FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO EDUARDO CLÁUDIO NICÁCIO (RM 0922013) PRINCÍPIOS DA CONTABILIDADE Projeto de pesquisa apresentado à disciplina Contabilidade, no segundo semestre noturno do Curso Informática para Gestão de Negócios, sob a orientação do Prof. Adilson de Barros. São Bernardo do Campo 2010 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE .................................... 4 CONCEITOS CONTÁBEIS ............................................................................... 7 Bens .............................................................................................................. 7 Direitos .......................................................................................................... 8 Obrigações .................................................................................................... 8 Patrimônio Líquido ........................................................................................ 9 MÉTODOS DE PARTIDAS DOBRADAS ........................................................ 10 DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO ............................................................... 11 BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................. 12 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS .......................................................... 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 15 3 INTRODUÇÃO Contabilidade é a ciência que tem como objeto de estudo o patrimônio das entidades, seus fenômenos e variações, tanto no aspecto quantitativo quanto no qualitativo, registrando os fatos e atos de natureza econômico-financeira que o afetam e estudando suas consequências na dinâmica financeira. O nome deriva do uso das contas contábeis. De acordo com a doutrina oficial brasileira (organizada pelo Conselho Federal de Contabilidade), a contabilidade é uma ciência social, da mesma forma que a economia e a administração de empresas. No Brasil, os profissionais de contabilidade são chamados de contabilistas. Aqueles que concluem os cursos de nível superior de Ciências Contábeis recebem o diploma de bacharel em ciências contábeis (Contador). Existe também o título técnico de contabilidade aos que têm formação de nível médio/técnico. 4 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE “Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, em consonância com o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades” (CRC-RS, 2009). São Princípios Fundamentais da Contabilidade: 1 – o da Entidade; 2 – o da Contabilidade; 3 – o da Oportunidade; 4 – o do Registro pelo Valor Original; 5 – o da Atualização Monetária; 6 – o da Competência; e 7 – o da Prudência. O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. A CONTINUIDADE ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, tanto quantitativas e quanto qualitativas. A observância deste princípio é indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, pois se relaciona diretamente com a quantificação dos componentes patrimoniais e a formação do resultado; é constituido de dados importantes que permitem aferir a capacidade futura de geração de resultado. 5 O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, ao imediatismo e à integridade do registro do patrimônio das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE, desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência, compreendendo os elementos quantitativos e qualitativos, e contemplando os aspectos físicos e monetários. O registro deve almejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório de gestão. O Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL diz que os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos em seu valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade. O Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA estabelece que os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. Sendo assim, podemos afirmar que os princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada. O Princípio da COMPETÊNCIA postula que as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. 6 O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior valor para os componentes do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 7 CONCEITOS CONTÁBEIS “O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência, tanto nas ciências formais quanto nas factuais, das quais fazem parte as ciências sociais. Na Contabilidade, o objeto é sempre o PATRIMÔNIO de uma Entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e de obrigações para com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro. O essencial é que o patrimônio disponha de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes, o que significa que a Entidade dele pode dispor livremente, claro que nos limites estabelecidos pela ordem jurídica e, sob certo aspecto, da racionalidade econômica e administrativa”. (CRC-RS, 2009). De PATRIMÔNIO vem o conceito de Patrimônio Líquido, que pode ser definido pela fórmula abaixo: (Bens + Direitos) - (Obrigações) = Patrimônio Líquido A seguir, detalharemos cada um desses conceitos. Bens Em Economia, bem é tudo aquilo que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e necessidades dos seres humanos, podendo ser classificados segundo seu caráter, natureza ou função. Na Contabilidade, bem é tudo aquilo que pode ser considerado como propriedade de uma Entidade, ou que é apto a constituir o seu patrimônio. Patrimônio é, assim, o conjunto de bens. Para fins de organização do Balanço Patrimonial, os bens podem ser classificados da seguinte forma: 8 Bens tangíveis – São os bens físicos, tais como terrenos, instalações, obras civis, máquinas e equipamentos, utensílios, móveis, veículos, benfeitorias em propriedades arrendadas, direitos sobre recursos naturais, etc. Bens intangíveis - Os ativos intangíveis não possuem característica física e são de difícil avaliação. Neste grupo estão incuidos, dentre outros, as patentes, os direitos autorais e as marcas registradas em nome da Entidade. Esses bens estão tipificados como bens numerários, de venda, de renda ou bens fixos. Direitos Constituem direitos da Entidade todos os valores que lhe são devidos e estão em poder de terceiros, como clientes, inquilinos, sócios, governos, etc. Esses direitos estão registrados nos livros contábeis, normalmente, com a expressão “a receber”, “a recuperar” ou pelo entendimento do termo apresentado. Elemento Duplicatas Impostos Adiantamento salarial Expressão A receber A recuperar A descontar Tabela 1. Exemplos de direitos da Entidade Obrigações “Uma característica essencial para a existência de um passivo é que a entidade tenha uma obrigação presente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou fazer de certa maneira. As obrigações podem ser legalmente exigíveis em consequência de um contrato ou de requisitos estatutários. Esse é normalmente o caso, por exemplo, das contas a pagar por mercadorias e serviços recebidos”. (CRC-RS, 2009). 9 Para a Entidade, as obrigações são constituidas por todos os valores devidos a terceiros e ainda não pagos, como exemplo, duplicatas a pagar, impostos a pagar, salários a pagar, etc. A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica na utilização, pela entidade, de recursos capazes de satisfazer o direito da outra parte. A extinção de uma obrigação presente pode se dar, por exemplo, por meio de: a) pagamento em dinheiro; b) transferência de outros ativos; c) prestação de serviços; d) substituição da obrigação por outra; ou e) conversão da obrigação em capital. Uma obrigação pode também ser extinta por outros meios, como por exemplo, a renúncia do credor ou a dos seus direitos creditícios. Patrimônio Líquido Segundo o CRC-RS (2009), Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. Ele pode ter subclassificações no balanço patrimonial como, por exemplo, recursos aportados pelos sócios, reservas resultantes de apropriações de lucros e reservas para manutenção do capital podem ser demonstrados separadamente. “O valor pelo qual o patrimônio líquido é apresentado no balanço patrimonial depende da mensuração dos ativos e passivos. Normalmente, o valor do patrimônio líquido somente por coincidência é igual ao valor de mercado das ações da entidade ou da soma que poderia ser obtida pela venda dos seus ativos e liquidação de seus passivos numa base de item-por-item, ou da entidade como um todo, numa base de continuidade operacional.” (CRC-RS, 2009). 10 MÉTODOS DE PARTIDAS DOBRADAS Segundo a UVB (2010), para que o mecanismo de registro de ativos e passivos de uma entidade se tornasse operacional, no século XIV foi inventado o método das partidas dobradas, que passou a ter sua aplicação cada vez mais aperfeiçoada às necessidades das operações das empresas. Esse método consiste em fazer débitos e créditos no mesmo valor para cada operação. A cada débito deve corresponder um ou mais créditos no mesmo valor do débito e vice versa ou, para cada crédito, deve corresponder um ou mais débitos no mesmo valor do crédito. Para que esse mecanismo se tornasse funcional as seguintes regras foram criadas a partir da natureza das contas de Ativo/Passivo e Resultado: 1) Débitos: • Aumentam as contas do Ativo • Diminuem as contas do Passivo • Diminuem as contas do Patrimônio Líquido 2) Créditos: • Diminuem as contas do Ativo • Aumentam as contas do Passivo • Aumentam as contas do Patrimônio Líquido Ou, podemos, ainda, enunciar a mesma regra de outra forma, segundo os elementos do Patrimônio: 1) Ativo: • Os débitos aumentam o valor de suas contas • Os créditos diminuem o valor de suas contas 2) Passivo e Patrimônio Líquido: • Os débitos diminuem o valor de suas contas • Os créditos aumentam o valor de suas contas 11 DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO Conceitua-se depreciação como sendo a diminuição do valor dos bens corpóreos que integram o ativo permanente, em decorrência de desgaste ou perda de utilidade pelo uso, ação da natureza ou obsolescência. O encargo da depreciação poderá ser computado como custo ou despesa operacional, conforme o caso. A depreciação dos bens utilizados na produção será custo, enquanto a depreciação dos demais bens há de ser registrada como despesa operacional. Segundo Portal de Contabilidade (2010), a amortização consiste na recuperação contábil do capital aplicado na aquisição de bens e direitos classificados no Ativo Imobilizado, cuja existência ou exercício tenha duração limitada ou cuja utilização pelo contribuinte tenha o prazo limitado por lei ou contrato (como exemplo, o direito de marcas e patentes). Também consiste na recuperação contábil dos custos, encargos ou despesas, registrados no Ativo Diferido, que contribuirão para a formação do resultado de mais de um período de apuração (como por exemplo, as despesas pré-operacionais). “A principal diferença entre depreciação e amortização caracteriza-se sobre sua incidência: enquanto a depreciação incide sobre os bens físicos de propriedade da pessoa jurídica, a amortização relaciona-se com a diminuição de valor dos direitos (ou despesas diferidas) com prazo limitado (legal ou contratualmente).” (Portal da Contabilidade, 2010). 12 BALANÇO PATRIMONIAL Em terminologia moderna em uso no Brasil, o Balanço é uma demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a posição contábil, financeira e econômica de uma entidade (em geral uma empresa) em determinada data, representando uma posição estática (posição ou situação do patrimônio em determinada data). Cientificamente falando, o balanço patrimonial é obrigatório para todos os empresários e sociedades com duas exceções previstas em lei (propriedades rurais e pequenos empresários), e sua estrutura é uma consequência do método das partidas dobradas, onde para um ou mais crédito existirá um ou mais débito de igual valor. O termo patrimonial tem origem no patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e obrigações. Juntando-se as duas partes, obtém-se o balanço patrimonial, equilíbrio do patrimônio, igualdade patrimonial. Em sentido amplo, o balanço evidencia a situação patrimonial da empresa em determinada data. O Balanço Patrimonial apresenta o Ativo (bens e direitos), o Passivo (obrigações) e o Patrimônio Líquido. Este último é resultante da diferença entre o total de ativos e passivos. 13 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS “As demonstrações contábeis, denominadas de demonstrações financeiras na legislação societária (Lei No. 6.404/76), são utilizadas pelos administradores para prestar contas sobre os aspectos públicos de responsabilidade da empresa, perante acionistas, credores, governos e a comunidade em geral. Têm, portanto, por objetivo, revelar, a todas as pessoas interessadas, as informações sobre o patrimônio e os resultados da empresa, a fim de possibilitar o conhecimento e a análise de sua situação econômico-financeira”. (Braga 1999, p.70) A Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76) determina a estrutura básica das quatro demonstrações financeiras. Com isso, essa lei trouxe consideráveis aperfeiçoamentos contábeis em relação às práticas anteriormente vigentes e tornouse um marco na história da Contabilidade no Brasil, apesar de ainda não incorporar todos os aperfeiçoamentos que seriam possíveis. As Demonstrações Financeiras constantes desta lei são as seguintes: Demonstração do Resultado do Exercício - DRE; Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados; Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Além disso, ela também estabelece a estrutura básica para a elaboração do Balanço Patrimonial das Entidades. A Demonstração do Resultado do Exercício apresenta, de forma resumida, as operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstrada de forma a destacar o resultado líquido do período. Através dela pode-se verificar o resultado que a empresa obteve (lucro ou prejuízo) no desenvolvimento de suas atividades durante um determinado período, geralmente de um ano. A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados evidencia o lucro apurado no exercício e sua destinação, bem como os eventos que modificaram o 14 saldo da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, como, por exemplo, correção monetária, ajustes e reversões de reservas. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido tem por objetivo facilitar a análise das modificações ocorridas nos componentes do patrimônio líquido, durante determinado período, geralmente o exercício social. A Demonstração das Origens e aplicações de Recursos (DOAR) tem por objetivo indicar as modificações ocorridas na posição financeira de curto prazo da empresa. A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE - apresenta, exclusivamente, dados relativos ao desempenho da empresa no período analisado (normalmente um ano), pois apresenta os saldos acumulados das contas de receitas, custos e despesas (as chamadas “contas de resultado”). Conforme Iudícibus e Marion (2004 p. 194), a DRE é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações Contábeis: estrutura, análise e interpretação. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999. CRC-RS, Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. Princípios Fundamentais da Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade. Disponível em: . Acessado em 12/04/2010. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Contabilidade comercial. 6. ed. São Paulo, Atlas, 2004. PORTAL DA CONTABILIDADE. Depreciação x Amortização. Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/cont/2contabil300806.htm. Acessado em 16/05/2010. UVB, Faculdade On-Line. Contabilidade Geral – Aula 03 Método das Partidas Dobradas. Disponível em: . Acessado em 16/05/2010.