O_combate_pela_coroa_da_salvacao

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R E AV I V AR O DO M D E D E U S
O combate pela coroa da salvação
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Estamos num tempo em que um Cristianismo de aparência não suportará o duro
combate
Na Segunda Carta de São Paulo a Timóteo, nós encontramos esta exortação, que se
apresenta profundamente pessoal e vivaz: o soldado de Cristo combate pela coroa da
Salvação (cf. 2Tm 1, 6-14).
Paulo oferece o seu exemplo, recordando o seu ministério e preparando-se para o martírio.
É um verdadeiro alerta perante a realidade dos falsos mestres que aumentaram e se fortaleceram
nos últimos dias, por meio do qual o responsável da comunidade, como também aqueles que dela
fazem parte, devem agir como um soldado, lavrador, operário, servo fiel, ou seja, como uma
testemunha corajosa. Não devem temer o fortalecimento dos maus, pois sua derrota será
inevitável.
Essa carta é para nós atual e significativa, pois também nós vivemos situações em que o
cerco se fecha e as perseguições se acentuam. Vivemos num tempo de hostilidades e
perseguições, no qual a fé sofre ataques. Portanto, diante desse contexto, surge a pergunta:
nossa vida de fé nos prepara para a provação ou para a derrota? Creio que devamos nos rever,
com sinceridade e verdade, em vista do arrependimento e da conversão.
O soldado de Nosso Senhor Jesus Cristo, mesmo no sofrimento e na prisão, não deixa de
ser um evangelizador e anunciador, pois o Evangelho de Cristo não se deixa acorrentar, difundese, espalha-se pela força da graça divina. Este constitui o testemunho da própria vida do apóstolo
Paulo. Vida que aqui encoraja Timóteo com o seu testemunho, deixando-lhe um verdadeiro
testamento de fidelidade e perseverança diante das provações. E o apóstolo dos gentios o motiva
não com uma teoria vazia, mas com seu testemunho de vida. Testemunho de quem sofre com
Cristo como prisioneiro, por isso, tal testamento possui para nós uma atualidade tremenda, é
ponto de referência segura. É preciso, sem dúvida, permanecer fiel à sã doutrina apostólica
resistindo às provações, como soldado de Cristo.
Este texto nos exorta a reavivar o dom de Deus, que é um espírito de força, amor e
sabedoria, para enfrentarmos, com coragem, o testemunho e os sofrimentos por causa de Cristo
e do Evangelho. É o Espírito Santo que forja essa têmpera em nós, para que sejamos capazes de
uma caminhada cristã fiel na doutrina e na prática, ou seja, fé e vida em íntima comunhão. A
ordem é para não se acovardar. A fé precisa ser constantemente alimentada, para que se torne
certeza e esperança; não fraqueza e covardia, pois se nossa existência tornar-se covarde, sem
dúvida, “a ousadia dos maus vencerá a covardia dos bons”. Estamos num tempo em que um
Cristianismo de aparência não suportará a dura luta. Portanto, que tipo de cristão você é?
O Espírito de força revela-se como o oposto do medo e da preguiça, e aponta para a
necessidade de um testemunho corajoso e perseverante. Eis a fonte inesgotável que sustenta e
motiva a fé e o testemunho cristão: a graça eficaz, gratuita e salvífica de Deus, revelada em Jesus
Cristo e contida na Boa Nova do Evangelho. Se a Palavra de Redenção não é assimilada no
profundo da alma, ela não se torna anúncio de vivência, o ouvinte distraído e superficial não
evangeliza, fala de algo que está fora da sua vida!
Somente pelos méritos de Cristo, que salva a humanidade, torna-se possível a fidelidade e
a perseverança nesse vale de lágrimas. Paulo quer mostrar a Timóteo que Espírito Santo agirá
dando tal testemunho. Também em nós este mesmo Espírito age para que o anúncio seja
autêntico e firmado no depósito da fé. Paulo foi constituído, portanto, como pregador, apóstolo e
mestre, que sofre sim, contudo, com uma coragem inabalável, confiante na força de Deus que o
sustenta. Por isso, o apóstolo não se apresenta como modelo somente para Timóteo, mas
também para cada um de nós. Modelo de fidelidade e perseverança cristã, garantida pela força do
Espírito Santo, que atua constantemente na humanidade.
Deixemos que o Espírito Santo seja o mestre a formar em nós a têmpera necessária para
enfrentarmos as provações da vida. Que o Senhor nos conceda a fé e a têmpera dos mártires
neste tempo em que o testemunho é tão urgente e necessário!
Com minha bênção sacerdotal,
Padre Eliano Luiz Gonçalves – Diocese de Lorena (SP)
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