Baixar - Faculdade Castelo Branco: Vestibular 2017

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DIFERENCIAÇÃO DE GÊNERO
Bruna PERONNI1;
Mariana Machado FERRON1;
Nathielly MANTHAY1;
Tamirys OLIVEIRA1;
Waber Henrique Rangel PEREIRA1.
Claúdia Lehmann FORECHI2
1.
Alunos do curso de História da faculdade Castelo Branco, Colatina-ES,
[email protected]; [email protected]; [email protected];
tamirysoliveira58@gmailcom; [email protected]
2.
Pós-graduação em História do Brasil, Historiadora, professora da Faculdade Castelo
Branco, Colatina-ES, [email protected]
RESUMO
A instituição de gênero na sociedade humana vem dos tempos da Pré-História, como
resultado de necessidade de diferenciação dos dois sexos e de execução de atividades que
exigiam conquista do espaço territorial e de zelo para com a sobrevivência dos grupos. A
diferenciação de gênero evoluiu ao longo da História, contribuindo para tornar o homem
dominador e a mulher dominada, esta sofrendo todo tipo de violência para manter os
estereótipos. A manutenção dos dois gêneros, feminino e masculino, se exerce a todo o
momento graças às práticas de discriminação de um sexo sobre o outro, que ocorrem no
âmbito familiar, no ambiente escolar e pelas mídias comunicativas, que objetificam a mulher
perpetuando a desigualdade de gênero. A mulher sofre com as imposições negativas do
gênero, que contêm ideologias e demais formas discriminatórias que culminam com a cultura
de punição via violência para mantê-la em constante submissão ao homem. Com o
desenvolvimento de novas pesquisas e ciências de cunho social foi possível rever os
procedimentos discriminatórios contra a mulher e indicar os possíveis caminhos para a
reversão da importância do gênero na sociedade humana. A educação é apontada como o
caminho mais seguro para a superação da violência e da desigualdade entre os gêneros.
PALAVRAS-CHAVE: Gênero; Estereótipos; Educação.
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ABSTRACT
The institution of gender in human society comes from the times of prehistory, as a result of
the need for differentiation of both sexes and of performing activities that require space and
territorial conquest of zeal for the survival of the groups. The genre evolved throughout
history, contributing to make man dominator and his wife dominated, this suffering all kinds
of violence to keep the stereotypes. The maintenance of two genders, male and female, if it
exercises all the time thanks to the practices of discrimination against one sex over the other,
occurring in the family, in the school environment and the communication media, which
exemplify the woman perpetuating gender inequality. The woman suffers from the negative
charges of the genre, that contain discriminatory ideologies and other forms that culminate
with the culture of punishment via violence to keep her in constant submission to man. With
the development of new research and social science was unable to review the discriminatory
procedures against women and indicate the possible avenues for the reversal of the
importance of gender in human society. Education is singled out as the safest way to
overcoming violence and equality between genders.
KEYWORDS: Gender; Stereotypes; Education.
INTRODUÇÃO
O conceito de gênero está há muito tempo consolidado em todas as sociedades humanas.
Estabelece diferenças entre mulheres e homens como forma de construção de identidade de
cada pessoa ao mesmo tempo funcionando como uma espécie de dominação e discriminação
de um sexo sobre o outro. Durante milênios esse elemento não foi questionado. Somente com
o desenvolvimento de importantes correntes da ciência, como a antropologia, a linguística, a
psicologia e outras, desde meados do século XIX, é que se questionou sobre o chamado
gênero humano e sua constituição, se era válido ou não. Outros movimentos, como o
feminismo, também ocorridos a partir dessa época contribuíram para repensar sobre a cultura
de gênero implantada pela humanidade e como esse elemento impedia o pleno
desenvolvimento da mulher como pessoa humana.
Portanto, entende-se que o pertencimento a um gênero não é somente fruto da identidade, mas
também da influência cultural e discursiva que estão frequentemente sendo impostos ao ser
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humano, estes elementos são transmitidos e naturalizados, também, no ambiente escolar. Não
sendo questão apenas de escolha, mas sim a naturalização de comportamentos aceitáveis a
homens e mulheres, fazendo com que eles sigam regras de comportamento preestabelecidas,
se perpetuam em vários ambientes, como a família, a religião, as associações, entre outros.
O objetivo deste artigo é questionar os valores que norteiam a cultura de gênero, revelando
como este elemento prejudica a mulher. A metodologia aplicada para o desenvolvimento
desta análise será por base de pesquisa bibliográfica e também de notícias midiáticas, que a
todo o momento trazem informações sobre grupos que buscam igualdade de gênero e maior
liberdade de expressão. Essas pesquisas servem de sustento para a proposição deste trabalho,
que aborda sobre como atenuar as influências da cultura de gênero de modo a fazer com que
os homens percebam a importância da mulher, combatendo os estereótipos que se iniciam nos
âmbito familiar e escolar e se intensificam pelas mídias comunicativas, como a televisão.
Este trabalho se inscreve como uma resposta ao conceito de gênero e como o mesmo pode ser
revisto como uma forma positiva de aceitação de descoberta da pessoa humana com a sua
sexualidade e não como imposição.
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1 A DIFERENCIAÇÃO DE GÊNERO
A forma com que as crianças dos sexos masculino e feminino são educadas influencia suas
atitudes por toda a vida. A educação se inicia no âmbito familiar e os papéis da mulher e do
homem são preestabelecidos, na sociedade de cunho patriarcal, a mulher assume o papel de
dona de casa e o pai de chefe da família.
Essa diferenciação dos gêneros, considerada totalmente natural e inata por todas as sociedades
humanas, é fruto da organização das pessoas em grupos desde a remota Pré-História. Surge
como exigência da própria sobrevivência da família e dos grupos humanos, já que o ser
humano é essencialmente sociável. O homem, por imposição natural do meio e de si mesmo,
caçava e realiza trabalhos mais pesados enquanto que a mulher, sua companheira, realiza
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outros mais domésticos e também por ser capaz de gerar outros seres humanos. Essa
diferenciação entre sexo e trabalho ajudou a sobrevivência dos seres humanos, o que
ocasionou o surgimento de vários outros elementos, como a religião, a cultura e a percepção
de si mesmos, solidificando para a atual configuração do gênero.
É preciso esclarecer a diferença entre sexo e gênero, o primeiro refere-se ao aspecto
biológico, natural (macho e fêmea) e o segundo se trata de construção social, pois, as
sociedades definem o que consideram ser um comportamento adequado às mulheres, ou seja,
ao feminino, e o comportamento adequado aos homens, ao masculino. Isso se inicia antes
mesmo do nascimento das crianças. Por isso, o termo gênero vem do latim genus, que
significa “nascimento”, “família”, “tipo”.
O surgimento, ou melhor, a construção do gênero se inicia na aurora das civilizações
humanas, com a sedentarização dos grupos humanos ditos mais evoluídos nas planícies férteis
e em outros ambientes mais favoráveis para a construção de cidades e campos cultivados. A
divisão de sexos tornou-se mais intensa, assim como a de pessoas em classes sociais distintas
e submissas umas às outras. A construção do gênero permitiu também a formação do
patriarcalismo, a suposta superioridade do homem perante a mulher. Weber (2000, p. 184)
informa que “chama-se patriarcalismo a situação na qual, dentro de uma associação, na
maioria das vezes fundamentalmente econômica e familiar, a dominação é exercida
(normalmente) por uma só pessoa, de acordo com determinadas regras hereditárias fixas”. E
quem exerce o patriarcalismo ou patriarcado é o homem.
Souza (2016) aponta que quando o gênero como norma se estabeleceu na História, houve a
necessidade de um líder para guiar e cuidar do grupo, seja ele família, religião e até mesmo
territórios. O homem foi escolhido como sendo um gênero sexual forte e dotado de inúmeras
habilidades, além de ele ter o poder de fecundar uma e até mesmo várias mulheres; assim, o
gênero foi se definindo como respaldado em estruturas corporais e pelos processos de
reprodução humana, que podiam ser reproduzidos pela educação e pela cultura. O gênero é
uma prática social que se refere aos corpos e o que eles realizam, mas não constitui uma
prática social reduzida ao corpo. O gênero existe precisamente na medida em que a biologia
não determina o social.
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Machado (2016, p. 5) diz que “gênero é uma categoria engendrada para se referir ao caráter
fundante da construção cultural das diferenças sexuais, a tal ponto que as definições sociais
das diferenças sexuais é que são interpretadas a partir das definições culturais de gênero”. Ou
seja, não é muito fácil defini-lo, visto que muitos outros elementos fazem parte de sua
estrutura. Ele existe porque constitui uma referência para fazer o termo existir. O nome que se
dá para a caracterização de um gênero e outro é estereótipo. Todas as características ou modos
de ser impostos de um sexo para outro são estereótipos. Assim, o homem é dominador e a
mulher dominada e cada um dos sexos têm comportamentos diferentes, sendo os masculinos
virtuosos, os femininos revelam a suposta fraqueza e inferioridade da mulher.
O gênero é construção cultural no momento em que os registros históricos situam que textos
antigos já colocavam o homem como ser dominador e a mulher, dominada. Um exemplo
disso é a Bíblia Sagrada, que em vários de seus livros, em especial os do Antigo Testamento,
há diversas referências de associação da mulher ao pecado e, portanto, responsável pela
primeira desestruturação da humanidade. Por iniciar o pecado, com Eva comendo do fruto da
árvore proibida no jardim do Éden, a mulher assume uma culpa imensa, que somente pode ser
sanada com a submissão dela ao seu marido ou a outros homens e que deve também, em
alguns momentos específicos, sofrer todo tipo de violência, como espécie de expiação do que
sua primeira representante fez no passado. Em outras civilizações humanas a mulher
participou também da liberação do pecado ou de desgraças para a vida humana. A literatura se
encarregou primeiro de estabelecer a suposta inferioridade feminina, o que acarretou a perda
do direito ao corpo e do modo de viver da mulher; o homem, como suposta vítima da ação da
mulher, teve o direito de dominá-la (NADER, 2014).
1.2 DISCRIMINAÇÕES DE GÊNERO NO AMBIENTE FAMILIAR
A imposição dos gêneros feminino e masculino é obra das sociedades humanas. Diz-se
sociedades porque todas as formas culturais, sejam elas indígenas ou ocidentais, passando por
todas as civilizações, são responsáveis por diferenciar e dotar a cada sexo humano
características que os distingue do outro. Assim, todos os homens são considerados chefes de
família e a maioria dos governantes, o que caracteriza que a dominação do mundo é
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exclusivamente masculina. Filho (2003) argumenta que alguns pensadores, como Scott,
disseram que o conceito de gênero foi criado para opor-se a um determinado biológico nas
relações entre os sexos, da qual todos – homens e as mulheres – já nasceram naturalmente
desiguais e isso jamais poderia ser alterado.
A imposição do gênero se estabelece primeiro na família, sendo o homem o ser privilegiado
por comandá-la e define os papéis de cada um de seus filhos, reproduzindo, no entanto, as
desigualdades sexuais. A mulher na família passa a ser dominada pelo próprio marido e sofre
alguns descasos dele por ser considerada inferior socialmente.
Nader (2014, p. 17) informa que “historicamente, o descaso em relação à mulher é percebido
até mesmo nos acervos e registros, uma vez que a maioria dos autores é masculina e boa parte
da história é escrita por homens”. A história da rebeldia da mulher é incessantemente ensinada
para os filhos, o que perpetua a percepção de que o homem nasceu para dominar e vencer a
tudo e que a mulher é apenas uma extensão dele, já que muitas histórias narram que ela surgiu
de alguma parte do corpo dele por ação de um deus, o que serve para ilustrar a natural
submissão dela a ele. Isso favoreceu a dominação do homem sobre a mulher e a solidificação
do gênero na espécie humana.
No gênero estabelecido, o homem, o pai, é aquele que toma as decisões mais importantes
dentro de sua família. Suas responsabilidades se detêm a trabalhar fora e colocar dinheiro em
casa; já a mulher é responsável por limpar, cozinhar, cuidar dos filhos e muitas vezes ainda
trabalha fora, sem obter nenhuma ajuda de seu marido nos afazeres domésticos. As crianças
convivendo com este tipo de relacionamento o entendem como normal e virão reproduzi-lo na
vida adulta. Meninos e meninas são criados de forma diferente uns dos outros. Por vezes, o
menino tem permissão para fazer coisas que são proibidas à menina, como subir em árvores
ou brincar na rua até mais tarde com os colegas; por essas permissões, logo o menino se
convence de que é superior ao sexo oposto e deve se comportar diferente, mas igual aos de
seu próprio sexo. É também dentro de casa que acontece a divisão desigual do trabalho
doméstico, a maior parte dos meninos não ajuda da mesma forma que as meninas, que se
ocupam de atividades ditas masculinas; dessa forma, o menino é incentivado a conquistar, a
ser superior e reafirmar sua masculinidade todos os dias.
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A mulher é amplamente discriminada em todas as sociedades em que prevalece o gênero, que
valoriza, por sua vez, o patriarcalismo. De acordo com Nader (2014);
Nas sociedades patriarcais a relação hierárquica e de autoridade se baseia no
princípio da superioridade masculina, que se constitui em um ingrediente
fundamental dos mecanismos de dominação de gênero. Considerando a teoria que
afirma ser o dualismo hierarquizado a raiz da violência de gênero, logo, isso resulta
em interesses de subordinação da mulher, colocada como inferior. E, na medida em
que busca desconstruir os papéis sociais estabelecidos, ela encontra resistência dos
que querem manter o status quo (NADER, 2014. P. 104).
Em outro parágrafo, Nader (2014) explica que o emprego da violência pelo homem ajudou a
calcar os alicerces do gênero que começam no seio da família humana.
As culturas nas quais os homens se inseriram lhe ensinaram que a norma é dominar
e obrigatoriamente não perder oportunidades e acreditar que sempre, ou quase
sempre, devem ter seus desejos satisfeitos. Logo, a masculinidade tornou-se um
elemento chave, o meio de ter e exercer poder. E o patriarcalismo, sendo um modo
de estruturação e organização da vida coletiva baseado no poder de um pai, fez
prevalecer o poder dos homens mais fortes sobre os outros (NADER, 2014, p. 105).
A mulher ficou, então pela vigência do gênero, estigmatizada pela suposta inferioridade a que
foi acometida, por não ter tido oportunidade de agir como fizeram os homens no passado.
Pinsky (2000) relata que para se caracterizar o gênero feminino, a mulher ficou associada às
suas funções biológicas e as secreções a elas ligadas, tornando-se estas a matéria-prima para
definir a imagem e o ser da mulher. Um exemplo atual que ilustra como deve ser (vista) uma
mulher foi uma reportagem publicada em abril de 2016 pela revista Veja, na qual vinculou a
imagem da nova primeira dama, Michele Temer, esposa do atual presidente da República,
Michel Temer, com o título: “Bela, recatada e do lar”. Isso exemplifica que a mulher é mulher
se ela considerada sob o crivo masculino em vigência e com certa visão agradável. A expresidenta, Dilma Rousseff, não se enquadra nesse perfil embora também seja mulher; devido
às suas ações realizadas, a imagem dela foi amplamente combatida pela imprensa ainda
dominada pelo por visões machistas e políticas; sua comparação com Marcela Temer a faz
menos dita mulher, que esta, no sentido restrito.
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1.3 A MÍDIA OBJETIFICA A MULHER E PERPETUA A DESIGUALDADE DE
GÊNERO
A referência sobre a imagem da primeira dama brasileira serve de base para o assunto desta
seção, que aborda sobre a estigmatização e estereotipagem da figura do gênero feminino
humano pelas mídias comunicativas atuais1.
De modo geral, como observa Pinsky (2000), a mulher é altamente visada pelas numerosas
mídias comunicativas modernas. Desde os anos pós-Crise de 1929, as mulheres tomaram
consciência de sua importância para o mundo. As grandes guerras que ocorreram e quase
devastaram o mundo em meados do século XX catalisaram o processo de emancipação
feminina humana em praticamente todo o planeta, visto que algumas elas puderam comandar
lares na ausência de seus maridos.
Surgia o feminismo, uma corrente que defendia os amplos direitos das mulheres em
praticamente todas as esferas das vidas privada e pública, antes dominadas por homens. E se
intensificava. O avanço de várias ciências, entre elas a antropologia e a sociologia, desde o
século XIX, levaram estudos indicando que as mulheres eram tão capazes quanto os homens
de exercer quaisquer atividades e de tomar decisões. O progresso material também foi
responsável por fazer emancipar as mulheres de países capitalistas europeus desenvolvidos,
pois muitas delas passaram a trabalhar nas fábricas porque eram mão de obra abundante e
barata, o que fez muitos donos de capital prosperarem e continuarem adotando as
trabalhadoras. Contudo, os homens e outras doutrinas científicas, como o darwinismo,
consideravam a mulher como ser inferior, indigno de ocupar destaque na sociedade (PINSKY,
2000).
Então, a partir da segunda metade do século XX ocorre um acontecimento inédito: as
mulheres, pela primeira vez, são alvejadas – em larga escala – pelas indústrias e demais
segmentos econômicos. Elas se tornam grandes consumidoras de vários produtos. O
consumismo, um comportamento que estava se desenvolvendo enormemente em vários
1
Não será discutido aqui sobre as implicações sobre a feminilidade da primeira dama brasileira pela imprensa e
pela visão cultural machista do Brasil porque isso irá estender demais sobre o tema desta pesquisa, fugindo-se do
foco abordado.
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mercados globais, estimulou imensamente a participação feminina no consumo. Muitas
empresas passaram então a fazer produtos para as mulheres e se desenvolveram. Contando
com a economia de recursos financeiros que as mulheres realizavam, os serviços aumentaram
o leque de ofertas de produtos e as propagandas ficaram mais intensas. As mulheres sentiramse mais valorizadas e passaram também a consumir mais. Rago (1996) observou que a
estética, os cuidados com a beleza do corpo feminino passaram a fazer parte do cotidiano das
mulheres e a mídia explorou isso de forma surpreendente.
As mídias comunicativas, no entanto, são comandadas por homens ricos e capitalistas. Eles
querem que mulheres sejam consumistas e independentes de seus maridos e companheiros,
mas desejam que elas mantivessem uma imagem de inferioridade; então, por artimanhas
engenhosas e falácias, disseminadas em propagandas, eles convenciam que as mulheres
somente seriam felizes se obtivessem um produto da moda e que agradassem os homens, para
que fossem notadas e valorizadas. As mulheres que recebiam essas mensagens fizeram o que
lhes era repassado e aos poucos se tornaram estereotipadas (RAGO, 1996).
As mídias de comunicação, principalmente a televisão, estimularam as mulheres a se
tornarem objeto de consumo para os homens. De fato, inúmeros programas televisivos
estimulavam a mulher a assumir padrões de comportamento que atendiam aos interesses tanto
masculinos quanto econômicos. As mulheres assimilavam o que lhes era imposto. Depois
dessa aceitação passiva, outro passo foi dado: a erotização do corpo feminino. A mulher
tornou-se um rótulo, o que reforçou ainda mais a sua estereotipagem (RAGO, 1996).
Lopes; Linhares; Rocha (2016) assim comentam:
A publicidade acaba fazendo com que a mulher fique mais exigente com ela mesma
e que queira construir o seu próprio corpo para atingir a perfeição. Na publicidade é
inserida uma mulher magra, alta, gostosa, sensual, com cabelos sedosos,
dificilmente vemos uma mulher com algumas curvinhas ou orgulhosa do seu
corpinho volumoso. Como nas publicidades de produtos para dieta ou como eles
chamam de produtos para a vida saudável, nunca é representado por uma mulher
mais gordinha e sim por uma mulher altamente magra. A publicidade tem utilizado a
mulher como objeto para chamar a atenção do homem, sua utilização se prevalece
na persuasão de antes mesmo da imagem do próprio produto em questão (LOPES;
LINHARES; ROCHA, 2016, p. 3-4).
O corpo da mulher diariamente é explorado pela mídia, de forma que a imagem da mulher é
banalizada, a aparência das mulheres se tornou mais importante do que outros aspectos que a
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definem enquanto individuo, como o emocional e o psicológico. As mulheres são
pressionadas todos os dias a se manter atraentes para os homens, pois a cultura machista
impõe esta ideia de servidão da mulher; ela precisa proporcionar satisfação sexual ao homem,
deixando de lado suas próprias vontades e gostos para entrar no padrão de beleza
estabelecido, o que reforça os estereótipos.
Os estereótipos se inserem no cotidiano. Quando um casal descobre que serão pais, logo surge
a expectativa sobre qual será o sexo da criança. Se for uma menina, seu quarto será rosa, se
menino, azul, o mesmo acontece com as roupas e acessórios para os dois sexos. O consumo se
reflete no gênero: os meninos ganham brinquedos tipo brutais e deles são exigidos
comportamentos ágeis e competitivos, as meninas recebem brinquedos tipo delicados e delas
se esperam comportamentos domésticos e voltados para a melhoria constante de sua aparência
física. Para manter essa diferenciação, impera a violência doméstica, realizada principalmente
pelo homem, o que perpetua a nefasta diferenciação do gênero (HANCOCK, 2016).
1.4 AMBIENTE ESCOLAR E A DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO
Nas escolas, assim como o ambiente familiar, também é um instrumento eletivo para a
formação ideológica, nelas também acontece à perpetuação das explorações de classe e sexo,
entretanto, de forma velada. Nas escolas é reforçada a ideia da mulher estar destinada a se
casar, ter filhos e ela é instruída a se dedicar a tarefas voltadas a auxiliar alguém no emprego,
já o homem é instruído a buscar sua autonomia financeira.
As escolas ditam as regras de comportamentos aceitáveis para os gêneros. Das meninas exigese delicadeza e são repreendidas quando discutem com outra colega, pois não devem brigar.
Já os meninos são repreendidos quando se magoam ou se machucam e choram, pois são
ensinados a ser fortes e não chorar ou expressar seus sentimentos em público. Os homens
desde cedo lidam com a agressividade – permitida até certo ponto para eles – e tornam-se, não
raro, seres frustrados, que extravasam em outros que eles consideram mais fracos e diferentes
de si (NADER, 2014).
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Na escola, seja ela pública ou particular, os gêneros vivem em desarmonia, principalmente no
ensino fundamental. Os meninos se dividem em fracos e fortes e estes últimos exercem
alguma violência contra aqueles, praticando o bullying, fato que reforça o estereótipo do
gênero humano (ZAGURY, 2009).
Contudo, como bem observa Zagury (2009) e muitos outros estudiosos de várias ciências,
atualmente há discussão sobre os gêneros e qual seu papel e importância para a manutenção
dos estereótipos e toda série de violências de grupos sobre outros. Muitos homens e mulheres
se sentem excluídos do meio social e da convivência harmoniosa com o seu corpo e, por isso,
passam a ter comportamentos diferentes, que são rejeitados pela sociedade em que vivem.
Para eles, o gênero perde a sua importância e passam a questionar valores que os norteiam.
1.5 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
A forma como as crianças são criadas reflete na vida adulta, como já mencionado. Por vezes,
de forma extremamente negativa, milhares de mulheres são violentadas todos os anos no
Brasil e a maioria dos abusos acontece dentro de casa, em relações estáveis. Violência
doméstica é apenas um dos problemas enfrentados pelas mulheres, nas ruas, em ambiente de
trabalho, na mídia, constantemente as mulheres são desrespeitadas e objetificadas, por muito
tempo a violência contra as mulheres foi encarada como tabu ou até como aceitável, pois
acreditava-se que o marido tinha total direito sobre a esposa e filhos, podendo agir com
violência para corrigir supostos erros, o que não é mais aceito.
Como esclarece Silva; Nader; Franco (2006):
A imposição dos papéis sociais rígidos, a proibição de desejos e outras formas de
agressão, como humilhação e constrangimento, que provocam a chamada dor moral
são suas práticas mais comuns e passam despercebidas. Primeiro, pela sociedade,
que naturaliza gestos que oprimem e cerceiam desejos e ações, imprimindo
argumentos voltados à proteção da mulher. Depois, pelo marido, que, por
entendimentos culturais adquiridos desde a infância, acredita ter a posse e o poder
sobre a esposa (SILVA; NADER; FRANCO, 2006, p. 235).
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A mulher brasileira sofre praticamente todo tipo de violência, desde agressões verbais até
surras, que é um desdobramento da submissão dela ao próprio marido a que está exposta
desde que se casa com ele, sendo amplamente aceita pela sociedade patriarcal. É uma cultura
de violência grave, que vem perdendo força graças ao avanço da educação, que contribui para
que a população, até mesmo a masculina, perceba que é um erro aplicar castigos físicos e
psicológicos aos erros das mulheres casadas ou solteiras. Contudo, uma pesquisa recente
efetuada pela Datafolha, divulgada no dia 21 de setembro de 2016, revela que de cada três
homens brasileiros um considera que a violência que a mulher sofre é de culpa
exclusivamente dela. “A mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for
estuprada” é a frase mais comum que foi ouvida pelos pesquisadores. Esse fato reitera que a
imposição de gênero pela sociedade legaliza as formas de violência para subjugar a mulher,
colocando a ela culpa por sua própria condição e que ela deve aceitar assim (MENA, 2016).
O estupro é a forma de punir e realizar julgamento violento contra a mulher. No Brasil, ainda
segundo a Datafolha, uma mulher é estuprada a cada onze minutos, totalizando praticamente
50 mil crimes registrados desse tipo por ano no país. O que piora nesse quadro é que 70% dos
casos de estupro, a vítima é uma criança ou adolescente que, por sua vez, pertence às classes
sociais mais desfavorecidas economicamente, o que reflete o chamado déficit civilizatório
brasileiro, que causa uma profunda e tolerada cultura de violência entre os gêneros (MENA,
2016).
Hoje, as mulheres são protegidas por lei, a exemplo da Lei Maria da Penha, entretanto,
mesmo com o advento da lei 11.340, sancionada em 2006 e conhecida como Lei Maria da
Penha, que dá amparo a mulheres vítimas de violência e que constituiu um ponto de partida
para a discussão acerca da violência doméstica, do sexismo e da discriminação de gênero no
universo escolar, na maioria das vezes as mulheres não denunciam seus companheiros, por
medo, por dependência financeira, por não confiar na eficiência da lei ou outro motivo que as
impede de romper o relacionamento abusivo, essas relações são fruto da relação de poder que
existe entre homens e mulheres, onde o homem, dominador, sente que tem posse sobre a
mulher e filhos. Todavia, vale mencionar que não existe nenhuma lei específica para a área da
educação que estabeleça a obrigatoriedade do professor trabalhar com questões de gênero em
sala de aula.
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Não se pode simplesmente ignorar, como diz Sarti (1985) a existência da diversidade de
gênero e das violências ocorridas, este tema precisa ser trabalhado para que se desconstruam
as imposições do que é visto como normal, e se destruam os preconceitos em relação ao
gênero, é importante que as escolas brasileiras se empenhem no tocante à discussão em sala
de aula acerca do preconceito de gênero e da violência contra a mulher.
2 MATERIAL E MÉTODOS
Ao analisar a questão de gênero, pode-se observar que a sociedade constrói comportamentos
aceitáveis e também esta é moldada por outros advindos de mídias comunicativas e de outras
fontes, por exemplo. A manutenção da dicotomia homem/mulher, macho/fêmea, menino
competitivo/menina passiva é de suma importância para a própria sobrevivência da sociedade
e dos valores que a norteiam.
Como fora dito, a literatura é a fonte primordial para a manutenção da diferenciação entre
mulheres e homens, pois os textos colocam sempre como protagonistas rapazes que tomam
iniciativas de resolver um ou mais problemas que surgem na narrativa ou que comentam sobre
a suposta superioridade masculina, como condição para a sobrevivência de grupos. A mulher
tem a importância apenas como reprodutora de seres humanos e de estimuladora da libido do
homem, para que este tenha a missão de realizar a continuidade da espécie humana. Isso não
pode ser rompido.
A cultura e a educação, também reforçam o estereótipo, assim como as mídias comunicativas
e outras ideologias que são formuladas praticamente todos os anos. O machismo e o
patriarcalismo se instalam e evoluiu para o chamado sexismo, uma forma de identidade que
reforça a diferenciação entre homem e mulher e que um é considerado inferior ao outro.
A abordagem sobre a diferenciação de gênero parte da pesquisa de vários artigos, em geral
elaborados em universidades brasileiras, que exploram com mais concisão sobre a atual
conjuntura sexual da sociedade. Esta pesquisa parte do livro “Gênero & Sexismo”, da
organizadora Maria Beatriz Nader (2014), que discute como o gênero é criado tendo em vista
a submissão e a exploração da psique da mulher. Os outros artigos, que muitos deles são teses
14
de doutorado, aprofundam sobre o tema e trazem as possíveis soluções para a superação dessa
realidade.
O método de revisão bibliográfica é adotado neste trabalho, por ser mais confiável e de
alcançar várias esferas de conhecimento e de lugares diversos sem precisar sair a campo para
muito longe, o que poderia render menos a pesquisa ou atrasar compilação de dados. A leitura
de vários artigos fomenta a percepção de crítica dos textos o que ajuda a realizar análises mais
seguras, extraindo o que é mais importante para discutir o tema proposto.
Os autores destacam os pontos negativos da cultura de gênero na sociedade ocidental, pois é
responsável por justificar a continuidade da violência contra a mulher e contra os indivíduos
que não se ajustam ao modelo social vigente. Contra a chamada ditadura do gênero se
levantaram importantes movimentos, como o feminismo, a cultura LGBT, e outros de
minorias de negros e indígenas que não são representados pelo comportamento padrão.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A imposição de gênero pela sociedade é vista por muitos autores e autoras como uma
violência, e como tal deve ser combatida; assim, o gênero deve ser suprimido da sociedade
para que todas as pessoas, mulheres e homens, sejam mais iguais e reciprocamente
responsáveis uns pelos outros. De fato, o sexo do indivíduo é a justificativa para adoção de
comportamentos do gênero apropriado para ele, sendo este educado desde a mais tenra idade
para agir conforme a chamada cultura sexual, e também adotando a submissão ou a
dominação de acordo com o gênero imposto à sua sexualidade.
A sociedade humana, dessa forma, adota o gênero para manter em curso a natural reprodução
de seus indivíduos constituintes, e para se distinguir de outros.
É grave o déficit civilizatório por que a sociedade brasileira passa. Para completar os dados
sobre a violência contra as brasileiras, às inúmeras pesquisas realizadas apontam que de cada
cinco mulheres, três já sofreram algum tipo de violência em relacionamentos. Isso demonstra
que 56% dos homens admitem que já cometeram algumas dessas formas de agressão por
15
muitos motivos, apontando uma das razões a independência da mulher, que esta é estimulada
pelas mídias comunicativas que estimulam o consumismo feminino.
No ano de 2015, segundo o Ligue 180, em 72% dos casos de violência contra as brasileiras, as
agressões foram cometidas por homens com quem as vítimas mantêm ou mantiveram uma
relação afetiva. Desse total, 50,16% foram de violência física; 30,33%, de violência
psicológica; 7,25%, violência moral; 2,10%, violência patrimonial; 4,54%, violência sexual;
5,17%, cárcere privado; e apenas 0,46% referiram-se a tráfico de mulheres (COMPROMISSO
E ATITUDE, 2016).
A violência de gênero no Brasil espelha o que acontece no mundo. Segundo a Organização
Mundial da Saúde, pesquisas internacionais realizadas em 35 países nos anos finais do século
XX revelaram que entre 10 a 52% das mulheres foram agredidas fisicamente pelo parceiro em
algum momento de suas vidas, e entre 10 e 30% havia sido também vítimas de violência
sexual por parte de seus parceiros íntimos. Há inúmeros dados que revelam que as mulheres
menores de idade, de países subdesenvolvidos ou em via de desenvolvimento, são as que mais
sofrem com esse tipo de violência, o que lhes acarreta uma série de distúrbios emocionais que
podem estar associados com esse mal.
Completando, a violência doméstica tem sido associada com maiores taxas de mortalidade
neonatal e infantil e causa de morbidade, como desnutrição e aumento do número de casos de
doenças congênitas. A prática dessa violência contra a mulher, como vários estudos apontam,
tem efeito nocivo em toda a sociedade. As mulheres agredidas podem sofrer vários tipos de
incapacidade – passageira ou não – para o trabalho, redução de salários, isolamento,
discriminação ou humilhação pública e limitada capacidade de cuidar de si mesma e de seus
dependentes.
Os homens são os maiores responsáveis pela violência contra a mulher, porque historicamente
não assumem o zelo e o amor para com a espécie humana, como dizem muitos psicólogos
modernos, como Carl Rogers. Isso acontece porque desde cedo são submetidos à obediência a
seu pai ou a seu responsável em nome da diferenciação de gênero. Os meninos exigem a
atenção paterna e são rechaçados pelo genitor, o que acabam alimentando frustrações e
passam a utilizar o amor em outras formas, que acabam contribuindo para o exercício da
violência e a manutenção dos estereótipos para compensar essa falha de educação. Eles
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devem aprender a amar a si mesmos e aos outros para poder frear sua ânsia pela desforra
contra as discriminações.
A solução para o problema da violência da mulher reside principalmente na educação, que
promova o respeito a todos os tipos de diferença, seja ela sexual, racial e de pensamento. Dois
terços dos homens brasileiros, de acordo com o Datafolha, reprova a violência contra a
mulher e veem que ela é uma vítima do homem e não do que faz e uso para provocar
agressões contra ela; e isso é o poder da instrução escolar que desperta a conscientização, que,
por sua vez, faz as pessoas enxergarem o mal e como combatê-lo. O gênero é apontado como
o fator catalizador da violência entre os sexos e muitos movimentos feministas e
homossexuais aponta que esse elemento deve ser suprimido e todos deveriam se comportar de
acordo com as suas consciências.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todo o processo histórico de submissão das mulheres contribuiu para a perpetuação do
machismo até os dias atuais. A sociedade atual ainda entende o homem como provedor e a
mulher como dependente dele, mesmo após todas as conquistas femininas, a cultura patriarcal
ainda é muito enraizada na nossa sociedade e isto faz com que a objetificação do corpo
feminino persista.
Esta objetificação é muito destrutiva para as mulheres, pois faz com elas que odeiem seus
próprios corpos, além de promover a ideia da beleza diminuindo a capacidade das mulheres.
Isso precisa ser combatido, pois somente dessa forma as mulheres se afirmarão como
indivíduos completos e capazes, que podem muito mais do que ser objetos do prazer
masculino, o combate dessa cultura se dá pelo reconhecimento do problema, sua
problematização e a resistência todos os dias.
A imposição de gênero também afeta os homens que não se enquadram no perfil masculino e
patriarcal adotado pela sociedade. Esse perfil impõe que todos os homens demonstram
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sentimentos mais defensivos quanto às emoções que sentem e que sejam amplamente
competitivos, para fazer engendrar a evolução do mundo como um todo.
As mulheres tiveram de lutar pelo direito a educação, que só foi alcançado muito tardiamente,
foi no início do século XIX onde o feminismo começou a lutar pelo direito à educação
feminina. Nessa época, não era permitido às mulheres aprender a ler e a escrever. No Brasil,
1827 foi o ano em que as mulheres foi autorizadas constitucionalmente a estudar, no Rio
Grande do Norte. Nísia Floresta Augusta foi a primeira mulher a iniciar um movimento
feminino no Brasil, atingindo seu objetivo neste ano.
O feminismo é um movimento que procura resgatar a dignidade da mulher, fornecendo a ela
as mesmas características que definem a masculinidade, como forma de se igualar aos homens
e de criar para si uma esfera de defesa contra as violências que sofrem. Por muitos motivos, o
feminismo é duramente criticado por reforçar a cultura do gênero dos sexos humanos e não
foi muito abordado nesta pesquisa.
Suprimir o gênero não é a solução, que é uma identidade que cada sexo adota para se tornar
parte dos grupos e da sociedade. O gênero deve ser de livre adoção pela pessoa humana como
forma de se identificar e realizar atividades e não uma justificativa como sempre vem sendo.
Assumir papéis sexuais é de responsabilidade de cada pessoa e isso não deve ser mais critério
para divisões entre elas. As mídias comunicativas estão contribuindo para a valorização do
espaço pessoal, pois muitos de seus programas mostram exemplos de vários lugares, que é
possível a convivência sexual diversificada e adotando-a não causará problemas para
ninguém. Todos devem ter a liberdade de sentir e não ser culpados por isso, porque não
afetará sua sexualidade e o gênero se torna uma opção de vivência de emoções.
A legislação educacional precisa avançar, para que os alunos tenham acesso a uma educação
voltada para o respeito e a igualdade entre os gêneros desde a infância. Assim, teríamos um
país mais justo e igualitário. Ao perceber o valor da mulher, superando as limitações do
gênero, os homens passarão a valorizá-la como é e isso contribuirá para a gradual supressão
da violência feminina, que desde já deve ser combatida com leis rígidas e conscientização.
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