobre a mulher e a solidificação do gênero na espécie humana. No gênero estabelecido, o homem, o pai, é aquele que toma as decisões mais importantes dentro de sua família. Suas responsabilidades se detêm a trabalhar fora e colocar dinheiro em casa; já a mulher é responsável por limpar, cozinhar, cuidar dos filhos e muitas vezes ainda trabalha fora, sem obter nenhuma ajuda de seu marido nos afazeres domésticos. As crianças convivendo com este tipo de relacionamento o entendem como normal e virão reproduzi-lo na vida adulta. Meninos e meninas são criados de forma diferente uns dos outros. Por vezes, o menino tem permissão para fazer coisas que são proibidas à menina, como subir em árvores ou brincar na rua até mais tarde com os colegas; por essas permissões, logo o menino se convence de que é superior ao sexo oposto e deve se comportar diferente, mas igual aos de seu próprio sexo. É também dentro de casa que acontece a divisão desigual do trabalho doméstico, a maior parte dos meninos não ajuda da mesma forma que as meninas, que se ocupam de atividades ditas masculinas; dessa forma, o menino é incentivado a conquistar, a ser superior e reafirmar sua masculinidade todos os dias. 7 A mulher é amplamente discriminada em todas as sociedades em que prevalece o gênero, que valoriza, por sua vez, o patriarcalismo. De acordo com Nader (2014); Nas sociedades patriarcais a relação hierárquica e de autoridade se baseia no princípio da superioridade masculina, que se constitui em um ingrediente fundamental dos mecanismos de dominação de gênero. Considerando a teoria que afirma ser o dualismo hierarquizado a raiz da violência de gênero, logo, isso resulta em interesses de subordinação da mulher, colocada como inferior. E, na medida em que busca desconstruir os papéis sociais estabelecidos, ela encontra resistência dos que querem manter o status quo (NADER, 2014. P. 104). Em outro parágrafo, Nader (2014) explica que o emprego da violência pelo homem ajudou a calcar os alicerces do gênero que começam no seio da família humana. As culturas nas quais os homens se inseriram lhe ensinaram que a norma é dominar e obrigatoriamente não perder oportunidades e acreditar que sempre, ou quase sempre, devem ter seus desejos satisfeitos. Logo, a masculinidade tornou-se um elemento chave, o meio de ter e exercer poder. E o patriarcalismo, sendo um modo de estruturação e organização da vida coletiva baseado no poder de um pai, fez prevalecer o poder dos homens mais fortes sobre os outros (NADER, 2014, p. 105). A mulher ficou, então pela vigência do gênero, estigmatizada pela suposta inferioridade a que foi acometida, por não ter tido oportunidade de agir como fizeram os homens no passado. Pinsky (2000) relata que para se caracterizar o gênero feminino, a mulher ficou associada às suas funções biológicas e as secreções a elas ligadas, tornando-se estas a matéria-prima para definir a imagem e o ser da mulher. Um exemplo atual que ilustra como deve ser (vista) uma mulher foi uma reportagem publicada em abril de 2016 pela revista Veja, na qual vinculou a imagem da nova primeira dama, Michele Temer, esposa do atual presidente da República, Michel Temer, com o título: “Bela, recatada e do lar”. Isso exemplifica que a mulher é mulher se ela considerada sob o crivo masculino em vigência e com certa visão agradável. A expresidenta, Dilma Rousseff, não se enquadra nesse perfil embora também seja mulher; devido às suas ações realizadas, a imagem dela foi amplamente combatida pela imprensa ainda dominada pelo por visões machistas e políticas; sua comparação com Marcela Temer a faz menos dita mulher, que esta, no sentido restrito. 8 1.3 A MÍDIA OBJETIFICA A MULHER E PERPETUA A DESIGUALDADE DE GÊNERO A referência sobre a imagem da primeira dama brasileira serve de base para o assunto desta seção, que aborda sobre a estigmatização e estereotipagem da figura do gênero feminino humano pelas mídias comunicativas atuais1. De modo geral, como observa Pinsky (2000), a mulher é altamente visada pelas numerosas mídias comunicativas modernas. Desde os anos pós-Crise de 1929, as mulheres tomaram consciência de sua importância para o mundo. As grandes guerras que ocorreram e quase devastaram o mundo em meados do século XX catalisaram o processo de emancipação feminina humana em praticamente todo o planeta, visto que algumas elas puderam comandar lares na ausência de seus maridos. Surgia o feminismo, uma corrente que defendia os amplos direitos das mulheres em praticamente todas as esferas das vidas privada e pública, antes dominadas por homens. E se intensificava. O avanço de várias ciências, entre elas a antropologia e a sociologia, desde o século XIX, levaram estudos indicando que as mulheres eram tão capazes quanto os homens de exercer quaisquer atividades e de tomar decisões. O progresso material também foi responsável por fazer emancipar as mulheres de países capitalistas europeus desenvolvidos, pois muitas delas passaram a trabalhar nas fábricas porque eram mão de obra abundante e barata, o que fez muitos donos de capital prosperarem e continuarem adotando as trabalhadoras. Contudo, os homens e outras doutrinas científicas, como o darwinismo, consideravam a mulher como ser inferior, indigno de ocupar destaque na sociedade (PINSKY, 2000). Então, a partir da segunda metade do século XX ocorre um acontecimento inédito: as mulheres, pela primeira vez, são alvejadas – em larga escala – pelas indústrias e demais segmentos econômicos. Elas se tornam grandes consumidoras de vários produtos. O consumismo, um comportamento que estava se desenvolvendo enormemente em vários 1 Não será discutido aqui sobre as implicações sobre a feminilidade da primeira dama brasileira pela imprensa e pela visão cultural machista do Brasil porque isso irá estender demais sobre o tema desta pesquisa, fugindo-se do foco abordado. 9 mercados globais, estimulou imensamente a participação feminina no consumo. Muitas empresas passaram então a fazer produtos para as mulheres e se desenvolveram. Contando com a economia de recursos financeiros que as mulheres realizavam, os serviços aumentaram o leque de ofertas de produtos e as propagandas ficaram mais intensas. As mulheres sentiramse mais valorizadas e passaram também a consumir mais. Rago (1996) observou que a estética, os cuidados com a beleza do corpo feminino passaram a fazer parte do cotidiano das mulheres e a mídia explorou isso de forma surpreendente. As mídias comunicativas, no entanto, são comandadas por homens ricos e capitalistas. Eles querem que mulheres sejam consumistas e independentes de seus maridos e companheiros, mas desejam que elas mantivessem uma imagem de inferioridade; então, por artimanhas engenhosas e falácias, disseminadas em propagandas, eles convenciam que as mulheres somente seriam felizes se obtivessem um produto da moda e que agradassem os homens, para que fossem notadas e valorizadas. As mulheres que recebiam essas mensagens fizeram o que lhes era repassado e aos poucos se tornaram estereotipadas (RAGO, 1996). As mídias de comunicação, principalmente a televisão, estimularam as mulheres a se tornarem objeto de consumo para os homens. De fato, inúmeros programas televisivos estimulavam a mulher a assumir padrões de comportamento que atendiam aos interesses tanto masculinos quanto econômicos. As mulheres assimilavam o que lhes era imposto. Depois dessa aceitação passiva, outro passo foi dado: a erotização do corpo feminino. A mulher tornou-se um rótulo, o que reforçou ainda mais a sua estereotipagem (RAGO, 1996). Lopes; Linhares; Rocha (2016) assim comentam: A publicidade acaba fazendo com que a mulher fique mais exigente com ela mesma e que queira construir o seu próprio corpo para atingir a perfeição. Na publicidade é inserida uma mulher magra, alta, gostosa, sensual, com cabelos sedosos, dificilmente vemos uma mulher com algumas curvinhas ou orgulhosa do seu corpinho volumoso. Como nas publicidades de produtos para dieta ou como eles chamam de produtos para a vida saudável, nunca é representado por uma mulher mais gordinha e sim por uma mulher altamente magra. A publicidade tem utilizado a mulher como objeto para chamar a atenção do homem, sua utilização se prevalece na persuasão de antes mesmo da imagem do próprio produto em questão (LOPES; LINHARES; ROCHA, 2016, p. 3-4). O corpo da mulher diariamente é explorado pela mídia, de forma que a imagem da mulher é banalizada, a aparência das mulheres se tornou mais importante do que outros aspectos que a 10 definem enquanto individuo, como o emocional e o psicológico. As mulheres são pressionadas todos os dias a se manter atraentes para os homens, pois a cultura machista impõe esta ideia de servidão da mulher; ela precisa proporcionar satisfação sexual ao homem, deixando de lado suas próprias vontades e gostos para entrar no padrão de beleza estabelecido, o que reforça os estereótipos. Os estereótipos se inserem no cotidiano. Quando um casal descobre que serão pais, logo surge a expectativa sobre qual será o sexo da criança. Se for uma menina, seu quarto será rosa, se menino, azul, o mesmo acontece com as roupas e acessórios para os dois sexos. O consumo se reflete no gênero: os meninos ganham brinquedos tipo brutais e deles são exigidos comportamentos ágeis e competitivos, as meninas recebem brinquedos tipo delicados e delas se esperam comportamentos domésticos e voltados para a melhoria constante de sua aparência física. Para manter essa diferenciação, impera a violência doméstica, realizada principalmente pelo homem, o que perpetua a nefasta diferenciação do gênero (HANCOCK, 2016). 1.4 AMBIENTE ESCOLAR E A DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO Nas escolas, assim como o ambiente familiar, também é um instrumento eletivo para a formação ideológica, nelas também acontece à perpetuação das explorações de classe e sexo, entretanto, de forma velada. Nas escolas é reforçada a ideia da mulher estar destinada a se casar, ter filhos e ela é instruída a se dedicar a tarefas voltadas a auxiliar alguém no emprego, já o homem é instruído a buscar sua autonomia financeira. As escolas ditam as regras de comportamentos aceitáveis para os gêneros. Das meninas exigese delicadeza e são repreendidas quando discutem com outra colega, pois não devem brigar. Já os meninos são repreendidos quando se magoam ou se machucam e choram, pois são ensinados a ser fortes e não chorar ou expressar seus sentimentos em público. Os homens desde cedo lidam com a agressividade – permitida até certo ponto para eles – e tornam-se, não raro, seres frustrados, que extravasam em outros que eles consideram mais fracos e diferentes de si (NADER, 2014). 11 Na escola, seja ela pública ou particular, os gêneros vivem em desarmonia, principalmente no ensino fundamental. Os meninos se dividem em fracos e fortes e estes últimos exercem alguma violência contra aqueles, praticando o bullying, fato que reforça o estereótipo do gênero humano (ZAGURY, 2009). Contudo, como bem observa Zagury (2009) e muitos outros estudiosos de várias ciências, atualmente há discussão sobre os gêneros e qual seu papel e importância para a manutenção dos estereótipos e toda série de violências de grupos sobre outros. Muitos homens e mulheres se sentem excluídos do meio social e da convivência harmoniosa com o seu corpo e, por isso, passam a ter comportamentos diferentes, que são rejeitados pela sociedade em que vivem. Para eles, o gênero perde a sua importância e passam a questionar valores que os norteiam. 1.5 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER A forma como as crianças são criadas reflete na vida adulta, como já mencionado. Por vezes, de forma extremamente negativa, milhares de mulheres são violentadas todos os anos no Brasil e a maioria dos abusos acontece dentro de casa, em relações estáveis. Violência doméstica é apenas um dos problemas enfrentados pelas mulheres, nas ruas, em ambiente de trabalho, na mídia, constantemente as mulheres são desrespeitadas e objetificadas, por muito tempo a violência contra as mulheres foi encarada como tabu ou até como aceitável, pois acreditava-se que o marido tinha total direito sobre a esposa e filhos, podendo agir com violência para corrigir supostos erros, o que não é mais aceito. Como esclarece Silva; Nader; Franco (2006): A imposição dos papéis sociais rígidos, a proibição de desejos e outras formas de agressão, como humilhação e constrangimento, que provocam a chamada dor moral são suas práticas mais comuns e passam despercebidas. Primeiro, pela sociedade, que naturaliza gestos que oprimem e cerceiam desejos e ações, imprimindo argumentos voltados à proteção da mulher. Depois, pelo marido, que, por entendimentos culturais adquiridos desde a infância, acredita ter a posse e o poder sobre a esposa (SILVA; NADER; FRANCO, 2006, p. 235). 12 A mulher brasileira sofre praticamente todo tipo de violência, desde agressões verbais até surras, que é um desdobramento da submissão dela ao próprio marido a que está exposta desde que se casa com ele, sendo amplamente aceita pela sociedade patriarcal. É uma cultura de violência grave, que vem perdendo força graças ao avanço da educação, que contribui para que a população, até mesmo a masculina, perceba que é um erro aplicar castigos físicos e psicológicos aos erros das mulheres casadas ou solteiras. Contudo, uma pesquisa recente efetuada pela Datafolha, divulgada no dia 21 de setembro de 2016, revela que de cada três homens brasileiros um considera que a violência que a mulher sofre é de culpa exclusivamente dela. “A mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada” é a frase mais comum que foi ouvida pelos pesquisadores. Esse fato reitera que a imposição de gênero pela sociedade legaliza as formas de violência para subjugar a mulher, colocando a ela culpa por sua própria condição e que ela deve aceitar assim (MENA, 2016). O estupro é a forma de punir e realizar julgamento violento contra a mulher. No Brasil, ainda segundo a Datafolha, uma mulher é estuprada a cada onze minutos, totalizando praticamente 50 mil crimes registrados desse tipo por ano no país. O que piora nesse quadro é que 70% dos casos de estupro, a vítima é uma criança ou adolescente que, por sua vez, pertence às classes sociais mais desfavorecidas economicamente, o que reflete o chamado déficit civilizatório brasileiro, que causa uma profunda e tolerada cultura de violência entre os gêneros (MENA, 2016). Hoje, as mulheres são protegidas por lei, a exemplo da Lei Maria da Penha, entretanto, mesmo com o advento da lei 11.340, sancionada em 2006 e conhecida como Lei Maria da Penha, que dá amparo a mulheres vítimas de violência e que constituiu um ponto de partida para a discussão acerca da violência doméstica, do sexismo e da discriminação de gênero no universo escolar, na maioria das vezes as mulheres não denunciam seus companheiros, por medo, por dependência financeira, por não confiar na eficiência da lei ou outro motivo que as impede de romper o relacionamento abusivo, essas relações são fruto da relação de poder que existe entre homens e mulheres, onde o homem, dominador, sente que tem posse sobre a mulher e filhos. Todavia, vale mencionar que não existe nenhuma lei específica para a área da educação que estabeleça a obrigatoriedade do professor trabalhar com questões de gênero em sala de aula. 13 Não se pode simplesmente ignorar, como diz Sarti (1985) a existência da diversidade de gênero e das violências ocorridas, este tema precisa ser trabalhado para que se desconstruam as imposições do que é visto como normal, e se destruam os preconceitos em relação ao gênero, é importante que as escolas brasileiras se empenhem no tocante à discussão em sala de aula acerca do preconceito de gênero e da violência contra a mulher. 2 MATERIAL E MÉTODOS Ao analisar a questão de gênero, pode-se observar que a sociedade constrói comportamentos aceitáveis e também esta é moldada por outros advindos de mídias comunicativas e de outras fontes, por exemplo. A manutenção da dicotomia homem/mulher, macho/fêmea, menino competitivo/menina passiva é de suma importância para a própria sobrevivência da sociedade e dos valores que a norteiam. Como fora dito, a literatura é a fonte primordial para a manutenção da diferenciação entre mulheres e homens, pois os textos colocam sempre como protagonistas rapazes que tomam iniciativas de resolver um ou mais problemas que surgem na narrativa ou que comentam sobre a suposta superioridade masculina, como condição para a sobrevivência de grupos. A mulher tem a importância apenas como reprodutora de seres humanos e de estimuladora da libido do homem, para que este tenha a missão de realizar a continuidade da espécie humana. Isso não pode ser rompido. A cultura e a educação, também reforçam o estereótipo, assim como as mídias comunicativas e outras ideologias que são formuladas praticamente todos os anos. O machismo e o patriarcalismo se instalam e evoluiu para o chamado sexismo, uma forma de identidade que reforça a diferenciação entre homem e mulher e que um é considerado inferior ao outro. A abordagem sobre a diferenciação de gênero parte da pesquisa de vários artigos, em geral elaborados em universidades brasileiras, que exploram com mais concisão sobre a atual conjuntura sexual da sociedade. Esta pesquisa parte do livro “Gênero & Sexismo”, da organizadora Maria Beatriz Nader (2014), que discute como o gênero é criado tendo em vista a submissão e a exploração da psique da mulher. Os outros artigos, que muitos deles são teses 14 de doutorado, aprofundam sobre o tema e trazem as possíveis soluções para a superação dessa realidade. O método de revisão bibliográfica é adotado neste trabalho, por ser mais confiável e de alcançar várias esferas de conhecimento e de lugares diversos sem precisar sair a campo para muito longe, o que poderia render menos a pesquisa ou atrasar compilação de dados. A leitura de vários artigos fomenta a percepção de crítica dos textos o que ajuda a realizar análises mais seguras, extraindo o que é mais importante para discutir o tema proposto. Os autores destacam os pontos negativos da cultura de gênero na sociedade ocidental, pois é responsável por justificar a continuidade da violência contra a mulher e contra os indivíduos que não se ajustam ao modelo social vigente. Contra a chamada ditadura do gênero se levantaram importantes movimentos, como o feminismo, a cultura LGBT, e outros de minorias de negros e indígenas que não são representados pelo comportamento padrão. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A imposição de gênero pela sociedade é vista por muitos autores e autoras como uma violência, e como tal deve ser combatida; assim, o gênero deve ser suprimido da sociedade para que todas as pessoas, mulheres e homens, sejam mais iguais e reciprocamente responsáveis uns pelos outros. De fato, o sexo do indivíduo é a justificativa para adoção de comportamentos do gênero apropriado para ele, sendo este educado desde a mais tenra idade para agir conforme a chamada cultura sexual, e também adotando a submissão ou a dominação de acordo com o gênero imposto à sua sexualidade. A sociedade humana, dessa forma, adota o gênero para manter em curso a natural reprodução de seus indivíduos constituintes, e para se distinguir de outros. É grave o déficit civilizatório por que a sociedade brasileira passa. Para completar os dados sobre a violência contra as brasileiras, às inúmeras pesquisas realizadas apontam que de cada cinco mulheres, três já sofreram algum tipo de violência em relacionamentos. Isso demonstra que 56% dos homens admitem que já cometeram algumas dessas formas de agressão por 15 muitos motivos, apontando uma das razões a independência da mulher, que esta é estimulada pelas mídias comunicativas que estimulam o consumismo feminino. No ano de 2015, segundo o Ligue 180, em 72% dos casos de violência contra as brasileiras, as agressões foram cometidas por homens com quem as vítimas mantêm ou mantiveram uma relação afetiva. Desse total, 50,16% foram de violência física; 30,33%, de violência psicológica; 7,25%, violência moral; 2,10%, violência patrimonial; 4,54%, violência sexual; 5,17%, cárcere privado; e apenas 0,46% referiram-se a tráfico de mulheres (COMPROMISSO E ATITUDE, 2016). A violência de gênero no Brasil espelha o que acontece no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, pesquisas internacionais realizadas em 35 países nos anos finais do século XX revelaram que entre 10 a 52% das mulheres foram agredidas fisicamente pelo parceiro em algum momento de suas vidas, e entre 10 e 30% havia sido também vítimas de violência sexual por parte de seus parceiros íntimos. Há inúmeros dados que revelam que as mulheres menores de idade, de países subdesenvolvidos ou em via de desenvolvimento, são as que mais sofrem com esse tipo de violência, o que lhes acarreta uma série de distúrbios emocionais que podem estar associados com esse mal. Completando, a violência doméstica tem sido associada com maiores taxas de mortalidade neonatal e infantil e causa de morbidade, como desnutrição e aumento do número de casos de doenças congênitas. A prática dessa violência contra a mulher, como vários estudos apontam, tem efeito nocivo em toda a sociedade. As mulheres agredidas podem sofrer vários tipos de incapacidade – passageira ou não – para o trabalho, redução de salários, isolamento, discriminação ou humilhação pública e limitada capacidade de cuidar de si mesma e de seus dependentes. Os homens são os maiores responsáveis pela violência contra a mulher, porque historicamente não assumem o zelo e o amor para com a espécie humana, como dizem muitos psicólogos modernos, como Carl Rogers. Isso acontece porque desde cedo são submetidos à obediência a seu pai ou a seu responsável em nome da diferenciação de gênero. Os meninos exigem a atenção paterna e são rechaçados pelo genitor, o que acabam alimentando frustrações e passam a utilizar o amor em outras formas, que acabam contribuindo para o exercício da violência e a manutenção dos estereótipos para compensar essa falha de educação. Eles 16 devem aprender a amar a si mesmos e aos outros para poder frear sua ânsia pela desforra contra as discriminações. A solução para o problema da violência da mulher reside principalmente na educação, que promova o respeito a todos os tipos de diferença, seja ela sexual, racial e de pensamento. Dois terços dos homens brasileiros, de acordo com o Datafolha, reprova a violência contra a mulher e veem que ela é uma vítima do homem e não do que faz e uso para provocar agressões contra ela; e isso é o poder da instrução escolar que desperta a conscientização, que, por sua vez, faz as pessoas enxergarem o mal e como combatê-lo. O gênero é apontado como o fator catalizador da violência entre os sexos e muitos movimentos feministas e homossexuais aponta que esse elemento deve ser suprimido e todos deveriam se comportar de acordo com as suas consciências. CONSIDERAÇÕES FINAIS Todo o processo histórico de submissão das mulheres contribuiu para a perpetuação do machismo até os dias atuais. A sociedade atual ainda entende o homem como provedor e a mulher como dependente dele, mesmo após todas as conquistas femininas, a cultura patriarcal ainda é muito enraizada na nossa sociedade e isto faz com que a objetificação do corpo feminino persista. Esta objetificação é muito destrutiva para as mulheres, pois faz com elas que odeiem seus próprios corpos, além de promover a ideia da beleza diminuindo a capacidade das mulheres. Isso precisa ser combatido, pois somente dessa forma as mulheres se afirmarão como indivíduos completos e capazes, que podem muito mais do que ser objetos do prazer masculino, o combate dessa cultura se dá pelo reconhecimento do problema, sua problematização e a resistência todos os dias. A imposição de gênero também afeta os homens que não se enquadram no perfil masculino e patriarcal adotado pela sociedade. Esse perfil impõe que todos os homens demonstram 17 sentimentos mais defensivos quanto às emoções que sentem e que sejam amplamente competitivos, para fazer engendrar a evolução do mundo como um todo. As mulheres tiveram de lutar pelo direito a educação, que só foi alcançado muito tardiamente, foi no início do século XIX onde o feminismo começou a lutar pelo direito à educação feminina. Nessa época, não era permitido às mulheres aprender a ler e a escrever. No Brasil, 1827 foi o ano em que as mulheres foi autorizadas constitucionalmente a estudar, no Rio Grande do Norte. Nísia Floresta Augusta foi a primeira mulher a iniciar um movimento feminino no Brasil, atingindo seu objetivo neste ano. O feminismo é um movimento que procura resgatar a dignidade da mulher, fornecendo a ela as mesmas características que definem a masculinidade, como forma de se igualar aos homens e de criar para si uma esfera de defesa contra as violências que sofrem. Por muitos motivos, o feminismo é duramente criticado por reforçar a cultura do gênero dos sexos humanos e não foi muito abordado nesta pesquisa. Suprimir o gênero não é a solução, que é uma identidade que cada sexo adota para se tornar parte dos grupos e da sociedade. O gênero deve ser de livre adoção pela pessoa humana como forma de se identificar e realizar atividades e não uma justificativa como sempre vem sendo. Assumir papéis sexuais é de responsabilidade de cada pessoa e isso não deve ser mais critério para divisões entre elas. As mídias comunicativas estão contribuindo para a valorização do espaço pessoal, pois muitos de seus programas mostram exemplos de vários lugares, que é possível a convivência sexual diversificada e adotando-a não causará problemas para ninguém. Todos devem ter a liberdade de sentir e não ser culpados por isso, porque não afetará sua sexualidade e o gênero se torna uma opção de vivência de emoções. A legislação educacional precisa avançar, para que os alunos tenham acesso a uma educação voltada para o respeito e a igualdade entre os gêneros desde a infância. Assim, teríamos um país mais justo e igualitário. Ao perceber o valor da mulher, superando as limitações do gênero, os homens passarão a valorizá-la como é e isso contribuirá para a gradual supressão da violência feminina, que desde já deve ser combatida com leis rígidas e conscientização. 18 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPROMISSO E ATITUDE. Dados estatísticos sobre violência contra as mulheres. Disponível em: http://www.compromissoeatitude.org.br/dados-e-estatisticas-sobre-violenciacontra-as-mulheres/ Acesso em 18 set. 2016. FILHO, Amílcar T. Uma questão de gênero: onde o masculino e o feminino se cruzam. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABUXQAF/genero-onde-masculinofeminino-se-cruzam. Acesso em 18 set. 2016. HANCOCK, Jaime. Por que rosa é de menina e azul é de menino? 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