ciências sociais

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
CIÊNCIAS SOCIAIS
PROFA. MARILNE T. M. FERNANDES
Ap_8
Globalização
Segundo Santos (2002), a globalização é o ápice do processo de internacionalização
do mundo capitalista. No entanto, a globalização atual é perversa, fundada na tirania da informação e
do dinheiro, na competitividade, na confusão dos espíritos e na violência estrutural, acarretando o
desfalecimento da política feita pelo Estado. A visão que Santos nos mostra é sobre a convicção do
papel da ideologia na produção, disseminação, reprodução e manutenção dessa globalização
perversa. Para o autor, a globalização é vista como uma fábula, usando o termo “aldeia global” para
nos fazer crer que a difusão instantânea realmente informa as pessoas, que o tempo e o espaço estão
contraídos ao alcance de todos e que há um fortalecimento atendendo às finanças e interesses
internacionais.
A globalização é uma realidade presente no mundo, que se manisfesta nos planos econômico,
cultural e político, a partir de uma aceleração do intercambio de capitais, mercadorias, idéias entre
vários países, informações, ocasionando uma redução nas fronteiras geográficas (Barbosa, 2008).
Iniciou-se a globalização no pós-guerra, com o desenvolvimento acelerado e ininterrupto da
internacionalização da economia, configurada pelos investimentos externos e do crescimento do
comércio. Nos anos 60, considerou-se, a origem, de um milagre a divisão internacional de trabalho
entre as empresas transnacionais, os empréstimos e créditos baratos e fáceis em euro e petrodoláres,
que contemplaram os países em desenvolvimento com uma capacidade produtiva baseada, em
processos altamente poluentes, intensidade energética, matérias-primas e mão-de-obra baratas
(Rattner, 1995).
No plano econômico mostra como os produtos que consumimos estão sendo produzidos em vários
países, assim como produtos brasileiros, também são encontrados em diversos países do mundo. Ao
final do século XX e na entrada do XXI ocorreu um processo crescente de aquisições e fusões,
envolvendo empresas de várias partes do mundo, as quais procuram conquistar um mercado
internacional cada vez mais amplo (Barbosa, 2008).
A globalização é caracterizada como um resultado histórico, onde a concentração-centralização de
capital, o desenvolvimento dos meios de comunicação e a consciência despertada sobre o destino
comum da humanidade, são fatores dinâmicos. Também manifestam essas tendências na difusão de
padrões transnacionais de organização econômica e social, de formas de expressão cultural-artística,
lazer, de estilos de vida decorrentes das pressões competitivas de mercado, onde aproximam práticas
administrativas e culturas políticas e difundem e generalizam os mesmos conflitos e problemas
ambientais (Rattner, 1995).
As suas maiores características são as informações que percorrem e afetam todos os países,
conseqüentemente ela atinge empresas, indústrias, sociedade e a humanidade. Porém existe uma
diferença entre um país e o outro, pois nem sempre são afetados com a mesma intensidade, ou como
se espera, a velocidade em que o país é atingido também pode variar, e a dimensão nem sempre
consegue atingir o alvo (Barbosa, 2008).
Pode-se afirmar que a globalização, é então, caracterizada pelas informações que percorrem e afetam
todos os países, conseqüentemente ela atinge empresas, indústrias, sociedade e a humanidade.
Porem existe uma diferença entre um país e o outro, pois nem sempre são afetados com a mesma
intensidade, ou como se espera, a velocidade em que o país é atingido também pode variar, e a
dimensão nem sempre consegue atingir o alvo.
A globalização pode ser entendida como um processo de integração econômica, social, cultural,
política e espacial entre diferentes países.
As principais características da globalização são a homogeneização dos centros urbanos, a expansão
das corporações para regiões fora de seus núcleos geopolíticos, a revolução tecnológica nas
comunicações e na eletrônica, a reorganização geopolítica do mundo em blocos comerciais regionais
(não mais ideológicos), e a hibridização entre culturas populares locais. Compreende mais do que
fluxo monetário e de mercadoria, é chamada de “terceira revolução tecnológica”
Apesar de ser um processo antigo, apenas na década de 90 a globalização se impôs como um
fenômeno de dimensão realmente planetária, a partir dos Estados Unidos e da Inglaterra e de quando
a tecnologia de informática se associou à de telecomunicações.
Em função da globalização, os centros decisórios mundiais, geralmente grandes grupos empresariais,
conglomerados, lobbies políticos, entre outros, articulam em diferentes níveis políticos, ideológicos e
econômicos. Assim, contribuem para que as fronteiras e o papel dos países se tornem cada vez mais
frágeis. O mundo se globaliza junto aos dilemas sociais, políticos, econômicos e culturais.
No espaço mundializado, há, com freqüência, fluxos comerciais e financeiros em direções diferentes.
Uma grande empresa intervém internacionalmente porque as filiais estão localizadas em vários
países, usufruindo de políticas de incentivo fiscal, e se comunicam por meio de um mesmo sistema
de informação. Os países mais ricos interferem no mercado mundial, emitindo moedas e fazendo
acordos com ministros das finanças e presidentes de bancos, tentando pôr a economia mundial em
equilíbrio, para que não haja prejuízos.
Instituições mundiais como o Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, Banco Internacional
de Reconstrução e Desenvolvimento, Organização Mundial do Comércio e Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento, têm a função de transformar o dinheiro local em universal e de
contribuir para setores da economia com o objetivo de orientar e dinamizar a balança comercial das
economias nacionais. Elas têm interesse em produzir o crescimento equilibrado e auto-regulado,
idealizado por um modelo liberal, no qual a preocupação está na manutenção do lucro.
O processo de globalização interfere muito no cotidiano das pessoas de vários níveis de poder
aquisitivo, na descaracterização dos Estados e no fortalecimento das grandes empresas e
corporações.
Geopolítica e blocos econômicos
A forma mais clara de definição do pensamento geopolítico é saber que existem relações entre
Estado e território por meio de proposições ideológicas. O expansionismo dos Estados centrais
possibilita acúmulos de capital, poder político e social.
Paralelamente ao rápido crescimento do comércio internacional, intensificaram-se a circulação de
capitais e a articulação das atividades produtivas entre as diferentes economias nacionais. Essa
integração acabou favorecendo a economia regional, já que sua principal meta não era tirar proveito
de bases cooperativas de economias complementares, mais sim impulsionar e acelerar a
competitividade entre essas grandes empresas no mercado global. Buscava-se originalmente ampliar
fronteiras nacionais e não eliminá-las. Foi com esse propósito que pontos centrais da constituição dos
megablocos econômicos da Europa, Ásia e América do Norte foram definidos.
A criação do Mercosul visa a uma estratégia de resistência norte-americana dentro do continente,
mais do que a consolidação de um bloco autônomo. Sendo assim, observamos o grande fosso das
desigualdades no mundo, seja por meio dos atrasos econômicos, seja em função das relações de
dominação/subordinação encontradas em cada bloco regional, cujo maior exemplo é o do México,
hoje considerado o “51º estado dos EUA”. Em função de uma problemática maior, os países da
América Latina vêm procurando estreitar as relações com outras áreas: América Central, Andes e
Cone Sul da América do Sul.
Várias possibilidades atentam para uma organização econômica mais ampliada, como, por exemplo,
a proposta européia de um tratado de livre comércio entre a União Européia e o Mercosul até o ano
de 2020. Com o enfraquecimento dos Estados nacionais, fica mais difícil controlar seus limites
territoriais, o que colabora para a redução do poder em cada país.
Os Estados nacionais assumem o compromisso de seguir decisões impostas pelas agências
internacionais. Banco Mundial, FMI e OMC são exemplos de agentes manipuladores de decisão. O
fortalecimento dessas instituições é uma outra tendência que se observa desde meados dos anos
1970, quando o petróleo quase afundou o sistema monetário internacional. Sendo assim, o Banco
Mundial e o FMI foram os verdadeiros pais da economia terceiro-mundista; a OMC, por sua vez, foi
o grande instrumento utilizado pelos EUA para atrair os mercados do Sul para os seus produtos.
A aplicação das receitas do FMI e do Banco Mundial espalhou a miséria e a devastação ambiental
por vários países do mundo, como México, a ex-Iugoslávia, Somália e Ruanda, entre outros. Como
consequência disso, tivemos a explosão de uma série de conflitos armados, constituindo disputas
territoriais, étnicas e religiosas.
Os blocos econômicos são criados com a finalidade de facilitar o comércio entre os países membros.
Adotam redução ou isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum
para problemas comerciais. Em tese, o comércio entre os países constituintes de um bloco aumenta e
gera crescimento econômico para os países. Geralmente são formados por países vizinhos ou que
possuam afinidades culturais ou comerciais.
 União Européia: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Países Baixos, Grécia, Portugal,
Espanha, Áustria, Finlândia e Suécia, República Checa, Chipre, Eslováquia,
Eslovênia, Estonia, Hungria, Letonia, Lituânia, Malta, Polônia, Bulgária e Romenia.
 Mercosul: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
 Nafta: EUA, Canadá e México.
 Pacto Andino: Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.
 APEC: Austrália, Brunei Darussalam, Canadá, Chile, China, Hong Kong, Indonésia,
Japão, República da Coréia, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guinea,
Peru, Filipinas, Rússia, Cingapura, Taiwane, Tailândia, Estados Unidos da América,
Vietnã.
Referências Bibliográficas:
BARBOSA, A. F. O mundo globalizado. 2. ed. — São Paulo: Contexto, 2.003.
OLIVEIRA, P. S. Introdução à Sociologia. 22ed. São Paulo: Ática, 1999.
RATTER, H. Globalização: em direção a um mundo só? Estud. av. v.9, n.25, São Paulo Set/Dec.
1995.
Disponível
em:
http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010340141995000300005&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 10 ago. 2009.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. 9ªed. Rio de Janeiro: Record, 2002.
Sugestões para Leitura:
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 6ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
SINGER, Paul. Globalização e Desemprego: Diagnósticos e Alternativas. São Paulo: Contexto,
1999.
Dicas de vídeo:
Babel (EUA e México, 2006. Direção: Alejandro González Iñárritu. Duração: 123min.)
ATIVIDADE
1. De maneira geral, o que é globalização?
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2. Que impactos da era da globalização já podem ser identificados?
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3. Cite algumas novas tecnologias da era da globalização. Qual a importância delas atualmente?
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4. Como funciona a economia em rede global?
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5. Qual o propósito da formação dos megablocos econômicos?
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