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Resposta ao fórum da aula 06
Perguntas de ex-alunos sobre o tema da aula
Pergunta de Renata Vieira
Assunto: Lemniscos
O componente trigeminal do lemnisco é o mesmo referido como lemnisco trigeminal ou é uma parte do lemnisco medial
e o trigeminal conduz outros impulsos do nervo trigêmeo?
Além disso, a que nível se dá a decussação dos lemniscos?
Resposta do Professor Coimbra: “Prezada Renata – Sobre a questão dos lemniscos, digo-lhe que há 4 lemniscos no
SNC: o lemnisco medial, o lemnisco espinhal, o lemnisco trigeminal e o lemnisco lateral. Estas estruturas existem bilateralmente.
O lemnisco medial pertence ao Sistema Lemniscal Posterior. Origina-se nos neurônios dos núcleos grácil e cuneiforme,
mais propriamente a partir das fibras arqueadas internas que cruzam a linha mediana com destino ao tálamo (ao núcleo
ventral póstero-lateral do tálamo).
O lemnisco trigeminal conecta os núcleos sensitivos do Trigêmeo ao núcleo ventral póstero-medial do tálamo e divide-se
em lemnisco trigeminal dorsal e lemnisco trigeminal ventral. A divisão dorsal é predominantemente ipso-lateral, originado
no núcleo principal do 5º par craniano. A divisão ventral é totalmente cruzada, incorpora-se ao lemnisco medial na Ponte,
destina-se, então, ao tálamo (no núcleo ventral póstero-medial do tálamo).
O lemnisco espinhal tem seu sistema antero-lateral. É formado pela união dos tratos Espino-Talâmico Lateral e EspinoTalâmico Anterior. O trato Espino-Talâmico Lateral leva informações de temperatura e dor ao diencéfalo e o trato EspinoTalâmico Anterior leva informações de pressão e tato protopático (tato leve, pouco discriminativo).
Por fim, o lemnisco lateral que conduz estímulos auditivos dos núcleos cocleares e do complexo salivar superior ao
núcleo central do colículo inferior. Esta via ainda não foi abordada nas aulas até então ministradas
Respostas a algumas questões do fórum (Sistema Autônomo/Sistema Sensorial)
Pergunta de Maitê
1 - Ao estudar o livro Ângelo Machado, li que as coronárias se dilatam sob ação simpática e sofrem constrição sob ação
parassimpática, mas na sua aula, vc diz que o coração está sempre bem irrigado, continuando a haver dilatação das
coronárias. Gostaria de saber então se realmente elas estão sempre vasodilatadas ou se sob condições normais elas
estão constringidas.
Resposta do Professor Coimbra: “Maitê, em verdade, a diminuição da função Simpática sobre as coronárias, em
conformidade com o aumento da ação Parassimpática sobre o nodo sinuatrial que culminará em bradicardia (diminuição
da força de contração cardíaca), promoverá também uma ligeira vasoconstricção nas coronárias, apenas o suficiente
para controlar a irrigação cardíaca durante a atividade metabólica do miocárdio. Contudo, ao contrário do que ocorre
com a musculatura estriada esquelética, o músculo estriado cardíaco, em vida, jamais entra em inatividade, para qual, as
coronárias terão que manter um calibre ideal às necessidades deste importante órgão”.
Pergunta de José Alexandre:
2. A questão é refente as vias sensitivas. Todas passam pelo tálamo, antes de atingir o córtex ? Mas em consulta aos
livros achei uma referência, que apenas a via olfatória não faz esse circuito. Teria mais alguma?
Resposta do Professor Coimbra: “José Alexandre – Efetivamente, as Vias Olfatórias (que compreendem o Nervo
Olfatório, o Bulbo Olfatório, o Trato Olfatório e as Estrias Olfatórias Mediais e Laterais) conectam-se com a área septal, o
complexo amidalóide e o córtex entornal. Resumidamente: o 1º neurônio situa-se na mucosa olfatória e não em gânglios
como os demais, os 1ºs neurônios das demais Vias Sensitivas. O 2º neurônio situa-se no bulbo olfatório, são as células
mutrais. Como não há relê talâmico, o 3º neurônio situa-se..(?).. no córtex olfatório. As conexões com a área septal e
com o complexo amidalóide elaboram conotações límbicas ligadas à organização das emoções.
Pergunta de Maite, Celso e Patrícia:
3. Qual a relação entre o sistema parassimpático e a ingesta de alimentos?
Resposta do Professor Coimbra: “Durante a ingesta de alimentos, por ação parassimpática haverá aumento da
salivação, secreção fluida e abundante, aumento do peristaltismo, abertura dos esfíncteres e vasodilatação esplâncnica,
ou seja, na região dos órgãos abdominais”.
Pergunta de Nivaldo:
4. Revendo a aula, notei nos slides que a região ocupada pelo sistema aferente antero-lateral decresce em tamanho no
sentido da região sacral para o tálamo. Deveria aumentar, pois as fibras iriam se acumulando de baixo para cima. Seria
porque os slides não guardam a proporção real entre as diversas secções ilustrativas?
Resposta do Professor Coimbra: “Na verdade, todos os axônios devem se somar na ascendência ao tálamo,
considerando o sistema ântero-lateral espino-talâmico. Contudo, em sua passagem pelo Tronco Encefálico, a via
apresenta-se mais modesta. Isto se deve a uma dispersão das projeções ou de parte das conexões ao longo do trajeto
espino-talâmico, de modo a buscar alvos sinápticos cada vez mais rostrais do neuro-eixo, como os núcleos da formação
reticular, compreendendo aqui, os núcleos do sistema endógeno de inibição de dor, para os quais dirige-se o
componente espino-reticular da via espino-talâmica, também a área parabraquial, o complexo amidalóide, o próprio
hipotálamo, a substância cinzenta periaquedutal entre outras estruturas, recebem projeções das conexões espinotalâmicas que compreendem a Via Ânteto-Lateral”.
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