PERFIL DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE CÂNCER DE MAMA ENTRE DISCENTES DA ÁREA DE SAÚDE Érika Mayumi Yassue (BIC/UNICENTRO), Maria Lúcia Raimondo (Orientadora) email: [email protected] Universidade Estadual do Centro-Oeste/ Departamento de Enfermagem – Guarapuava –PR Palavra-chave: perfil de risco, câncer de mama, prevenção de câncer. Resumo: Esta é uma pesquisa de campo quantitativa, desenvolvida com acadêmicas dos cursos da área da saúde da UNICENTRO. Objetivou levantar o perfil de risco para o desenvolvimento câncer de mama. Constatou-se que a maior exposição das acadêmicas ocorre por fatores relacionados aos hábitos de vida, seguido dos fatores reprodutivos/hormonais. É preciso reforçar e alertar as mulheres sobre os fatores que favorecem o desenvolvimento do câncer de mama, para que, enquanto profissionais de saúde saibam cuidar-se para prestar cuidado aos seus clientes. Introdução O Brasil destaca-se como um dos países de maior incidência de câncer e o câncer de mama é a primeira causa de morte entre as mulheres. No ano de 2003 foram diagnosticados 41,6 mil novos casos da doença e, mais de 9 mil mulheres morreram em função deste mal, mantendo a taxa de mortalidade de 5/100.000 mulheres (PARANÁ, 2002). O Câncer é causado, em todos ou quase todos os casos, por mutação ou por ativação anormal de genes celulares que controlam o crescimento e a mitose celular. Contudo, a probabilidade de alteração de tais genes pode ser aumentada quando a pessoa se expõe a determinados fatores de risco tais como: químicos, físicos e biológicos, envolvendo principalmente condições genéticas consideradas imutáveis, bem como fatores de exposição externa e com possibilidade de prevenção como no caso dos hábitos de vida (GUYTON; HALL, 1998). Por esta razão, pesquisas que buscam conhecer os fatores de risco a que se expõem as mulheres brasileiras, são consideradas fundamentais pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Baseado nisto, realizou-se uma pesquisa que objetivou levantar os riscos a que estão expostas as acadêmicas dos cursos de saúde da UNICENTRO. A partir dos resultados será possível adotar medidas de prevenção, que venham contribuir para a diminuição dos óbitos de mulheres por este mal. Materiais e Métodos Trata-se de uma pesquisa campo quantitativa, realizada de agosto de 2007 a julho de 2008, com 421 acadêmicas dos cursos de graduação relacionados ao setor de ciências da saúde da UNICENTRO, sendo Enfermagem, Fisioterapia, Farmácia, Nutrição e Educação Física, que se propuserem livremente a participar da pesquisa, após aplicação de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os aspectos éticos foram respeitados, tendo sido submetida ao comitê de ética em pesquisa. A coleta dos dados se deu em sala de aula, após consentimento das chefias de departamento e dos professores, através de um instrumento fechado e autoaplicável. Resultados e Discussão Os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de mama podem ser classificados em fatores internos com determinantes genéticos, fatores externos, normalmente relacionados aos hábitos de vida e fatores reprodutivos ou hormonais, que podem tanto ser internos como externos. A sua identificação pode subsidiar meios para reconhecer as mulheres que possuem risco real aumentado, podendo assim, beneficiarem-se da vigilância aumentada e da prevenção ou até mesmo do tratamento precoce. Em relação aos fatores pessoais, buscou-se levantar a idade, a raça e os antecedentes familiares, onde foi possível constatar que das 421 acadêmicas que participaram da pesquisa, 95,90% encontravam-se na faixa etária 17 e 27 anos, estando fora da faixa etária considerada de maior risco para o desenvolvimento do câncer de mama. A raça branca foi predominante entre as pesquisadas onde 86,22% afirmaram ser dessa raça, sendo mais propensas ao desenvolvimento esse tipo de câncer. Apenas 9,49% declararam a existência de história pessoal ou familiar de câncer de mama. Sobre estes fatores, Brasil (2005), refere que as mulheres da raça branca ou Judia são as mais acometidas por Câncer de mama. As mulheres cujas mães ou irmãs tiveram câncer de mama bilateral na pré-menopausa, possuem um risco de 40 a 50%. Se a mãe ou irmã da paciente teve câncer de mama unilateral na prémenopausa, seu risco de desenvolver câncer de mama é de aproximadamente 30%. Em relação aos fatores reprodutivos ou hormonais buscou-se conhecer os fatores relacionados à paridade, condições menstruais, uso de contraceptivos ou outros hormônios de reposição. Constatou-se que 96,67% ainda não possuíam filhos, 26,84% tiveram menarca precoce, 54,39% faziam uso de contracepção hormonal e 2,13 faziam reposição de hormônios sintéticos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a nuliparidade, ou seja, a inexistência de gestações, a menarca precoce, compreendida como a chegada da menstruação antes dos 12 anos, a menopausa tardia, após os 50 anos, a ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos são importantes fatores de risco em função do grande período de exposição e alterações hormonais fisiológicas a que ficam expostas as mulheres (BRASIL, 2005). Para o mesmo Instituto, a utilização de hormônios sintéticos como contraceptivo ou forma de repor os hormônios na menopausa, continua sendo alvo de muita controvérsia no que diz respeito à sua associação com o câncer de mama. Todavia, o que se tem é que, aparentemente, certos grupos de mulheres têm maior risco para desenvolver a doença. A terapia de reposição hormonal controlada e moderada, aparentemente, não aumenta o risco de câncer de mama, porém, seu uso prolongado ou em altas doses, podem aumentar este risco. No que concerne aos fatores externos ou exógenos relacionados aos hábitos de vida, buscou-se levantar o tabagismo, o consumo freqüente de bebidas alcoólicas, o consumo de alimentos e a exposição a fatores estressantes, onde constatou-se que apenas 4,51% definiam-se como tabagista; 42,99% relatou consumir bebidas alcoólicas frequentemente; 74,34% das entrevistadas declararam ter uma dieta rica em gorduras; 48,21% referiram se exporem a situações diária de estresse. A dieta rica em gorduras e a obesidade afetam o depósito e o metabolismo dos estrogênios. Já a dieta rica em fibras, a grande ingesta de vegetais (especialmente os amarelos, contendo caroteno) e as vitaminas A, C e E, podem reduzir o risco do câncer de mama. O estresse por sua vez, é um fator que vem sendo considerando como importante fator de risco para o câncer de mama, em função do aumento na produção de radicais livres (BURROUGHS, 1995). Conclusões Com o término do trabalho conclui-se que as acadêmico dos cursos que integram a área da saúde da UNICENTRO, expõem-se constantemente à fatores de risco, sendo os fatores exógenos, ou seja os fatores externos e de hábitos de vida, tais o como o consumo regular de bebidas alcoólicas, alimentação hiperlipídica e estresse. Com tais resultados, considera-se de extrema importância que os cursos que formam os profissionais de saúde, intensifiquem as ações que visam promover o auto-cuidado, conscientizando-as de que uma das melhores formas de prevenir o câncer é cultivar hábitos de vida saudáveis que incluam dieta pobre em alimentos gordurosos, atividade esportiva, lazer regular, pouca ingesta de bebidas alcoólicas, sono e repouso regular e sem uso de tabaco. É preciso que enquanto profissionais responsáveis por cuidar da saúde da população, as jovens acadêmicas sejam antes de mais nada mulheres conscientes da própria necessidade de saúde. Agradecimentos Primeiramente agradecemos a Deus que mos ajudou ter sabedoria e perseverança. À orientadora Maria Lúcia Raimondo, pela sua enorme dedicação, compreensão e ensinamentos em todo o período da realização da pesquisa. Á UNICENTRO por ter disponibilizado a realização desse projeto de iniciação científica. Por fim, agradece-se às acadêmicas que colaboraram com essa pesquisa e que ajudaram na concretização dos resultados obtidos. Referências BRASIL. Ministério da Saúde Instituto Nacional do Câncer. Estimativas de incidência e mortalidade por câncer de mama no Brasil, 2005. GUYTON A. C; HALL, J. E. Fisiologia Humana e Mecanismo das Doenças. 6ª.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. PARANÁ, Secretaria do estado de Saúde. Programa do INCA (câncer de mama).Curitiba-PR, SESA, 2002. BURROUGHS, A. Uma introdução à Enfermagem Materna. 6ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas,1995.