UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO ENGENHARIA ELÉTRICA PATRICK MARQUES CIARELLI EXPERIÊNCIA A5 VITÓRIA 2003 PATRICK MARQUES CIARELLI EXPERIÊNCIA A5 Relatório apresentado à disciplina de Laboratório de Física Experimental para Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Espírito Santo. VITÓRIA 2003 SUMÁRIO 1. Introdução..................................................................................... 4 2. Objetivos da experiência ..............................................................4 3. Equipamentos utilizados............................................................... 5 4. Procedimentos.............................................................................. 5 5. Resultado ..................................................................................... 6 6. Análise dos resultados.................................................................. 8 7. Conclusão .................................................................................. 11 8.Referência bibliográfica............................................................... 12 4 1. INTRODUÇÃO Através da realização de uma experiência na qual um carrinho será puxado pela força peso de um objeto, num sistema com atrito desprezível, verificar que a aceleração do carrinho é inversamente proporcional á massa deste carrinho, usando para isso cálculos feitos em cima dos gráficos obtidos da experiência. 2. OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA Será realizada uma experiência para verificar que a aceleração adquirida por um corpo sob a ação de uma força constante é inversamente proporcional à massa desse mesmo corpo. Segundo a 2º lei de Newton “ a aceleração de um objeto é proporcional à força resultante exercida sobre ele, e a massa do objeto é o fator de proporcionalidade entre a força resultante e a aceleração” , que pode ser escrita na seguinte forma: F = ma A partir da disposição dos corpos no sistema será deduzida a expressão (desprezando o atrito no sistema): a = mg / (m + M) Que será usada para a verificação dos resultados. 5 No sistema anterior o atrito foi desprezado. Aplicando a 2º lei de Newton no corpo de massa M nota-se que: TM = Ma Usando a 2º lei de Newton no corpo de massa m verifica-se que: Pm – Tm = ma Pela 3º lei de Newton que diz “ a toda ação se opõe uma reação igual; ou, as ações mútuas de um corpo sobre outro têm sempre direções opostas” nota-se que o valor da tensão que a corda exerce sobre M é igual em módulo ao valor da tensão que a corda exerce sobre m, logo: TM =Tm Então: Pm – Tm = ma Pm – Ma = ma mg = ma + Ma mg = a(m + M) a = mg / (m + M) E assim fica provado. 3. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 2 carinhos de massas diferentes com arame de forma a marcar a fita especial; um trilho capaz de formar um colchão de ar com uma régua no corpo; um faiscador; um compressor de ar para formar o colchão de ar no trilho; fita de papel especial; um objeto de massa m para puxar os carinhos. 4. PROCEDIMENTOS A experiência consiste em colocar um carinho em cima do trilho, colocar a ponta de uma corda nele na qual na outra ponta está preso um objeto que está pendurado de forma a puxar o carinho, ligar o faiscador para imitir faíscas no intervalo determinado e o trilho para eliminar ao máximo o atrito, neste 6 momento o carinho começará a se movimentar sobre o trilho marcando a fita especial, quando o carrinho chegar no final do trilho os equipamentos deverão ser devidamente desligados. A partir das marcas na fita especial deve-se medir as distâncias percorridas pelo carrinho nos intervalos de tempo. Em seguida deve-se realizar os mesmos procedimentos para o outro carinho. 5. RESULTADO Os seguintes dados foram coletados na experiência: Intervalo de tempo entre as faíscas: T = (0,10 100) s Massas dos carinhos: Maior: M1 = (282,4 0,1) g Menor: M2 = (153,2 0,1) g Massa do objeto: m = 7,7948 g Posição dos carinhos nos instantes tn = n.T : n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 x1n (mm) 481,2 516,1 553,0 592,0 632,9 675,9 721,0 767,8 816,8 868,2 921,2 977,2 n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 ∆x = 0,1mm x2n (mm) 343,6 377,5 415,8 458,5 505,9 557,2 613,8 675,0 740,1 810,1 884,8 963,5 7 Será usado a fórmula: Vn = sn / 2.T, onde sn = xn+1 – xn-1, Que é a velocidade média de xn-1 a xn+1, para descobrir a velocidade instantânea em xn e que será deduzida. Para deduzi-la considere a seguinte figura (considerando que a aceleração seja constante): Temos que: Sn-1 = S0 +V0.t + a.t2 / 2 e Sn+1 = S0 +V0.(t + T) + a.(t + T)2 / 2 A velocidade média entre t e (t + T) é calculada como sendo: V = (Sn+1 – Sn-1) / T (substituindo os valores de Sn+1 e Sn-1) V = (S0 +V0.(t + T) + a.(t + T)2 / 2 – (S0 +V0.t + a.t2 / 2)) / T V = (V0.t + V0.T + (a.t2 + 2.a.t.T + a.T2) / 2 – V0.t – a.t2 / 2) / T V = (V0.T + a.t.T + a.T2 / 2) / T V = V0 + a.t + a.T / 2 V = V0 + a.(t + T/2) (1) A velocidade instantânea em (t + T/2) é igual a: Vn = V0 + a.(t + T/2) (2) Comparando (1) com (2) percebe-se que a velocidade média entre t e (t + T) é igual a velocidade instantânea em (t + T/2), logo: Vn = (Sn+1 – Sn-1) / T Fazendo T como 2.T temos que: Vn = (Sn+1 – Sn-1) / 2.T Deduzindo assim a fórmula anterior. 8 Usando a fórmula anterior e os dados colhidos na experiência foram calculados as velocidades com as suas devidas tolerâncias. Velocidade dos carinhos nos instantes tn = n.T : n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 v1n v1n (mm / s) 359 1 380 1 400 1 420 1 441 1 460 1 479 1 502 2 522 2 545 2 n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 v2n v2n (mm / s) 361 1 405 1 451 1 494 1 540 2 589 2 632 2 676 2 724 2 767 2 6. ANÁLISE DOS RESULTADOS Serão calculados (M1 + m).a1, (M2 + m).a2 e mg para provar a fórmula (M + m).a = mg, assim como as relações (M1 + m)/(M2 + m) e a2/a1 serão calculadas no intuito de provar que as relações obedecem a fórmula anterior. Cálculo das acelerações a partir dos gráficos: Aceleração do carrinho de massa M1 (a1): a1 = m = (yp – yq)/(xp – xq) V1 = (543,0 – 359,5)/(0,90 – 0,00) = 183,5/0,90 a1 = 203,88889 mm/s2 ∆a1 = ∆m = 1/2 ((yA – yD) + (yB – yC))/(xf – xi) ∆a1 = 1/2 ((360,5 – 358,0) + (544,0 – 539,5))/(0,90 – 0,00) ∆a1 = 1/2 (2,5 + 4,5)/0,90 = 3,8888889 mm/s2 a1 ∆a1 = (203,88889 3,8888889) mm/s2 9 Aceleração do carinho de massa M2 (a2): a2 = m = (yp – yq)/(xp – xq) (768,0 – 361,0)/(0,90 – 0,00) = 407,0/0,90 a2 = 452,22222 mm/s2 ∆a2 = ∆m = 1/2 ((yA – yD) + (yB – yC))/(xf – xi) ∆a2 = 1/2 ((365,0 – 358,0) + (770,0 – 765,0))/(0,90 – 0) ∆a2 = 1/2 (7,0 + 5,0)/0,90 = 6,6666667 mm/s2 a2 ∆a2 = (452,22222 6,6666667) mm/s2 Cálculo das fórmulas (M + m).a e m.g : Para o carrinho de massa M1: (M1 + m).a1 = (282,4 + 7,7948). 203,88889 = 290,1948 . 203,88889 = (M1 + m).a1 = 59167,496 g mm/s2 ∆(M1 + m).a1 = ( ∆(M1 + m)/ (M1 + m) + ∆a1/ a1 ) . (M1 + m).a1 ∆(M1 + m).a1 = ( 0,1/ 290,1948 + 3,8888889/ 203,88889 ) . 59167,496 ∆(M1 + m).a1 = 0,0194181 . 59167,496 = 1148,9204 g mm/s2 (M1 + m).a1 ∆(M1 + m).a1 = (59167,496 1148,9204) g mm/s2 (M1 + m).a1 ∆(M1 + m).a1 = (0,0591674 0,0011489) kg m/s2 (M1 + m).a1 ∆(M1 + m).a1 = (0,059 0,001) kg m/s2 (1) Para o carrinho de massa M2: (M2 + m).a2 = (153,2 + 7,7948). 452,22222 = 160,9948 . 452,22222 = (M2 + m).a2 = 72805,426 g mm/s2 ∆(M2 + m).a2 = ( ∆(M2 + m)/ (M2 + m) + ∆a2/ a2 ) . (M2 + m).a2 ∆(M2 + m).a2 = ( 0,1/ 160,9948 + 6,6666667/ 452,22222 ) . 72805,426 ∆(M2 + m).a2 = 0,0153631 . 72805,426 = 1118,517 g mm/s2 10 (M2 + m).a2 ∆(M2 + m).a2 = (72805,426 1118,517) g mm/s2 (M2 + m).a2 ∆(M2 + m).a2 = (0,0728054 0,0011185) kg m/s2 (M2 + m).a2 ∆(M2 + m).a2 = (0,072 0,001) kg m/s2 (2) Cálculo de m.g (considerando a gravidade igual a 9,81 m/s2): m.g = 7,7948 . 9,81 = 76,466988 g m/s2 ∆m.g = ( ∆m/ m + ∆g/ g ) . m.g ∆m.g = ( 0/ 7,7948 + 0,01/ 9,81 ) . 76,466988 ∆m.g = 0,0010193 . 76,466988 = 0,0779428 g m/s2 m.g ∆m.g = ( 76,466988 0,0779428) g m/s2 m.g ∆m.g = (0,0764669 0,0000779) kg m/s2 m.g ∆m.g = (0,07647 0,00008) kg m/s2 (3) Comparando (1) com (2) foi verificado que não foi possível provar na experiência a fórmula a = mg/(M + m), assim como comparando (1) e (2) com (3). A causa do erro pode ter sido erro na medição e/ou instrumentos utilizados com precisão baixa para a experiência realizada. Cálculo das relações a2/a1 e (M1 + m)/(M2 + m) : a2/a1 = 452,22222 / 203,88889 = 2,2179836 ∆ a2/a1 = ( ∆a2/ a2 + ∆a1/ a1 ) . a2/a1 ∆ a2/a1 = ( 6,6666667/ 452,22222 + 3,8888889/ 203,88889 ) . 2,2179836 ∆ a2/a1 = 0,0338155 . 2,2179836 = 0,0750022 a2/a1 ∆ a2/a1 = 2,2179836 0,0750022 11 a2/a1 ∆ a2/a1 = 2,22 0,08 (M1 + m)/(M2 + m) = (282,4 + 7,7948)/(153,2 + 7,7948) = 290,1948/ 160,9948 (M1 + m)/(M2 + m) = 1,8025104 ∆(M1 + m)/(M2 + m) = (∆(M1+m)/(M1+m)+∆(M2+m)/(M2+m)).(M1+m)/(M2+m) ∆(M1 + m)/(M2 + m) = ( 0,1/ 290,1948 + 0,1/ 160,9948 ) . 1,8025104 ∆(M1 + m)/(M2 + m) = 0,0009657 . 1,8025104 = 0,0017406 (M1 + m)/(M2 + m) ∆(M1 + m)/(M2 + m) = 1,8025104 0,0017406 (M1 + m)/(M2 + m) ∆(M1 + m)/(M2 + m) = 1,803 0,002 Comparando as relações observou-se que não foi possível provar que as relações são iguais. As causas prováveis deste erro podem ter sido erro de medição e/ou utilização de instrumentos com precisão inadequada para a experiência realizada. 7. CONCLUSÃO Nesta experiência não foi possível comprovar a veracidade da fórmula a = mg / (m + M) devido as diferenças nos valores calculados, sendo que os possíveis motivos deste erro podem ter sido falha humana no instante da medição e/ou utilização de instrumentos com baixo nível de precisão para a experiência realizada. No entanto foi possível verificar que com o aumento da massa do carrinho a aceleração do mesmo era menor, mostrando assim que a aceleração adquirida pelo corpo é inversamente proporcional a massa do mesmo. 12 8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Keller, Frederick J. , Gettys, W. Edward , Skove, Malcolm J. – Física – volume 1 – Makron Books Ltda. , 1997.