PERFIS ECONÔMICOS E CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO PARA O ESTADO DE PERNAMBUCO, COM ÊNFASE NA MESORREGIÃO DA ZONA DA MATA Cultura Relatório setorial integrante do Projeto “Economia de Pernambuco: Uma Contribuição para o Futuro”, Governo do Estado, Secretaria de Planejamento, PROMATA, 2006 Gustavo Maia Gomes Recife, agosto de 2005 1. Introdução ................................................................................................................. 3 2. Panorama mundial da cultura como atividade econômica ....................................... 4 3. Cultura como atividade econômica: o caso do Brasil............................................... 7 4. Cultura como atividade econômica: o caso de Pernambuco .................................. 12 5. Principais Atividades Culturais .............................................................................. 19 6. Eventos Culturais.................................................................................................... 25 7. Política cultural no Estado ...................................................................................... 37 8. Infra-estrutura cultural em Pernambuco: museus ................................................... 39 9. Anexos .................................................................................................................... 43 2 1. Introdução Muitas manifestações artístico-culturais nacionalmente destacadas são originárias de Pernambuco. Este relatório faz um inventário de algumas destas manifestações, ao mesmo tempo em que procura documentar qualitativa e estatisticamente a importância da cultura ou do setor de indústria criativa na economia do Estado. É sabido que a cultura popular pernambucana tem sido mantida em suas linhas essenciais, não correndo o risco de desaparecer; ao mesmo tempo, entretanto, muitos artistas e grupos artísticos locais se inseriram em circuitos internacionais mais amplos, assim como desenvolveram formas de expressão de vanguarda. Esta combinação entre tradicionalismo e experimentação tem trazido frutos importantes e está consolidando a cultura como fonte de geração de renda e de empregos para os pernambucanos. Infelizmente, a base estatística ainda é insuficiente para dar conta da expressão econômica de nossas atividades culturais. Mesmo assim, algumas estimativas foram feitas e estão incorporadas ao presente trabalho. O relatório se inicia (seção 2, em seguida a esta Introdução) com uma breve notícia sobre a importância da cultura na economia e no comércio mundiais. Panoramas semelhantes são traçados, nas seções 3 e 4, sobre o Brasil e Pernambuco. A partir da seção 4, o foco se restringe ao Estado. Na seção 5, a principais atividades culturais desenvolvidas em Pernambuco são relacionadas; em seguida (seção 6), os eventos culturais mais importantes do Estado são descritos. Na seção 7, as atividades e os eventos de alguns municípios selecionados são, também, objeto de exposição. A política cultural do Estado é brevemente descrita na seção 8; as instituições que cuidam da cultura em Pernambuco são relacionadas na seção 9. Alguma coisa que está sendo chamada de infra-estrutura cultural de Pernambuco é objeto de atenção na seção 10. Finalmente, a seção 11 discute os futuros possíveis da cultura enquanto atividade econômica em nosso Estado, culminando com recomendações de ações públicas em defesa da cultura. 3 2. Panorama mundial da cultura como atividade econômica Considerada como atividade econômica, a cultura se refere à produção de bens e serviços que compartilham uma ou várias das seguintes qualidades: refletem valores e costumes característicos de um povo, provocam o prazer estético e difundem informações. A indústria cultural é o conjunto de pessoas, instituições e empresas que, juntas, produzem a cultura enquanto bem ou serviço econômico. Fazem parte desta indústria os meios de comunicação de massa (imprensa, radio, televisão, multimídias) e os produtores diretos ou indiretos de livros, teatro, cinema, música, espetáculos em geral, artesanato, design, moda, arquitetura, esportes, instrumentos musicais, equipamentos esportivos e turismo cultural. A indústria cultural utiliza intensivamente o trabalho e o conhecimento especializado; ela cria empregos e gera riqueza, estimulando o exercício da criatividade. As artes cênicas, os espetáculos, a literatura, o artesanato, a difusão de informações, todos produtos da indústria cultural, contribuem para a manutenção das tradições de um povo e para o exercício da cidadania. No mundo, especialmente a partir da década de 1990, a indústria cultural tem crescido exponencialmente, tanto em número de pessoas nela ocupadas quanto em relação ao produto interno bruto do conjunto de países. Tanto a cultura quanto, incidentalmente, o turismo geram produtos de demanda altamente elástica, em relação à renda e aos preços. Embora cada um possa progredir sem o outro, as vantagens de associá-los são enormes. O turismo é, essencialmente, uma exportação de serviços (em muito menor escala, também de bens materiais); a cultura produz bens e serviços cujo maior limitante à expansão é o tamanho do mercado. Uma indústria cultural original, inovadora, em grande atividade, pode funcionar como um poderoso estímulo ao turismo; o turismo em expansão significará, por seu turno, um fator de crescimento da indústria cultural. A Unesco, órgão das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura, tem levantado informações que mostram que a produção e o comércio internacional de bens culturais cresce exponencialmente. Entre 1980 e 1998, o valor anual das vendas do conjunto de bens e serviços representados por material impresso, literatura, música, artes visuais, cinema, fotografia, rádio, televisão, jogos eletrônicos e esportes passou de US$95 bilhões para US$388 bilhões.1 Embora não existam dados mais recentes, os sinais são de que a produção e o comércio internacional de bens produzidos pela indústria cultural tenham tido crescimento ainda mais intenso, nos últimos cinco anos. A maior parte desse comércio, entretanto, se dá entre poucos países: mais da metade dele, apenas entre os Estados Unidos, o Japão, a Alemanha e o Reino Unido, os maiores exportadores. (A França tem lugar de destaque, entre os países importadores.) Desde o início do presente século, a China tem aparecido com participação crescente nesse mercado, sendo responsável por 53% do crescimento das exportações mundiais de bens e serviços culturais e por 57 do crescimento das importações desses mesmos bens. (Unesco). 1 UNESCO, Study on International Flows of Cultural Goods, 1980-98, Paris, 2000. 4 Figura 1 Comércio mundial de bens culturais, 1980-98 (Em US$ milhões) Fonte: Unesco Deve ser enfatizado que os dados acima não contemplam inteiramente a enorme expansão, ocorrida a partir dos anos 1990, na produção de multimídias, audiovisuais, softwares e outros bens e serviços protegidos por direitos autorais. Sempre de acordo com a Unesco, os US$39 bilhões de dólares de vendas de gravações musicais, em 1998, comparados com US$27 bilhões, em 1991 (em 70 países pesquisados) “refletem o crescimento das indústrias baseadas em conteúdo e a ordem de grandeza do comércio mundial total, hoje. Em 1996, os produtos culturais (filmes, música, programas de televisão, livros, jornais e softwares de computador) se tornaram o mais importante item das exportações dos Estados Unidos superando, pela primeira vez, todas as outras atividades tradicionais, incluindo a produção de automóveis, a agricultura, e as indústrias aeroespacial e de defesa.”2 Ou, como ressalta Carla Fonseca Reis: “a percepção de que a cultura é a mola propulsora e o amalgama do desenvolvimento sustentável, é um fator de vantagem competitiva de vários paises. Em 1997, a Grã-Bretanha [tentou] encontrar um substituto para a indústria manufatureira nacional, cada vez mais combalida pela concorrência internacional. Foi justamente na cultura, através das indústrias criativas, que a GrãBretanha lançou suas esperanças – e investimentos. Desde então, o setor tem crescido a um ritmo vertiginoso, garantindo o crescimento da economia. Entre 1997 e 2000, por exemplo, a taxa de crescimento das indústrias criativas foi de 7,9% do PIB, contra 2,8% da economia. Em 2000, o setor rendeu £8,7 bilhões em exportações. O desemprego, a grande praga que atinge a economia européia, também tem sido combatido através da 2 Unesco, “25 questions on culture, trade and globalization”, em http://portal.unesco.org/culture/ 5 cultura. Entre 1997 e 2001, o emprego nas indústrias criativas teve uma taxa média de crescimento de 5% ao ano, representando 1,95 milhão de empregos em 2000.”3 Ana Carla Fonseca Reis, “Economia da cultura”, em http://www.Culturaemercado.com.br/ 3 6 3. Cultura como atividade econômica: o caso do Brasil Não é possível, ainda, traçar um panorama quantitativo geral da evolução, no Brasil, da indústria cultural ou criativa, pela inexistência de informações estatísticas mínimas sobre o assunto. Esta seção trata, portanto, de discutir alguns aspectos parciais do tema.4 Estima-se que existam no Brasil (2003) cerca de 460 mil pessoas ocupadas, formal e informalmente, nos principais segmentos da indústria criativa. Ao final da década de noventa, segundo estudo da Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos do Ipea, havia no Brasil cerca de 435 mil pessoas cujo trabalho principal estava relacionado com as atividades culturais / criativas, incluindo os trabalhadores formais e informais. Comparando-se o ano de 1999 com o de 1996, o número de pessoas ocupadas nessas atividades aumentou em 19%. De 1996 a 2003, o incremento estimado é de 26%. Em relação ao conjunto de pessoas ocupadas do Brasil, a participação da cultura é de cerca de 0,6% do total das ocupações, o que mostra que seu espaço é ainda reduzido, no universo das ocupações. Tabela 1 Brasil Pessoas Ocupadas em Indústrias Culturais / Criativas no Trabalho Principal, 1996-1998-1999-2003 2003 Variáveis/Ano 1996 1998 1999 (ver Nota) Pessoas Ocupadas em Cultura 362.474 415.878 434.894 459.965 Massa de Rendimento Mensal do Trabalho Principal (R$ 1000) 360.281 379.040 393.387 416.065 Massa de Rendimento Mensal de todos os Trabalhos (R$ 1000) 380.228 394.589 409.556 433.166 Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar/PNAD / Elaboração do IPEA / Dirur Obs: Valores em R$ dezembro 2001. NOTA: Para 2003, estimativas do autor, com base nas relações estruturais observadas em 1999 e no total de pessoas ocupadas medido pela PNAD 2003 A participação percentual da massa de rendimento desses trabalhadores no total dos rendimentos provenientes do trabalho no Brasil é maior do que do o número de pessoas 4 A elaboração de um panorama da indústria cultural (ou criativa) no Brasil, e de sua evolução ao longo do tempo, apresenta dificuldades especiais, devido à falta de uma base estatística adequada. Em 1998, a Fundação João Pinheiro produziu, para o Ministério da Cultura, uma estimativa do PIB cultural no Brasil. Existe a informação de que o mesmo Ministério, em conjunto com o IBGE e o Ipea, pretende atualizar este cálculo, os primeiros resultados tendo sido prometidos para o corrente ano. Um levantamento exploratório, voltado para a questão do emprego, foi feito pelo Ipea (Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos), como parte de sua contribuição a um seminário internacional sobre o tema. Este trabalho (Ipea-Dirur, “Seis estudos sobre cultura e desenvolvimento municipal”, texto de apoio ao Seminário Internacional Cultura, Inclusão e Desenvolvimento, promovido pela Unesco, o Centro Cultural do Banco do Brasil, o IPEA e a Fundação Joaquim Nabuco; Recife, 27-29 de agosto de 2002) foi, sempre que possível, atualizado e utilizado nesta seção e na seguinte. Em aspectos que não foi possível atualizar, a utilização do trabalho citado ampla e irrestrita. 7 ocupadas. Enquanto, em 1999, a participação de pessoas ocupadas que tinham na cultura seu trabalho principal era de 0,588%, a massa de rendimento do trabalho principal foi de 0,86% e somado com os rendimentos dos demais trabalhos desse contingente o percentual passou para quase 0,9% do total de rendimento do trabalho no Brasil. Estes percentuais foram mantidos na atualização dos dados para 2003. Assim, em 2003, o rendimento médio do trabalho principal das pessoas ocupadas em cultura foi quase 50% maior do que a média brasileira e o rendimento dessas pessoas em todos os trabalhos foi superior em mais de 52%. Um fato significativo é que essa relação entre os valores dos rendimentos das pessoas ocupadas em cultura e os valores médios do conjunto das ocupações parece ter aumentado ao longo da segunda metade da década de noventa de forma consistente. Enquanto, em 1995, o rendimento médio do trabalho principal das pessoas ocupadas era 37% mais alto do que a média de todas as ocupações, em 1999, esse percentual aumentou em dez pontos percentuais. Tabela 2 Brasil Pessoas Ocupadas em Indústrias Culturais / Criativas no Trabalho Principal em Relação às Pessoas Ocupadas ao Conjunto de Ocupações, 1996-1998-1999-2003 (Em percentual) 2003 Variáveis/Ano 1995 1996 1998 1999 (ver Nota) Participação das Pessoas Ocupadas 0,54 0,52 0,60 0,58 0,58 Participação na Massa de Rendimento Mensal do Trabalho Principal 0,74 0,71 0,79 0,86 0,86 Participação na Massa de Rendimento Mensal de todos os Trabalhos 0,81 0,75 0,82 0,89 0,89 Relação entre os Rendimentos Médios Mensais do Trabalho Principal 137 135 131 147 147 Relação entre os Rendimentos Médios Mensais de todos Trabalhos 149 142 136 152 152 Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar/PNAD / Elaboração do IPEA / Dirur Obs: Valores em R$ dezembro 2001. NOTA: Para 2003, estimativas do autor, com base nas relações estruturais observadas em 1999 e no total de pessoas ocupadas medido pela PNAD 2003 Um dado relevante é que “a participação média dos homens nas ocupações selecionadas para representar o universo cultural no Brasil foi de quase 64%, ao longo dos anos entre 1996 e 1999, tendo seu ápice em 1997. Em termos de massa de rendimento, seja aquela proveniente do trabalho principal, sejam de todos os trabalhos, a participação masculina é, em média, superior em 4% à encontrada para sua participação em termos de número de ocupações masculinas. Assim, enquanto em 1999 os homens representaram 63,1% do total de ocupações em cultura, a sua participação na massa de rendimentos foi de 67,3%”. Visto em termos de valores médios, em 1999, o rendimento dos homens ocupados em cultura foi de R$964, o das mulheres foi de R$803, ou seja, um diferencial de mais de R$160, representando um valor do rendimento para os homens em relação às mulheres superior em 20%. 8 Por sua vez, o número de anos de estudo das mulheres é maior do que o dos homens. Em média, a população feminina ocupada em atividades culturais tem 1,6 ano de estudo a mais do que a masculina. Em termos de idade média, a das mulheres ocupadas em cultura também é superior à masculina, mas a diferença é menor do que a encontrada para o tempo de escolaridade. Entre as ocupações culturais e criativas, as categorias dos músicos, artesãos e profissionais ligados à fotografia são as que apresentam maior participação relativa no número total de pessoas ocupadas. Somadas as representatividades médias dessas três categorias no período entre os anos 1996 e 1999, obtém-se mais de 50 por cento de todas as pessoas ocupadas em cultura e indústrias criativas na semana de referência da PNAD, tendo cada uma delas, respectivamente, 18,9%, 17,5% e 15,1%. Em seguida, em termos de participação no total de pessoas ocupadas, estão os técnicos em artes cênicas, os artistas plásticos e os artistas de teatro, cinema e televisão, com os seguintes percentuais: 10,1%, 7,2% e 6,8%, nessa ordem. Em termos de crescimento do número de pessoas ocupadas em cada uma das ocupações culturais, observa-se que a que teve maior incremento, entre os anos 1996 e 1999, foi dos Artistas de Circo, que quadruplicou seu número de profissionais e a de Técnico em Comunicação que, no último ano, apresentou uma quantidade quase uma vez e meia maior do que em 1996. Também chamam a atenção os Empresários e Produtores Artísticos, com um aumento de 80%, e os Artistas Plásticos e os Artesãos, que apresentaram um crescimento de 62% e 50% no período. Por outro lado, três ocupações do conjunto analisadas sofreram uma perda absoluta no número de pessoas ocupadas: os Museólogos, Bibliotecários e os profissionais de fotografia, cujos percentuais negativos foram de 21%, 17% e 11%, respectivamente. 9 Tabela 2 Brasil Pessoas Ocupadas em Indústrias Culturais / Criativas no Trabalho Principal por Ocupações Selecionadas, 1996-1998-1999-2003 Variáveis/Ano 1996 1998 1999 2003 Total das Ocupações Selecionadas 362.474 415.878 434.894 459.965 Artistas Plásticos 24.156 24.992 39.280 41.544 6,7% 6,0% 9,0% 9,0% 56.985 81.248 85.451 90.377 15,7% 19,5% 19,6% 19,6% 24.020 24.633 24.760 26.187 6,6% 5,9% 5,7% 5,7% 64.708 58.868 53.442 56.523 17,9% 14,2% 12,3% 12,3% 66.907 89.338 72.062 76.216 18,5% 21,5% 16,6% 16,6% 24.554 31.566 28.400 30.037 6,8% 7,6% 6,5% 6,5% 866 2.503 4.200 4.442 0,2% 0,6% 1,0% 1,0% 19.452 20.691 26.508 28.036 5,4% 5,0% 6,1% 6,1% 10.526 10.790 19.330 20.444 2,9% 2,6% 4,4% 4,4% 38.918 36.359 40.082 42.393 10,7% 8,7% 9,2% 9,2% 20.621 16.253 18.329 19.386 5,7% 3,9% 4,2% 4,2% 1.736 780 1.363 1.442 0,5% 0,2% 0,3% 0,3% 9.025 17.857 21.687 22.937 2,5% 4,3% 5,0% 5,0% Participação no Total Artesãos Participação no Total Cenógrafos Participação no Total Fotografia Participação no Total Música Participação no Total Artistas Cênicos Participação no Total Circenses Participação no Total Repórteres e Locutores Participação no Total Empresários e Produtores Participação no Total Técnicos em Artes Cênicas Participação no Total Bibliotecários Participação no Total Museólogos Participação no Total Técnicos Em Comunicação Participação no Total Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar/PNAD / Elaboração do IPEA / Dirur Obs: Valores em R$ dezembro 2001. NOTA: Para 2003, estimativas do autor, com base nas relações estruturais observadas em 1999 e no total de pessoas ocupadas medido pela PNAD 2003 São predominantemente masculinas algumas das ocupações selecionadas, como os Artistas de Circo, Músicos e Técnicos em Artes Cênicas cujo percentual de homens é de cerca de 90% do total de pessoas ocupadas. Entre os Fotógrafos, a presença masculina também é muito forte, mas vem decrescendo ao longo da segunda metade da década de noventa. Já na ocupação de Diretor de Espetáculos, a trajetória é no sentido inverso, ou seja, os homens vêm ganhando cada vez mais espaço, tendo aumentado em quase quinze pontos percentuais sua participação, entre os anos 1995 e 1999. 10 Predominam as mulheres na ocupação dos arquivologistas, respondendo por mais de 90% do total de pessoas. Também entre os Artistas Plásticos as mulheres têm uma participação maior do que a dos homens, sendo responsáveis, em 1999, por mais de 65% do total da ocupação. Entre os Artistas de Teatro, Rádio e Televisão, Cenógrafos, a divisão entre os homens e mulheres no total de pessoas ocupadas é mais equilibrada, ficando a participação meio a meio. A escassez de informações quantitativas sobre as atividades culturais e criativas, no Brasil, é reconhecida oficialmente. Além da anunciada iniciativa de calcular o PIB da cultura (atualizando as informações estimadas pela Fundação João Pinheiro para 1994), o Ministério da Cultura está montando um Sistema Nacional de Cultura, cujo objetivo é “implementar uma política pública de cultura democrática e permanente, pactuada entre os entes da federação, e com a participação da sociedade civil, de modo a estabelecer e efetivar o Plano Nacional de Cultura, promovendo desenvolvimento com pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional.” 11 4. Cultura como atividade econômica: o caso de Pernambuco Em Pernambuco, foram originadas manifestações culturais populares como o frevo e o maracatu, que se mantém vivas. Nos campos da música, do artesanato, da dança, da literatura de cordel, o Estado registra intensa atividade, destacando-se no País. Movimentos artísticos de vanguarda, como o Mangue Beat, foram criados em Pernambuco. A grande questão é transformar todo este potencial em atividades econômicas pujantes, capazes de contribuir para o desenvolvimento do Estado. O Estado de Pernambuco é uma das principais referências da diversidade que caracteriza a cultura nacional. Trata-se de uma vocação explicada pela mistura entre o barroco português e o misticismo religioso de origem africana. Desse contexto, nascem os diversos ritmos e as variadas manifestações da cultura pernambucana, destacando-se o frevo, o maracatu, os caboclinhos, o coco de roda, o bumba-meu-boi, o cavalo marinho, os afoxés e tantos outros. Dentro dessa diversidade de ritmos e manifestações que possuem a música como pano de fundo, não se pode deixar de registrar a força adquirida ao longo do tempo em áreas como as artes plásticas, as artes cênicas, o audiovisual, o patrimônio histórico-artístico e os grandes eventos multiculturais. Este capítulo esboça uma breve radiografia do panorama cultural de Pernambuco. Componentes do arranjo da cultura Uma classificação geral aponta os seguintes principais componentes da cadeia produtiva da cultura, todos eles, em maior ou menor grau, ocorrentes em Pernambuco: Folclore 1 - Escolas de Samba, maracatus, caboclinhos 2 - Circo 3 – Mamulengo 4 - Rodeio Teatro 5 - Direção, dramaturgia, representação e encenação 6 - Cenografia e Figurino 7 - Iluminação, sonoplastia e serviços de apoio Cinema e Vídeo 8 - Direção geral, roteirização e direção de arte 9 - Fotografia, montegem/edição e efeitos especiais 10 – Produção 11 - Operação de som, de steady e serviços especiais Fotografia 12 - Produção e realização de fotografia 12 Música 13 – Composição 14 - Condução e Instrumentalização 15 - Fabricação de Instrumentos Musicais 16 - Canto 17 - Produção Musical e gravação Dança 18 - Dança e coreografia 19 - Academias Pintura 20 - Criação e Produção 21 - Agenciamento e galeria 22 - Molduras e Materiais 23 - Crítica e Curadoria Literatura 24 - Criação e Realização 25 - Edição, distribuição e comercialização Restauração 26 - Restauração de prédios antigos e monumentos 27 - Restauração de esculturas, pinturas e livros Moda 28 - Estilistas e Designers 29 - Modelos e Organizadores de eventos Admitindo que as relações estruturais observadas ao final da década passada ainda se mantenham válidas, Pernambuco responde por quase cinco por cento do total das ocupações formais e informais em cultura do Brasil e por 18% da região Nordeste, segundo dados da PNAD. As principais ocupações relacionadas à cultura no Estado são as dos artesões e dos músicos que, juntas, representam metade das pessoas ocupadas em Pernambuco. Pernambuco é responsável por 6% dos músicos brasileiros e por quase 17% dos nordestinos enquanto os artesões do Estado representam 7% do Brasil e regionalmente respondem por 17% das pessoas ocupadas nessa categoria. 13 Tabela 3 Brasil, Nordeste e Pernambuco Emprego Formal e Informal: Quantidade e Percentual das Pessoas Ocupadas com Trabalho Principal Classificado como Cultura, 2003 Tipo de Ocupação/Ano Conjunto das Ocupações Selecionadas Proporção das Ocupações no Brasil Brasil Proporção das Ocupações no Nordeste Nordeste Pernambuco Proporção das Ocupações em Pernambuco Participação de Pernambuco no Brasil Participação de Pernambuco no Norte 459.965 100,0 121.073 100,0 21.993 100,0 4,8 18,2 Artistas Plásticos 4.154 0,9 4.456 3,7 619 2,8 14,9 13,9 Artesões 90.377 19,6 37.545 31,0 6.380 29,0 7,1 17,0 Cenógrafos 2.619 0,6 3.526 2,9 824 3,7 31,5 23,4 Fotografia 56.523 12,3 13.784 11,4 3.439 15,6 6,1 25,0 Música 76.216 16,6 2.719 2,2 4.466 20,3 5,9 164,3 Artistas Cênicos 300 0,1 6.735 5,6 824 3,7 274,3 12,2 Circenses 44 0,0 - - - - - Repórteres e Locutores 28.036 6,1 690 0,6 735 3,3 2,6 106,6 Empresários e Produtores 2.044 0,4 3.961 3,3 1.264 5,7 61,8 31,9 Técnicos em Artes Cênicas 42.393 9,2 10.038 8,3 1.236 5,6 2,9 12,3 Bibliotecários 19.386 4,2 5.228 4,3 147 0,7 0,8 2,8 Museólogos 1.442 0,3 218 0,2 - - - - Técnicos em Comunicação 22.937 5,0 1.493 1,2 735 3,3 3,2 49,2 Fonte: Estimativas do autor, a partir dos dados do IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar/PNAD 1999 14 Tabela 4 Pernambuco Rendimento Médio Mensal das Pessoas Ocupadas em Cultura, 1999 (Em R$) Tipo de Ocupação/Ano Brasil Pernambuco Proporção de Pernambuco no Brasil Conjunto das Ocupações Selecionadas 688,1 445,6 64,8% Artistas Plásticos 524,9 466,7 88,9% Artesões 264,2 199,6 75,5% Cenógrafos 815,8 369,4 45,3% Fotografia 677,6 565,1 83,4% Música 639,6 273,1 42,7% Artistas Cênicos 625,0 1.694,5 271,1% Circenses 870,7 Repórteres e Locutores 603,1 1.143,9 189,7% 2.256,4 451,0 20,0% Técnicos em Artes Cênicas 520,0 374,1 71,9% Bibliotecários 828,4 493,4 59,6% Museólogos 997,7 1.056,1 65,2% Empresários e Produtores Técnicos em Comunicação 1.621,0 Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar/PNAD No último dado que foi possível calcular, o rendimento médio das pessoas ocupadas em cultura em Pernambuco correspondia a 65% da média nacional. Apenas os artistas cênicos e os repórteres e locutores tinham uma média de rendimento superior à brasileira em suas ocupações. Os artesãos pernambucanos recebiam em média um rendimento do seu trabalho equivalente a 75,5% da média brasileira. Já os músicos, segunda maior categoria em termos de pessoas ocupadas no Estado, tinham um rendimento médio inferior à metade da média nacional. Os empresários e produtores artísticos são quem recebem a menor proporção da média do rendimento nacional, com um percentual de apenas 20%. A PNAD capta tanto o emprego formal quanto o informal. Se utilizarmos os dados da RAIS, entretanto, apenas o emprego formal é quantificado. Nas próximas tabelas, são apresentados os dados do pessoal ocupado em cultura, a partir das informações da RAIS, que inclui apenas as pessoas ocupadas que estavam trabalhando em 31 de dezembro de 1999 em estabelecimentos registrados na Junta Comercial e na Receita Federal. Constata-se a alta informalidade no setor cultural. O número de pessoas ocupadas, segundo a RAIS, corresponde a apenas 4% da quantidade obtida pela PNAD. Também pela RAIS, os músicos formam a categoria mais numerosa do Estado, correspondente a 43% do total de emprego formal em cultura de Pernambuco. Em seguida estão os bibliotecários e arquivologistas que participam com 25% do total. Para o conjunto das ocupações relacionadas com a cultura, 40% concluíram o nível superior e outros 25% têm o segundo grau completo. As classes dos bibliotecários e 15 arquivologistas e dos músicos são as que apresentam maior percentual de pessoas com nível superior. 16 Tabela 5 Pernambuco Emprego Formal: Quantidade de Pessoas Ocupadas por nível de Instrução, 1999 Quantidade Artista Plástico Fotógrafo Músico Coreógrafo Ator e Diretor Empresários e Produtores Analfabeto 2 2 5 1 0 0 4ª série incompleta 2 0 29 0 0 4 4ª série completa 3 6 29 1 0 8ª série incompleta 4 10 24 1 0 8ª série completa 10 12 43 1 2º grau incompleto 5 26 22 2º grau completo 12 58 Superior incompleto 1 13 Superior completo 2 Total 41 Artista de Circo Outros Bibliotecário e arquivologista Total 1 0 11 0 0 0 35 2 0 1 0 42 5 0 1 8 53 1 5 0 2 10 84 1 0 4 0 9 3 70 54 3 3 14 1 7 34 186 5 2 1 5 0 2 4 33 14 160 3 0 11 0 1 157 348 141 371 13 5 50 1 24 216 862 Proporção na ocupação Analfabeto 4,9% 1,4% 1,3% 7,7% 0,0% 0,0% 0,0% 4,2% 0,0% 1,3% 4ª série incompleta 4,9% 0,0% 7,8% 0,0% 0,0% 8,0% 0,0% 0,0% 0,0% 4,1% 4ª série completa 7,3% 4,3% 7,8% 7,7% 0,0% 4,0% 0,0% 4,2% 0,0% 4,9% 8ª série incompleta 9,8% 7,1% 6,5% 7,7% 0,0% 10,0% 0,0% 4,2% 3,7% 6,1% 8ª série completa 24,4% 8,5% 11,6% 7,7% 20,0% 10,0% 0,0% 8,3% 4,6% 9,7% 2º grau incompleto 12,2% 18,4% 5,9% 7,7% 0,0% 8,0% 0,0% 37,5% 1,4% 8,1% 2º grau completo 29,3% 41,1% 14,6% 23,1% 60,0% 28,0% 100,0% 29,2% 15,7% 21,6% Superior incompleto 2,4% 9,2% 1,3% 15,4% 20,0% 10,0% 0,0% 8,3% 1,9% 3,8% Superior completo 4,9% 9,9% 43,1% 23,1% 0,0% 22,0% 0,0% 4,2% 72,7% 40,4% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – Relação Anual de Informações Sociais Tabela 6 Pernambuco Emprego Formal: Rendimento Médio Mensal das Pessoas Ocupadas por nível de Instrução, 1999 Artista Plástico Fotógrafo Músico Coreógrafo Ator e Diretor Empresários e Produtores Analfabeto 8,20 6,59 9,47 1,86 0,00 0,00 4ª série incompleta 4,11 0,00 61,26 0,00 0,00 5,18 4ª série completa 7,15 80,73 53,06 1,05 0,00 8ª série incompleta 11,00 47,03 42,14 0,58 8ª série completa 42,96 61,12 83,33 2º grau incompleto 9,89 208,35 2º grau completo 30,62 Superior incompleto Superior completo Outros Bibliotecário e arquivologista 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 11,66 0,00 3,73 0,00 0,00 7,50 0,00 5,69 35,39 1,00 59,09 12,87 0,00 11,17 82,54 35,78 0,55 0,00 9,45 0,00 32,64 7,03 355,24 133,10 7,96 15,34 81,21 1,45 26,13 79,81 12,83 177,11 6,21 2,20 1,99 42,97 0,00 12,07 15,43 21,87 165,99 1.054,68 4,87 0,00 88,68 0,00 10,34 1.272,63 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – Relação Anual de Informações Sociais 18 Artista de Circo 5. Principais Atividades Culturais5 Abaixo são relacionadas algumas das principais atividades do cenário cultural de Pernambuco, por áreas específicas. Como a perspectiva de todo este trabalho é encarar a cultura como atividade econômica, geradora de emprego e renda para as pessoas nelas envolvidas como produtoras e de lazer, para os consumidores (pelo qual eles estão dispostos a pagar), na apresentação seguinte será destacado o potencial econômico de cada atividade. Artes Plásticas Pernambuco é reconhecido como um dos centros de maior destaque na produção cultural do Brasil. Nas artes visuais, em especial a pintura, destacam-se nomes consagrados como João Câmara e Romero Brito (residindo fora do Brasil), ao lado de grande número de pintores cujas galerias ou residências se localizam, predominantemente, em Olinda e Recife. Na escultura, Francisco Brennand é um nome internacional. Sua oficina da Várzea é um dos atrativos turísticos do Estado. Os grandes nomes da pintura e da escultura operam no circuito comercial, mas é importante reconhecer que nomes de menor destaque também vêm conseguindo se viabilizar economicamente com a neda de seus produtos. Nesse sentido, promoções anuais, como o Arte em Toda Parte, de Olinda são, não apenas, demonstrações da crescente comercialização de obras de arte em Pernambuco, mas também oportunidades valiosas para que novos nomes de artistas sejam insorporados ao circuito comercial. Cultura Popular A cultura popular em Pernambuco tem grande representatividade nacional, pela reconhecida qualidade de seus produtos, embora ainda esteja subdesenvolvida, enquanto atividade econômica. Na música, por exemplo, pode-se retirar o aspecto acentuado do “folclórico”, que alguns insistem em associar, para permitir que essas iniciativas tenham um veio mais “comercial”, sem que necessariamente percam as suas raízes. Uma excelente referência, nesse segmento, é o Maracatue. Na Região Metropolitana do Recife, através do trabalho desenvolvido pelo “Mestre Salustiano”, bem como, na Zona da Mata pernambucana (sobretudo, na cidade de Nazaré da Mata), essa tradição popular tem sido efetivamente resgatada, muito embora de uma forma muito tímida.6 Outras iniciativas típicas da cultura popular, em campos outros que não a música, também podem ser lembradas. No teatro, ressalta-se o trabalho desenvolvido em Olinda, com os mamulengos. Nas artes visuais, a xilogravura associada à literatura de cordel, particularmente disseminada pelo artista Jota Borges, no município de Bezerros, localizado no 5 Esta seção se baseia em informações: (a) prestadas pela Prefeitura do Recife; (b) disponíveis nos sites da internet http://www.destinopernambuco.com.br/gastronomia.html e http://www.destinopernambuco.com. br/ gastronomia.html; e (c) constantes do trabalho da Diretoria Regional e Urbana do IPEA, já citado. Conforme lembrado no trabalho do IPEA-Dirur, “o maracatu é uma das mais tradicionais manifestações populares de Pernambuco. Historicamente, há dois grupos distintos: o maracatu de baque solto e o maracatu de baque virado. O primeiro - também conhecido como maracatu rural - recebe influências afroindígenas e possui suas origens na Zona da Mata pernambucana. O segundo – também conhecido como maracatu nação - é oriundo da tradição das cortes africanas. O que os diferencia, no entanto, é a quantidade de instrumentos (a zabumba, em particular) nas respectivas orquestras. Mas, o aspecto mais interessante do resgate da tradição do maracatu, tem sido a forma de inserção desse ritmo, na mistura de sons que caracteriza o chamado movimento mangue beat”. 6 agreste do Estado. No artesanato, as referências principais são as obras em argila (bonecos de barro) difundidas pelo “Mestre Vitalino” (cuja base é Caruaru, cidade considerada como um dos expoentes da arte popular no mundo), as peças em madeira e argila da cidade de Tracunhaém, as rendas e tapeçarias (cidades de Pesqueira, Poção e Lagoa do Carro) e as carrancas da artista Ana, oriundas do Sertão do São Francisco (Petrolina). Do ponto de vista econômico, a proximidade de um artista já renomado facilita a entrada de outros no mercado. A experiência do artista não é apenas repassada para dentro do seu ambiente de trabalho, através da vinculação que a atividade permite no meio de familiares ou não. De fato, o que se observa é a transmissão desse conhecimento para fora do ambiente do trabalho do artista, fato esse que permite a pulverização dessas atividades de cultura popular, num raio muitas vezes maior que os limites territoriais do Município. No Alto do Moura (periferia de Caruaru), por exemplo, a arte disseminada pelo “Mestre Vitalino” e seus familiares, ao longo do tempo, permitiu a geração de oportunidades para um número expressivo de outros tantos artistas. O mesmo se observa com a literatura de cordel e as xilogravuras difundidas por Jota Borges, que geraram uma profusão de oficinas na cidade de Bezerros e adjacências. Ainda em Bezerros, a recente inauguração do Museu do Artesanato tem atraído compradores dos objetos de arte popular produzidos no Estado de Pernambuco, permitindo a ampliação do número de artesãos e de sua renda. Gastronomia A cozinha típica atrai turistas, difunde o hábito de comer em restaurantes, cria empregos especializados e, portanto, ajuda o desenvolvimento econômico da localidade respectiva. Em Pernambuco, isso não é diferente: com uma forte influência portuguesa, negra e indígena, a gastronomia pernambucana adquire cada vez mais reconhecimento. A macaxeira e o inhame são raízes, cujo consumo era especialmente apreciado pelos índios. Pratos como a galinha à cabidela, a carne de sol, o sarapatel, a buchada e a feijoada, alguns deles preparados com o que sobrava das refeições dos senhores de engenho, têm origens negras. De Portugal veio o hábito de usar muito açúcar, daí que hoje temos a goiabada, os doces de jaca, caju, a cocada e os sorvetes. E a cartola , feita com queijo de coalho, banana frita, açúcar e canela, sobremesa que tem grande aceitação no Estado. Também se destacam o munguzá (feito com leite de coco e milho), o angu, a tapioca seca ou molhada, o arroz doce, o bolo de macaxeira e o de rolo, além daqueles típicos das festas juninas, como a canjica, a pamonha e o pé-de-moleque. Frutos do mar também são amplamente consumidos e servem de base para uma variada coleção de pratos: o caranguejo, o goiamum, o siri. Há, por fim, as bebidas típicas, como os sucos de maracujá, mangaba, cajá, graviola, tamarindo, caju, pitanga e goiaba. Há um amplo campo a explorar melhor, no terreno da gastronomia, de modo a consolidar seu potencial de base de uma atividade econômica regular no Estado. Isso depende, entre outras coisas, de um trabalho de apoio, no campo da difusão de informações e da propaganda, que deve ser feito pelos órgãos promotores da cultura e do turismo do Estado e de seus municípios. Audiovisual O cinema pernambucano tem estado presente na cinematografia nacional, pelo menos, desde a década de 1920, com o chamado “Ciclo do Recife”. Passando pelo movimento do Super 8, na década de 1970, o audiovisual de Pernambuco retomou, a partir dos anos 1990, a 20 sua posição de destaque nacional. Essa retomada da produção local, inclusive na categoria de longas-metragens, foi propiciada, em larga medida, pelos incentivos criados à indústria cinematográfica nacional e pela própria iniciativa de se contar com um Festival de Cinema, hoje designado como Cine PE - Festival do Audiovisual.7 Tratando-se de um setor com forte competição nacional e internacional, não é fácil conseguir que a produção artística cinematográfica em Pernambuco venha a se tornar uma atividade econômica estável e importante no Estado. As bases iniciais deste lançamento já estão dadas, entretanto, e elas se constituem na disponibilidade local de talentos e em iniciativas, como a do festival, que ajudam a criar (ou a recriar) uma tradição pernambucana no setor. Artes Cênicas: Teatro e Dança Das experiências do chamado Teatro Amador de Pernambuco (TAP), passando-se pela projeção nacional revelada pela encenação da Paixão de Cristo, até a implementação do Festival de Teatro, há toda uma história digna de registro, pelo esforço da produção local de ocupar esse espaço no cenário cultural. Dentro dessas referências, não há como se deixar de evidenciar a força e o dinamismo cultural da Sociedade Teatral de Nova Jerusalém, responsável pela apresentação anual do “Drama da Paixão de Cristo” que, ao longo dos seus 35 anos de existência, pode difundir, nacionalmente, essa capacidade empreendedora da cultura pernambucana. A propósito, essa iniciativa vitoriosa é também um dos estudos de caso, abordado em item posterior. A força dessa experiência de produção teatral chegou a estimular tantas outras iniciativas junto aos produtores locais, que até mesmo uma dissidência da dramatização da “Paixão de Cristo” foi levada a cabo com muito sucesso. Trata-se da versão recifense, encenada num estádio de futebol (neste ano de 2002 foi levada às ruas do centro histórico do Recife), que também abriga um enorme contingente de “operários da produção” e público participante. Apesar das frágeis opções de equipamentos, o Estado – mais particularmente, a cidade do Recife – abriga com algum sucesso a realização anual de um Festival de Teatro, que costuma atrair, com boa participação do público, diversas peças teatrais do País. Música O principal destaque musical de Pernambuco, nos anos recentes, é o mangue beat, que será objeto de descrição e análise mais demorada em subseção abaixo. Esse novo conceito de sonoridade musical, o mangue beat, oriundo das periferias de Recife e Olinda, foi traduzido como uma das principais novidades do panorama musical brasileiro. Todavia, inacessível para consumo local e carente ainda de uma difusão mais comercial, esse movimento pode ser visto como de amplo potencial empreendedor, conforme abordado posteriormente, na condição de estudo de caso desta pesquisa. 7 Voltando a referir ao trabalho do IPEA-Duirur, a Lei Rouanet, a Lei do Audiovisual, os concursos específicos de apoio financeiro ao cinema e a própria legislação estadual de incentivo à cultura contribuíram sobremaneira para a retomada da produção de curtas e longas-metragens em Pernambuco. O advento do Festival de Cinema foi também uma iniciativa positiva, na medida em que muitos dos cineastas locais contaram com uma motivação a mais para produzir, já que o Festival, além de ser uma oportunidade de exibição dos seus produtos, passou a ser também um fórum de debates e um instrumento de reciclagem profissional. 21 Diversos grupos musicais nativos das áreas periféricas das cidades de Recife e Olinda fazem parte desse novo contexto. Alguns deles, como Nação Zumbi (criado pelo líder do movimento – Chico Science), Mundo Livre S/A (sob a liderança de Fred 04), Devotos (exDevotos do Ódio) e Faces do Subúrbio conquistaram o reconhecimento dos críticos nacionais e internacionais. Neles, a mistura de ritmos (o moderno com os tradicionais maracatu e coco) aliada à crítica social, tem sido uma marca presente no conteúdo musical. Deflagraram, assim, um dos propósitos do movimento, expresso no “Manifesto Caranguejos com Cérebro”, que era difundir a força cultural da periferia daquelas cidades, para que essas pudessem ter “as suas veias oxigenadas” pelas atividades mais genuinamente expressas pelo seu povo. Isso significaria, na visão dos ideólogos do movimento, a “retirada dessas cidades do lamaçal em que foram submersas”.8 Surgido como um movimento para tirar a cidade do marasmo cultural do começo dos anos 90, o Manguebit busca dar uma estética pop à cultura popular tradicional, sem deixar de lado novas manifestações surgidas em uma metrópole periférica. Foi considerado por muitos a manifestação musical mais importante da década de noventa e teve como representantes centrais Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre s/a. Outras bandas e artistas que podem integrar este universo são Mestre Ambrósio, Devotos, Eddie, Otto. Todos se caracterizam por procurarem inserir, na cultura local, elementos vindos de várias outras culturas, reapropriados e reprocessados, e também por servirem de estímulo a garotos de todas as classes sociais do Estado a expressar suas idéias por meio da música. Nas regiões menos favorecidas da Região Metropolitana do Recife, dezenas de jovens trocam o caminho da marginalidade pelo instigante e desafiador mundo da arte. Ao invés de armas, guitarras e tambores nas mãos. Afoxé Trata-se de mais um ritmo afro presente na cultura local. De origem iorubá, a palavra afoxé poderia ser traduzida como "a fala que faz". Para alguns pesquisadores seria uma forma diversa do maracatu. O termo Afoxé da África denota a festa profano-religiosa efetuada pela nação no momento oportuno. A expressão afoxé teve uso restrito, apenas entre os seus participantes, já que os autores dedicados ao estudo do maracatu não a registram. Três instrumentos básicos fazem parte desta manifestação. O afoxé (ou agbê), cabaça coberta por uma rede formada de sementes ou contas, é percutido agitando-se a rede, que fricciona no corpo da cabaça. Os atabaques, basicamente de três tipos, com três tamanhos diferentes que em conjunto traduzem o som do ijexá, tocado no afoxé atualmente. O agogô, formado por duas campânulas de metal, com sonoridades diferentes, é quem dita o ritmo aos demais instrumentos. As melodias entoadas nos cortejos dos afoxés são praticamente as mesmas cantigas ou orôs entoados nos terreiros afro-brasileiros que seguem a linha jexá. O Afoxé, longe de ser, como muita gente imagina, apenas um bloco carnavalesco, tem profunda vinculação com as manifestações religiosas dos terreiros de candomblé. Vem daí o fato de chamar-se o afoxé, muitas vezes, de "Candomblé de rua". Inclusive por homenagear um orixá, geralmente, o 8 O referido Manifesto foi divulgado nos primeiros CDs dos líderes Chico Science e Fred 04. Nota-se, de forma voluntária ou involuntária, uma certa sintonia de idéias com as teses de Josué de Castro, notoriamente difundidas em trabalhos clássicos como A Geografia da Fome e Homens e Caranguejos, onde são enfocadas as condições subumanas do homem da periferia do Recife. 22 orixá da casa de candomblé a que pertence. Em Pernambuco, o afoxé ressurge com o Movimento Negro Unificado no final da década de 70, como uma das formas de se fazer chegar à maioria da população, o debate sobre consciência negra e liberdade, através da música. Cultura do mangue A chamada “cultura do mangue” corresponde hoje a uma das principais movimentações culturais de Pernambuco.Ainda pouco disseminada, inclusive, no seio doméstico, trata-se de um movimento altamente credenciado pela crítica especializada, aspecto esse que o potencializa como um “fenômeno cultural” de ampla capacidade de empreender uma teia de negócios na economia pernambucana. Embora tenha sido inspirada na criatividade de lideranças como Chico Science e Fred 04, a “cultura do mangue” representa muito mais do que a sua expressão musical, reconhecida internacionalmente como o “mangue beat”. De fato, esse movimento espraiou-se por outros segmentos, notadamente, a dança (através dos balés afros Magê Molê e Gazela Negra), as artes plásticas (pela pintura de Farfan), a moda (pela incorporação dos valores da terra, nas peças do estilista Eduardo Ferreira) e, até mesmo, o cinema (com a associação da música mangue a filmes como Baile Perfumado e curtas-metragens). Toda essa disseminação permitiu o reconhecimento desse movimento inovador e alternativo, como um exercício cultural de identidade própria e – mais do que isso – com um notório rótulo comercial ainda inexplorado. Nesse contexto tão abrangente, são características básicas da “cultura do mangue” os seguintes pontos: O resgate da condição de ser o Recife um dos maiores pólos multiculturais do País A possibilidade de se introduzir a mistura de ritmos (o rock internacional com o coco, o forró e o maracatu), em função da riqueza e da pluralidade encontradas em Pernambuco A permanente preocupação com as mazelas sociais encontradas na periferia do Grande Recife, de onde deriva a expressão “mangue”, como símbolo de um marco do ecossistema da cidade, no qual (e do qual) inúmeros excluídos vivem (e sobrevivem) A ação social empreendida nas comunidades difusoras do movimento, sobretudo, no Alto José do Pinho e em Peixinhos A premente necessidade de se dinamizar o movimento, a partir do entendimento da sua cadeia produtiva. A característica decorrente da mistura de ritmos tem sido uma marca indelével da “cultura do mangue”, particularmente, na música e na dança. O maracatu, o coco, o caboclinho, a ciranda, a embolada e o próprio forró foram aproveitados num processo de fusão com alguns ritmos estrangeiros. Dessa incorporação, não há como deixar de registrar a também mistura de instrumentos, envolvendo peças locais de perfil tradicional com outras de traço moderno, que usa a eletrônica. Assim, ao mesmo tempo em que o movimento expressa esse efeito inovador, contribui para resgatar a tradição dos ritmos nativos esquecidos pelo público e pela mídia. 23 Outra característica marcante do movimento tem sido a crítica permanente aos problemas sociais enfrentados pela periferia. Essa temática tem sido explorada nas composições musicais de grupos como Mundo Livre S/A, de Fred 04 e Devotos. Também deve ser ressaltado que o movimento aborda a sua forma de penetração no tecido social da comunidade onde está inserido. Trata-se da confirmação de mais uma experiência de projeto cultural que tem exercido esse importante papel, no combate aos males da exclusão social, através da instalação de pólos comunitários de incentivo às manifestações artísticas. Nesse sentido, o exemplo mais representativo é o do Projeto Alto Falante, instalado na comunidade do Alto José do Pinho. 24 6. Eventos Culturais9 O carnaval pernambucano é o principal evento cultural e turístico do ano, em Pernambuco. Reunindo um público tão volumoso quanto o concorrente baiano, mas contando com um estilo diferenciado de se apresentar, o carnaval de Recife e de Olinda, em particular, tem um traço mercadológico muito forte. Não muito diferente, mas numa escala menor, são as festas juninas, que têm na cidade de Caruaru, o seu palco maior. Além da expressividade das verbas públicas alocadas para esses eventos, há registros históricos de marketing direto promovido por empresas privadas, muito embora haja, absurdamente, alguns momentos de contemplação do patrocínio privado, via os mecanismos de isenção fiscal. No contexto desses eventos multiculturais, é importante registrar uma experiência sólida, aplicada desde 1991, que é o Festival de Inverno de Garanhuns. Embora sua programação, ao longo do tempo, tenha fugido do seu escopo original de levar ao grande público as expressões artísticas não enquadradas pelo senso comercial disseminado pela TV, o Festival tem um efeito sócio-econômico considerável sobre a Região, que perdeu muito do dinamismo econômico derivado de outras áreas (a agroindústria e a pecuária, por exemplo). Para se ter uma idéia dessa dimensão, a Associação Comercial de Garanhuns estimou (em entrevista realizada pela pesquisa), que o efeito multiplicador do evento, na economia da cidade, dura três meses para frente e dois meses para trás. Ou seja, uma considerável injeção de recursos é aplicada numa área carente, por um projeto cultural que abre o acesso da arte e da cultura a um público que não costuma consumi-las. Alguns dos integrantes do carnaval são brevemente descritos em seguida, segundo a Empresa de Turismo de Pernambuco: Blocos São agremiações carnavalescas formadas por rapazes e moças de determinado bairro, que desfilam dançando e cantando suas músicas (frevo-canção e marcha de bloco) ao som de uma orquestra de “pau e corda”, com fantasias luxuosas. Quase sempre há um enredo que lembra certo episódio histórico. Boi de Carnaval Conjunto de “bichos” do bumba-meu-boi ou dos entremeios do reisado que se desligam do auto do boi durante o carnaval para brincar na rua. Geralmente saem “Boi”, “Burra”, “Babau”, “Ema”, “Mateus” e outros palhaços com porta-estandartes, cordão feminino e orquestra de gonguê, bombo, surdo, etc. Caboclinhos É um dos mais antigos bailados populares do Brasil. Nele está bastante evidente a influência indígena. A indumentária consiste em tanga e cocar de penas de aves. Os componentes carregam arco e flecha, que servem não apenas como elementos de caracterização do índio, mas também para marcar o ritmo da música tirada por um terno: pífanos, ganzá e caixa-surdo. 9 As informações utilizadas nesta seção foram fornecidas pelas Prefeituras e Olinda e do Recife e pelos sites da internet www.turismo.pe.gov.br , www.empetur.pe.gov.br, e www.memorialpernambuco.com.br 25 Clubes de Rua O clube de rua é a mais representativa agremiação carnavalesca. Dele fazem parte o baliza, ou mestre de cerimônia; o estandarte, tão sagrado na vida de um clube quanto a bandeira de um regimento; em seguida, a “onda”, grande corrente humana que retrata o prestígio de determinado clube; a fanfarra conjunto musical de metais e clarins; e, fechando o cortejo, o “cordão”, grupo de sócios do clube, realizando manobras pitorescamente vestidos. Frevo Música e dança carnavalescas tipicamente pernambucana, o frevo é uma criação original, que aparece no final do século XIX e se consolida já nas primeiras décadas do século XX. É impossível distinguir bem: se o frevo, que é a música, trouxe o passo ou se o passo, que é a dança, trouxe o frevo. As duas coisas se foram inspirando uma na outra - e completaram-se. É possível, porém, afirmar que o frevo foi invenção dos compositores de música ligeira, feita para o carnaval, enquanto o passo brotou mesmo do povo, sem regra nem mestre, como por geração espontânea. A palavra vem de ferver. Por corruptela, frever, dando, naturalmente, frevo. Maracatu O maracatu, cujo desfile evoca os cortejos dos soberanos negros, é chamado de “nação africana”, urbano ou de “baque virado” e é uma exclusividade do carnaval pernambucano. A dança evoca o banzo africano em terras estranhas; é bamboleante, imitando o movimento do mar. A orquestra que acompanha o cortejo é formada por taróis, bombos, zabumba, ganguês e ganzás. Existem, ainda, os chamados maracatus rurais de orquestra ou de ‘baque solto”. Troça As troças são clubes que desfilam durante o dia. Sua organização é idêntica a do clube de frevo, apenas apresentando menos figuras e luxo – é mais rústica. Também sua orquestra é similar a do clube de frevo, embora o número de instrumentos musicais seja mais reduzido. Urso de Carnaval Conjunto cujas figuras centrais são o “Urso” (homem trajando máscara de urso e macacão de estopa), o Domador ou “Italiano” é o “Caçador”. Geralmente acompanhados por balizas, estandarte, orquestra (formada por sanfona, triângulo, bombo, pandeiro, etc.), malabarista, etc. Calendário de eventos culturais de Pernambuco O calendário de eventos culturais mostrado nas páginas seguintes foi adaptado de um calendário mais amplo organizado pelo Recife Convention & Visitors Bureau e disponibilizado no Portal Destino Pernambuco. 26 Calendário de eventos culturais de Pernambuco JANEIRO FESTA DO SANTO CRISTO DE IPOJUCA Data: 01 Cidade: Ipojuca FESTA DE REIS Tradicional festa popular religiosa do ciclo natalino. Apresentações folclóricas e shows musicais, parque de diversões, feira de artesanato e gastronomia típica. Data: 03 a 06 Cidades: Carpina, São José do Egito e Belo Jardim FESTA DE OXALÁ Cerimônia do culto afro-brasileiro em louvor a Oxalá, que no sincretismo religioso corresponde ao Senhor do Bonfim. Data: 04 Cidade: Olinda FESTA DE SANTO AMARO Festa popular religiosa em louvor ao padroeiro do Município. Além das celebrações litúrgicas acontecem shows musicais. São montados parque de diversões, feira de artesanato e gastronomia típica. Data: 06 a 15 Cidade: Jaboatão dos Guararapes BUSCADA DE SÃO GONÇALO Procissão marítimo-fluvial que conduz a imagem do Santo Padroeiro de volta a Itapissuma, após uma permanência de oito dias na Igreja de Nossa Senhora das Dores, em Nova Cruz, Igarassu. Lanchas, jangadas e barcos decorados acompanham o cortejo. Data: 09 FEVEREIRO CARNAVAL Recife e Olinda são os principais carnavais pernambucanos, mas a folia se estende por quase todos o municípios do estado, seja na capital ou no interior. DESFILE DO GALO DA MADRUGADA Citado no Guiness Book, o desfile é considerado um dos maiores eventos carnavalescos do Brasil. Atrai grande número de foliões que desfilam pelas ruas animados por carros alegóricos e trios elétricos. Data: sábado de carnaval Cidade: Recife FOLIA DO PAPANGU Desfile do Bloco Papangu de Bezerros Data: domingo de carnaval Cidade: Bezerros NOITE DOS TAMBORES SILENCIOSOS Comemoração mística em que os negros reverenciam Nossa Senhora do Rosário. Participação de diversos Maracatus existentes no Estado. Data: 07 Cidade: Recife FESTA DE SANTO IZÍDIO Festa popular religiosa em louvor ao padroeiro do Município. Além das celebrações litúrgicas são montados parque de diversões, feira de artesanato e gastronomia típica. Data: 10 a 15 Cidade: Ibirajuba FESTA DE NOSSA SENHORA DE LOURDES Festa popular religiosa em louvor a FESTA DE SÃO SEBASTIÃO Além das celebrações litúrgicas padroeira do Município. Paralelo acontecem apresentações acontecem feira de artesanato e folclóricas, shows musicais e são gastronomia típica. montados parque de diversões, feira Data: 11 de artesanato e gastronomia típica. Cidade: Calçado Data: 11 a 20 Cidade: Orocó MARÇO ANIVERSÁRIO DE OLINDA Comemorações alusivas ao aniversário da Cidade (fundada em 1535). Os festejos têm início pela manhã com o repicar dos sinos de todas as igrejas. Data: 12 Cidade: Olinda ANIVERSÁRIO DO RECIFE Grande festa popular e corte de um monumental bolo que é distribuído entre os presentes. Em paralelo acontecem shows musicais. Data: 12 Cidade: Recife FESTA DE SÃO JOSÉ Festa popular religiosa em louvor ao santo e padroeiro de diversos Municípios. Além das celebrações litúrgicas acontecem apresentações folclóricas e shows musicais, são montados parques de diversões, feira de artesanato e gastronomia típica. Cidade: São José do Egito CIRCUITO PERNAMBUCANO DE VAQUEJADA Data: móvel Cidade: Gravatá FESTA DO ARTESÃO Homenagem aos artesãos locais. São realizados torneios esportivos, apresentações folclóricas e shows musicais. Data: móvel Cidade: Tracunhaém FESTIVAL NORDESTINO DE POETAS REPENTISTAS Participação de repentistas de toda a Região, premiação para os primeiros colocados. Data: móvel Cidade: Paulista 27 Calendário de eventos culturais de Pernambuco (Continuação) JANEIRO FEVEREIRO FESTIVAL PINZÓN (CABO DE SANTO AGOSTINHO) Comemoração a chegada do navegador espanhol Vicente Yanes Pinzon ao Município, em 1500. São realizadas atividades culturais, esportivas e shows com artistas regionais e de renome nacional. Data: 15, 24, 28, 29 e 30 BAILE DO SIRI NA LATA Data: variável Cidade: Recife BAILE DOS ARTISTAS CARNAVAL HIP HOP NA FOLIA POP ROCK Baile carnavalesco em homenagem aos artistas locais. Data: 21 ENCONTRO DE CABOCLINHOS Reúne nações de caboclinhos de toda a Região. Cidade: Goiana BAILE MUNICIPAL DO RECIFE Data: variável Cidade: (Nos últimos anos, tem sido realizado em Olinda) MARÇO GARANHETA Carnaval fora de época. Data: móvel Cidade: Garanhuns PAIXÃO DE CRISTO DO RECIFE Encenação da Paixão de Cristo. Data: móvel Horário: 20:00h Cidade: Recife FESTA DE NOSSA SENHORA DO PILAR / BUSCADA Tradicional festa popular religiosa em louvor a padroeira da Ilha. São realizadas missas e procissão marítima .Paralelo acontecem apresentações folclóricas, feira de artesanato e gastronomia típica. FESTA DA NOSSA SENHORA Data: móvel DO BOM CONSELHO Além das celebrações litúrgicas, são Cidade: Ilha de Itamaracá realizadas apresentações folclóricas, shows com bandas musicais, montado parque de diversões, feira de artesanato e gastronomia típica. Data: 23/01 a 02/02 Cidade: Granito BAL MASQUÊ Concurso de máscaras e fantasias e animado baile carnavalesco. Data: variável Cidade: Recife FESTA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE Além das celebrações litúrgicas, são realizados bailes, feira de artesanato e gastronomia típica. Data: 23 Cidade: Tacaratu BAILE DO BLOCO DA SAUDADE Data: variável Cidade: Recife DESFILE DAS "VIRGENS DO BAIRRO NOVO" Homens fantasiados de mulheres desfilam ao som de trios elétricos, frevo e Maracatu. Data: 30 Cidade: Olinda 28 Calendário de eventos culturais de Pernambuco (Continuação) ABRIL MAIO FESTA DA PITOMBA / FESTA DE NOSSA SENHORA DOS PRAZERES Acontecem novenas, missas, procissão e romarias. Completam a festa: parque de diversões, barracas com bebidas e comidas típicas, apresentações folclóricas e shows com artistas regionais, exposição e venda de artesanato. Data: 27/03 a 04/04 Cidade: Jaboatão dos Guararapes FESTA DA LAVADEIRA Festa popular no litoral sul. Surgiu pelo fato de um veranista e artista plástico ter colocado em seu jardim uma escultura em tamanho natural de uma bela mulher, sentada, lavando roupa. Data: 01 Cidade: Cabo de Santo Agostinho MISSA DO VAQUEIRO Data: 24 Cidade: Tacaratu FESTA DAS HEROÍNAS DE TEJUCUPAPO Encenação teatral ao ar livre que revive a expulsão dos holandeses em 1646, pelas mulheres da localidade. São realizadas apresentações culturais, feira de artesanato e gastronomia típica. Data: 27 Cidade: Goiana MICABOM - CARNAVAL FORA DE ÉPOCA Desfile de Blocos Carnavalescos Data: móvel Cidade: Bom Conselho ABRIL PRO ROCK É o mais destacado evento do gênero realizado no Brasil, atraindo a atenção da imprensa e das gravadoras nacionais. Sua eclética programação inclui pop rock, rap, hip hop, blues, hardcore e o melhor da música popular pernambucana. Data: móvel Cidade: Olinda CORRIDA DE JERICOS Data: 01 Cidade: Panelas FESPMUT - FESTIVAL PRIMAVERA MUSICAL DE TACARATU Shows musicais e apresentações folclóricas. Cidade: Tacaratu FESTA DA MÃE PRETA DO CASTAINHO Festa realizada pela comunidade remanescente do Quilombo dos Palmares com musicas e danças. Data: 13 Cidade: Garanhuns III MOTO FEST DA LIBERDADE Data: 20 a 22 Cidade: Arcoverde EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO MUNICÍPIO Comemorações diversas. Data: 24 Cidade: Sertânia CAMINHADA DO FREI DAMIÃO Reconstituição da caminhada realizada pelo Frei, para celebração da sua 1º missa no Brasil. Data: 31 Cidade: Gravatá 11º FESTIVAL NACIONAL DA SERESTA Participação de seresteiros famosos da MPB. Data: móvel Cidade: Recife JUNHO SÃO JOÃO DA CAPITÁ Arraial junino com apresentações folclóricas shows com bandas de forró, feira de artesanatos barracas de adivinhações e gastronomia típicas. Data: 11 e 12 Cidade: Olinda FESTEJOS JUNINOS Durante este período, em todo o Estado, acontecem concursos de Quadrilhas Matutas e Estilizadas, apresentações de grupos folclóricos , shows com bandas de forró e arraiais animados por sanfoneiros. Paralelo ocorrem feiras de artesanatos, bebidas e comidas típicas. Data: 12 a 30 Cidade: Recife PROCISSÃO DE SANTO ANTÔNIO - PROCISSÃO DOS LÍRIOS Em louvor a Santo Antônio, com distribuição de lírios. Data: 13 Cidade: Recife FESTA DE SÃO PEDRO FESTA DO PESCADOR Procissão marítima com a participação de toda a população nativa com barcos e jangadas que reverenciam o Santo Padroeiro dos Pescadores. Data: 29 Cidade: Recife CIRCUITO PERNAMBUCANO DE VAQUEJADA A vaquejada acontece na localidade do Serrote do Urubu a 20 Km do Centro da Cidade. Possui estrutura para abrigar os cavaleiros que concorrem nas mais variadas categorias. Data: móvel Cidade: Petrolina 29 Calendário de eventos culturais de Pernambuco (Continuação) ABRIL MAIO CINE PERNAMBUCO FESTIVAL DO AUDIO VISUAL Mostra de longa e curta - metragens com o que há de mais recente e expressivo na produção cinematográfica do País. Em paralelo são realizadas oficinas e palestras. Data: móvel Cidade: Olinda ENCONTRO NORDESTINO DO XAXADO Data: móvel Cidade: Serra Talhada CIRCUITO PERNAMBUCANO DE VAQUEJADA Data: móvel Cidade: Caruaru CIRCUITO PERNAMBUCANO DE VAQUEJADA Data: móvel Cidade: Carpina DRAMA DA PAIXÃO DE CRISTO O espetáculo acontece todos os anos durante a Semana Santa, com quinhentos atores, utilizando doze palcos - platéia, vivendo a vida e a morte de Jesus nas sessenta cenas de uma apresentação teatral móvel. Data: móvel Cidade: Brejo da Madre de Deus JUNHO DESAFIO NORDESTINO DE CANTADORES É o maior evento do gênero realizado no Estado, reúne os maiores emboladores, cantadores, declamadores e repentistas do Nordeste que se apresentam em diversas cidades, pólos de cantoria em Pernambuco. Paralelo as apresentações acontecem feira e exposição de produtos culturais, mostra fotográfica, jornalismo e discográficas. Data: móvel Cidade: Recife XIII CAVALGADA À PEDRA DO REINO O Evento relembra o movimento Sebastianista liderado pelo auto proclamado Rei João Antônio dos Santos, que em 1838, formou uma comunidade de seguidores, prometendo um reino de liberdade, justiça e prosperidade. Data: móvel Cidade: São José do Belmonte EXPO-ADVENTURE Feira de esportes com o que há de mais atual no setor para atletas, fornecedores e público em geral. Além dos parque temáticos com demonstração de esportes e simuladores, todos com instrutores, serão realizados desfiles de grifes sportwear. Data: móvel Cidade: Olinda PERNAMBUCO DAS PAIXÕES Durante a Semana Santa são realizadas missas, procissões, exposições de arte sacra, concertos, cantatas de corais. No Domingo de Páscoa acontecem shows musicais, apresentações de maracatus, frevo e desfile de bonecos gigantes. Data: móvel Cidade: Recife 30 Calendário de eventos culturais de Pernambuco (Continuação) JULHO FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO Tradicional festa popular religiosa em homenagem a padroeira do Recife. São realizadas novenas, missas e procissão. Em paralelo acontecem manifestações folclóricas, são armados parque de diversões, feira de artesanato e gastronomia típica. Data: 08 a 16 Cidade: Recife AGOSTO 2º FESTIVAL DE VINHOS DO AGRESTE PERNAMBUCANO Mostra de vinhos de várias regiões do mundo. Além da exposição será realizado leilão e palestra com o enólogo José Luiz Spencer. Data: 03/07 a 08/08 (sábados e domingos) Cidade: Gravatá FESTA DO SENHOR SALVADOR DO MUNDO Festa popular religiosa em louvor ao padroeiro de Olinda. Ao amanhecer XXXIV FESTA acontece o repicar dos sinos, missas UNIVERSITÁRIA Tradicional festa popular onde são e procissão. Paralelo acontecem realizadas apresentações folclóricas, apresentações folclóricas, feira de feira de artesanato e gastronomia artesanato e gastronomia típica. típica e shows com artistas locais. Data: 06 Data: 16 a 20 Cidade: Olinda Cidade: São José do Egito PROCISSÃO DA LENHA Cerimônia religiosa em que os fiéis 35ª MISSA DO VAQUEIRO Todos os anos, no Sítio das Lages, juntam os galhos ao som de cânticos no Município de Serrita, em pleno religiosos, até formar uma grande sertão pernambucano, realiza-se a fogueira, relembrando assim, o Missa do Vaqueiro; um martírio de São Lourenço. acontecimento de grande expressão Data: 10 e rara beleza. Cidade: Goiana Data: 4º Domingo Cidade: Serrita MISSA DO MONTE Data: 15 Cidade: São José do Egito 33ª FESTA DO AGRICULTOR Festa em homenagem aos agricultores locais. São realizados DIA DO FOLCLORE shows, exposições culturais e É comemorado em todo o Estado, eventos esportivos. onde acontecem gincanas, Data: 29 e 30 apresentações folclóricas, Cidade: Arcoverde exposições de artes e artesanato, barracas de adivinhações e gastronomia típica. FESTIVAL DE INVERNO Data: 22 CIRCUITO DO FRIO Música, artes cênicas, artes Cidade: Recife plásticas, visuais, cine, foto, vídeo, folclore e shows com artistas de A NOITE DOS EXUS renome nacional. Cerimônia do Culto afro Data: móvel brasileiro. No sincretismo religioso Cidade: Garanhuns é representado por São Bartolomeu. São realizados toques, danças, cânticos e oferendas. Data: 24 Cidade: Olinda SETEMBRO FESTIVAL NACIONAL DO BODE Festa em homenagem aos criadores locais. Paralelo acontecem shows musicais. São montadas feira de artesanato e gastronomia típica. Data: 09 a 11 Cidade: Sertânia XVII FESTIVAL DA LAVOURA Data: 09 a 11 Cidade: Calçado FESTA DOS SANTOS COSME E DAMIÃO Festa popular religiosa em homenagem aos Santos Padroeiros do Município, cuja Capela Votiva foi uma das primeiras erguidas no Brasil. São realizadas novenas , missas e procissão. Paralelo acontecem apresentações folclóricas, desfiles escolares, feira de artesanato, gastronomia típica e montado parque de diversões. Data: 20 a 27 Cidade: Igarassu EXPOARC Exposição Regional de Animais. Data: 29/09 a 02/10 Cidade: Arcoverde ÁGUA FEST- CARNAVAL FORA DE ÉPOCA Desfile de blocos e shows musicais. Paralelo acontece corrida de motocross Data: móvel Cidade: Águas Belas FESTA DA BETERRABA E DA RENASCENÇA Festa que divulga os principais produtos do Município .São realizadas Alvoradas, desfiles, gincanas, competições esportivas e shows musicais. Data: móvel Cidade: Jataúba 31 Calendário de eventos culturais de Pernambuco (Continuação) JULHO FESTA DOS ESTUDANTES CIRCUITO DO FRIO Tradicional festa popular onde são realizadas palestras, competições esportivas, concursos. Em paralelo acontecem apresentações folclóricas, feira de artesanato e gastronomia típica e shows com artistas de renome nacional. Data: móvel Cidade: Triunfo FESTA DA RENASCENÇA CIRCUITO DO FRIO Data: móvel Cidade: Pesqueira EXPOSIÇÃO DE ANIMAIS CAPRINOS E OVINOS Participação de criadores de várias regiões. Paralelo acontecem concurso leiteiro, compra e venda de animais e shows musicais. É montada feira de artesanato e gastronomia típica. Data: móvel Cidade: Sertânia FESTA DAS MAROCAS FESTA DA REDENÇÃO A festa é realizada desde 1970. São realizadas manifestações folclóricas da época, shows musicais, feira de artesanato, gastronomia típica e montado parque de diversões. Data: móvel Cidade: Belo Jardim MOSTRA BRASILEIRA DE DANÇA A mostra reúne diretores, coreógrafos e bailarinos de vários Estados, que apresentarão diversos estilos de danças e coreografias isoladas. Paralelo acontecem cursos de reciclagem e exposição fotográfica, também haverá homenagem aos principais grupos de Dança Afro do Estado. Data: móvel Cidade: Recife AGOSTO SETEMBRO FESTA DE NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS Festa em louvor a Nossa Senhora das Graças, que fez aparições nesta cidade em 31/08/1936. São realizadas missas, romarias e pagas de promessas. Data: 26 a 31 Cidade: Pesqueira FESTIVAL CULTURAL DE GRAVATÁ - Morangos- FloresMóveis- Artesanato- Gastronomia Exposição e venda de flores, móveis, artesanato, morangos e produtos derivados como: bolos, tortas, licores e sorvetes. Realização de palestras, Oficinas e Feira de Negócios com Orientações Empresariais do Sebrae. Durante o Festival é realizado o Festival de VioleirosShows com apresentação de artistas de porte nacional e regional. Data: móvel Cidade: Gravatá III ENCONTRO DE BOIS Festa folclórica com apresentação dos Bois da Macuca, Dancê, do Alto, de Titão e Luzeiro. Data: 28 Cidade: Correntes FESTA DA ESTAÇÃO CIRCUITO DO FRIO São realizadas exposições de arte, mostra de vídeo, teatro e cinema, oficinas de arte e palestras. Paralelo acontecem Shows artísticos e folclóricos. Data: móvel Cidade: Gravatá FESTA DAS DÁLIAS CIRCUITO DO FRIO Data: móvel Cidade: Taquaritinga do Norte CIRCUITO PERNAMBUCANO DE VAQUEJADA Data: móvel Cidade: Bezerros CIRCUITO PERNAMBUCANO DE VAQUEJADA Data: móvel Cidade: Vitória de Santo Antão FESTA DE NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS Festa popular em louvor a padroeira do Arquipélago, são realizadas missas e procissão. Data: móvel Cidade: Arquipélago de Fernando de Noronha MIMO - MOSTRA INTERNACIONAL DE MÚSICA DE OLINDA Evento realizado com objetivo de promover o acesso à música erudita, contribuindo assim, para sua difusão. Além das apresentações, haverá mostra de filmes musicais e óperas. Data: móvel Cidade: Olinda VAQUEJADA DE SURUBIM É uma das mais tradicionais vaquejadas do Nordeste. Vaqueiros e aboiadores famosos vestidos à caráter, repentistas e narradores de vaquejada desfilam pelas ruas da cidade anunciando a grande festa. Paralelo acontecem shows musicais, apresentações folclóricas, concursos, feira de artesanato e gastronomia típica. Data: móvel Cidade: Surubim VIII FESTIVAL NACIONAL DE DANÇA Reúne os mais expressivos grupos e companhias da dança do País, além de convidados especiais. O Festival também representa um momento para troca de experiências, com realização de workshops e cursos de dança nos mais diversos estilos. Data: móvel Cidade: Recife 32 Calendário de eventos culturais de Pernambuco (Continuação) JULHO AGOSTO SERENATA DA RECORDAÇÃO Seresteiros percorrem as residências homenageando os moradores da cidade. Data: móvel Cidade: Santa Maria da Boa Vista FESTA DE SANTA QUITÉRIA DAS FREXEIRAS Festa popular religiosa em homenagem a padroeira do povoado onde acontecem romarias, pagas de promessas, ex-votos e apresentações de reisados. Data: móvel Cidade: São João FENNEART - FEIRA NACIONAL DE NEGÓCIOS DO ARTESANATO Rodada de negócios, salão de arte popular, salão de interferência, oficinas e desfiles de moda. Data: móvel Cidade: Olinda SETEMBRO FESTIVAL DA PESCA DA AGULHA Realizado desde 1990, o Festival atrai pescadores de todas as regiões, onde vence quem consegue pescar a maior quantidade de agulhas. Paralelo acontecem apresentações folclóricas, e shows musicais. Data: móvel Cidade: Ilha de Itamaracá FESTIVAL JARDIM CULTURAL Festival de Arte do Agreste, onde são realizadas oficinas de fotografia, artes plásticas, arte cênica e shows musicais. Data: móvel Cidade: Belo Jardim ROMARIA DE FREI DAMIÃO Evento religioso, onde romeiros de diversas localidades, visitam o Santuário para pagas de promessas. Data: móvel Cidade: São Joaquim do Monte VITÓRIA NAS TABOCAS Celebração da vitória dos lusobrasileiros sobre os holandeses. Haverá exposições, shows, desfiles, seminários, teatros, artes plásticas, caminhadas, trilhas, cavalgadas e shows aéreos com pára-quedistas. Data: móvel Cidade: Vitória de Santo Antão 33 Calendário de eventos culturais de Pernambuco (Continuação) OUTUBRO FESTA DA CANA Festa popular em comemoração a safra. Paralelo acontecem cavalgada e shows com bandas musicais. Data: 08 a 09 Cidade: Ferreiros FESTA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE Festa popular religiosa em louvor a padroeira da América Latina. A Igreja de Nossa Senhora do Guadalupe é a única existente no Brasil. São realizadas missas e procissão. Data: 12 Cidade: Olinda FESTA DO ABACAXI Festa em comemoração a safra do principal produto do Município. Data: móvel Cidade: Pombos NOVEMBRO FESTIVAL DA CULTURA Data: 07 a 09 Cidade: Calçado DEZEMBRO GRITO DA REPÚBLICA Comemorações cívicas nas ruínas do antigo Senado de Olinda, onde em 1710, Bernardo Vieira de Melo, deu o primeiro grito em favor da República do Brasil. Data: 10 Cidade: Olinda FESTA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO Festa popular religiosa em louvor a Santa e padroeira de diversos municípios. São realizadas missas, procissão, pagas de promessas, romarias. Paralelo acontecem apresentações folclóricas, são montados parque de diversões, feira de artesanato e gastronomia típica. Data: 01 a 08 Cidade: Recife CONSCIÊNCIA NEGRA Comemorações diversas com palestras, seminários, danças e manifestações populares. Data: 20 Cidade: Recife FESTIVAL DO CALANGOTANGO Apresentação de grupos culturais, bandas de pop e rock, exposições, feira de artesanato e gastronomia típica. Data: 02 a 04 Cidade: Arcoverde FESTIVAL INTERNACIONAL DE FOLCLORE DE CARUARU Apresentações de danças folclóricas e exposições de FESTIVAL DE CANTADORES artesanato de vários Estados O raciocínio rápido, a brasileiros e Países convidados. metrificação precisa da poesia Data: móvel popular e a riqueza da rima são as Cidade: Caruaru armas utilizadas pelos cantadores para vencer o adversário e BATALHA DOS conquistar a platéia.. Cada dupla GUARARAPES tem 20 minutos para apresentação. Numa área de 363h. é encenado Além dos cantadores que este espetáculo teatral ao ar livre, participam da disputa oficial, com efeitos especiais e mais de acontecem exibições de 300 atores e figurantes que convidados especiais, a exemplo revivem a batalha, que em 1649 de declamadores, emboladores e expulsou definitivamente os aboiadores. Apresentação de holandeses do Brasil, mostrando repentistas de toda região. assim a bravura e coragem dos Data: móvel nossos heróis que escreveram uma Cidade: Recife das mais belas páginas de nossa história. Data: móvel FEIRA DA RAPADURA Festa em comemoração a safra do Cidade: Jaboatão dos Guararapes principal produto do Município. Data: móvel Cidade: Santa Cruz da Baixa Verde ENCONTRO DE SANFONEIROS DO RECIFE O evento reúne os melhores artistas da região, em homenagem ao eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Paralelo acontecem exposição de artesanato e mostra de vídeo. Data: 03 e 04 Cidade: Recife FESTA DE IEMANJÁ Cerimônia do Culto afro - brasileiro em homenagem a Iemanjá. Além da procissão, são realizadas oferendas, toques de tambores, cânticos, danças e banhos de purificação. Data: 08 Cidade: Jaboatão dos Guararapes FESTA DA OURIÇADA Tradicional encontro de pescadores locais que preparam, com um ritual próprio a ouriçada, que é degustada na praia com os turistas. Paralelo são realizados passeios de barco e shows culturais. Data: 13 Cidade: Cabo de Santo Agostinho 34 Calendário de eventos culturais de Pernambuco (Continuação) OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO VINHUVA FEST - FESTA DA UVA E DO VINHO DO NORDESTE Exposição agro-industrial que promove e divulga o principal produto do Município. O Vale do São Francisco é o maior produtor de uvas do Brasil. Data: móvel Cidade: Lagoa Grande ENCONTRO DE MARACATUS DE PERNAMBUCO O Município de Nazaré da Mata, tradicionalmente conhecido como Terra do Maracatu, promove anualmente o Encontro de Maracatus Rurais, difundindo a sua cultura, fortalecendo a tradição local e chamando a atenção de admiradores e curiosos.Durante os três dias de festa, reúne mais de 80 grupos de maracatus rurais de toda a Região. Em paralelo, ocorre a Feira de Artesanato do Município. Data: móvel Cidade: Nazaré da Mata FESTIVAL DE CULTURA E ARTE - FESTA DO COMÉRCIO Apresentações folclóricas, feira de artesanato e gastronomia típica, com distribuição de prêmios. Data: 23 a 31 Cidade: Arcoverde CANTATAS NATALINAS Músicas natalinas apresentadas por diversos corais do Estado e apresentação de pastoril. Data: móvel Cidade: Recife EXPOSIÇÃO NORDESTINA DE ANIMAIS E PRODUTOS DERIVADOS É o mais importante acontecimento do gênero realizado no Nordeste e um dos principais eventos agropecuários do País. Mostras de implementos agrícolas e pecuários, leilões, exposição de artesanato, apresentações folclóricas e artísticas. Seleção e premiação das melhores raças. Data: móvel Cidade: Recife FEIRA DO BORDADO Grande mostra de bordado manual produzido pela cooperativa das bordadeiras do Município, onde cerca de 90% da população sobrevive dessa atividade. Acontecem apresentações de grupos folclóricos como: cavalo marinho, mamulengos, repentistas e shows musicais. São armadas barracas de bebidas e comidas típicas. Data: móvel Cidade: Passira 35 Calendário de eventos culturais de Pernambuco (Final) OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO FEIRA DO DOCE, DA RENDA E NEGÓCIO A Feira tem como objetivo a promoção das principais atividades econômicas do Município que são as industrias do doce e do artesanato de renda. Participam do evento fábricas ligadas à produção de alimentos e artesãos de todo o Estado. Em paralelo à feira, acontecem apresentações folclóricas e shows musicais. Data: móvel Cidade: Pesqueira FESTA DA VITÓRIA RÉGIA Festa popular folclórica. São realizadas feiras de artesanato e gastronomia típica e shows musicais. Data: móvel Cidade: Recife FESTA DO TOMATE Festa em comemoração a safra do principal produto do Município. São realizados concursos e shows artísticos. Data: móvel Cidade: São Joaquim do Monte FESTIVAL RECIFE DO TEATRO NACIONAL Apresentação e debates das filmagens cênicas em destaque no Brasil. Palestras, seminários e cursos. Data: móvel Cidade: Recife OLINDA ARTE EM TODA PARTE Exposição Coletiva de Artes Pintura, Desenho, Esculturas, Fotografias e Objetos. Roteiro cultural que inclui visitas aos ateliês dos artistas de Olinda, proporcionando ao público o contato com a arte e o artista em seu ambiente de criação. Data: móvel Cidade: Olinda Fonte: Recife Convention & Visitors Bureau. 36 7. Política cultural no Estado A política cultural em Pernambuco tem sido dominada, nos últimos anos, pelas ações dirigidas para as leis de incentivo. O governo de Pernambuco tem destinado verbas ao setor cultural para a realização de projetos sob a sua responsabilidade direta, sobretudo, no caso dos grandes eventos, como o carnaval (especialmente, do Recife, Olinda e Bezerros), as festas juninas (basicamente, Caruaru), o chamado “Circuito do Frio” (onde se inclui o Festival de Inverno de Garanhuns) e outros festivais e eventos assemelhados de menor projeção têm sido alvo de apoios freqüentes.10 Em dezembro de 2002, o Estado reformulou sua política cultural, por meio da Lei nº 12.310, de 19 de dezembro, (que alterou a lei anterior, de nº 11.914, de 28 de dezembro de 2000). Na sua forma presente, as empresas investirão diretamente no Funcultura (o fundo de incentivos culturais do Estado de Pernambuco). As áreas elegíveis para receber os incentivos são as seguintes: I - artes cênicas, compreendendo teatro, dança, circo, ópera, mímica e congêneres; II - cinema, vídeo, fotografia, discografia e congêneres; III - literatura, inclusive obras de referência e cordel; IV - música; V - artes plásticas, artes gráficas e congêneres; VI - cultura popular, folclore, artesanato e congêneres; VII - patrimônios artístico, históricos, arquitetônicos, arqueológicos e paleontológicos, compreendidos os museus, bibliotecas, arquivos, centros culturais e congêneres; VIII - pesquisa cultural. As principais instituições responsáveis pela política cultural do Estado (e dos municípios) estão relacionadas a seguir. Secretaria Estadual de Educação e Cultura End: Rua Siqueira Campos, 304 – 2º andar - Santo Antônio CEP: 50010-010 Recife – PE Tel: (81) 2122-6404 Fax: (81) 2122-6348 Site: www.cultura.pe.gov.br Secretaria de Cultura do Recife End: Palácio Prefeito Antônio Farias - Cais do Apolo, 925 15º andar CEP: 50030-230 Recife – PE Tel: (81) 3232-8142/8143 Fax: (81) 3424-8810 Site: www.recife.pe.gov.br/pr/seccultura/ No passado recente, projetos como o “Recifolia”, o carnaval fora de época, receberam consideráveis aportes de recursos, tanto do governo do Estado (mais recentemente) como da Prefeitura do Recife (em menor proporção). 10 37 Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco) End.: Rua da Aurora nº 463 CEP: 50005-000 Tel: (81) 3134-3003 Site: www.cultura.pe.gov.br/ Fundação de Cultura da Cidade do Recife End.: Cais do Apolo nº 925 complemento - 15º andar CEP: 50030-230 Tel.: (81) 3232-8045 Fax: (81) 3232-8038 Site: www.recife.pe.gov.br/pr/seccultura/fccr/ Secretaria de Patrimônio,Ciência e Cultura de Olinda End.: Rua de São Bento, 160 – Varadouro CEP: 53020-080 Olinda – PE Tel.: (81)3305-1142 Fax: (81)3305-1148 Site: www.olinda.pe.gov.br/portal/secretarias_municipais_patrimonio_ciencia_cultura.php 38 8. Infra-estrutura cultural em Pernambuco: museus Uma relação comentada dos principais museus de Pernambuco é dada a seguir.11 Centro Cultural Benfica. Grande parte das obras da antiga Escola de Belas Artes e trabalhos de grande importância para o Movimento Armorial compõem o acervo do centro. Além disso, desenvolve e apóia projetos na área da cultura. Rua Benfica, 157, Madalena – Recife. Espaço Ciência, Espaço dedicado à realização de experiências na área da Biologia, Física, Química, História e Geografia. Tem uma metodologia voltada para a criança. Memorial Arcoverde, Parque 2, Complexo de Salgadinho – Olinda. Fundação Gilberto Freyre. O casarão, rodeado por um sítio ecológico, foi conservado da forma como deixou o sociólogo. São objetos de convivência, móveis antigos, porcelanas finas, pratarias e peças de arte popular. O gosto do escritor pela arte está representado na pinacoteca composta por trabalhos de Cícero Dias, Lula Cardoso Ayres, Di Cavalcanti e inclusive telas do próprio Gilberto Freyre. Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco. Fundado em 1862 e instalado no centro do Recife desde 1928, o Instituto é dividido em espaços temáticos como, a Sala das Lutas Libertárias, que possui dois painéis retratando a Batalha dos Guararapes, além de uma coleção de armas do século 17 ao 20. Rua do Hospício , 130, Boa Vista - Recife. Instituto Ricardo Brennand. Localizado num castelo de estilo medieval, o Instituto abriga um grande arsenal de armas brancas e armaduras, além de uma ampla pinacoteca inaugurada com a exposição das obras do pintor holandês Albert Eckhout, que veio ao Brasil durante o século 17 retratar paisagens e cotidiano. O local conta ainda com uma biblioteca composta por obras raras que pertenceram ao historiador José Antônio Gonçalves de Mello e ao escritor Édson Nery da Fonseca. Memorial da Justiça. Exposição permanente exclusivamente sobre a história do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Todas as sedes ocupadas ao longo dos anos pela instituição estão registradas em painéis, fotos e textos. Avenida Alfredo Lisboa, s/nº, Bairro do Brum - Recife. MISPE - Museu da Imagem e do Som de Pernambuco. Dedicado à história da evolução de tecnologias de imagem o do som e conseqüentemente da memória cultural. Possui gravações com depoimentos de Cícero Dias e Capiba. Rua da Aurora, 379, Boa Vista Recife. Museu da Abolição. Instalado no antigo Sobrado da Madalena, ex-moradia de uma das figuras mais importantes do Estado, o conselheiro e abolicionista João Alfredo. O museu é um centro de referência da cultura afro-brasileira, pois abre espaço para manifestações culturais dos negros e seus descendentes. Todos os anos, no dia 13 de maio, (aniversário da abolição da escravatura) o museu promove um concurso de fotografia relacionado ao tema. Rua Benfica, 1150, Madalena - Recife. 11 As informações desta seção foram colhidas nos sites http://www.recifeguide.com/brasil/cultura/museusrecife.html; http://www.destinopernambuco.com.br/museu.html e http://asn.interjornal.com.br/site/noticia. kmf?noticia=3779118&canal=212&total=425&indice=0 39 Museu da Aeronáutica. Maquetes de antigos aviões dão o tom da exposição permanente, contando um pouco da história da aviação no Nordeste durante as décadas de 20 e 30 do século passado. O criador do Correio Aéreo Nacional, Eduardo Gomes, possui uma sala exclusiva dedicada a sua vida. Avenida Armindo Moura, 500, Boa Viagem - Recife. Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco. Reúne um acervo de cerca de 2.800 peças. Além da coleção "Assis Chateaubriand", o museu possui 204 obras de diferentes técnicas e diferentes autores como Cândido Portinari, Francisco Brennand, Telles Júnior, Ladjane Bandeira, entre outros. Há ainda a coleção "Abelardo Rodrigues", que inclui 923 obras, 109 correspondências, 68 fotografias e 106 impressos, adquiridos pelo Governo do Estado em 1984. Rua 13 de Maio, Carmo – Olinda. Museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães. Localizado às margens do Rio Capibaribe, em um casarão do século 19, o museu já abrigou exposições de alguns dos artistas mais importantes da História como Pablo Picasso, Francisco Goya, Jean Michel Basquiat e Auguste Rodin. Em seu acervo, pode-se encontrar cerca de 830 trabalhos divididos entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e fotografias. O destaque fica por conta de onze telas de Vicente do Rego Monteiro, um dos principais nomes do modernismo nacional. Desse total, seis telas foram pintadas durante os anos 20 do século passado, auge do movimento modernista no Brasil. Rua da Aurora, 265 - Recife. Museu de Arte Sacra de Pernambuco. A construção histórica, que abriga o museu desde 1974, já serviu como Câmara do Senado de Olinda, colégio, quartel e casa para freiras. Grande parte do acervo existente no Maspe, que confirma a Arte Sacra de Pernambuco como uma das mais ricas do país, foi doada pela Arquidiocese de Recife e Olinda. Dezoito passagens da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, compostas por dezoito artistas pernambucanos, estão retratadas na obra Via Sacra do Artesão. Outro destaque é o presépio nordestino onde se pode notar a presença de mitos da região como Lampião, Antônio Conselheiro e Zumbi dos Palmares. Rua Bispo Coutinho, 726, Alto da Sé – Olinda. Museu da Cidade do Recife. Contém em seu acervo documentos iconográficos de extrema importância para preservação da história urbana e social do Recife. A memória cultural da capital pernambucana é representada através de cerca de 150 mil imagens e de peças provenientes de antigas residências e da Igreja do Senhor Bom Jesus dos Martírios, já demolida. Forte da Cinco Pontas, s/nº, São José - Recife. Museu de Ciências Naturais. Curiosidades científicas da fauna e da flora mundial ganham espaço no museu. Esse museu encontra-se próximo ao Zoológico da cidade, que por si só também merece uma visita. Parque do Horto de Dois Irmãos, Praça Farias Neves, s/nº, Dois Irmãos – Recife. Museu do Estado de Pernambuco. O museu abriga uma coleção de 12 mil peças que contém elementos de todas as etnias que fizeram parte da história pernambucana. Destacamse gravuras retratando a passagem do período holandês em Pernambuco, objetos de terreiros de cultos afro-brasileiros, mobílias que vão desde o século 17 ao 20 e uma reunião de artefatos indígenas feita pelo cientista, antropólogo e arqueólogo, Carlos Estevão. Em 1938, o Museu do Estado teve sua importância devidamente reconhecida ao ser tombado pelo Governo Federal. Avenida Rui Barbosa, nº 960, Graças - Recife. Museu do Homem do Nordeste. O acervo do museu possui mais de 12 mil peças que vão desde uma casa de taipa cenográfica até carruagens das mais luxuosas usadas para o transporte da aristocracia açucareira. As manifestações da cultura popular nordestina também 40 estão presentes nas fantasias carnavalescas, nos brinquedos populares, nos adornos indígenas e afro-brasileiros e nos instrumentos de trabalho expostos pelo museu. Avenida Dezessete de Agosto, 2.187, Casa Forte - Recife. Museu do Mamulengo. Toda a trajetória do mamulengo no Nordeste, desde o seu começo até os dias atuais, pode ser vista através de bonecos, pertences de cena e instrumentos musicais vindos de cada estado da região. É o primeiro museu de bonecos do Brasil. Rua do Amparo, nº 59, Amparo - Olinda. Museu Militar do Forte do Brum. A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial está relatada através de armas e fotos. O museu está localizado num dos mais importantes monumentos de Pernambuco, o Forte do Brum, que está perto de completar 400 anos. Praça da Comunidade Luso-Brasileira, s/nº, Bairro do Recife - Recife. Museu Murillo La Greca. Pertencem ao seu acervo cerca de 1,3 mil obras de artes plásticas das mais variadas técnicas. Rua Leonardo Cavalcanti, 366, Parnamirim - Recife. Museu-Oficina Francisco Brennand. Montado pedra sobre pedra pelo artista, desde 1971, o monumento é composto pelos seus próprios trabalhos. No local, é possível encontrar quase duas mil obras relacionadas, em sua maioria, a temas como sexualidade, flora e fauna, personagens históricos, conceitos e personagens mitológicos greco-romanos. Propriedade Santo Cosme Damião, Engenho São João, Várzea - Recife. Museu Pinacoteca de Igarassu. Obras dos séculos 17 e 18 demonstram os momentos históricos importantes para Pernambuco, além de santos mártires, Jesus e São Francisco. Rua Barbosa Lima, s/nº - Igarassu. Museu Regional de Olinda. O acervo do museu é formado por peças que retratam as residências existentes durante os séculos 17, 18 e 19. Rua do Amparo, 122 – Olinda. Museu do Trem. A história ferroviária de Pernambuco é contada através de documentos e antigos protótipos presentes no museu. Em exposição permanente, à vista dos usuários da estação central do metrô, antigas locomotivas utilizadas na cidade. Estação Central, Praça Visconde de Mauá, s/nº, São José - Recife. Sinagoga Kahal Zur Israel. A sinagoga, que passou muito tempo fechada, foi reformada e recentemente reinaugurada. Hoje, abriga o Centro Judaico de Pernambuco e também é responsável por manter viva a história do povo de Israel na cidade, através de uma exposição permanente. As paredes conservam os moldes originais do século 17 e no primeiro piso existe o ambiente reconstituído de uma sinagoga. Rua do Bom Jesus, 197, Bairro do Recife – Recife. Museu de Arte Sacra de Goiana. Possui uma sala exclusiva para a exposição de santos confeccionados por ceramistas pernambucanos. Há ainda objetos de Arte Sacra do século 17 ao 20. Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Rua do Amparo, s/nº. Museu do Barro - Espaço Zé Caboclo. Expõe peças artesanato feito com cerâmica de artistas consagrados como Mestre Vitalino, mas também abre espaço para a produção da nova geração de artesãos. Praça Coronal José Vasconcelos, 100, Espaço Cultural Tancredo Neves, Centro - Caruaru. Museu da Cachaça. Maior coleção de cachaça do mundo. Além disso, conta com uma grande quantidade de material relativo a essa bebida (quadros, livros, poesias, piadas, figuras decorativas e outras curiosidades). Chácara Girassol - Lagoa do Carro. 41 Museu do Cangaço. A história do Cangaço está preservada no acervo deste museu. São armas, roupas e objetos variados utilizados pelos cangaceiros durante a existência do bando de Lampião. Praça Monsenhor Elizeu, s/nº - Triunfo. Museu de Gonzagão. Fotos, roupas, instrumentos de trabalho e quase todas as músicas gravadas pelo Rei do Baião. Rodovia Asa Branca, BR 122, Km 38 – Exu. Museu do Sertão. A vida e a história do sertanejo pernambucano é retratada através dos seus utensílios de trabalho, objetos usados pelos vaqueiros e uma réplica de uma casa de reboco ambientalizada. O acervo conta ainda com material referentes a Lampião, como armas e correspondências. Rua Esmelinda Brandão, s/nº, Centro - Petrolina. Memorial da Medicina de Pernambuco. Ligado à Universidade Federal de Pernambuco, é o mais importante centro da cultura médica de Pernambuco, pela produção e difusão de conhecimentos científicos e literários e apoio ao desenvolvimento de recursos humanos na área da saúde e de atividades afins. Rua Amaury de Medeiros, nº 206, Derby Recife-PE. Casa da Cultura. A Casa da Cultura ou Museu do Frevo funciona onde era a antiga Casa de Detenção do Recife. Suas antigas celas abrigam, hoje, lojas com as variedades do artesanato pernambucano, como esculturas de barro, tecido de renda, souvenirs da cidade e muito mais. No local, o visitante também pode conhecer um pouco da comida típica pernambucana. Rua Floriano Peixoto, s/nº, Santo Antônio. Recife – PE. Casa do Carnaval. Os amantes do carnaval pernambucano têm na Casa do Carnaval uma ótima fonte de pesquisas e informações. Seu acervo conta com uma discoteca e materiais das principais agremiações carnavalescas do Recife. Pátio de São Pedro, 42 São José. Recife. Espaço Passárgada. A antiga casa de Costa Ribeiro Bandeira, avô do poeta Manuel Bandeira, abriga hoje parte das obras e reproduções de obras, fotografias e artigos do Itinerário Passárgada (1954). Rua da União, 263, Boa Vista, Recife. Museu de Arte Popular. O Museu de Arte Popular possui um acervo que conta com peças de vários artistas populares, principalmente de Caruaru e Tracunhaém, cidades famosas pelos trabalhos em barro e cerâmica. Pátio de São Pedro, casa 11, Bairro de São José, Recife. Museu Lula Cardoso Ayres. O Museu Lula Cardoso Ayres conta com uma exposição permanente de trabalhos do próprio artista como quadros, desenhos, fotografias e outros estudos. Rua Hermínio Alves Queiroz, 1416, Piedade, Jaboatão dos Guararapes. Museu de Valores. Localizado no Banco Central do Brasil, no Recife, expõe cédulas e moedas emitidas a partir de sua criação. Além das mais de sete mil moedas, o Museu de Valores tem um acervo com duzentas moedas internacionais, expostas na sala Moedas do Mundo. Rua da Aurora, 1259, Santo Amaro, Recife. Observatório Cultural Torre Malakoff. Reformada em 1999, a Torre Malakoff mantém suas características seculares. Criada para envolver ciência, arte e tecnologia, funciona como espaço cultural com exposições de fotografias e quadrinhos. 42 9. Anexos Este anexo reproduz dois documentos relacionados à cultura e à promoção cultural em Pernambuco: a “Sistematização de Propostas Prioritárias” aprovadas na Primeira Conferência Estadual de Cultura de Pernambuco (novembro 2005) e a Lei nº 12.310, de 19 de dezembro de 2002, que consolida e altera o Sistema de Incentivo à Cultura, e dá outras providências. 43 Propostas aprovadas na 1ª. Conferência Estadual de Cultura (28 a 30 de Novembro de 2005, Centro de Convenções de Pernambuco – Olinda / Pernambuco) Gestão Pública da Cultura Obrigatoriedade da vinculação de repasse no orçamento do poder público para cultura; garantindo no mínimo 2% do orçamento estadual para cultura; Reestruturar o Conselho Estadual de Cultura com a implementação do Conselho Estadual de Política cultural com composição paritária, poder público-sociedade civil para propor, formular fiscalizar e acompanhar a execução das políticas públicas de cultura em nível estadual, bem como elaborar o Plano Estadual de Cultura, a partir da diretrizes definidas nas Conferências Estaduais de Cultura. A representação do poder público deve contemplar a transversalidade ao nível do governo estadual, bem como a representação da União e dos Municípios. A representação da sociedade civil deve ser eleita diretamente nos Fóruns Permanentes e contemplar os diversos segmentos culturais e todas as regiões do Estado. Criar conselhos gestores de espaços culturais nas três esferas; com participação do Poder Público, dos artistas e produtores culturais, dos usuários, das instituições e empresas públicas e privadas envolvidas com o equipamento. Realizar um programa nacional de patenteamento da cultura popular; Criar conservatórios de música por meso-regiões para o fortalecimento da formação musical; Desmembrar a Secretaria de Educação e Cultura, criando a Secretaria de Cultura Realizar festivais culturais por segmentos artísticos: artesanato, dança, teatro, circo, musica e etc por meso-regiões, que culminem em um grande festival estadual; Fóruns Permanentes de Cultura regionais, para o fortalecimento das políticas publicas nos municípios como parte integrante do Conselho Estadual de Política Cultural; Garantir aulas específicas das diferentes;expressões artísticas e culturais , no ensino público e privado, municipal e estadual. Promover a criação de Conselhos Municipais de Política Cultural, com composição paritária poder público-sociedade civil, com os representantes da sociedade civil eleitos diretamente; para propor, formular fiscalizar e acompanhar a execução das políticas públicas de cultura em nível municipal, bem como elaborar o Plano Municipal de Cultura, a partir da diretrizes definidas nas Conferências Municipais de Cultura. Cultura é Direito e Cidadania Implantação de espaços culturais nos municípios, com estruturas para teatro, cinema, dança e manifestações culturais para realização de projetos de circulação e oficinas de arte, dança e musica assim como uma rede de estúdio comunitário por município que garanta a inclusão digital e a gravação de cd’s para os diversos grupos locais, cujas decisões serão tomadas paritariamente com os seus respectivos Conselhos Municipais de políticas Culturais. 44 Criar mecanismos junto a seguridade social de reconhecimento remunerado(aposentado) a mestres da cultura popular, que cultivam e praticam expressão de reconhecido valor cultural por mais de 30 anos comprovados por documentação, mídia, conselhos e instituições representativas; Criar e Implantar, um projeto de apoio anual aos projetos sociais já existentes que trabalhem arte, cultura e cidadania, promovendo ciclos de apresentações, debates e apropriando os alunos de rede municipal e estadual das disciplinas práticas de arte e cidadania, apoiando prioritariamente os grupos comunitários e associações capacitadas. Garantir e priorizar a realização de oficinas de expressões culturais e artísticas como instrumento básico e fundamental da promoção do direito e da cidadania aplicado nas políticas públicas de cultura, assegurando as crianças, adolescentes e jovens a sua inclusão social nas atividades culturais incluídas no currículo das escolas da rede de ensino municipal, estadual e privadas em parceria com instituições não governamentais oportunizando a integração de meninos e meninas em situação de rua, as nossas potencialidades culturais. É dever do poder público nos três entes federados promover a instalação de espaços culturais garantindo o acesso da comunidade incentivando na formação artística estruturando os grupos culturais existentes e em formação no município garantindo o exercício do direito. Estimular e desenvolver intercâmbios e consórcios culturais intermunicipais para garantir e incentivar o fortalecimento da cultura.’ Garantir a liberdade de expressão e direito de acesso ao processo e ao produto das manifestações culturais, garantindo os valores éticos, morais, estéticos e étnicos, os costumes e os ideais das mesoregião. Garantir a inclusão da cultura do nosso estado diretamente nas escolas publicas e privadas, municipais e estaduais, com a mesma importância que é dada as matérias tradicionais, lecionada exclusivamente por educadores avaliados e classificados como habilitados,capacitados e culturalmente formados para as referentes matérias,pelos respectivos conselhos,que deverão organizar uma grade curricular básica que de subsídios aos educadores através de um sistema de educação a distancia ou semi-presencial a nível universitário, garantido assim, o cumprimento estabelecido na LDB referente a disciplina de educação artística, além da identidade e autonomia cultural, para que se possa desenvolver uma educação cultural Pedagogicamente sustentável em nosso estado. Garantir o direito ao acesso às informações relativas às Políticas Públicas de Incentivo à Cultura, bem como os decretos, projetos de lei e leis que dão sustentação jurídica a produção cultural, através dos meios de comunicação de massa e remessa destas par instituições como: para bibliotecas publicas e comunitárias , associações, cooperativas dentre outras. Criação e implantação dos Conselhos Municipais de políticas Culturais, com caráter deliberativo, paritário, fiscalizador e formador de políticas públicas. Onde a sociedade civil tenha voz e voto. Criação e implantação por parte do governo do estado de uma pasta especifica de cultura. Economia da Cultura Garantir a vinculação de, no mínimo, 2% dos orçamentos públicos para a área da cultura, com apoio integral ao movimento nacional, pela aprovação da PEC 150/2003, com a devida alteração para garantir os 2% do orçamento nos 03 níveis: federal, estadual e municipal. Criar mecanismos através de parcerias envolvendo o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil no sentido de facilitar o escoamento da produção cultural e fortalecer a geração de renda no município; Criação de linhas de crédito e isenção fiscal para fomentar processos produtivos de Associações, Centros e Cooperativas culturais, (levando em consideração o escoamento dos produtos); 45 Garantir a gestão participativa para elaboração, fiscalização e execução das leis orçamentárias Municipais, Estaduais e Federal para cultura local; Garantir no orçamento do Estado recursos para a construção de Pólos Comerciais Centrais para a exposição e comercialização da cultura regional. Regulamentação obrigatória do Fundo e Conselho Municipal de Cultura; Implantar um estúdio comunitário para gravação de CD dos municípios que garanta a inclusão digital e a gravação de cd’s para os diversos grupos (Macaratus, Afoxes, frevos, Caboclinhos, Cocos, Forró Pé-de-Serra, Grupo de Hip-Hop, Trilhas de Grupos Teatrais, Bandas e etc). Priorizar a traves de PP a contratação mínima de 50% dos artistas e grupos culturais locais nas festas de pequeno, médio e grande porte e assegurar 50% do percentual do orçamento total destinados aos cachês, afim de priorizar e garantir o pagamento dos mesmos nos eventos municipais e estaduais. Garantir o respeito aos valores étnicos, éticos, morais e estéticos; os costumes e os ideais das comunidades tradicionais afetadas pelos projetos/programas de desenvolvimento formulados pela ótica da globalização. Criar/ apoiar rádios comunitárias para divulgar, sem custo para os artistas culturais de todas regiões do Estado, na promoção de todas as culturas, as afro, indígena e quilombolas, possibilitando a venda dos seus produtos em eventos, feiras, espaços cultuais e turismo de uma maneira geral. Incluindo boletim informativo mensal com recursos do ministério da cultura, Patrimônio Cultural O governo estadual deverá criar novos mecanismos e investimentos financeiros para promover, consolidar e incrementar manifestações culturais, favorecendo intercâmbio, valorizando e estimulando a história e o patrimônio material e imaterial do Estado, com o apoio do governo federal e municipal. 1,3,5,12,25 e 37 ) Criação e revitalização de espaços culturais, como: bibliotecas, arquivos, memoriais, museus, casas de cultura, onde possam resguardar e preservar a memória de cada município, enfatizando a identidade cultural e o patrimônio cultural, histórico e natural, com apoio das três esferas: Municipal, Estadual e Federal. ( 4,7,9,10,11,15 e 18 ) Implementar ações de educação patrimonial, na administração pública em todos os níveis, municipal, estadual e federal, visando a capacitação, profissionalização, inclusão social e a preservação dos bens patrimoniais resultantes da cultura material e imaterial, que tenham vínculo com a identidade local.(6, 13 e 16 ) Criar o sistema estadual de preservação para: mapear, registrar, tombar e preservar o patrimônio histórico arqueológico documental material e imaterial, incluindo os de matrizes africanas, indígenas e quilombolas, sendo que, o mesmo deverá ser composto por conselho e fundo estadual de preservação levando em consideração os inventários já realizados, atualizando-os e divulgado-os e será ainda composto por representação em toda região do Estado de Pernambuco. (14,20,21,26, 29, 32,33,38, 40, 41, 42 e 46) O governo do estado em parceria com os poderes municipais, a sociedade civil organizada e a iniciativa privada devem criar meios de divulgação que garantam os consórcios intermunicipais incentivadores da cultura itinerante ( intra e inter ) municipal, possibilitando desta forma, a abertura de canais diretos de diálogo por meio de fóruns para a identificação e valorização constante do patrimônio cultural material e imaterial. (17, 19, 24) Reativar a FUNDARPE enquanto órgão responsável pela proteção do patrimônio, dando especial atenção ao patrimônio já tombado, priorizando a recuperação urgente dos 46 monumentos em situação de extremo risco, e ampliando suas atenções para aqueles cuja proteção deve ser implementada, acompanhando e apoiando os municípios no cadastro e preservação dos seus bens culturais criando os equipamentos necessários para tal. (22, 23, 27, 43) Alocar recursos estaduais e federais para incentivo e apoio de ações municipais que visem o arrolamento, inventário e proteção de acervos documentais públicos ou privados de interesse a história e para o patrimônio cultural. (28) A FUNDARPE e o Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco, deverão cobrar e incentivar a criação dos Conselhos municipais de política cultural e/ou de cultura e turismo, disponibilizando para tal, assessoramento e consultoria técnica. ( 30 ) O poder público, municipal e estadual, deverão assegurar por meio da criação e manutenção das bibliotecas públicas e comunitárias o acesso da população aos registros culturais da humanidade, à informação tecnológica, assim como às expressões criadoras culturais, científicas e artísticas da região.(31, 35 e 36) Assegurar, incentivar através de ações públicas, fortalecimento do patrimônio vivo reveladores da tradição local, regularizando o ensino e transmissão dos conhecimentos herdados e definidores da cultura de cada núcleo ou etnia. Comunicação é Cultura Criar e qualificar espaços públicos municipais e estaduais (estrutura e serviços), transformando-os em centros culturais, com verba viabilizada pelos Fundos de Cultura Criar uma rede pública de rádio e tv cultural, financiada pelo Governo Federal e Estadual, gerida pelo Conselho Estadual de política cultural; Criar mecanismos de interação no planejamento e financiamento entre os ministérios da Cultura e da Comunicação, propiciando uma unidade de ação governamental que beneficie a cadeia produtiva da cultura Criar terminais de divulgação permanentes, pelos Estados, para exibição de audiovisuais e impressos promocionais das manifestações culturais e dos pontos turísticos com a colaboração dos municípios; Criar lei que estabeleça uma cota diária mínima de 2 horas em horário comercial na programação das rádios, para divulgação de conteúdos culturais e livre expressão do setor; Criar Lei de Incentivo Fiscal para os meios de comunicação (radiodifusão e televisão) reservarem espaço cultural com ênfase nas culturas regionais Criar uma lei (nas três esferas) que obrigue os poderes públicos a destinarem um espaço de tempo em horário comercial nos programas institucionais de rádio e televisão, para divulgar o potencial artístico e cultural das regiões no horário comercial; Ampliar a participação das empresas privadas nos programas de incentivos culturais do governo estadual e federal através do aumento do percentual de isenção fiscal; Dar acesso aos bens culturais (impressos, audiovisual, teatro, música, etc) a portadores de necessidades especiais, através de sistemas de integração Fazer cumprir a lei nº 9610/98 (Lei de Direitos Autorais) sobretudo nos eventos abertos ao público; 47 Formação e Capacitação Cultural Criar e manter Centros e Unidades Móveis Culturais articulados com os municípios objetivando: - estimular a formação nas diversas técnicas de expressões artísticas cultural, processos de gestão e produção (pública e privada), - garantir acesso público a instrumentos de pesquisas (bibliotecas, laboratórios de informática, fóruns, debates, etc.) e espaços para manifestações artísticas (exposições, exibição de audiovisuais, estúdio de gravação, expressões da cultura popular e dos ciclos culturais), de forma plural e participativa, na sua criação e gerenciamento. Criar um Plano Estadual de Formação Cultural, descentralizado, democraticamente discutido com a Sociedade Civil, com os Conselhos de Políticas Culturais estadual e municipais e com os governos, para a qualificação, valorização e fortalecimento da produção cultural, em parceria com instituições de ensino, produtores, artistas, mestres populares e organizações da Sociedade Civil. O Plano deve contemplar as diversas áreas do campo artístico e cultural na perspectiva de potencializar a geração de trabalho e renda, a inclusão social e construção da cidadania cultural, divulgar e consolidar a cultura local e gerir projetos. O plano deve levar em consideração para a sua construção: -Os equipamentos já existentes; -A formação específica dos Gestores Públicos da cultura nos campos da captação de recursos, gerência, turismo, elaboração de projetos e aprofundamento sobre a cultura; -A capacitação de grupos, artistas, produtores, artesãos, professores; -O resgate e manutenção da cultura popular; -A criação de uma agenda anual de cursos, seminários e oficinas, descentralizadas por regiões; -A pesquisa, o cadastro e a memória; -O incentivo à organização, planejamento, legalização e participação dos grupos culturais, artistas, produtores, etc...; -A criação de redes de cultura; - A formação à distância via Internet ou outro mecanismo; -A formação para a consciência do patrimônio cultural, sua preservação, conservação e restauração; -O acesso e divulgação das linguagens contemporâneas. Descentralizar a realização de eventos da área cultural (congresso, conferências, exposições...) estendendo os mesmos aos municípios do interior do estado; Promover permanentemente formação e aperfeiçoamento para educadores e artistas que atuam no ensino das artes. Com assessoria dos órgãos de Educação Municipais, Estaduais e Federais, efetivando, o ensino das Artes nas escolas públicas e privadas, fazendo-se cumprir os PCN´s (Parâmetros Curriculares Nacionais), dando ênfase à cultura popular, afro brasileira e indígena. Incentivar projetos de Formação para os artistas locais, com financiamento do Fundo Municipal de Cultura, empresas privadas e/ ou do Funcultura Estadual; Promover a extensão do Centro de Artes e Comunicação da UFPE para os municípios do Interior, através das universidades publicas do Estado; Descentralizar as informações para o interior do Estado e promover capacitações para elaboração de projetos culturais, com o apoio da Fundarpe e Secretaria Estadual de Cultura; 48 Criar Banco de Dados estadual atualizando as informações sobre a produção artística, e os agentes culturais e partituras, integrando o estado através de endereços eletrônicos e mala direta. Criar Gerências Regionais de Cultura nas microregiões, para que as informações (projetos e editais de órgãos governamentais), cheguem aos municípios através de mala direta, e que as Gerências tenham pessoas capacitadas (técnicos) para não só informar como também capacitar os municípios a elaborar projetos culturais. Criar, implantar, ampliar, estimular e qualificar bibliotecas públicas populares e comunitárias (com acervo informatizado), aparelhando-as com recursos humanos qualificados e equipamentos de informática e audiovisuais, que as tornem aptas a promover ações culturais de diversas naturezas de linguagem e diferentes contextos, quais sejam: fóruns de cultura, palestras, recitais poéticos, oficinas de poesia e literatura, contação de histórias, projeção de filmes, oficinas de artes plásticas/visuais e etc, ampliando e atualizando periodicamente o acervo. 49 Lei nº 12.310, de 19 de Dezembro de 2002: Consolida e Altera o Sistema de Incentivo à Cultura, e dá outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO: Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º O Sistema de Incentivo à Cultura - SIC, criado pela Lei nº 11.005, de 20 de dezembro de 1993, e alterado pela Lei nº 11.914, de 28.12.2000, passa a ser disciplinado na forma desta Lei. Parágrafo único. A regulação, o objeto, as finalidades, a estrutura e as atribuições dos órgãos que compõem o Sistema de Incentivo à Cultura - SIC são tratados por esta Lei e por atos a ela vinculados. Art. 2° Constituem objetivos do SIC: I - apoiar as manifestações culturais, com base na pluralidade e na diversidade de expressão; II - facilitar o acesso da população aos bens, espaços, atividades e serviços culturais incentivados pelo SIC; III - estimular o desenvolvimento cultural do Estado em todas as suas regiões, de maneira equilibrada, valorizando o planejamento e a qualidade das ações culturais; IV - apoiar ações de manutenção, conservação, ampliação, produção e recuperação do patrimônio cultural material e imaterial do Estado; V - proporcionar a capacitação e o aperfeiçoamento profissional de artistas e técnicos das diversas áreas de expressão da cultura; VI - promover o intercâmbio cultural com outros Estados brasileiros e outros países, neles fomentando a difusão de bens culturais pernambucanos, enfatizando a atuação dos produtores, artistas e técnicos de nosso Estado; VII - propiciar a infra-estrutura necessária à produção de bens e serviços nas diversas áreas culturais abrangidas por esta Lei; VIII - estimular o estudo, a formação e a pesquisa nas diversas áreas culturais. Art. 3° Fica instituído o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura - FUNCULTURA, com a finalidade de incentivar e estimular a Cultura Pernambucana, mediante a persecução dos objetivos do SIC, nos termos do artigo anterior. § 1º A cada final de exercício financeiro, os recursos depositados no FUNCULTURA, não utilizados, serão transferidos para o exercício financeiro subseqüente, sendo mantidos na conta do Fundo para utilização. § 2º O Poder Executivo, na forma do decreto, ficará obrigado a divulgar, anualmente: I - demonstrativo contábil informando: a) recursos arrecadados/recebidos no período; b) recursos disponíveis; c) recursos utilizados no período; d) relação das empresas que contribuíram com recursos próprios para o FUNCULTURA. II - relatório discriminado contendo: a) número de projetos culturais beneficiados; b) objeto e valores de cada um dos projetos beneficiados; c) responsáveis pelos projetos; d) número de empregos diretos e indiretos previstos. § 3º O Poder Executivo, na forma do decreto, divulgará, anualmente, até o dia 31 de março do exercício financeiro seguinte, resumo global dos itens previstos nos §§ 1º e 2º deste artigo. § 4º A extinção do fundo instituído por esta Lei acarretará na reversão do eventual saldo remanescente para a Conta Única do Estado. Art. 4° Para os efeitos desta Lei, entende-se por: I - Produtor Cultural: a pessoa física ou jurídica, domiciliada no Estado de Pernambuco, há pelo menos 01 (um) ano, inscrita no cadastro de que trata o art. 9°desta Lei, há pelo menos 06 (seis) meses, responsável, nos termos desta Lei, pelo projeto cultural apresentado ao SIC; II - Participante: a pessoa jurídica, estabelecida no Estado de Pernambuco, contribuinte do ICMS, inscrita no regime normal, em situação regular perante o Fisco Estadual, que contribua, na forma do art. 5°, I desta Lei com o FUNCULTURA; III - Proponente: o Produtor Cultural ou órgão/entidade da administração pública, estadual ou municipal, responsável pela apresentação de projeto cultural no âmbito do SIC. § 1° Ficam vedadas: 50 I - a apresentação de projeto cultural, visando à obtenção dos incentivos do SIC, por produtor cultural vinculado, conforme o disposto no parágrafo seguinte, a qualquer Participante; II - a apresentação de projeto por pessoas jurídicas de direito privado, em cujo objeto estatutário não conste o exercício de atividade na área cultural em que se enquadre o projeto, dentre as áreas culturais indicadas no art. 6° desta Lei. § 2° Para efeito do disposto no inciso I do parágrafo anterior, considera-se vinculado à Participante: I – A pessoa jurídica cujos titulares, administradores, gerentes ou sócios sejam ou tenham sido, nos últimos 12 (doze) meses, titulares, administradores, gerentes, sócios ou funcionários da Participante ou de empresa coligada ou por ela controlada; II – A pessoa física que seja ou, nos últimos 12 (doze) meses, tenha sido titular, administrador, gerente, sócio ou funcionário de Participante ou de empresa a ela coligada ou por ela controlada; III - O cônjuge, parentes até segundo grau, consangüíneos ou afins, dos titulares, administradores, gerentes, sócios e funcionários de Participante ou de pessoa jurídica a ela vinculada, nos termos do inciso I deste parágrafo. § 3° O Proponente e a Participante, para serem beneficiados com os incentivos e os estímulos a que se refere esta Lei, deverão estar em situação regular perante os órgãos públicos competentes, devidamente comprovados na forma prevista em Decreto Regulamentador. Art. 5º Constituem receitas do FUNCULTURA: I - contribuições das Participantes, observado o disposto no § 1º deste artigo; II - dotações orçamentárias; III - doações, auxílios, subvenções e outras contribuições de pessoas, físicas ou jurídicas, bem como de entidades e organizações, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras; IV - rendimentos de aplicações financeiras dos seus recursos, realizadas na forma da lei; V - o produto da arrecadação das multas a que se refere o art. 8º da presente Lei; VI - os valores provenientes da devolução de recursos relativos a projetos que apresentem saldos remanescentes, ainda que oriundos de aplicações financeiras; VII - recursos remanescentes oriundos do Fundo de Incentivo à Cultura - FIC, instituído pela Lei nº 11.914, de 28 de dezembro de 2000; VIII - os saldos de exercícios anteriores; IX - o produto de convênios celebrados com o Fundo Nacional de Cultura - FNC/Minc, hipótese em que poderão ser utilizadas partes dos recursos do FUNCULTURA para a cobertura da contrapartida exigida pelo FNC/Minc; X - outras receitas que lhes venham a ser legalmente destinadas. §1º As Participantes que contribuírem com o FUNCULTURA, na forma do inciso I do caput deste artigo, poderão deduzir, do saldo devedor do ICMS, observado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 7º, § 7º, o valor efetivamente depositado em benefício do FUNCULTURA. §2º O Poder Executivo, mediante decreto, definirá, quanto à contribuição de que trata o inciso I do caput deste artigo: I - os seguimentos econômicos que poderão contribuir com o FUNCULTURA; II - os seus limites, em percentuais ou diretamente em valores. Art. 6° Os recursos auferidos pelo FUNCULTURA serão destinados, apenas, a projetos de natureza estritamente cultural, que atendam aos objetivos previstos no art. 2°desta Lei e se enquadrem em, pelo menos, uma das seguintes áreas culturais: I - artes cênicas, compreendendo teatro, dança, circo, ópera, mímica e congêneres; II - cinema, vídeo, fotografia, discografia e congêneres; III - literatura, inclusive obras de referência e cordel; IV - música; V - artes plásticas, artes gráficas e congêneres; VI - cultura popular, folclore, artesanato e congêneres; VII - patrimônios artístico, históricos, arquitetônicos, arqueológicos e paleontológicos, compreendidos os museus, bibliotecas, arquivos, centros culturais e congêneres; VIII - pesquisa cultural. §1° Somente serão beneficiados por recursos do FUNCULTURA projetos culturais que visem à exibição, à utilização ou à circulação pública de bens culturais, ficando vedado benefício a projeto destinado, exclusivamente, a circuitos fechados ou coleções particulares. §2° Da totalidade de recursos do FUNCULTURA, não poderão ser aplicados mais de 50% (cinqüenta por cento) em projetos oriundos do Poder Público. §3° Os projetos culturais beneficiados deverão utilizar, prioritariamente, recursos naturais, humanos, materiais e técnicos pernambucanos. 51 Art. 7° O FUNCULTURA será administrado pela Secretaria de Cultura - SECULT. §1° Os projetos culturais apresentados por Produtores Culturais, serão analisados e selecionados por uma Comissão Deliberativa, constituída, de forma tripartite e isonômica, por representantes de órgãos do Governo do Estado, de instituições culturais e de entidades representativas de artistas e produtores culturais, composta por 15 (quinze) membros efetivos, e igual número de suplentes. §2° Comporá, ainda, a Comissão de que trata o parágrafo anterior, o Secretário da Cultura, na qualidade de Presidente, como membro nato, que apenas terá direito a voto em caso de empate, e, na sua ausência ou impedimento, o Secretário Adjunto da Cultura. §3° Os projetos culturais oriundos de órgãos ou entidades da administração pública, direta ou indireta, estadual ou municipal, serão analisados e selecionados por uma Comissão constituída por representantes da Secretaria de Cultura, da Secretaria da Fazenda e da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Social. §4° As Comissões mencionadas nos §§ 1° e 3° deste artigo definirão os valores a serem destinados aos projetos aprovados e avaliarão os resultados da aplicação dos recursos. §5º A função de Secretaria-Executiva do FUNCULTURA será exercida pela SECULT. §6° Da totalidade de recursos do FUNCULTURA, o valor equivalente 1% (um por cento) será destinado ao custeio e à manutenção das atividades exercidas pela Comissão Deliberativa do FUNCULTURA e pela sua Secretaria Executiva. §7° Decreto do Poder Executivo disporá sobre: I – a distribuição proporcional dos recursos do FUNCULTURA entre as áreas culturais de que trata o art. 6° desta Lei, conforme a prioridade de cada um deles em face da política cultural do Estado; II – quanto à Comissão de que trata o caput deste artigo: a) critérios de escolha e prazo de mandato dos seus integrantes; b) periodicidade e forma de convocação das suas reuniões, bem como o quorum mínimo para a sua realização; c) criação e funcionamento de grupos temáticos de assessoramento técnico; d) outros pontos necessários ao seu bom funcionamento; III – quanto aos projetos culturais a serem apresentados ao SIC, para efeito de obtenção de recursos do FUNCULTURA: a) pré-requisitos e documentos necessários; b) vedações. Art. 8º Além das sanções penais cabíveis, o Proponente que não realizar, efetivamente, o seu projeto será multado em 02 (duas) vezes o valor do benefício utilizado indevidamente, acrescido de juros de 1% a.m.(um por cento ao mês) desde a data da utilização indevida até o seu efetivo pagamento. §1º A proposição e a aplicação da penalidade de multa, prevista no caput, deste artigo, será realizada pela Secretaria da Fazenda, observando, quanto ao processo administrativo-tributário correspondente, o disposto na legislação estadual pertinente, inclusive no que diz respeito à inscrição do débito na Dívida Ativa Estadual, no caso de inadimplemento. §2º O Proponente que cometer qualquer irregularidade, enquanto não tiver a execução do seu projeto atestada pela CD-SIC e a correspondente prestação de contas aprovada pela Secretaria da Fazenda ficará impedido de participar do SIC, além de ter: I - suspensa à análise, até a devida regularização, de todos os seus projetos em tramitação no SIC; II - paralisada a execução dos seus projetos já aprovados até a devida regularização; III - instauração de tomada de contas especial dos seus projetos em execução, até a devida regularização; IV - serão recusados seus novos projetos, até a devida regularização. §3º Será vedada a participação do Proponente, a qualquer título, no SIC-PE, que tiver praticado quaisquer das condutas tipificadas na Lei Federal nº. 8.137, de 27 de dezembro de 1990, até a data em que se extinguir, na forma prevista na Lei, a punibilidade da conduta delituosa, nos âmbitos penal, administrativo e civil. §4º Aplica-se o impedimento previsto neste artigo ao Proponente que tiver suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado, independente das medidas penais cabíveis. §5º Quando as situações previstas nos parágrafos anteriores e no caput deste artigo for regularizada perante a SEFAZ, o Proponente estará apto a operar no SIC-PE. Art. 9° Fica criado o Cadastro dos Produtores Culturais – CPC, a ser regulamentado em Decreto do Poder Executivo. §1° Consideram-se automaticamente cadastrados no CPC, como Produtores Culturais, os Empreendedores Culturais que estejam cadastrados, há pelo menos 06 (seis) meses, no Cadastro de Empreendedores Culturais CEC, criado pela Lei n° 11.914, de 28 de dezembro de 2000. §2° Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior às entidades da administração pública. 52 §3° O Proponente será responsabilizado pela não comunicação, a qualquer tempo, de fato ou evento que venha a alterar as informações contidas no Cadastro de que trata o caput deste artigo e/ou sua situação particular, quanto à sua capacidade técnica ou jurídica, idoneidade financeira e regularidade fiscal. Art. 10. Ao término de cada projeto, a Secretaria Estadual da Fazenda efetuará uma avaliação final de forma a verificar a fiel aplicação dos recursos, observando as normas, os prazos e procedimentos, a serem definidos no regulamento desta Lei e no regimento interno da CD-SIC, bem como na legislação em vigor. §1º Aplicar-se-ão ao FUNCULTURA as normas legais de controle, prestação e tomada de contas pelos órgãos de controle interno do Estado de Pernambuco, sem prejuízo da competência específica do Tribunal de Contas do Estado. §2º A entrega da prestação de contas, até manifestação da Secretaria da Fazenda acerca de sua regularidade, de acordo com as normas e prazos já publicados, permitirá que o Proponente continue a execução do projeto em andamento bem como a apresentação de novos projetos. §3º A não prestação de contas implica nas sanções previstas nesta Lei. §4º Em todas as fases do processo o Proponente terá direito à defesa de seu projeto, de sua prestação de contas, de recursos compatíveis e demais atos que lhe disserem respeito, em qualquer instância. §5º O Governo do Estado de Pernambuco, publicará e distribuirá em linguagem acessível, clara e concisa: I - através da SEFAZ: manual contendo todas as instruções, para a orientação dos Proponentes, quanto à prestação de contas, de acordo com as características e especificidades de cada área, definidas no Art. 6º; II - através da SECULT: manual de instrução e procedimentos, que esclareça todas as fases compreendidas desde a elaboração do projeto até à prestação de contas do mesmo. §6º As modificações ocorridas nos manuais, citados neste artigo, e nas instruções serão atualizadas anualmente e publicadas no Diário Oficial do Estado. §7º A Secretaria de Cultura disporá todo o funcionamento do Sistema de Incentivo à Cultura - SIC- através de um site próprio. Art. 11. A prestação de contas relativa a recursos do FUNCULTURA, a ser apresentada à Secretaria da Fazenda nos termos da legislação financeira pertinente, será de responsabilidade do Proponente. Art. 12. O Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo Projeto de Lei que autorize a abertura de crédito especial no orçamento do Estado, com as compatíveis classificações orçamentárias, visando a atender à integralização dos recursos necessários à constituição do FUNCULTURA. Art. 13. O Poder Executivo, através de Decreto, disporá sobre os projetos em execução, aprovados com base na Lei nº 11.914, de 28 de dezembro de 2000. Art. 14. Nos projetos apoiados nos termos desta Lei deverão constar a divulgação do apoio institucional do Governo do Estado ou da Secretaria da Cultura e do SIC-PE. Parágrafo único. A não inserção das marcas do apoio institucional, previstas no caput deste artigo, inabilitará o Proponente pelo prazo de um ano à obtenção de incentivos previstos nesta Lei. Art. 15. O Poder Executivo, através da Secretaria de Cultura, enviará à Assembléia Legislativa Estadual relatório anual sobre a gestão do SIC-PE. Art. 16. O Poder Executivo, exclusivamente para o ano de 2003, fará um aporte no FUNCULTURA correspondente ao valor residual previsto como renúncia fiscal para o ano de 2002. Art. 17. O Poder Executivo, por meio de decreto, no prazo de até 90 (noventa) dias expedirá instruções para a fiel execução desta Lei, bem como delegará, conforme o caso, às autoridades da Secretaria da Cultura e da Secretaria da Fazenda, competências para expedir atos normativos complementares. Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 19. Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Lei n° 11.914, de 28 de dezembro de 2000. Palácio do Campo das Princesas, em 19 de dezembro de 2002. JARBAS DE ANDRADE VASCONCELOS Governador do Estado FRANCISCO DE ASSIS BARRETO DA ROCHA FILHO SEBASTIÃO JORGE JATOBÁ BEZERRA DOS SANTOS MAURÍCIO ELISEU COSTA ROMÃO JOSÉ ARLINDO SOARES 53