Charles Perrault (1628/1703)

Propaganda
Charles Perrault (1628/1703)
Contemporâneo de La Fontaine, Perrault, genial fabulista,
entra para a História Literária Universal, como o autor de
uma literatura popular, desvalorizada pela estética de seu
tempo e que, apesar disso, se transforma em um dos maiores
sucessos da literatura, para a infância, por volta de 1671.
Apesar das controvérsias sobre a estruturação formal dos
contos, que misturam elos históricos e valores a eles
correspondentes, é possível traçar o perfil literário dos
contos de Perrault.
Merece especial relevância no universo da literatura
infantil por adaptar contos do indo-europeu, estabelecendo um
modelo de contos de fadas que foi seguido por diversos
autores.
Perrault foi denominado "Homero Burguês", pela propriedade
com que retratou a sociedade de sua época, a partir da
metamorfose de certos símbolos dos contos populares. Seu
trabalho consistiu em transformar os monstros e animais - aos
quais os camponeses atribuíram poderes mágicos - em fadas.
Em sua vasta obra, a Borralheira é o símbolo de
personagem humilhado e maltratado. O Gato de Botas é o
pícaro, a tirar proveito da corrupção social. O Pequeno
Polegar é o anão astuto que vence gigantes bobos. Ou seja,
seus personagens se armam comos atributos da inteligência e
perspicácia para vencer a força bruta: poderoso opressor.
Perrault foi responsável pela introdução dos
desprivilegiados nos salões, em contos cujas personagens são
mais estereotipadas: a madrasta, o lobo e os irmãos mais
velhossão sempre maus. Os fortes e poderosos são de nítida
descendência canibalesca, de devoração dos mais fracos.
Charles Perrault utiliza o confronto dualista entre bons
e maus, belos e feios, fracos e fortes, como exercício de
crítica à corte. Não raro, os personagens que representam as
classes discriminadas se tornam superiores à nobreza pela
inteligência.
Download