Uca = 1,73x UcN

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3. Dimensionamento dos Condutores Elétricos
Introdução
Fatores básicos que envolvem o dimensionamento de um condutor:
-
tensão nominal;
freqüência;
potência ou corrente da carga a ser suprida;
fator de potência da carga
tipo de sistema: monofásico, bifásico e trifásico;
método de instalação dos condutores;
tipo de carga: iluminação, motores, capacitores, etc;
distância da carga a ponto de suprimento (queda de tensão);
corrente de curto circuito.
Condutores utilizados
Os cabos e condutores utilizados nas instalações de baixa tensão, são na grande
maioria das vezes de cobre, já o de alumínio sofre sérias restrições mesmo sendo
mais econômico.
Hoje já temos condutores com a parte interna de aço inox recoberto com uma
camada externa de cobre, isso se deve, principalmente ao grande número de
roubo de cabos externos, inviabilizando a venda do mesmo por preço de cobre.
O isolamento é de PVC (cloreto de polivinila) ou de outros materiais previstos por
normas, como o EPR (etileno propileno) ou o XLPE (polietileno reticulado).
Cabo Isolado – camada isolante sem capa de proteção
Cabo unipolar – com capa de proteção
Cabo multipolar – constituídos por vários condutores, protegidos por uma capa
externa
Exemplos de cabos ver cópias de catálogos.
1
Sistema de Distribuição
Sistema monofásico a dois condutores (F - N)
Sistema utilizado normalmente em residências e prédios comerciais de baixo
consumo e de pequena caga.
Secundário do Transformador
F
127 V
Ou
220V
N
Aterramento
Sistema Trifásico
3 condutores (3F) – Trifásico em triângulo ou estrela com ponto neutro isolado
4 condutores (3F-N)- É o sistema secundário de distribuição mais comumente
utilizado nas instalações elétricas industriais, normalmente é utilizada a
configuração estrela com o ponto neutro aterrado.
TRIÂNGULO
a
Ia
Uab
Uca
Ib
c
2
b
Ubc
Ic
Uab
Ica
θ
θ
120°
120°
Ia = Iab + Iac
Ib = Iba + Ibc
θ
Uca
Ic = Ica + Icb
120°
Ubc
Ibc
ESTRELA
Tensões entre fases = Uab, Ubc, Uca (220V, 380V, 440V, 208V)
Tensões entre fase e neutro = UaN., UbN, UcN (127V, 220V, 254V,
a
Ia
Uan
Uab
Uca
N
Ib
c
b
Ic
Iab
Ubc
120V)
Uab = 1,73x UaN
Ubc = 1,73x UbN
3
Uca = 1,73x UcN
Potencia
P  3 xUab x Ia cos
Quando as cargas estão equilibradas entre as fases , a corrente resultante no
neutro é nula.
a
b
c
N
Representação Estrela
Sistema de Aterramento
Os sistemas de aterramento têm como principal função proteger os usuários de
equipamentos elétricos, em relação às descargas atmosféricas e às fugas de
corrente elétrica nos próprios equipamentos. Como o potencial de aterramento é
definido como referência de segurança e também como referência para sistemas
de energia, pode-se conectar "o cabo terra" como referência para sistemas de
blindagens eletromagnéticas, otimizando-se as "Gaiolas de Faraday", formadas
pelas caixas dos produtos. Com isso, se diminui a irradiação de interferências e/ou
aumenta-se à imunidade a interferências irradiadas por outros equipamentos.
Esses são os conceitos utilizados pelos fabricantes, ao usar cabos e plugues de
três pinos, com o terceiro pino ligado à carcaça do equipamento. É interessante
notar que o pino de terra é sempre o mais longo, justamente para garantir a
proteção elétrica antes de se aplicar efetivamente energia ao equipamento; após
energizada, a carcaça do produto estaria no potencial de terra, protegendo o
usuário em relação a fugas de corrente e otimizando o efeito de blindagem
eletromagnética da caixa do produto.
Os principais efeitos que uma corrente (externa) pode produzir no corpo humano
são
fundamentalmente quatro:
Tetanização – paralisia muscular
Parada respiratória – pulmões são bloqueados
4
Queimaduras profundas – efeito Joule e calor
Fibrilação ventricular – se a corrente elétrica atinge diretamente o músculo
cardíaco. Os impulsos periódicos: sístole (contração) e diástole (expansão), são
alterados e o coração vibra desordenadamente (perde o passo ou o sincronismo)
Efeitos fisiológicos da corrente alternada (15Hz a 100Hz) pessoas com mais de 50kg
0,1 a 0,5mA – Leve percepção superficial
0,5 a 10mA – Ligeira tetanização do braço
10 a 30mA – Não perigosa se interrompida em menos de 5 segundos
30 a 500mA – Paralisia estendida dos músculos do tórax, com sensação de falta
de ar e tontura. Possibilidade de fibrilação ventricular se a descarga se mantiver
por mais de 200 ms
Acima de 500mA – Parada cardíaca, salvo intervenção imediata de pessoal
especializado.
Para as freqüências industriais (50 - 60 Hz), desde que a intensidade não exceda
o
valor de 9 mA, o choque não produz conseqüências graves, quando a corrente
ultrapassa 9mA, as contrações musculares tornam-se mais violentas e podem
chegar a ponto de impedir que a vítima se liberte do contato com o circuito, se a
região torácica for atingida poderão ocorrer asfixia e morte aparente, caso em que
a vítima morre se não for socorrida a tempo.
Correntes maiores que 20 mA são muito perigosas, mesmo quando atuam durante
curto espaço de tempo, as correntes da ordem de 100 mA, quando atingem a
zona do coração, produzem fibrilação ventricular em apenas 2 ou 3 segundos, e a
morte é praticamente certa.
Correntes de alguns ampéres, além de asfixia pela paralisação do sistema
respiratório, produzem queimaduras extremamente graves, com necrose dos
tecidos, nesta faixa de corrente não é possível o salvamento, a morte é
instantânea.
De um modo geral, pode-se citar outros efeitos, tais como: eletrólise no sangue,
problemas renais, prolapso em órgãos ou músculos, perda da coordenação
motora, perda da sensibilidade, danos à visão e ao cérebro e perturbação no
sistema nervoso.
Proteção contra choques elétricos
diretos – contato com partes metálicas normalmente sob tensão
(partes vivas)
Contatos indiretos – contato de pessoas ou animais com partes metálicas
normalmente não energizadas (massas), mas que podem ficar energizadas devido
a uma falha de isolamento
Contatos
5
Medidas de proteção
Tensão
de contato - Tensão que uma pessoa possa ser submetida ao tocar
simultaneamente, em um objeto sob tensão e em outro elemento que se encontra num
potencial diferente
de passo – Parte da tensão de um eletrodo de aterramento à qual poderá ser
submetida uma pessoa nas proximidades do eletrodo, cujos pés estejam separados pela
distância equivalente a um passo
Tensão
Sistemas de Aterramento
Sistema TN
A
B
C
Secundário do
Transformador
Icc
N
PE
Icc
N
6
Massa
PE
Aterramento
da alimentação
Os sistemas TN tem um ponto diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a
este ponto através de condutores de proteção.
a) Sistemas TN-S
São aqueles no qual o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos.
São conhecidos como sistema a cinco fios.
O condutor de proteção é responsável pela condução das correntes de defeito
entre fase e massa.
PE – protection earth
Condutor PEN – proteção e neutro da rede de BT externa
TODAS AS MASSAS DE UMA INSTALAÇÃO DEVEM SER LIGADAS
AO CONDUTOR DE PROTEÇÃO.
Os circuitos de iluminação e tomadas em residências não são obrigatórios.
O eletrodo de terra deverá apresentar a menor resistência de contato possível,
devendo ser de 5 ohms e nunca ultrapassar 25 ohms. Há aparelhos de medida de
resistência de terra dos sistemas.
A secção do condutor de ligação à terra de um sistema de eletrodutos metálicos
deverá ser escolhida em função do circuito de maior capacidade, mais a frente
veremos como se determina esta secção.
Ideais para instalações
No esquema TN-C:
com subestação ou gerador próprio
•há economia de um condutor
•utiliza o condutor PEN
7
•Somente pode ser usado quando S³10mm2 em cobre e S³16mm2 em alumínio
que não utilizem cabos flexíveis
•Não se admite o uso de dispositivos DR
b) Sistema TN – C
É aquele no qual as funções de neutro e de proteção são combinadas em um
único condutor ao longo de todo o sistema. É conhecido como sistema a quatro
condutores.
Este sistema é mais utilizado em instalações de pequeno e médio porte.
A
B
Secundário do
Transformador
C
PE
N
Massa
PE
Aterramento
da alimentação
c) Sistema TN-C-S
É aquele que tem as funções de neutro e de proteção combinadas em um único
condutor em uma parte do sistema.
8
A
B
C
Secundário do
Transformador
N
PE
N
Massa
Massa
Aterramento
da alimentação
Sistema TT
É aquele que tem um ponto de alimentação diretamente aterrado, sendo as
massas ligadas a eletrodos de aterramento independentes do eletrodo da
alimentação.
Um
ponto da alimentação (secundário do transformador ou terminal do gerador
(normalmente o neutro), é aterrado com eletrodos independentes das massas
Todas
as massas protegidas contra contatos indiretos devem ser ligadas a um
PONTO ÚNICO, para evitar malhas e surgimento de tensões de passo
A
proteção deve ser garantida por dispositivos DR (diferencial-residual), que
detectam a corrente que escoa pela terra
É
extremamente simples.
A
B
C
Secundário do
Transformador
N
N
Massa
Aterramento
da alimentação
Massa
PE
PE
para instalações alimentadas diretamente por rede de distribuição ‘pública’
em baixa tensão.
Ideal
9
Sistema IT
É aquele em que o ponto de alimentação não está diretamente aterrado.
Impedância Z suficientemente alta.
O sistema IT é caracterizado quando a corrente resultante de uma falta fasemassa não possui suficiente intensidade para provocar o surgimento de tensões
perigosas.
A utilização deste sistema está restrita a casos específicos, como:
- continuidade de operação seja essencial
A
B
C
Secundário do
Transformador
N
N
Massa
Aterramento
Z
da alimentação
Massa
PE
PE
- manutenção do sistema esteja a cargo de pessoa habilitada
- exista um sistema de detecção permanente de falta a terra
Dispositivos DR
Desde dezembro de 1997, é obrigatório no Brasil, em todas as instalações
elétricas, o uso do chamado dispositivo DR (diferencial residual) nos circuitos
elétricos que atendam aos seguintes locais: banheiros, cozinhas, copas-cozinhas,
lavanderias, áreas de serviço e áreas externas.
O dispositivo DR é um interruptor automático que desliga correntes elétricas de
pequena intensidade (da ordem de centésimos de ampère), que um disjuntor
comum não consegue detectar, mas que podem ser fatais se percorrerem o corpo
humano.
Dessa forma, um completo sistema de aterramento, que proteja as pessoas de
uma forma eficaz, deve conter, além do fio terra, o dispositivo DR. A figura abaixo
mostra a ligação desses dispositivos numa instalação elétrica.
10
11
3. Critérios para dimensionamento da seção mínima do condutor
Fase
A secção mínima dos condutores elétricos deve satisfazer, simultâneamente, aos
três seguintes critérios:
 Capacidade de condução de corrente;
 Limites e queda de tensão;
 Capacidade de condução de corrente de curto circuito por
tempo limitado.
3.1. Métodos de referência e tipos de linhas elétricas
Para a determinação do valor da corrente máxima que percorrerá o condutor é
necessário antes definirmos qual é o método de instalação que será aplicado na
instalação. Este é definido através das tabelas 3.1 Métodos de referência e tabela
3.2 Tipos de linhas elétricas.
Exemplos:
Quando se deseja instalar um cabo multipolar em um eletroduto de seção circular
que será embutido em uma parede, poderemos verificar na tabela 3.2 que o
método de instalação é o 2 e o método de referência é o A2.
Outro exemplo é quando se deseja instalar cabos unipolares ou multipolar em uma
canaleta ventilada encaixada no piso ou no solo poderemos verificar na tabela 3.2
que o método de instalação é o 43 e o método de referência é o B1.
Tabela 3.1 Métodos de referêrencia
Referência
A1
A2
B1
B2
C
D
E
F
G
Descrição
Condutores isolados em eletroduto de seção circular embutido em
parede térmicamente isolante
Cabo multipolar em eletroduto de seção circular embutido em
parede térmicamente isolante
Condutores isolados em eletroduto de seção circular sobre parede
Cabo multipolar em eletroduto de seção circular sobre parede
Cabos unipolares ou multipolares sobre parede
Cabo multipolar em eletroduto enterrado no solo
Cabo multipolar ao ar livre
Cabos unipolares justapostos (na horizontal, na vertical ou em
trifólio) ao ar livre
Cabos unipolares espaçados ao ar livre
12
TABELA 3.2
13
TABELA 3.2
14
TABELA 3.2
15
TABELA 3.2
16
TABELA 3.2
17
TABELA 3.2
18
3.2 Critérios da capacidade de condução de corrente
Este critério consiste em determinar o valor da corrente máxima que percorrerá o
condutor.
De acordo com o método de instalação determinado procura-se a seção nominal
nas correspondentes Tabelas, 36, 37, 38 e 39.
Tabelas 36 – Condutores isolados, cabos unipolares e multipolares. – A1, A2,
B1, B2, C e D.
- isolação PVC.
- 2 e 3 condutores carregados
- temperatura no condutor 70°C
- temperatura ambiente: 30°C e 20°C para instalações subterrâneas.
Tabelas 37 – Condutores isolados, cabos unipolares e multipolares. – A1, A2,
B1, B2, C e D.
- isolação EPR ou XLPE.
- 2 e 3 condutores carregados
- temperatura no condutor 90°C
- temperatura ambiente: 30°C e 20°C para instalações subterrâneas.
Tabelas 38 – Condutores isolados, cabos unipolares e multipolares. – E, F e G.
- isolação PVC.
- temperatura no condutor 70°C
- temperatura ambiente: 30°C.
Tabelas 39 – Condutores isolados, cabos unipolares e multipolares. – E, F e G.
- isolação XLPE e EPR.
- temperatura no condutor 90°C
- temperatura ambiente: 30°C.
19
TABELA 35
20
21
22
23
24
25
3.2.1 Condutores secundários
Compreende-se por condutores secundários aqueles enquadrados nas seguintes
condições:
- Dotados de isolação de PVC para 750 V;
- Dotados de isolação de PVC ou EPR para 0,6/1 kV, com capa de proteção em
PVC;
- Dotados de isolação de XLPE para 0,6/1 kV, com capa de proteção em PVC.
A NBR 5410/97 fixou a seção mínima dos condutores fase para cada tipo de
instalação (tabela 3.8 abaixo). Por facilidade, aos diferentes circuitos de um projeto
pode-se aplicar a tabela 3.9 em anexo, que estabelece a seção mínima dos
condutores em condições normais de operação em função da carga de vários
aparelhos, considerando uma queda de tensão no circuito terminal de 2% para um
fator de potência igual a 0,9.
Tabela 3.8 Seções dos condutores
26
27
a) Circuitos para iluminação e tomada
Circuitos terminais do QDL.
Conhecendo a carga a ser instalada e a demanda resultante (já visto no capítulo
anterior) aplica-se as equações correspondentes:
a.1) Circuitos monofásicos
Com o valor da demanda calculada, a corrente de carga é dada pela equação
Ic 
Dc
V fn x cos
Dc – demanda da carga, em W
Vfn - tensão fase e neutro, em V
cos - fator de potência de carga
a.2) Circuitos bifásicos simétricos (F-F-N)
Deve-se considerar como sendo o resultado de dois circuitos monofásicos,
quando as cargas estão ligadas entre fase e neutro. Se há cargas ligadas entre
fases a corrente deve ser calculada conforme a equação aplicada nos circuitos
monofásicos acima alterando-se o valor de tensão entre fase e neutro por tensão
entre fase e fase.
EXERCÍCIO 1:
Determinar a seção dos condutores fase do circuito mostrado na figura
abaixo, sabendo-se que serão utilizados cabos unipolares, isolação de
XLPE, dispostos em eletroduto embutido em alvenaria.
220 V
380 V
A
C
2.500 W
FP=0,80
3.000 W
FP=0,90
N
C
C
800 W
FP=0,70
C
600 W
FP=0,60
28
B
Solução:
I ab 
2.500
 8,2 A
380 x0,80
I an 
3.000
 15,1A
220 x0,90
I bn 
800
600

 9,7 A
220 x0,70 220 x0,60
Ia=Iab+Ian=8,2+15,1=23,3A
Iab- corrente correspondente à carga ligada entre as fases A e B, em A
Ian, Ibn – correntes correspondentes às cargas monofásicas, respectivamente
ligadas entre fases A, B e o neutro, em A.
Ia – corrente que circula na fase mais carregada (fase A), em A
Logo, o valor da seção na fase mais carregada (fase A) vale:
Sa=Sb=3#2,5 mm2 (Tabela 36, coluna B1 para três condutores carregados –
justificada pela Tabela 3.2, método de instalação 7.
É importante frisar que a operação que determinou o valor de Ia = 23,3 A é
eletricamente incorreta, pois como os fatores de potência são diferentes, era
necessário, a rigor, adotar a soma vetorial. Porém na prática como os fatores de
potência são muito próximos não teremos grandes diferenças.
a.3) Circuitos trifásicos
Os circuitos trifásicos podem ser caracterizados por um circuito a três condutores
(3F) ou por um circuito a quatro condutores (3F+N).
Considerando que os aparelhos estejam ligados equilibradamente entre fases ou
entre fases e neutro, pode-se determinar a corrente de carga através da equação
abaixo:
29
Ic 
Pcar
3xV ff x cos
Vff – tensão entre fases, em V
Pcar - potência ativa demandada da carga, considerada equilibrada em W.
Normalmente, esse tipo de circuito destina-se à alimentação de cargas trifásicas
individuais, de QDL e de CCM. Com o valor da corrente calculada anteriormente e
considerando-se as condições de instalação dos condutores, a sua seção é
determinada através das tabelas 36, 37, 38 e 39.
Exemplo de Aplicação.
Determinar a seção dos condutores fase do circuito trifásico mostrado na figura
abaixo, sabendo-se que serão utilizados cabos isolados em PVC, dispostos em
eletroduto aparente.
220 V
N
C
B
C
C
C
1.000 W
FP=0,70
C
1.500 W
FP=0,60
220 V 380 v
A
600 W
FP=0,80
1.200 W
FP=0,80
5.000 W
FP=0,90
C
I an 
600
1.000

 9,9 A
220 x0,80 220 x0,60
I bn 
1.500
 11,3 A
220 x0,60
30
Icn 
1.200
 6,8 A
220x0,80
I abc 
5.000
3 x380 x0,90
 8,4 A
Ian, Ibn, Icn – correntes correspondentes às cargas monofásicas, respectivamente
ligadas entre as fases A, B e C e o Neutro N, em A.
Considerando-se a corrente da fase de maior carga, tem-se:
Ib=Ibn+Iabc=11,3+8,4=19,7 A
Ib- corrente de carga da fase B e que deve corresponder à capacidade mínima do
condutor.
Logo, Sa= Sb=Sc=3#2,5 mm2 (Tabela 36 – coluna B1 para três condutores
carregados – justificada pela Tabela 3.2, método de instalação 3)
a4). Circuitos terminais para ligação de motores
Em geral, são caracterizados por circuitos trifásicos a três condutores (3F),
originados de um circuito trifásicos a 4 condutores. Este é o tipo mais comum de
circuito para ligação de motores trifásicos.
Conhecidas as correntes de carga dos motores e sabido o método e sabido o
método de referência de instalação dos cabos, segundo a forma mais conveniente
para o local de trabalho, devem-se aplicar as seguintes instruções para determinar
a seção transversal dos condutores:
- Instalação de um motor
A capacidade mínima de corrente do condutor deve ser igual ao valor da corrente
nominal multiplicado pelo fator de serviço correspondente, se houver:
Ic=FsxInm (A)
Ic – corrente mínima que o condutor deve suportar em A;
Inm - corrente nominal do motor, (será visto no capítulo referente a motores) em A;
Fs - fator de serviço do motor, se não for especificado pode ser considerado como
1.
31
-
Instalação de um grupo de motores
A capacidade mínima de corrente do condutor deve ser igual à soma das
correntes de carga de todos os motores, considerando-se os respectivos
fatores de serviço.
Quando os motores possuírem fatores de potência muito diferentes, o valor
da corrente de carga Ic deverá ser calculado, levando-se em consideração a
soma vetorial dos componentes ativo e reativo desses motores. Com base
no valor da corrente calculada, pode-se obter nas tabelas o valor da seção
dos condutores.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Determinar a seção dos condutores isolados em PVC que alimentam um
CCM que controla três motores de 40 cv e quatro motores de 15 cv, todos
de IV pólos ligados na tensão de 380 V e com fatores de serviços unitários.
Dados correntes nominal dos motores de 40 cv igual a 56,6 A e dos
motores de 15 cv 26 A..
Ic= 3x56,6+ 4x26= 273,8A
Considerando-se que os condutores isolados estão dispostos em eletroduto no
interior de canaleta fechada, obtém-se na coluna B1 da tabela 36, 3 condutores
carregados, justificada pela tabela 3.2 (método de instalação 42), a seção dos
condutores fases:
Sc= 3# 150 mm2 (PVC/70C – 750 V)
O projeto de circuitos terminais e distribuição merecerem algumas
considerações adicionais:
Quando um motor apresentar mais de uma potência ou velocidade, deve se
dimensionar a seção do condutor para a maior corrente resultante
O dimensionamento dos condutores deve permitir uma queda de tensão na
partida dos motores igual ou inferior a 10% da sua tensão nominal
No caso de partida prolongada, com tempo de aceleração superior a 5s, devese levar em consideração o aquecimento do condutor durante a partida;
A5) Circuitos terminais para ligação de capacitores
A capacidade mínima de corrente do condutor deve ser igual a 135% do valor
da corrente nominal do capacitor ou banco de capacitores.
Ic=1,35xInc
32
3.2.2 Fatores de correção de corrente
Quando os condutores estão dispostos em condições diferentes daquelas
previstas nos métodos de referência, visto anteriormente, é necessário aplicar
sobre os mencionados valores de corrente um fator de correção que mantenha
o condutor em regime contínuo, com temperatura igual ou inferior aos limites
estabelecidos.
Os fatores de correção são aplicados para cada condição particular de
instalação do cabo:
Temperatura ambiente;
Resistividade térmica do solo;
Agrupamento de circuitos.
a) Temperatura Ambiente
Valores estipulados pelas das tabelas: 30C e 20C para linhas
subterrâneas.
Para temperaturas diferentes aplicar o fator de correção da Tabela 3.10 em
(anexo) nas tabelas 36, 37, 38 e 39.
Exemplo: No exercício 1, visto anteriormente, obtivemos para uma corrente
de 23,3 A, que Sa=Sb=3#2,5 mm2 (Tabela 36, coluna B1 para três
condutores carregados – justificada pela Tabela 3.2, método de instalação
7).
Vamos considerar agora que a temperatura ambiente onde os cabos serão
instalados é de 45C.
Verificando a tabela 3.10, temperatura ambiente de 65C, isolação XLPE,
encontramos um fator de correção de 0,65.
Este valor deve ser aplicado em toda a coluna referente a capacidade de
corrente para se determinar qual será a seção do condutor.
Com isto chega-se ao valor de Sa=Sb=3#4 mm2, pois 37.0,65= 24,05.
Fica mais fácil se dividirmos o valor da corrente (23,3) por 0,65 que é igual
a 35,8 e entrarmos na tabela que daria o mesmo valor.
33
TABELA 3.10 – Fatores de correção para temperaturas ambientes diferentes
de 30◦C para linhas não subterrâneas e de 200 C (temperatura do solo) para
linhas subterrâneas.
34
b) Resistividade térmica do solo
Para cabos contidos em eletrodutos enterrados as tabelas consideraram
uma resistividade térmica do solo de 2,5 K.m/W, para valores diferentes
aplicar os fatores de correção indicados na Tabela 3.11.
Tabela 3.11
Resistividade 1
térmica
K.m/W
Fator de
1,18
correção
1,5
2
3
1,1
1,05
0,96
c) Agrupamento de circuitos
c.1 - Os valores de capacidade de condução de corrente fornecidos pelas tabelas
36 a 39 são válidos para o número de condutores carregados que se encontra
indicado em cada uma de suas colunas. Para linhas elétricas contendo um total
de condutores superior às quantidades indicadas nas tabelas 36 a 39, a
capacidade de condução de corrente dos condutores de cada circuito deve ser
determinada, usando-se as tabelas 36 a 39, com a aplicação dos fatores de
correção pertinentes dados nas tabelas 42 a 45 (fatores de agrupamento ).
Notas
1- Sobre o número de condutores carregados a ser considerado, por circuito,
ver c.2
2- Os fatores de agrupamento das tabelas 42 a 45 são aplicáveis a condutores
com mesma temperatura máxima para serviço continuo. Para grupos contendo
condutores com diferentes temperaturas máximas para serviço contínuo, a
determinação da capacidade de condução de corrente dos condutores, para todos
os circuitos do grupo, deve ser baseada não na temperatura máxima para serviço
contínuo do condutor considerado, mas na menor temperatura máxima admissível
em serviço continuo encontrada entre os condutores do grupo, acompanhada da
aplicação do fator de agrupamento incorrido.
c.2 Os condutores para os quais se prevê uma corrente de projeto não superior a
30% de sua capacidade de condução de corrente, já determinada observando-se
o fator de agrupamento incorrido, podem ser desconsiderados para efeito de
cálculo do fator de correção aplicável ao restante do grupo.
c.3 As capacidades de condução de corrente indicadas nas tabelas 36 e 37 são
válidas para maneiras de instalar que se enquadrem nos métodos de referência
A 1 , A2, B1, B2, C e D, e para:
35
a) dois condutores carregados (dois condutores isolados, dois cabos
unipolares ou um cabo bipolar);
b) três condutores carregados (três condutores isolados, três cabos
unipolares ou um cabo tripolar).
Para um número maior de condutores agrupados, devem ser aplicados os fatores
de correção especificados nas tabelas 42 a 45.
NOTAS
1 Os fatores de agrupamento foram calculados admitindo-se todos os condutores
vivos pennanentemente carregados com 100% de sua carga. Caso o
carregamento seja inferior a 100%, os fatores de correção podem ser
aumentados.
2 Os fatores de correção da tabela 42 são aplicáveis a condutores agrupados em
feixe, seja em linhas abertas ou fechadas (os fatores pertinentes são os da linha
1 da tabela 42), e a condutores agrupados num mesmo plano e numa única
camada (demais linhas da tabela). Já os fatores de correção da tabela 43 são
aplicáveis a agrupamentos consistindo em mais de uma camada de condutores.
Assim, no caso de agrupamento em camadas, os fatores de correção aplicáveis
são os da tabela 42, quando a camada for única, ou os da tabela 43, quando
houver mais de uma camada.
3 Os fatores de agrupamento das tabelas 44 e 45 são aplicáveis a linhas
subterrâneas: os da tabela 44 a cabos diretamente enterrados e os da tabela 45
a linhas em eletrodutos enterrados.
36
37
38
39
3.3
Critério do limite da queda de tensão
Após o dimensionamento da seção do condutor pela capacidade de corrente de
carga, é necessário saber se esta seção está apropriada para provocar uma
queda de tensão no ponto terminal do circuito, de acordo com os valores mínimos
estabelecidos pela norma NBR-541O/97, ou obedecendo aos limites definidos
pelo projetista para aquela planta em particular.
Isto se faz necessário porque os aparelhos de utilização de energia elétrica são
projetados para trabalharem a determinadas tensões, com uma pequena
tolerância.
Tabela 3.28 - Limites de queda de
tensão
Tipo da instalação
A
Iluminação
Outros usos
5%
5%
7%
7%
7%
7%
- Instalações alimentadas diretamente por
um ramal de baixa tensão, a partir de uma
rede de distribuição pública de baixa tensão
B
- Instalações alimentadas diretamente por
subestação transformadora, a partir de uma
instalação de alta tensão
C
- Instalações que possuam fonte própria
A queda de tensão entre a origem da instalação e qualquer ponto de utilização
deve ser igual ou inferior aos valores da Tabela 3.28 em relação à tensão nominal
da instalação.
Com relação à Tabela 3.28, a mesma norma estabelece que:
- nos casos B e C, as quedas de tensão nos circuitos terminais não devem ser
superiores aos valores indicados em A;
- nos casos B e C, quando as linhas principais da instalação tiverem um
comprimento superior a 100 m, as quedas de tensão poderão ser aumentadas em
0,005% por metro de linha superior a 100 m, sem que no entanto esta
suplementação seja superior a 0,5%.
No cálculo da queda de tensão deve-se utilizar a corrente de projeto, ou seja:
- circuitos de iluminação e tomadas: a corrente resultante da carga
efetivamente computada para operar simultaneamente;
40
. circuitos de motor: a corrente nominal do motor vezes o fator de serviço,
quando houver;
. circuitos de capacitores: 135% da corrente nominal do capacitor ou banco.
Quando um motor é acionado, provoca no sistema uma queda de tensão
bem superior aos valores aqui estabelecidos por norma. Essa queda de
tensão terá limites apropriados cujos valores serão oportunamente
discutidos.
3.3.1 Queda de tensão em sistema monofásico (F-N)
A queda de tensão em circuitos monofásicos é dada pela equação abaixo
SC 
200 xx LC xIC 
mm2
V % xVfn


 - resistividade do material condutor (cobre) : 1/56 .mm2/m
Lc - comprimento do circuito, em m;
Ic - corrente total do circuito, em A;
V%- queda de tensão máxima admitida em projeto, em %;
Vfn - tensão entre fase e neutro, em V.
41
3.3.2 Queda de tensão em sistema trifásico (3F ou 3F-N
Os valores máximos de queda de tensão atribuídos pela NBR-54 10/97 para
unidades consumidoras atendidas por uma subestação referem-se somente aos
circuitos secundários, cuja origem é a própria bucha de baixa tensão do
transformador, apesar de, para efeitos legais, a origem da instalação ser o ponto
de entrega de energia.
C
T
R
A
F
O
QGF
CCM
Motores
C
 V1%
 V2%
 V3%
Diferentes trechos de um sistema industrial
A figura acima mostra o ponto inicial do circuito a partir do qual devem ser
consideradas as quedas de tensão regidas por norma.
Convém lembrar que a queda de tensão V%- é tomada em relação à tensão
nominal fase-fase Vff da instalação. Outrossim, existe uma grande diferença entre
a queda de tensão num determinado ponto da instalação e a variação de tensão
neste mesmo ponto. Ora, a queda de tensão num ponto considerado significa uma
redução da tensão em relação a um valor base, normalmente a tensão nominal. Já
a variação da tensão em relação a um determinado valor fixo, num ponto qualquer
da instalação, pode significar a obtenção de tensões abaixo ou acima do valor de
referência.
Pode-se exemplificar dizendo-se que a queda da tensão até o barramento de um
CCM cuja tensão nominal é de 380 V vale 4% (0,04 x 380 = 15,2 V). No entanto,
se o fornecimento de energia elétrica da concessionária não tem boa regulação, a
tensão pode variar ao longo de um determinado período entre -7,5% a +5%, num
total de 12% (valor oficialmente admitido pela legislação). Se a tensão pretendida
42
no mesmo CCM é de 380 V, logo se observará neste ponto uma variação de
tensão de 351,5 a 399 V.
A seção do condutor pode ser obtida a partir de uma queda de tensão
predeterminada, através da Equação:
SC 
173,2 xx  LC xI C 
V % xV ff
Vff – Tensão entre fases, em volts.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Calcular a seção do condutor que liga o QGF ao CCM, vistos na figura
anterior, sabendo-se que a carga é composta de 10 motores de 10 cv, IV pólos,
380 V, fator de utilização unitário, e o comprimento do circuito é de 150 m. Adotar
o condutor isolado em PVC, instalado no interior de eletrodo de PVC, embutido em
parede de alvenaria.
FP=0,85 e = 0,85
A corrente de carga vale:
Ic = 10 X 15,4 = 154,0 A
A seção mínima do condutor vale:
Se = 3 # 70 mm2 (Tabela 3.4 - coluna BI - justificada pela Tabela 3.22 - método de
instalação 7)
A seção mínima do condutor para uma queda de tensão máxima de 3% vale:
Sc = 173,2 x (l/56) x 150 x 154,0
3 x 380
SC= 62,6 (mm2) ~ S = 3 # 70 mm2
Quando já se conhece a seção transversal dos condutores, a queda de tensão
pode ser calculada através da seguinte equação:
V % 
100 xDC xLC xRx cos  X sen 
V ff2
43
Dc - demanda da carga, em kV A;
R - resistência do condutor, em m/m;
X - reatância docondutor,
em m/m.
Os valores de resistência e reatância dos condutores estão determinados na
Tabela 3.29, considerando-se as seguintes condições:
. os condutores estão instalados contíguos, em formação triangular (trifólio);
. a temperatura adotada para o condutor é a de valor máximo permitido para a
isolação;
. os condutores são de encordoamento compacto;
. os condutores não possuem blindagem metálica (condutores de baixa tensão).
Tabela 3.29 - Resistência e reatância dos condutores de PVC/70° C (valores médios)
Impedância de seqüência positiva
Impedância de seqüência zero
(mOhmlm)
(mOhmlm)
Seção
1,5
2,5
4
6
10
16
25
35
50
70
95
120
150
185
240
300
400
500
630
Resistência
Reatância
Resistência
Reatância
14,8137
8,8882
5,5518
3,7035
2,2221
1,3899
0,8891
0,6353
0,4450
0,3184
0,2352
0,1868
0,1502
0,1226
0,0958
0,0781
0,0608
0,0507
0,0292
0,1378
0,1345
0,1279
0,1225
0,1207
0,1173
0,1164
0,1128
0,1127
0,1096
0,1090
0,1076
0,1074
0,1073
0,1070
0,1068
0,1058
0,1051
0,1042
16,6137
10,6882
7,3552
5,5035
4,0222
3,1890
2,6891
2,4355
2,2450
2,1184
2,0352
1,9868
1,9502
1,9226
1,8958
1,8781
1,8608
1,8550
1,8376
2,9262
2,8755
2,8349
2,8000
2,7639
2,7173
2,6692
2,6382
2,5991
2,5681
2,5325
2,5104
2,4843
2,4594
2,4312
2,4067
2,3757
2,3491
2,3001
44
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
I1
I2
I3
I4
M
C
M
C
11m
I5
M
C
5 cv
15 cv
20 cv
Fp=0,83 Fp=0,75 Fp=0,86
28,8A
14m
11,9A
6m
28,8A
10m
26,0A
8m
7,9A
380 V
Determinar a seção do condutor do circuito mostrado na Figura abaixo,
sabendo-se que serão utilizados condutores unipolares isolados em XLPE,
dispostos no interior de canaleta ventilada construída no piso. A queda de tensão
admitida será de 4%.
M
C
M
C
7,5 cv
Fp=0,81
20 cv
Fp=0,83
Circuitos com distribuição com várias cargas
Pelo critério da capacidade de corrente tem-se:
I5 = 28 A
I4 = 28,8 + 11,9 = 40,7 A
I3 = 28,8 + 28,8 + 11,9 = 69,5 A
I2 = 28,8 + 28,8 + 11,9 + 26 = 95,5 A
I1 = 28,8 + 28,8 + 11,9 + 26 + 7,9 = 103,4 A
SC = 25 mm2 (Tabela 3.5 - coluna B I - justificada pela Tabela 3.2 - método de
instalação 43)
Pelo critério da queda de tensão, tem-se:
SC = 173,2 x (1/56) x [(7,9 x 8) + (26 x 18) + (28,8 x 24) + (11,9 x 38) + (28,8 x 49)]
4x380W
SC = 6,27 mm2 _ SC = 3 # 10 mm2
Logo, O condutor adotado será de:
SC = 3 # 25 mm2 (XLPE/90°C - 0,6/1 kV)
45
3.4 Critério da capacidade de corrente de curto-circuito
Com base na corrente de curto-circuito podem-se admitir dois critérios
básicos para o dimensionamento da seção do condutor de fase, ou seja:
a) Limitação da seção do condutor para uma determinada corrente de curtocircuito
46
47
No dimensionamento dos condutores, é de grande importância o conhecimento do
nível das correntes de curto-circuito nos diferentes pontos da instalação, isto porque
os efeitos térmicos podem afetar o seu isolamento, É compreensível que os
condutores que foram dimensionados para transportar as correntes de carga em
regime normal tenham grandes limitações para transportar as correntes de curtocircuito, que podem chegar a 100 vezes as correntes de carga. Essa limitação está
fundamentada no tempo máximo que o condutor pode funcionar transportando a
corrente de defeito.
Os gráficos das Figs. 3.24 e 3.25, respectivamente, para os cabos PVC/70°C,
XLPE e EPR permitem determinar:
- a máxima corrente de curto-circuito admissível num cabo;
-
a seção do condutor necessária para suportar uma particular condição de
curto-circuito
-
O tempo máximo que o condutor pode funcionar com uma determinada
corrente de curto circuito sem danificar a isolação.
A seção mínima do condutor pode ser determinada, para uma particular corrente
de curto-circuito, através da Equação abaixo, na qual se baseiam os gráficos
anteriormente mencionados
SC 
TC xICS
 234  T f
0,34 x log 
 234  Ti



Ics- corrente simétrica de curto-circuito, em kA;
Tc - tempo de eliminação de defeito, em s;
Tf- temperatura máxima de curto-circuito suportada pela isolação do condutor, em
°C
Ti - temperatura máxima admissível pelo condutor em regime normal de operação,
em °C.
Os valores de Tf e Ti são estabelecidos por norma, ou seja:
. Condutor com isolação PVC/70°C
Tf= 160°C e Ti = 70°C
. Condutor com isolação XLPE
Tf= 250°C e Ti = 90°C
O estudo das correntes de curto-circuito será realizado posteriormente.
48
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Considerando-se que, no caso do exemplo anterior, onde foi utilizado o cabo de
25 mm2/XLPE - 90°C, o tempo de eliminação do defeito realizado pelo fusível foi
de 0,5 s para uma corrente simétrica de curto-circuito de 4,0 kA, no extremo do
circuito determinar a seção mínima do condutor.
Logo, o condutor de 25 mm2 satisfaz as três condições, ou seja, capacidade da
corrente de carga, queda de tensão e capacidade da corrente de curto-circuito.
Através do gráfico da Fig. 3.25 obtém-se o mesmo resultado, ou seja, tomando-se a
corrente de curto circuito de 4,0 kA e cruzando-se a reta de 30 ciclos (0,50 s) obtémse a seção anteriormente dimensionada.
49
3.5 CRITÉRIO PARA DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO MÍNIMA
DO CONDUTOR NEUTRO
A NBR-541O/97 estabelece os critérios básicos para o dimensionamento da
seção mínima do condutor neutro, ou seja:
a) O condutor neutro, se existir, deverá possuir a mesma seção do(s)
condutor(es) fase, nos seguintes casos:
- em circuitos monofásicos a dois e três condutores, e bifásicos a três
condutores, qualquer que seja a seção do condutor fase:
- em circuitos trifásicos, quando a seção dos condutores fase for inferior ou
igual a 25 mm2, em cobre
- em circuitos trifásicos, quando for prevista a presença de harmônicos,
qualquer que seja a seção do condutor fase;
b) Nos circuitos trifásicos, a seção do condutor neutro pode ser inferior à dos
condutores fase sem ser inferior aos valores indicados na Tabela 3.30, em
função da seção dos condutores fase, quando as duas condições seguintes
forem simultaneamente atendidas:
Tabela 3.30
neutro
-
Seção do condutor
Seção dos condutores
fase (mm2)
Seção mínima do
condutor (mm2)
S 5 25
S
35
50
70
95
120
150
185
240
300
500
25
25
35
50
70
70
95
120
150
185
a) A soma das potências absorvidas pelos equipamentos de utilização
alimentados entre cada fase e o neutro não for superior a 10% da
potência total transportada pelo circuito;
b) A máxima corrente suscetível de percorrer o condutor neutro, em
serviço normal, incluindo harmônicos, for inferior à capacidade de
condução de corrente correspondente à seção reduzida do neutro.
50
Em nenhuma circunstância o condutor neutro poderá ser
comum a vários circuitos.
Pode-se, também, determinar a corrente do condutor neutro de um circuito
polifásico desequilibrado a partir das correntes de fase, de acordo com a Equação
abaixo:
I N  I a2  I b2  I c2  I a xI b  I c xI a  I b 
Ia, Ib, Ic - correntes que circulam nas fases A, B e C, respectivamente, em A;
In - corrente que circula no condutor neutro, em A;
Para um aircuito totalmente equilibrado onde as correntes
de fase são iguais, o valor de In é nulo,
51
3.6
CRITÉRIOS PARA O DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO MÍNIMA DO
CONDUTOR DE PROTEÇÃO
Todas as partes metálicas não-condutoras de uma instalação devem ser
obrigatoriamente aterradas com a finalidade de proteção ou com finalidade
funcional.
O sistema de aterramento deve ser o elemento responsável pelo escoamento à
terra de todas as correntes resultantes de defeito na instalação, de forma a dar
total segurança às pessoas que a operam e dela se utilizam.
A seção mínima do condutor de proteção pode ser dada em função da seção dos
condutores fase do circuito, de acordo com a Tabela 3.31.
Tabela 3.31- Seção mínima
condutores de proteção
Seção mínima dos
condutores
fase (mm2)
S 16
16 < S 35
S > 35
dos
Seção mínima dos
condutores
de proteção (mm2)
S
16
0,5 X S
Para se determinar a seção e as condições de uso de um condutor de proteção,
adotar os seguintes princípios, definidos na NBR 5410/97.
 um condutor de proteção pode ser comum a vários circuitos de distribuição
ou a vários terminais quando estes estiverem contidos em um mesmo
conduto;
 a aplicação da Tabela 3.31 somente é válida quando o condutor de proteção
é da mesma natureza que os condutores fase. Se o condutor de proteção
não fizer parte do mesmo cabo ou do mesmo invólucro dos condutores
fase, a sua seção não deverá ser inferior a:
2,5 mm2 se for protegido mecanicamente;
4mm2 se não for protegido mecanicamente.
Como condutor de proteção podem ser usados os seguintes elementos:
. veias de cabos multipolares;
. condutores isolados ou cabos unipolares num invólucro comum ao dos
condutores vivos; . condutores isolados, cabos unipolares ou condutores nus
independentes;
52
. proteções metálicas ou blindagens de cabos;
. eletrodutos metálicos e outros condutos metálicos;
Segue abaixo algumas recomendações:

o condutor isolado, quando utilizado como condutor de proteção, deve ser
identificado através da cor verde ou verde-amarela. Se for utilizado um
condutor para a função combinada de neutro e de condutor de proteção
(PEN), este deve ser identificado através da cor verde ou verde-amarela;

os elementos estranhos à instalação, tais como as armações de ferro do
concreto armado, somente obedecendo a certas condições podem ser
utilizados como condutor de proteção, porém nunca devem ser aplicados
na função combinada de neutro e de condutor de proteção;

nos esquemas TN, quando o condutor de proteção tiver uma seção maior
ou igual a 10 mm2 em cobre nas instalações fixas, as funções de condutor
de proteção e de condutor neutro poderão ser combinadas desde que a
parte da instalação em referência não seja protegida por um dispositivo a
corrente diferencial residual. No entanto, a seção mínima de 'condutor PEN
pode ser de 4 mm2, desde que o cabo seja do tipo concêntrico e que as
conexões que garantem a continuidade sejam duplicadas em todos os
pontos de conexão ao longo do percurso do condutor periférico;

o condutor PEN deve ser isolado para tensões elevadas a que possa ser
submetido, a fim de evitar fugas de corrente. Entretanto, no interior de
quadros e conjuntos de controle, o condutor PEN não precisa ser isolado;

se, a partir de um ponto qualquer da instalação, o condutor neutro e o
condutor de proteção forem separados, não será permitido religá-los após
esse ponto;
53
3.7 Dimensionamento de Dutos
3.7.1- Prescrições gerais

todos os condutores vivos (fase e neutro) pertencentes a um mesmo
circuito devem ser agrupados num mesmo duto (eletroduto, calha,
bandeja,
etc.);

não se deve colocar fases diferentes de um mesmo circuito em
eletrodutos de ferro galvanizado (dutos magnéticos) individuais. Caso
contrário, devido à intensa magnetização resultante, cujo valor é diretamente proporcional à corrente de carga do cabo, os eletrodutos
sofrerão um elevado aquecimento, que poderá danificar a isolação dos
condutores;

os eletrodutos ou calhas somente devem conter mais de um circuito nas
seguintes condições, simultaneamente atendidas:
- todos os circuitos devem se originar de um mesmo dispositivo
geral de comando e proteção, sem a interposição de equipamentos
que transformem a corrente elétrica
- os condutores isolados ou cabos isolados devem ter a mesma
temperatura máxima para serviço contínuo.
3.7.2 Eletrodutos
Os eletrodutos são os dutos mais comumente utilizados. Podem ser de PVC ou
de ferro galvanizado. Os eletrodutos de PVC são geralmente utilizados quando
embutidos ou enterrados. Já os eletrodutos de ferro galvanizados são
geralmente mais utilizados em instalações aparentes.
Os eletrodutos de ferro galvanizado não devem possuir costura longitudinal e
suas paredes internas devem ser perfeitamente lisas, livres de quaisquer
pontos resultantes de uma galvanização imperfeita. Também, cuidados devem
ser tomados quanto às luvas e curvas. Quaisquer saliências podem danificar a
isolação dos condutores. A instalação de condutores em eletrodutos deve ser
precedida das seguintes considerações:
A taxa máxima de ocupação em relação à área da seção transversal dos
eletrodutos não deve ser superior a:
53% no caso de um único condutor ou cabo;
31 % no caso de dois condutores ou cabos;
54
40% no caso de três ou mais condutores ou cabos;
Nos eletrodutos, só devem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares
ou cabos multipolares, admitindo-se a utilização de condutor nu em eletroduto
isolante exclusivo, quando tal condutor se destina a aterramento;
O diâmetro externo dos eletrodutos deve ser igual ou superior a 16 mm;
Não deve haver trechos contínuos (sem interposição de caixas de derivação ou
aparelhos) retilíneos de tubulação maiores do que 15 m; nos trechos com
curvas,este espaçamento deve ser reduzido de 3 m para cad curva de 90;
A área da seção transversal interna dos eletrodutos ocupada pelos cabos deve
estar de acordo com a Tabela 3.32.
Tabela 3.32 – Área dos eletrodutos rígidos ocupáveis pelos cabos
Eletrodutos rígidos de PVC, do tipo
rosqueado
Dimensões do eletroduto
Tamanho
Diametro
Espessura da
parede
externo
Classe A
ClasseB
Rosca
Área ocupável pelos cabos
Área útil
Classe A Classe B
mm
pol
mm
mm
mm
mm2
16
3/8
16,7 0,3
2,00
1,80
120
128
20
1/2
21,1 0,3
2,50
1,80
196
25
3/4
26,2  0,3
2,60
2,30
32
1
33,2  0,3
3,20
40
1 1/4
42,2  0,3
50
1 1/2
> 3 cabos: 40%
Classe Classe Classe
Classe B
A
B
A
mm2
mm2
mm2
37
40
48
52
232
60
71
79
93
536
366
166
1I3
135
143
2,70
551
593
170
183
221
238
3,60
2,90
945
1.023
282
317
378
410
47,8 0,4
4,00
3,00
1.219
1.346
377
417
488
539
2
59,4  0,4
4,60
3,10
1.947
2.189
603
678
779
876
75
21/2
75,1 0,4
5,50
3,80
3.186
3.536
987
1.096
1.275
1.415
85
3
85  0,4
5,50
3,80
4.254
4.656
1.318
1.443 1. 701
1.862
31/2
88,0  0,4
6,20
4,00
4.441
4.976
1.396
1.542 1. 777
1.976
60
100
mm2
2 cabos: 31%
mm2
55
Tamanho
Rosca
Diâmetro
externo
Eletrodutos rígidos de aço
carbono
Espessura da
Área útil
parede
Extra Pesada Extra
Pesada
2 cabos: 31%
> 3 cabos: 400/0
Extra Pesada Extra
Pesada
mm
mm2
mm2
mm2
mm2
mm2
17,1  0,38 2,25
2,00
1I8
127
36
40
47
51
1/2
21,3  0,38 2,65
2,25
192
212
60
65
77
85
20
3/4
26,7  0,38 2,65
2,25
347
374
107
1I5
139
150
25
1
33,4  0,38 3,00
2,65
573
604
177
187
230
242
32
1 1/4 42,2  0,38 3,35
3,00
969
1.008
300
312
388
403
40
1 1/2 48,3  0,38 3,35
3,00
1.334
1.380
413
427
534
552
863
890
mm
pol
10
3/8
15
mm
mm
mm2
50
2
60,3  0,38 3,75
3,35
2.158
2.225
668
689
65
21/2
73,0  0,64 4,50
3,75
3.153
3.331
997
1.032
1.261
1.333
80
3
101,6  0,64 4,75
3,75
6.570
6.861
2.036
2.126
2.628
2.745
3 1/2 114,3 0,64 5,00
4,25
8.440
8.685
2.616
2.692
3.376
3.474
141,3 0,64 5,30
4,25
13
.286
13.718
4.118
4.252
5.315
5.487
90
100
4
125
5
139,7 l
6,00
5,00 12.608
13.009
3.908
4.032
5.043
5.204
150
6
168,3  1
6,30
5,30 18.797
19.286
5.827
5.978
7.519
7.714
Os eletrodutos rigidos de aço carbono são designados por série:
extrapesada.
56
A Tabela 3.33 fornece diretamente a área ocupada pelos cabos
EPR.
PVC, XLPE e
Tabela 3.33 -. Área ocupada pelos cabos
Área total - mm2
Área total- mm2
Seção
PVC
XLPE
(mm2)
1,5
2,5
4
6
10
16
25
35
50
Seção
U nipolar
ou
EPR
(mm2)
Isolado
7,0
10,7
14,5
18,8
27,3
37,4
56,7
72,3
103,8
23,7
28,2
36,3
41,8
50,2
63,6
91,6
1l3, I
151,7
23,7
28,2
36,3
41,8
50,2
63,6
91,6
1l3,1
151,7
70
95
120
150
185
240
300
400
500
PVC
XLPE
Isolado
U nipolar
ou
EPR
l30,7
179,7
2l3,8
268,8
336,5
430,0
530,9
692,8
870,9
188,7
246,0
289,5
359,6
444,8
559,9
683,5
881,4
1.092,7
188,7
246,0
289,5
359,6
444,8
559,9
683,5
881,4
1. 092, 7
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Determinar a área da seção transversal de um eletroduto de aço carbono, parede
pesada, que contém um circuito trifásico. a cinco condutores (3F + N + PE) de
isolação em PVC, de seções transversais, respectivamente iguais a 120 mm2, 70
mm2 e 70 mm2.
Considerar o percurso do eletroduto da figura abaixo
57
N alimentação
PE
Massa
Secundário
A
B
C
da
Aterramento
Transformador
Icc
do
Através da Tabela 3.33, pode-se obter com maior simplicidade.
SCOND = 3 x 213,8 + 130,7 + 130,7 = 902,8 mm2
Caso não houvesse curvas a seção do eletroduto seria 2 ½” (vide tabela
3.2)
Se considerarmos que o eletroduto tem o percurso dado na figura, então o
seu novo diâmetro será: . Comprimento total do trecho
Ct = 3x6+3=21 m
Distância máxima permitida considerando-se as duas curvas da figura
Dtma = 15 - (3 x 2) = 9 m
Diferença entre o comprimento total do trecho e a distância máxima
permitida:
Dma =Ct -Dma =21-9=12m
Fração de aumentos para cada 6 m
F
.
Dtma 12

2
6
6
Diâmetro dos eletrodutos
A - B = 6 m 65 (2 1/2")
B - C = 6 m 65 (2 1/2")
C - D = 6 m 80 (3")
D - E = 3 m 90 (3 1/2")
Logo, o eletroduto do trecho A - E nas aplicações práticas será de
tamanho 90 mm (3 1/2")
58
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