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FACULDADES INTEGRADAS DE TAQUARA
PROF. ME. PAULO ROBERTO VON MENGDEN
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ECONOMIA
Subsídio a aulas de Economia I, Economia II e
TEORIA ECONÔMICA - ANÁLISE MICROECONOMICA
Introdução à Economia (A)
Conceito: É uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade
decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços,
de modo a distribuí-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer
as necessidades humanas.
Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são escassos;
contudo as necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. Isso
obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos
resultados da atividade produtiva aos vários grupos da sociedade.
Este estudo recomenda algumas definições básicas, a saber:
Necessidade: é a exigência, de caráter individual ou coletivo, que deverá ser
satisfeita mediante o consumo de um bem ou serviço. Estas necessidades podem
ser:
a) Individuais:
- absolutas - são comuns a todos os indivíduos e normalmente estão ligadas às
necessidades básicas de origem natural ou biológica (ex.: comer, beber, vestir,
abrigar-se, ... )
- relativas - são diferentes para cada indivíduo e influenciadas por uma série de
fatores como valores, costumes, região, gosto, ......
b) Coletivas: são aquelas de toda a sociedade, como educação, saúde, segurança,
lazer, saneamento, ......
Bens e Serviços: é tudo aquilo capaz de satisfazer uma necessidade humana,
portanto, é algo que tenha utilidade. Podem ser assim classificados:
Bens livres - quando as quantidades disponíveis são muito maiores do que as
exigências de consumo, ou quando o seu acesso não exige esforço ou custo (ex.:
ar, luz do sol, ...
Bens econômicos - são aqueles escassos, ou seja, cuja demanda é superior a sua
disponibilidade, ou que exigem custo e esforço para sua obtenção. São
transferíveis e podem ser trocados entre si. São (1) bens de consumo, (2) bens
intermediários e (3) bens de capital.
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(1) Bens de consumo - aqueles destinados ao atendimento de necessidades
diretas de pessoas ou empresas. De acordo com sua durabilidade, podem ser
classificados como duráveis (geladeiras, fogões, automóveis) ou como não duráveis (alimentos, produtos de limpeza).
(2) Bens intermediários - são aqueles que são transformados ou agregados na
produção de outros bens e que são consumidos totalmente no processo de
produtivo (insumos, matérias-primas e componentes).
(3) Bens de Capital - são aqueles utilizados na fabricação de outros bens, mas que
não se desgastam totalmente no processo produtivo. Exemplo: Máquinas,
Equipamentos e Instalações.
Consumo - é a ação exercida pelos indivíduos, sociedade e empresas para
satisfazer suas necessidades por meio da aquisição de bens e serviços.
Consumidor - são os indivíduos e empresas que praticam consumo ou demandam
determinados bens e serviços. E a unidade básica de consumo.
Produção - é a transformação de bens e serviços em outros bens e serviços.
Fatores de produção: são aqueles necessários à produção de qualquer bem ou
serviço e são constituídas pelos recursos humanos (trabalho e capacidade
empresarial), terra, capital e tecnologia.
Cada fator de produção corresponde uma remuneração, a saber:
Fator de Produção
Tipo de Remuneração
Trabalho
Salário
Capital
Juro
Terra
Aluguel
Tecnologia
Royalty
Capacidade empresarial
Lucro
Mercado - é um grupo de compradores e vendedores, interagindo na compra e
venda de bens e serviços. Podem ser ainda adotados os seguintes conceitos:
Conceito popular - um local especial no qual os vendedores expõem suas
mercadorias para vende-las aos consumidores.
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Conceito econômico - é a área dentro da qual as forças econômicas (oferta e
procura) convergem para o estabelecimento de preços.
Conceito econômico-geográfico - espaço onde vendedores e compradores,
constituindo as forças de oferta e procura, entram em contato e estabelecem as
condições de compra e venda e, em conseqüência, fixam um preço, ou preços,
para a s mercadorias transacionadas.
Conceito moderno - espaço geoeconômico no qual a oferta e a demanda de um
bem ou serviço, ou um grupo deles, estabelecem relações contratuais de compra e
venda ou de prestação de serviço.
Sistemas Econômicos
Pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está
organizada uma sociedade.
Os elementos básicos de um sistema econômico são:
A)
Estoques de Recursos Produtivos ou Fatores de Produção: recursos
humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, terra, reservas naturais e
a tecnologia.
B) Complexo de unidades de produção: constituído pelas empresas.
C) Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são à
base da organização da sociedade.
Os sistemas econômicos podem ser classificados em:
A) Sistema capitalista, ou economia de mercado, é aquele regido pelas forças de
mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de
produção.
B) Sistema socialista ou economia centralizada, ou ainda economia planificada, é
aquele em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão
central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de
produção.
Os Problemas Econômicos Fundamentais
Da escassez dos recursos ou dos fatores de produção, associa-se às
necessidades ilimitadas do homem, originando problemas econômicos
fundamentais:
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A) 0 quê e quanto produzir Dada a escassez de recursos de produção, a sociedade
terá de escolher, quais produtos serão produzidos e em que quantidades.
B) Como produzir: A sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção
serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico
existente.
C) Para quem produzir: A sociedade terá também que decidir como seus membros
participarão da distribuição dos resultados de sua produção (demanda, oferta,
determinação de salários, das rendas das terras, dos juros etc).
Em economias de mercado, esses problemas são resolvidos pelos mecanismos de
preços atuando por meio da oferta e da demanda. Nas economias centralizadas,
essas questões são decididas por um órgão central de planejamento, a partir de
um levantamento dos recursos de produção disponíveis e das necessidades do
país, e não pela oferta e demanda no mercado.
Curva de Possibilidades de Produção (ou curva de transformacão).
É um conceito teórico com o qual se ilustra, como a questão da escassez impõe
um limite à capacidade produtiva de uma sociedade, que terá que fazer escolhas
entre alternativas de produção.
Devido à escassez de recursos, a produção total de um país tem um limite máximo,
onde todos os recursos disponíveis estão empregados.
Suponhamos uma economia que só produza máquinas (Bens de Capital) e
alimentos (Bens de Consumo) e que as alternativas de produção de ambos seja as
seguintes:
Alternativas de Produção
A
B
C
D
E
Máquinas (milhares)
25
20
15
10
0
Alimentos (ton)
0
30
45
60
70
Faça um gráfico, demonstrando as alternativas de produção:
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Conceito de Custo de Oportunidade:
A transferência dos fatores de produção de um bem A para produzir um bem B
implica um custo de oportunidade que é igual ao sacrifício de se deixar de produzir
parte do bem A para se produzir mais do bem B. 0 custo de oportunidade por
representar o custo da produção alternativa sacrificada, reflete em um custo
implícito.
Deslocamento da Curva de Possibilidade de Produção
Isso pode ocorrer fundamentalmente tanto em função do aumento da quantidade
física de fatores de produção quanto em função de melhor aproveitamento dos
recursos já existentes, o que pode ocorrer com o progresso tecnológico, maior
eficiência produtiva e organizacional das empresas e melhoria no grau de
qualificação da mão-de-obra.
Funcionamento de uma economia de mercado: Fluxos Reais e Monetários
Para entender o funcionamento do sistema econômico, vamos supor uma
economia de mercado que não tenha interferência do governo e não tenha
transações com exterior (economia fechada).
Os agentes econômicos são as famílias e as empresas. As famílias são
proprietárias de fatores de produção e os fornecem às empresas, através do
mercado dos fatores de produção. As empresas, através da combinação dos
fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias por meio
do mercado de bens e serviços.
Fluxo Real da Economia
Mercado de Bens e Serviços
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Demanda
Oferta
Famílias
Empresas
Oferta
Demanda
Mercado de Fatores de Produção
No entanto, o fluxo real da economia só se torna possível com a presença da
moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento
dos bens e serviços.
Desse modo, paralelamente ao fluxo real temos um fluxo monetário da economia.
Fluxo Monetário da Economia
Pagamento dos bens e serviços
Famílias
Empresas
Remuneração dos Fatores de Produção
A análise econômica, para fins metodológícos e didáticos, é normalmente dividida
em quatro áreas de estudo:
1) Microeconomia ou Teoria da Formação de Preços.
2) Macroeconomia.
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3) Economia Internacional.
4) Desenvolvimento e Crescimento Econômico
Introdução à Microeconomia
Conceito: Microeconomia, ou Teoria Geral dos Preços, analisa a formação de
preços no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem
qual o preço e a quantidade de um determinado bem ou serviço em mercados
específicos. A microeconomia estuda o funcionamento da oferta e da procura na
formação do preço no mercado, isto é, o preço sendo obtido pela interação do
conjunto dos consumidores com o conjunto de empresas que fabricam um dado
bem ou serviço.
Do ponto de vista da economia de empresas, onde se estuda uma empresa
específica, prevalece a visão contábil financeira na formação do preço de venda de
seu produto, baseada principalmente nos custos de produção, enquanto na
Microeconomia prevalece a visão do mercado.
0 conceito de empresa possui 2 visões: a econômica e a jurídica. Do ponto de vista
econômico, empresas ou estabelecimento comercial é a combinação pelo
empresário, dos fatores de produção: capital, trabalho, terra e tecnologia, de modo
organizados para se obter o maior volume possível de produção ou de serviços ao
menor custo.
Na doutrina jurídica reconhece-se o estabelecimento como uma universalidade de
direito, incluindo-se na atividade econômica um complexo de relações jurídicas
entre o empresário e a empresa.
Pressupostos básicos da análise microeconômica
Condição coeteris paríbus, que significa "tudo o mais permanecendo
constante”. A análise microeconômica assume que, ao analisar um mercado, não
existe influência de um setor em outro nem suas variáveis são consideradas.
Analisa-se apenas a influência da oferta e da procura, vista sob a ótica do preço.
Todas as outras influências (renda, gosto, variação cultural, tecnologia, etc ... ) são
ignoradas.
Papel dos preços relativos
Na análise microeconômica, são mais relevantes os preços relativos, isto é, os
preços dos bens em relação aos demais, do que os preços absolutos (isolados)
das mercadorias. Exemplo: se o preço do guaraná cair 10%, mas também o preço
da soda cair em 10%, nada deve acontecer na demanda dos dois bens, mas se
cair apenas o preço do guaraná, permanecendo inalterado o preço da soda,
devese esperar um aumento na quantidade procurada de guaraná e uma queda na
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soda. Embora não tenha havido alteração no preço absoluto da soda, seu preço
relativo aumentou, quando comparado com o guaraná.
Princípio da Racionalidade
Por esse princípio, os empresários tentam sempre maximizar lucros condicionados
pelos custos de produção, os consumidores procuram maximizar sua satisfação no
consumo de bens e serviços (limitados por sua renda e pelos preços das
mercadorias).
Aplicações da análise microeconômica
A teoria microeconômica não é um manual de técnicas para a tomada de decisões
do dia-a-dia, mesmo assim ela representa uma ferramenta útil para esclarecer
políticas e estratégias, dentro de um horizonte de planejamento, tanto em nível de
empresas quanto de nível de política econômica.
Para as empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes
decisões:
Políticas de preços da empresa.
Previsão de demanda e faturamento.
Previsão de custos de produção.
Decisões ótimas de produção (melhor combinação dos custos de produção).
Avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo/benefício)
Política de propaganda e publicidade.
Localização da empresa.
Em relação à política econômica, pode contribuir na análise e tomada de decisões
das seguintes questões:
Efeitos de impostos sobre mercados específicos.
Política de subsídios.
Fixação de preços mínimos na agricultura.
Controle de preços
Política Salarial
Políticas de tarifas públicas. (água, luz, etc.).
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O estudo microeconômico
Análise da Demanda: A Teoria da Demanda ou Procura de uma mercadoria ou
serviço divide-se em Teoria do Consumidor e Teoria da Demanda de Mercado.
Análise da Oferta: A Teoria da Oferta de um bem ou serviço também se subdivide
em oferta de firma individual e oferta de mercado.
Análise das estruturas de mercado: A partir da demanda 'e da oferta de mercado
são determinados o preço e a quantidade de um bem ou serviço.
* As estruturas de mercado de bens e serviços são:
a) concorrência perfeita;
b) monopólio;
C) oligopólio
d) concorrência imperfeita ou monopolista;
As estruturas de mercado de fatores de produção são:
a) concorrência perfeita;
b) monopólio bilateral;
c) monopsônio;
d) oligopsônio.
Teoria do equilíbrio geral: A análise do equilíbrio geral leva em conta as interrelações entre todos os mercados, procurando analisar se o comportamento
independente de cada agente econômico conduz todos a uma posição de equilíbrio
global, embora todos sejam, na realidade, interdependente.
A questão da Utilidade
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A utilidade está intimamente ligada ao consumo de bens e serviços, uma vez que
as pessoas somente consumirão aquilo que lhes trouxer alguma satisfação. Por
sua vez, esta satisfação é intrínseca à utilidade.
Na visão da economia clássica, utilidade é a satisfação total que um indivíduo tem
em decorrência do consumo de um bem ou serviço.
Na visão moderna, utilidade é o grau de adequação de um bem à necessidade do
consumidor, possuindo ainda caráter individual e subjetivo.
As principais características da utilidade são:
- não ser mensurável - não existe uma unidade de medida para mensurar a
utilidade;
- ser comparável - mesmo não sendo mensurável, cada pessoa pode comparar a
utilidade de um bem, em relação a outro, pelo julgamento de que um será mais útil
que o outro;
- depender da percepção de cada indivíduo - está ligada ao nível de informação
e cultura de cada indivíduo, de forma que determinado bem pode ser de grande
utilidade para um e nenhuma para outro (ex.: quando jovem, um rapaz considera
desejável e útil um carro esportivo; quando casa e tem filhos, passa a considerar
mais útil e desejável um carro espaçoso e seguro).
Utilidade total: é o total de utilidade que um bem oferece ao indivíduo.
Utilidade marginal: é o acréscimo de utilidade, decorrente do consumo de uma
unidade adicional de um bem ou serviço.
Daí decorre a LEI DA UTILIDADE MARGINAL DECRESCENTE, que diz que, a
medida que aumenta o consumo de um bem, sua utilidade marginal decresce.
Ex.: O indivíduo no estádio, ao meio dia, sol forte e calor, a espera de um jogo ás
16 hs. Tem sede, e muita. 0 vendedor de água pede R$ 5,00 por um copo de água.
0 consumidor paga, pois o copo terá grande adequação a sua necessidade, logo
terá grande utilidade. Mas após matar a sede, mesmo parcialmente, ele não estará
disposto a pagar os mesmos R$ 5,00 por um copo adicional. Tentará negociar e
pagar menos, pois o segundo copo tem uma utilidade marginal menor do que o
primeiro. E assim por diante.
Gráfico utilidade total e marginal
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Gráfico Utilidade total do consumo
Como o consumidor está disposto a pagar mais por aquilo que lhe traga mais
utilidade, pode-se concluir que o valor máximo que alguém está disposto a pagar
por um bem é a sua medida de utilidade. Este preço máximo é chamado de Preço
marginal de reserva, é o preço máximo que o consumidor está disposto a pagar
por um determinado bem ou serviço Ele diminui a cada unidade adicional.
Daí pode-se calcular o excedente do consumidor, que é a diferença líquida em
dinheiro entre o que o consumidor está disposto a pagar e o valor que um
consumidor obtém quando consome um bem ou serviço.
Tabela de cálculo do Excedente do consumidor
Copo de água
Preço Marginal de Preço de Mercado
Reserva (1)
(2)
Excedente
Consumidor
(3) = (1) + (2)
do
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1º
R$ 5,00
R$ 1,00
R$ 4,00
2º
R$ 3,50
R$ 1,00
R$ 2,50
3º
R$ 2,50
R$ 1,00
R$ 1,50
4º
R$ 2,00
R$ 1,00
R$ 1,00
Total do Excedente do Consumidor
R$ 9,00
Gráfico do Excedente do Consumidor
Quanto a quantidade consumida for Q, e o Preço for P, significará que os preços
de mercado e os preços marginais de reserva são iguais. Assim, a curva
apresentada será a curva de Demanda, deste consumidor, neste espaço de tempo.
A Preferência do consumidor
O Consumidor realiza várias combinações para sua cesta de produtos, sendo que
uma delas é a preferida. Este raciocínio tem por base 3 premissas fundamentais,
que obedecem aos princípios da racionalidade e da razoabilidade:
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- A integralidade (as preferências são completas) indica que dois ou mais
consumidores podem comparar e ordenar todas as cestas do mercado, ou seja,
para um determinado número de cestas, um consumidor optará só por uma ou será
ainda indiferente a qualquer uma delas, portanto qualquer uma das'cestas deixaria
o consumidor igualmente satisfeito;
Destaca-se que as preferências não são influenciadas pelo preço, que age apenas
por ocasião da compra. (ex.: um consumidor prefere livros a revistas, porém pode
optar pelas revistas, em função do preço do livro)
- a transitividade (as preferências são transitivas), aí a racionalídade do
consumidor, pois se um consumidor prefere o pmduto A ao produto B, e prefere o
produto B ao produto C, tambem prefere o produto A ao produto C.
- A aspiração (todas as mercadorias são boas e desejáveis) (mais é melhor)
desconsiderando os preços, presume-se que todas as mercadoria são desejáveis.
Desta forma os consumidores sempre preferem quantidades maiores de uma
mercadoria.
O preço não influencia a preferência do consumidor, contudo nem todos os bens e
serviços podem ser adquiridos por ele, pois o consumidor está sujeito à restrição
orçamentãria:
Como todos possuem uma renda limitada, em cada período de tempo, o
consumidor optará pela cesta de consumo que melhor adaptar-se a seu limite de
renda.
Supondo um consumidor, com renda de R$ 200,00, que tenha em sua cesta livros,
ao preço de R$ 40,00 e CDs ao preço de R$ 20,00. Ele poderá compor suas cestas
assim:
R = p * q (livros) + p * q (CDs)
Cesta de Mercadorias
Gasto com Livros
Gasto com CDs
A
0
200
B
40
160
C
80
120
D
120
80
E
160
40
F
200
0
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Gráfico da Restrição Orçamentária
Devemos lembrar que o comportamento do Consumidor poderá variar dependendo
de suas variações de renda e do preço dos bens.
Gráfico de variação de renda e gráfico de variação de preços do bem
Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado (C)
Breve Histórico: Os fundamentos da análise da demanda ou procura estão
alicerçados no conceito subjetivo de utilidade. A utilidade representa o grau de
satisfação que os consumidores atdbuem aos bens e serviços que podem adquirir
no mercado. Como está baseada em aspectos psicológicos ou preferências, a
utilidade difere de consumidor para consumidor (uns preferem uísque, outros
preferem cerveja etc.).
A Teoria do Valor Utilidade contrapõem-se à chamada Teoria Valor Trabalho,
desenvolvida por economistas clássicos. A Teoria do Valor Utilidade pressupõe
que um valor de um bem se fon-na pela sua demanda, isto é, pela satisfação que
um bem representa para o consumidor.
A Teoria Valor Trabalho considera que um bem se forma do lado da oferta, através
dos custos do trabalho incorporado ao bem. Os custos de produção eram
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representados basicamente pelo fator mão-de-obra, em que a terra era
praticamente gratuita e o capital pouco significativo.
Pode-se dizer que a Teoria do Valor - Utilidade veio complementar a Teoria Valor Trabalho, pois não era mais possível predizer o comportamento dos preços dos
bens apenas com base nos custos da mão de obra ( ou mesmo custos em geral )
sem considerar o lado da demanda ( padrão de gostos, hábitos, renda etc.).
Ademais, a Teoria do Valor Utilidade permitiu distinguir o valor de uso do valor de
troca de um bem. 0 valor de uso é a utilidade que ele representa para o
consumidor. Valor de troca se forma pelo preço no mercado, pelo encontro da
oferta e da demanda do bem.
Demanda de Mercado
Conceito: A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um
determinado bem ou serviço que os consumidores desejam e estão dispostos a
adquirir em determinado período de tempo.
É uma Intenção de consumo que se manifesta num período de tempo.
A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São
elas: o preço do bem e serviço, o preço dos outros bens, a renda do consumidor e
o gosto ou preferência do indivíduo. Para estudar-se a influência dessas variáveis
utíliza-se a hipótese do coeteris paribus, ou seja, considera-se cada uma dessas
variáveis afetando separadamente as decisões do consumidor.
Relação entre a quantidade procurada e o preco do bem: A Lei Geral da
Demanda
Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço
do bem. É a chamada Lei Geral da Demanda. Essa relação pode ser observada a
partir dos conceitos de escala de procura, curva de procura ou função demanda.
A relação preço/quantidade procurada pode ser representada por uma escala de
procura, conforme apresentada a seguir
Alternativa de preço ($)
Quantidade Demandada
1,00
12.000
3,00
8.000
6,00
4.000
8,00
3.000
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10,00
2.000
Faça um gráfico, demonstrando esta Demanda, conforme os preços:
A curva da demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois
fatores: o efeito substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a
queda da quantidade demanda será provocada por esses dois efeitos somados:
a)
Efeito substituição: se um bem possui um substituto, ou seja, outro bem
similar que satisfaça a mesma necessidade, quando seu preço aumenta, o
consumidor passa adquirir o bem substituto, reduzindo assim sua demanda.
Exemplo: Fósforo e isqueiro
b)
Efeito renda: quando aumenta o preço de um bem, o consumidor perde o
poder aquisitivo, e a demanda por esse produto diminui.
Outras variáveis que afetam a demanda de um bem
Efetivamente, a procura de uma mercadoria não é influenciada apenas por seu
preço. Existe uma série de outras variáveis que também afetam a procura.
a)
Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do produto também,
temos um bem normal.
b)
Bem inferior, cuja demanda varia em sentido inverso às vadações da
renda; exemplo se o consumidor ficar mais rico, diminuirá o consumo de carne de
segunda, e aumentará o consumo da carne de primeira.
c)
Bens de consumo saciado, quando a demanda do bem, quase não é
influenciada pela renda dos consumidores (arroz, farinha, sal, etc.), muitas vezes
ocorre a diminuição do consumo deste tipo de bem, devido ao aumento da renda.
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d)
Bens substitutos, quando há uma relação direta entre o preço de um bem
e a quantidade de outro. Exemplo: um aumento no preço da carne deve elevar a
demanda de peixe.
e)
Bens complementares: São bens que podem ser utilizados em conjunto ou
que ficam melhores utilizados. Ex: Se aumentar o preço da impressora e a
quantidade demandada de cartuchos diminuir é porque a impressora e o cartucho
são complementares no consumo.
Quantidade Demandada: é a soma das demandas dos consumidores individuais,
dando a demanda de mercado:
Preço
Quantidades Demandadas pelos consumidores
A
B
C
Mercado
15
0
1
1
2
14
0,5
1,5
1,25
3,25
12
1
2
1,75
4,75
10
1,5
3
2,5
7
8
2,5
4,75
4,25
11,5
6
3,5
6,5
5,5
15,5
4
5
9
7
21
2
7
13
10
30
Fatores que influenciam a demanda:
Preço – P – é o preço do bem, pois quanto maior ele for, menor será a demanda
(exceto para os Bens de Giffen);
Gosto – G – ou preferência do consumidor. Uma mudança na preferência
influência a demanda, caso haja renda para atendê-la;
Renda – R – dos consumidores. Dá o poder de compra. Se não afeta a
preferência, afeta a decisão de consumo;
Preços – Ps – dos bens substitutos ou – Pc – dos bens complementares. No caso
dos substitutos, haverá a troca do bem que tiver seu preço aumentado por aquele
de menor valor (manteiga e margarina!). No caso dos bens complementares, o
preço aumentado de um pode afetar a compra do outro (automóvel e o seguro ou a
gasolina);
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Qualidade – Q – a baixa qualidade de um bem pode afetar o seu consumo, caso
haja renda suficiente para faze-lo;
Expectativa de renda futura – Rf – bens ou serviços que dependem de renda
futura para seu pagamento (financiados), em razão de seu elevado vaçlor, podem
não ser adquiridos em função de preocupações do consumidor com suas
condições futuras de pagamento, especialmente em épocas de crise , instabilidade
ou desemprego;
Expectativa de alteração futura de preço do bem – ExP – dos bens substitutos
ou complementares. Como comprar um carro se o preço do seguro pode subir
muito em função de xxxxx?
Contínua elevação tecnológica do produto – T – o consumidor pode retardar a
compra nesta expectativa, que Serpa determinada fortemente pela restrição
orçamentária, pois os produtos de ponta são mais caros;
Despesas com Propaganda – Prop – a propaganda do bem, ou dos bens
concorrentes, influencia o consumidor;
Tributos – T – o custo dos impostos pesam sobre o preço dos produtos e afetam a
compra;
Fatores geográficos ou demográficos – Fgeo ou Fdem – tanto a geografia e
suas condições de clima, bem como a situação demográfica (idade, composição,
etc..), afetam as decisões de consumo.
Função geral da demanda:
D = f (P, G, R, Os, Pc, Q, Rf, Exp, T, Fgeo, Fdem, ....)
Oferta de Mercado
Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores
desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Da mesma
maneira que a demanda, a oferta depende de vários fatores; dentre eles, de seu
próprio preço, dos demais preços, dos preços dos fatores de produção, das
preferências do empresário e da tecnologia.
Diferentemente da função demanda, a função de oferta mostra uma correlação
direta entre a quantidade ofertada e nível de preços. É a chamada Lei Geral da
Oferta.
Podemos expressar uma escala de oferta de um bem X, ou seja, dada uma
série de preços, quais seriam as quantidades ofertadas a cada preço:
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Preço ( $ )
Quantidade Ofertada
1,00
1.000
3,00
5.000
6,00
9.000
8,00
11.000
10,00
13.000
Faça um gráfico, demonstrando a Oferta, conforme a variação dos preços:
Fatores que influenciam a oferta:
Preço – P – do bem. O produtor fica estimulado a produzir quando o preço está
elevado, porem se muito alto, inibe a procura. E bom lembrar que o preço depende
do custo de produção, assim quando muito próximos é fator de desestímulo a
oferta.
Tecnologia – T – no caso de produtos já existentes, a tendência é de diminuição
de preço por avanços tecnológicos, em função da diminuição dos custos de
produção. No caso de produtos novos o custo da tecnologia inovadora costuma
levar a preços mais altos, que inibem a demanda, influenciando a oferta.
Preço do fatores de produção – Pfp – influenciam nos custos, logo no preço e na
oferta
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Preços do bem substituto ou complementar – Ps ou Pc – se houver substituto o
consumidor poderá optar por ele. No caso do complementar o comportamento é
mutuamente afetado.
Condições naturais – CN – clima e estoque acessível de bens naturais
influenciam no custo, logo no preço.
Suprimento de insumos – Ss – os insumos são determinante na produção, logo no
preço
Objetivos e metas – OM – o empresário pode optar por estratégias diversas para
posicionar seus produtos no mercado, afetando inclusive o preço, para mais (ex. :
que mercado mais sofisticado e provoca perco alto) ou para menos (ex.: quer
conquistar mercado e opta por margens reduzidas ou nulas).
Função geral da Oferta: Q
Q = f (P, T, Pfp, Ps, Pc, CN. Ss, OM, ......)
Elasticidade:
È o grau de reação de um produto á variação de alguma condição da oferta e da
demanda, por exemplo o preço. A elasticidade demonstra uma relação entre o
efeito nas quantidades demandadas ou ofertadas de um produto e as causas que
o determina, sob as condições coeteris paribus
Grafico elasticidade
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Elasticidade Preço da Demanda:
Avalia o efeito na quantidade demandada mediante uma variação no preço.
Elasticidade no ponto: calcula a elasticidade em um determinado preço e
quantidade
Comportamento da Elasticidade-Preço da Demanda
Demanda Perfeitamente Inelastica
Epd acontece quando uma variação no
preço não provoca alteração na quantidade. Os consumidores desejam adquirir
uma determinada quantidade, independente de variações no preço.
Demanda Inelástica 0 < Epd < 1
acontece quando uma variação no
preço provoca uma variação relativamente menor na quantidade demandada.
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Demanda de Elasticidade Unitária Epd = 1
acontece quando uma variação
no preço provoca uma variação proporcional na quantidade demandada
Demanda elástica
1 < Epd < 0
acontece quando a variação
da quantidade demandada supera a variação no preço.
Equilíbrio de Mercado
A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a
quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado.
Veja o quadro a seguir representativo da oferta e da demanda do bem X:
Preço
Quantidade
Situação de Mercado
Procurada
Ofertada
1,00
11
1
Excesso de procura (escassez de oferta)
3,00
9
3
Excesso de procura (escassez de oferta)
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6,00
6
6
Equilíbrio entre oferta e procura
8,00
4
8
Excesso de oferta (escassez de procura)
10,00
2
10
Excesso de oferta (escassez de procura)
Como se observa na tabela, existe equilíbrio entre oferta e demanda do bem X,
quando o preço é igual a 6,00 unidades monetárias.
Faça um gráfico, demonstrando esta situação de equilíbrio no mercado.
Interferência do Governo no equilíbrio de mercado
O governo intervém na formação de preços de mercado, a nível
microeconômico , e quando fixa impostos e subsídios, estabelecem critérios de
reajustes do salário mínimo, fixa preços mínimos para produtos agrícolas decreta
tabelamentos ou ainda congelamento de preços e salários.
A) Estabelecimento de Impostos: É sabido que quem recolhe a totalidade do
tributo é a empresa, mas isso não quer dizer que é ela quem efetivamente paga.
Assim, saber sobre quem recai efetivamente o ônus do tributo é uma questão da
maior importância na análise dos mercados.
Os tributos se dividem em impostos, taxas e contribuições de melhoria. O
impostos dividem-se em:
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Impostos Diretos: Impostos incidentes sobre a renda ou a propriedade. Exemplo:
Imposto de Renda, IPTU, IPVA.
Impostos Indiretos: impostos incidentes sobre o consumo ou sobre as vendas.
Exemplo: Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI).
Entre os impostos indiretos destacamos:
Imposto Específico: Recai sobre a unidade vendida. Exemplo: para cada carro
vendido, recolhe-se, a título de imposto, R$ 5.000 ao governo (esse valor é fixo e
independente do valor da mercadoria).
Imposto ad valorem: é um percentual (alíquota) aplicado sobre o valor de venda.
Exemplo: supondo a alíquota do IPI sobre automóveis de 10 %, se o valor do
automóvel for de R$ 50.000, o valor do IPI será de R$ 5.000; se o valor aumentar
para R$ 60.000, o valor do IPI será de R$ 6.000. Assim, como se pode notar, a
alíquota permanece inalterada em 10%, enquanto o valor do imposto varia com o
preço do automóvel.
B) Política de preços mínimos na agricultura: Trata-se de uma política que visa dar
garantia de preços ao produtor agrícola, com propósito de protegê-lo das
flutuações dos preços no mercado, ou seja, ajudá-lo diante de uma possível queda
acentuada de preços e conseqüentemente da renda agrícola. O governo, antes do
início do plantio, garante um preço que ele pagará após a colheita do produto.
C) Tabelamento: Refere-se à intervenção do governo no sistema de preços de
mercado visando coibir abusos por parte dos vendedores, controlar preços de bens
de primeira necessidade ou então refrear o processo inflacionário, como foi
adotado no Brasil (Planos Cruzado, Bresser etc.), quando se aplicou o
congelamento de preços e salários.
Custos de Produção (D)
Introdução
O objetivo básico de uma firma é a maximização de seus resultados para a
realização e continuidade de sua atividade produtiva. Assim sendo, procurará
sempre obter a máxima produção possível em face da utilização de certa
combinação de fatores.
A otimização dos resultados da firma poderá ser obtida quando for possível
alcançar um dos dois objetivos seguintes: a) maximizar a produção para um dado
custo total ou b) minimizar o custo total para um dado nível de produção. Em
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qualquer uma das situações, a firma estará maximizando ou otimizando seus
resultados.
Custos Totais de produção
Conhecidos os preços dos fatores, é sempre possível determinar um custo total
de produção ótimo para cada nível de produção. Assim, define-se custo total de
produção como o total das despesas realizadas pela firma com a utilização da
combinação mais econômica dos fatores, por meio da qual é obtida uma
determinada quantidade do produto.
Os custos totais de produção (CT) são divididos em custos variáveis totais (CVT) e
custos fixos totais (CFT):
CT=CVT+CFT
Custos Fixos Totais (CFT) – Correspondem à parcela dos custos totais que
independem da produção. São decorrentes dos gastos com os fatores fixos de
produção. Por exemplo: aluguéis, iluminação etc. Na contabilidade empresarial,
são também chamados de custos indiretos.
Custos Variáveis Totais (CVT) – Parcela dos custos totais que depende da
produção e por isso muda com a variação do volume de produção. Por exemplo :
folha de pagamentos, gastos com matérias-primas etc. Na contabilidade
empresarial, são chamados de custos diretos.
Na Teoria da Produção, a análise dos custos de produção é também dividido
em curto e longo prazos:
a) Custos totais de curto prazo: São caracterizados pelo fato de serem compostos
por parcelas de custos fixos e de custos variáveis.
b) Custos totais de longo prazo: São formados unicamente por custos variáveis.
Ou seja, em longo prazo não existem fatores fixos.
Diferenças entre a visão econômica e a visão contábil – financeira dos custos de
produção
Existem muitas diferenças entre a ótica utilizada pelos economistas e a
utilizada nas empresas, por contadores e administradores. Em linhas gerais, podese dizer que a visão econômica é mais genérica, olhando mais para o mercado
(ambiente externo da empresa), enquanto na visão ótica contábil-financeira a
preocupação centra-se mais no detalhamento dos gastos da empresa específica.
As principais diferenças estão nos seguintes conceitos:
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
Custos de oportunidade e custos contábeis

Externalidades

Custos e despesas
Custos de oportunidade versus custos contábeis
Os custos contábeis são os custos como normalmente são conhecidos na
contabilidade privada, ou seja, são custos explícitos, que envolvem um dispêndio
monetário. É o gasto efetivo da empresa, na compra ou aluguel de insumos.
Os custos de oportunidade são custos implícitos, que não envolve desembolso
monetário. Representam os valores dos insumos que pertencem à empresa e são
usados no processo produtivo. Esses valores são estimados a partir do que
poderia ser ganho no melhor uso alternativo.
Externalidades (economias externas )
As externalidades podem ser definidas como as alterações de custos e
benefícios para a sociedade derivadas da produção de empresas, ou também
como as alterações de custos e receitas da empresa devidas a fatores externos.
Uma externalidade positiva, e quando uma unidade econômica cria benefícios
para outras, sem receber pagamentos por isso. Por exemplo: uma empresa treina
a mão de obra, que acaba, após o treinamento, transferindo-se para outra
empresa; beleza do jardim do vizinho, que valoriza sua casa; uma nova estrada; os
comerciantes de um mesmo ramo que se localizam na mesma região.
Temos externalidades negativas ( ou deseconomia externa), quando uma unidade
econômica cria custos para outras, sem pagar por isso. Por exemplo, poluição e
congestionamento causados por automóveis, caminhões e ônibus; uma indústria
que polui um rio e impõe custos a atividades pesqueiras.
Teoria da firma
Produção: é o processo pelo qual a firma (unidade produtiva) transforma os
fatores de produção adquiridos em bens ou serviços para a venda no mercado.
A firma é uma intermediária: compra insumos, transforma-os ou combina-os
conforme um determinado processo tecnológico, gerando um produto (bem ou
serviço), vendendo-o para quem dele necessita (o mercado).
O processo de Produção gera dois conceitos importantes:
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Eficiência técnica (ou tecnológica): entre dois ou mais processos de produção, o
mais eficiente é aquele que permite produzir uma mesma quantidade de produto,
utilizando a menor quantidade física de fatores de produção.
Eficiência econômica: entre dois ou mais processos de produção, o mais eficiente
é aquele que permite produzir a mesma quantidade de produto, com menor custo
de produção.
Importante: Tecnologia é um inventário dos métodos de produção conhecidos. È o
estado da arte.
Método ou processo de produção diz respeito a diferentes possibilidades de
combinação entre os fatores de produção, para realizar a mesma quantidade de
produto.
FUNÇÃO DE PRODUÇÃO:
È a relação técnica entre a quantidade física de produto gerado (produção) e a
quantidade física de fatores de produção utilizados, em um determinado período de
tempo.
Q = F ( MO, K, MP, CG)
Esta função pressupõe que foi atendida a eficiência técnica, ou seja, representa a
máxima produção possível, em dados níveis de mão de obra, equipamentos,
matéria prima, etc...
Fatores de produção fixos e variáveis
Fator de produção fixo é aquele que permanece constante enquanto a produção
varia ( ex> o capital fixo – equipamentos e as instalações da empresa)
Fator de produção variável é aquele que varia conforme os níveis de produção (ex.
a mão de obra operacional e as matérias primas)
CURTO PRAZO = quando existe pelo menos um fator fixo de produção.
LONGO PRAZO = todos os fatores variam.
ANÁLISE DE CURTO PRAZO
Supõe-se, como simplificação, apenas 2 fatores de produção, mão de obra e
capital. A mão de obra é variável e o capital fixo.
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A função de produção é
q = f (MO, K)
Como no curto prazo o K é fixo, a função de produção pode ser escrita como q = f
(MO)
Ou seja, o nível (a quantidade) de produto varia apenas em função das alterações
de quantidade de mão de obra, a curto prazo, coeteris paribus
Produto total
tempo.
PT = q
é a quantidade produzida em determinado período de
Produtividade média: é a relação entre o nível de produto (produção) e a
quantidade de fator de produção, em determinado período de tempo.
Produtividade média da Mão de Obra
trabalhador
PMe mo = PT / mo
é o produto por
Produtividade média do capital
Pme K = PT / K
é o produto por
equipamento, que é usualmente medido como consumo de energia elétrica.
PRODUTIVIDADE MARGINAL
È a variação do produto, dada uma variação de uma unidade na quantidade do
fator de produção, em determinado período de tempo:
Produtividade Marginal da Mão de Obra
= variação q /variação na MO
Produtividade Marginal do Capital
= variação q / variação K
PMg mo = variação PT / variação MO
Pmg K = variação PT / variação K
Produto total, Produto Médio e Produto Marginal
K
MO
PT
PMe mo = Pmg MO = variação PT /variação
PT/mo
MO
10
0
0
10
1
3
3
3
10
2
8
4
5
10
3
12
4
4
10
4
15
3,75
3
10
5
17
3,4
2
10
6
17
2,8
0
10
7
16
2,3
-1
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29
10
8
13
GRÁFICOS
Produto Total
Produto Médio
Produto Marginal
1,6
-3
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Lei dos Rendimentos Decrescentes:
“ Ao aumentar a quantidade do fator variável, sendo fixa a quantidade do fator fixo,
a Produtividade Marginal do fator variável cresce até certo ponto e, a partir daí,
decresce, até tornar-se negativa.”
Ex: número de trabalhadores(variável), em uma plantação de x hectares(fixo)
Lei de Lewis ( Prêmio Nobel Arthur Lewis): em países subdesenvolvidos, que
praticam a agricultura de subsistência, os filhos dos agricultores auxiliam na
produção, mas esta não aumenta ( maior número de trabalhadores e a mesma
produção total, pois a capacidade da terra é limitada). Isto é chamado de
DESEMPREGO DISFARÇADO. Trabalham mas não produzem mais.
A estratégia para o crescimento econômico destes locais é a industrialização. O
deslocamento da mão de obra da agricultura para as cidades permite que estas
pessoas sejam empregadas na industria e assim, colaborem no aumento do
produto total. Como a capacidade da terra já era utilizada apenas como
subsistência, a ida da mão de obra para a cidade não diminui o produto agrícola.
Produção no longo prazo
No longo prazo, todos os fatores variam, não existem fatores fixos.
Igualmente supondo dois fatores de produção , capital e mão de obra, temos:
Q = f (MO, K) . Desta equação deriva, no gráfico, uma linha chamada
ISOQUANTA.
Isoquanta é uma linha na qual todos os pontos representam infinitas combinações
de fatores, que indicam a mesma quantidade total produzida. Ou seja , a isoquanta
representa os vários métodos de produção, ou processos alternativos de produção,
que geram a mesma quantidade produzida.
Gráfico de Isoquanta.
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Mudanças de Isoquanta: as isoquantas somente podem ser modificadas, quando
se altera os processos produtivos, variando os fatores de produção envolvidos e
gerando maior produção total.
Gráfico de Isoquantas alternativas
Economia de escala
Se todos os fatores de produção crescerem numa mesma proporção, a produção
total também crescerá nesta proporção (isto é: mantendo constante a tecnologia).
Quando a produção cresce mais do que proporcionalmente, ocorrem as Economias
de Escala.
Um fator importante neste processo é a possibilidade de INDIVISIBILIDADE NA
PRODUÇÃO.
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Certas unidades de produção somente podem ser operadas em condições
econômicas se possuírem uma escala ou tamanho mínimo. Ex: uma fábrica de
automóveis somente é viável se produzir 100.000 ou 150.000 automóveis por ano.
Se produzir menos existirá ociosidade de uso de fatores de produção.
Por outro lado, a medida em que a escala (tamanho) aumenta surge a
oportunidade de instalar-se linhas de produção, onde produz-se mais do que num
sistema tradicional.
Divisão do trabalho: é mais eficiente e produtivo cada trabalhador realizar uma
tarefa apenas, na qual ele se especialize, do que executar uma série de tarefas
diferentes.
Isto não é mais consenso!!!!!!!!!!!!!
Estruturas de Mercado ( E )
Introdução
Nas aulas anteriores vimos, quais variáveis afetam a demanda e a oferta de
bens e serviços, e como são determinados os preços, supondo sem interferências,
o mercado automaticamente encontra seu equilíbrio. Implicitamente, estava sendo
suposta uma estrutura específica de mercado, qual seja, a de concorrência
perfeita.
As várias formas ou estruturas de mercados dependem fundamentalmente de
três características:
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a) número de empresas que compõe esse mercado;
b) tipo do produto
diferenciados);
(se
as
firmas
fabricam
produtos
idênticos
ou
c) se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse
mercado.
A maior parte dos modelos existentes pressupõe que as empresas maximizam
o lucro total, especificamente para o caso de estruturas oligopolistas de mercado,
veremos que existe uma teoria alternativa, que pressupõe que a empresa
maximiza o mark-up, que é margem entre a receita e os custos diretos ( ou
variáveis )de produção.
Concorrência pura ou perfeita
É um tipo de mercado em que há um grande número de vendedores
(empresas), de tal sorte uma empresa, isoladamente, por ser insignificante, não
afeta os níveis de oferta do mercado e, consequentemente, o preço de equilíbrio.
Nesse tipo de mercado devem prevalecer ainda as seguintes premissas:
Produtos homogêneos: Não existe diferenciação entre os produtos ofertados pelas
empresas concorrentes.
Não existem barreiras: para o ingresso de empresas no mercado.
Transparência do mercado: Todas as informações sobre lucros, preços etc. são
conhecidas por todos os participantes do mercado.
Monopólio
O mercado monopolista se caracteriza por apresentar condições
diametralmente opostas às da concorrência perfeita. Nele existe, de um lado, um
único empresário
(empresa) dominando inteiramente a oferta e, de outro, todos
os consumidores. Não há, portanto concorrência, nem produto substituto ou
concorrente. Nesse caso, ou os consumidores se submetem às condições
impostas pelo vendedor, ou simplesmente deixaram de consumir o produto.
Nessa estrutura de mercado, a curva de demanda da empresa é a própria
curva de demanda do mercado como um todo. Ao ser exclusiva no mercado, a
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empresa não estará sujeita aos preços vigentes. Mas isso não significa que poderá
aumentar os preços indefinidamente.
Para a existência de monopólios, deve haver barreiras que praticamente
impeçam a entrada de novas firmas no mercado. Essas barreiras podem advir das
seguintes condições: Monopólio puro, elevado volume de capital, patente e
controle de matérias-primas básicas, existem ainda, os monopólios institucionais
ou estatais em setores considerados estratégicos ou de segurança nacional
(petróleo, *energia, *comunicação).
Oligopólio
É um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de
empresas que dominam a oferta de mercado. Pode caracterizar-se como um
mercado em que há um pequeno número de empresas, como a indústria
automobilística, ou então onde há um grande número de empresas, mas poucas
dominam o mercado, como a indústria de bebidas.
O setor produtivo no Brasil é altamente oligopolizado, sendo possível encontrar
inúmeros exemplos: montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria de
papel, indústria farmacêutica etc.
Nos oligopólios, tanto as quantidades ofertadas quanto os preços são fixados
entre as empresas por meio de cartéis. O cartel é uma organização formal ou
informal de produtores dentro de um setor que determina a política de preços para
todas as empresas que a ele pertencem.
Podemos caracterizar também tanto oligopólios com produtos diferenciados
(como a indústria automobilística) como oligopólios com produtos homogêneos
(alumínio).
Concorrência monopolista
Trata-se de uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência
perfeita e o monopólio, mas que não se confunde com o oligopólio, pelas seguintes
características:
a) Número relativamente grande de empresas com certo poder concorrencial,
porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados, seja por
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características físicas, embalagem ou prestação de serviços complementares
(pós-venda).
b) Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma vez que
existem produtos substitutos no mercado.
Essas características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o
preço de seu produto, embora o mercado seja competitivo (daí o nome
concorrência monopolista).
Estrutura do Mercado de fatores de produção
Até aqui identificamos as estruturas de mercados de bens e serviços. O
mercado de fatores de produção – mão de obra, capital, terra e tecnologia –
também apresenta diferentes estruturas.
As estruturas no mercado de fatores de produção são resumidas a seguir:
A) Concorrência Perfeita no mercado de fatores
É um mercado onde existe oferta abundante do fator de produção (por
exemplo),
(Mão de obra não especializada), o que torna o preço desse fator constante. Os
ofertantes ou fornecedores, como são em grande número, não têm condições de
obter preços mais elevados por seus serviços.
B) Monopsônio
Trata-se de uma forma de mercado na qual há somente um comprador para
muitos vendedores dos serviços dos insumos. É o caso da empresa que se instala
em uma determinada cidade do interior e, por ser a única, torna-se demandante
exclusiva da mão de obra local e das cidades próximas, tendo para si a totalidade
da oferta de mão de obra.
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C) Oligopsônio
É um mercado onde existem poucos compradores que dominam o mercado
para
muitos vendedores. Exemplo: indústria de laticínios. Em cada cidade existem dois
ou três laticínios que adquirem a maior parte do leite dos inúmeros produtores
rurais locais. A indústria automobilística, além de oligopolista no mercado de bens
e serviços, também é oligopsonista na compra de autopeças.
D) Monopólio bilateral
O monopólio bilateral ocorre quando um monopsonista, na compra de um fator
de
produção, defronta-se com um monopolista na venda deste fator. Por exemplo, só
a empresa A compra um tipo de aço que é produzido apenas pela siderúrgica B. A
empresa A é monopsonista, porque só ela compra esse tipo de aço, e a siderúrgica
B é monopolista, porque só ela vende este tipo de aço.
Nesses casos, a determinação dos preços de mercado dependerá não só de
fatores econômicos, mas do poder de barganha de ambos: o monopsonista
tentando pagar o preço mais baixo (usando a força de ser o único comprador), e o
monopolista tentando vender por um preço mais elevado (usando o poder de ser o
único fornecedor).
Principais Características das Estruturas Básicas de Mercado
Característica
Concorrência
Monopólio
Oligopólio
Concorrência
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Perfeita
Monopolista
1. Quanto ao
número de
empresas
Muito grande
2. Quanto ao
produto
Homogêneo. Não Não há substitutos Pode ser
há diferenças
próximos
homogêneo ou
diferenciado
3.Quanto ao
Não há
controle das
possibilidade de
empresas sobre os manobras pelas
preços
empresas
4.Quanto à
concorrência
extrapreço
5.Quanto as
condições de
ingresso no
mercado
Só há uma
empresa
As empresas têm
grande poder para
manter preços
relativamente
elevados
Pequeno
Grande
Diferenciado
Embora dificultado Pouca margem de
pela
manobra, devido à
interdependência existência de
entre as empresas, substitutos
estas tendem a
próximo.
formar cartéis
Não é possível
A empresa
É intensa,
É intensa
geralmente recorre sobretudo quando
Nem seria eficaz. a campanhas
há diferenciação
institucionais
do produto
Não há barreiras
Barreiras de
acesso de novas
empresas
Barreiras de
acesso de novas
empresas
Introdução à Macroeconomia (F)
Introdução
Não há barreiras
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A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a
determinação e o comportamento de grandes agregados, tais como: renda e
produto nacionais, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de
moeda e taxas de juros, balança de pagamentos e taxa de câmbio.
Ao estudar e procurar relacionar os grandes agregados, a Macroeconomia
negligencia o comportamento das unidades econômicas individuais e de mercados
específicos, estas são preocupações da Microeconomia.
Entretanto, embora exista um aparente contraste, não há um conflito entre a
Micro e a Macroeconomia, uma vez que o conjunto da economia é a soma de seus
mercados individuais. A diferença é primordialmente uma questão de ênfase, de
enfoque. Ao estudar a determinação de preços numa indústria, na Microeconomia
consideram-se constantes os preços das outras indústrias. Na macroeconomia
estuda-se a nível geral de preços ignorando-se a mudança de preços relativa dos
bens das diferentes indústrias.
A Teoria Macroeconômica propriamente dita preocupa-se mais com aspectos
de curto prazo. Especificamente, preocupa-se com questões como desemprego,
que aparece sempre que a economia está trabalhando abaixo de seu máximo de
produção, e com as implicações sobre os vários mercados quando se alcança a
estabilização do nível geral de preços.
À parte da Teoria Econômica que estuda questões de longo prazo é
denominada Teoria do Crescimento Econômico.
Na tentativa de se determinar como os preços e as quantidades são estabelecidos,
desenvolveram-se 2 métodos de análise básicos:
a) Abordagem de equilíbrio parcial: analisa um determinado mercado sem
considerar os efeitos que este mercado pode ocasionar sobre os demais
mercados existentes na economia.
b) Abordagem de equilíbrio geral: acredita-se que tudo depende de tudo, e assim,
se quiséssemos determinar como são formados os preços dos bens,
deveríamos listar todos os bens que são produzidos pela economia e todos os
diferentes tipos de insumos que são utilizados.
A curva de Phillips, expressava simplesmente uma curva de oferta agregada
positivamente inclinada. Phillips relacionava a taxa de crescimento dos preços (
inflação ) com a taxa de desemprego. Caso a taxa de desemprego fosse mais
elevada, isto indicaria um maior excesso de oferta, e conseqüentemente haveria
uma pressão para que a taxa de crescimento dos salários nominais fosse mais
baixa. Essa taxa menor corresponderia a uma taxa de inflação menor.
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39
Metas de política macroeconômica

Alto nível de emprego

Estabilidade de preços

Distribuição de renda socialmente justa

Crescimento econômico
Alto nível de emprego
Desde a Revolução Industrial, em fins do século XVIII, até o início do século
XX, o mundo econômico parece ter funcionado sobre o pensamento liberal, que
acreditava que os mercados, sem interferência do Estado, conduziam a Economia
ao pleno emprego de seus recursos, como se guiados por uma “mão invisível”,
determinariam os preços e a produção de equilíbrio, e, desse modo, nenhum
problema surgiria no mercado de trabalho. Entretanto, a evolução da economia
mundial trouxe em seu bojo novas variáveis, como o surgimento de sindicatos de
trabalhadores, os grupos econômicos e o desenvolvimento de mercado de capitais
e do comércio internacional, de sorte a complicar e trazer incertezas sobre o
funcionamento da economia.
A ausência de políticas econômicas levou à quebra da Bolsa de Nova York em
1929, e uma crise de desemprego atingiu todos os países do mundo ocidental nos
anos seguintes.
Com a contribuição de Keynes, fincaram-se as bases da moderna Teoria
Econômica, e da intervenção do Estado na economia de mercado, que nos passa
qual o grau de intervenção do Estado na economia e em que medida ele deve ser
produtor de bens e serviços. A corrente dos economistas liberais (hoje neoliberais),
prega a saída do governo da produção de bens e serviços.
Estabilidade de preços
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40
Define-se inflação como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de
preços.
Por que inflação é um problema? Primeiramente, porque a inflação acarreta
distorções, principalmente sobre a distribuição de renda, sobre as expectativas dos
agentes econômicos e sobre o balanço de pagamentos.
É importante salientar que, enquanto nos países industrializados o problema
central é o desemprego, nos países em via de desenvolvimento o foco mais
importante de análise é o da inflação. Esse tema é de difícil abordagem, dado que
as causas da inflação diferem entre países (deve-se levar em conta, por exemplo,
o estágio de desenvolvimento e a estrutura dos mercados), e num dado país,
diferem no tempo.
Distribuição Eqüitativa de Renda
A economia brasileira cresceu razoavelmente entre o fim dos anos 60 e a maior
parte da década de 70. Apesar disso, verificou-se uma disparidade muito
acentuada de nível de renda, tanto a nível pessoal coma a nível regional. Isso fere,
evidentemente, o sentido de eqüidade ou justiça.
No Brasil, os críticos do “milagre” argumentavam que haviam piorado a
concentração de renda no país, nos anos 1967-1973, devido a uma política
deliberada do governo baseada em crescer primeiro para depois distribuir
(chamada Teoria do Bolo).
A posição oficial era de que um certo aumento na concentração de renda seria
inerente ao próprio desenvolvimento capitalista, dada as transformações estruturais
que ocorrem (êxodo rural, com trabalhadores de baixa qualificação, aumento da
proporção de jovens etc.). Nesse processo gera-se uma demanda por mão de obra
qualificada, a qual por ser escassa, obtém ganho extra. Assim o fator educacional
seria a principal causa da piora distributiva.
Crescimento Econômico
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Se existe desemprego e capacidade ociosa, pode-se aumentar o produto
nacional através de políticas econômicas que estimulem a atividade produtiva.
Mas, feito isso, há um limite à quantidade que se pode produzir com os recursos
disponíveis.
Aumentar o produto além desse limite exigirá:
a) Um aumento nos recursos disponíveis;
b) Ou um avanço tecnológico (melhoria tecnológica, novas maneiras de organizar
a produção, qualificação da mão de obra).
Quando falamos em crescimento econômico, estamos pensando no
crescimento da renda nacional per capita, ou seja, colocar à disposição da
coletividade uma quantidade de mercadorias e serviços que supere o
crescimento populacional. A renda per capita é considerada um razoável
indicador – o mais operacional – para se aferir à melhoria do padrão de vida da
população, embora apresente falha ( os países árabes têm as maiores rendas
per capita, mas não o melhor padrão de vida do mundo).
Instrumentos de política macroeconômica
A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade
produtiva e despesas planejadas, com objetivo de permitir que a economia opere a
pleno emprego, com baixas taxas de inflação e uma distribuição justa de renda.
Os principais instrumentos para atingir tais objetivos são as políticas fiscais,
monetárias, cambiais e comerciais, e de rendas.
Política Fiscal – Refere-se a todos os instrumentos que o governo dispõe para
arrecadação de tributos e o controle de suas despesas. Além da questão do nível
de tributação, a política tributária, por meio da manipulação da estrutura e alíquotas
de impostos. É utilizada para estimular (ou inibir) os gastos de consumo do setor
privado.
Se o objetivo da política econômica é reduzir a taxa de inflação, as medidas
fiscais normalmente utilizadas, são a diminuição de gastos públicos e/ou o
aumento da carga tributária (o que inibe o consumo). Ou seja, visam diminuir os
gastos da coletividade.
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Se o objetivo é um maior crescimento e emprego, os instrumentos fiscais são
os mesmos, mas em sentido inverso, para elevar a demanda agregada.
Política Monetária - Refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de
moeda e de títulos públicos, os instrumentos disponíveis para tal são:
a) emissões b) reservas compulsórias c)open market (compra e venda de títulos
públicos) d) redescontos ( empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais )
As políticas monetárias e fiscal representam meios alternativos diferentes para
as
mesmas finalidades. A política econômica deve ser executada através de uma
combinação adequada de instrumentos fiscais e monetários.
Pode-se dizer que a política fiscal apresenta maior eficácia quando o objetivo é
uma melhoria na distribuição de renda, tanto na taxação às rendas mais altas como
pelo aumento dos gastos do governo com destinação a setores menos favorecidos.
Políticas Cambial e Comercial :
A política cambial refere-se à atuação do governo sobre a taxa de câmbio. O
governo, através do Banco Central, pode fixar a taxa de câmbio, ou permitir que ela
seja flexível e determinada pelo mercado de divisas.
A política comercial diz respeito aos instrumentos de incentivos às exportações
e/ou estímulo ou desestímulo às importações, ou seja, refere-se aos estímulos
fiscais.
(crédito - prêmio do ICMS, IPI etc.) e creditícios (taxas de juros subsidiárias) às
exportações e ao controle de importações (via tarifas e barreiras quantitativas
sobre importações).
Política de Rendas
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A política de rendas refere-se à intervenção direta do governo na formação de
renda (salários, aluguéis), através de controle e congelamentos de preços. A
característica especial é que, nesses controles, os preços são congelados, e os
agentes econômicos não podem responder às influências econômicas normais de
mercado.
Estrutura de análise macroeconômica
Tradicionalmente, a estrutura básica do modelo macroeconômico compõe-se de
cinco mercados:
No Mercado de Bens e Serviços, para tentar responder como se tem
comportamento o nível de atividades, efetua-se uma agregação de todos os bens
produzidos pela economia durante um certo período de tempo e define-se o
chamado Produto Nacional.
A demanda agregada depende fundamentalmente da evolução da demanda
dos quatro grandes setores ou agentes macroeconômicos: consumidores,
empresas, governo e setor externo.
O Mercado de Trabalho também representa uma agregação de todos os tipos
de trabalhos existentes na economia. Neste mercado, determinamos como
estabelece a taxa salarial e o nível de emprego.
O Mercado Monetário, consiste em que todas as transações da economia são
efetuadas através da utilização de moeda. Neste mercado supomos a existência de
uma demanda de moeda ( em função da necessidade de transações dos agentes
econômicos, ou seja, da necessidade de liquidez ) e uma oferta de moeda,
determinada pelo Banco Central e atuação dos bancos comerciais. A demanda e a
oferta de moeda determinam a taxa de juros.
O Mercado de Títulos, consiste de agentes econômicos superavitários e
agentes deficitários. Agentes superavitários são aqueles que possuem um nível de
gastos inferior a seu volume de renda, assim podem efetuar empréstimos para os
agentes econômicos deficitários.
O Mercado de Divisas, como o mercado mantém transações com o resto do
mundo, existem mercados de divisas ou de moeda estrangeira. A oferta de divisas
depende das exportações e da entrada de capitais financeiros, enquanto a
demanda de divisas é determinada pelo volume de importações e saída de capital
financeiro.
Inflação ( H )
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Conceito de inflação: É definida como um aumento persistente e generalizado
dos índices de preços, ou seja, os movimentos inflacionários são aumentos
contínuos de preços, e não podem ser confundidos com altas esporádicas de
preços, devidas às flutuações sazonais, por exemplo.
As fontes de inflação costumam diferir em função das condições de cada país,
como por exemplo:
a) Tipo de estrutura de mercado ( oligopolista, monopolista, etc.).
b) Grau de abertura da economia ao comércio exterior: quanto mais aberta à
economia à competição externa, maior a concorrência interna entre fabricantes,
e menores os preços dos produtos.
c) Estrutura das organizações trabalhistas: quanto maior o poder de barganha dos
sindicatos, maior a capacidade de obter reajustes de salários acima dos índices
de produtividade, e maior pressão sobre os preços.
Inflação de demanda: Refere-se ao excesso de demanda agregada em relação à
produção disponível de bens e serviços.
A probabilidade de ocorrer inflação de demanda aumenta quando a economia
está produzindo próximo do pleno emprego de recursos. Nessa situação, aumentos
de demanda agregada de bens e serviços, com a economia já em plena
capacidade, conduzem a elevações de preços, principalmente em setores de
insumos básicos.
Para combater um processo inflacionário de demanda, a política econômica
deve basear-se em instrumentos que provoquem uma redução da procura
agregada por bens e serviços (redução dos gastos do governo, aumento da carga
tributária, arrocho salarial, controle de crédito, aumento das taxas de juros).
Inflação de custos: A inflação de custos poder ser associada à inflação tipicamente
de oferta. O nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos
fatores importantes aumentam. Com isso, ocorre uma retração da produção,
deslocando a curva de oferta para trás, provocando um aumento de preços no
mercado.
As causas mais comuns dos aumentos dos custos de produção são:
Aumentos salariais: Um aumento das taxas de salários que supere os
aumentos na produtividade da mão de obra acarreta um aumento dos custos
unitários de produção, que são normalmente repassados aos preços dos produtos.
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Aumentos do custo das matérias primas: Por exemplo, as crises do petróleo da
década de 70, ao elevar sensivelmente os preços dessa matéria primam,
provocaram um brutal aumento nos custos de produção, em particular nos custos
de transporte e de energia com base no diesel.
Estruturas de mercado: A inflação de custos também está associada ao fato de
algumas empresas, com elevado poder de monopólio ou oligopólio, terem
condições de elevarem de elevar seus lucros acima da elevação dos custos de
produção.
Efeitos provocados por taxas elevadas de inflação
Uma das distorções mais sérias provocadas pela inflação diz respeito à
redução relativa do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos
fixos, com prazos legais de reajustes. Nesse caso estão os assalariados que, com
o passar do tempo, vão ficando com seus orçamentos cada vez mais reduzidos,
até a chegada de um novo reajuste. Os comerciantes, industriais e o próprio
Governo têm condições de repassar os aumentos de custos provocados pela
inflação, garantindo, assim, a participação de sua parcela no produto nacional.
A distorção provocada por altas taxas de inflação, afeta também o balanço de
pagamentos. As elevadas taxas de inflação, em níveis superiores ao aumento de
preços internacionais encarecem o produto nacional relativamente ao produzido
externamente. Assim devem provocar um estímulo as importações e um
desestímulo as exportações, diminuindo o saldo da balança comercial,
normalmente lançam mão de desvalorizações cambiais, as quais, tornando a
moeda nacional mais barata relativamente à moeda estrangeira, podem estimular a
colocação de nossos produtos no exterior, ao mesmo tempo em que desestimulam
as importações.
Nas finanças públicas, a inflação tende a corroer o valor da arrecadação fiscal
do governo, pela defasagem existente entre o fato gerador e o recolhimento efetivo
do imposto. Maior a inflação, menor a arrecadação real do governo.
A Política econômica brasileira de combate à inflação
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A inflação tornou-se crônica na economia brasileira a partir dos anos 50, várias
eram as explicações para o surgimento dos déficits governamentais. De um lado, a
necessidade de o governo fornecer a infra-estrutura de transportes, energia,
saneamento etc., para que o setor privado pudesse produzir o volume de bens e
serviços do governo e a conseqüente ineficiência na aplicação de seus recursos,
associadas à impossibilidade do o governo aumentar a carga tributária (e, portanto
a sua receita), dada o baixo nível de renda per capita da população.
O governo não podia aumentar os impostos para financiar o desenvolvimento
econômico, fez a opção pela emissão de dinheiro. Com isso gerou-se uma típica
inflação de demanda: quanto mais dinheiro circulava, maiores eram as compras,
relativamente a uma capacidade produtiva que não tinha condições de crescer no
curto prazo.
O período de 1968 a 1973 foi o do milagre econômico, com elevadas taxas de
crescimento obtidas na economia brasileira. Com o crescimento da produção, a
taxa de inflação passou de 25,4 %, em 1968, para 15,7%, em 1973.
A partir de 1973, a crise do petróleo trouxe repercussões profundas na
economia mundial, e, desde essa data, a economia brasileira passou apresentar
taxas de inflação crescente.
O principal mecanismo de política econômica de combate à inflação para a
corrente liberal estava na redução da demanda agregada, através da redução dos
gastos do governo, de uma política salarial mais restritiva e do controle da oferta
monetária ( razão pela qual os economistas ortodoxos são também chamados
monetaristas ).
Alguns teóricos constataram que a partir de março de 1986, foi mudado o
diagnóstico sobre a inflação brasileira, ou seja, todos os negócios, contratos, etc.
eram firmados com base num índice que procurava garantir a correção monetária
dos valores envolvidos. Dessa forma, todos aos aumentos de preços eram
captados pelo índice, e automaticamente eram repassados para todos os demais
preços da economia, gerando um processo automático de realimentação da
inflação. A esse fenômeno auto-alimentador denomina-se inflação inercial.
A inflação inercial seria provocada, fundamentalmente, pelos mecanismos de
indexação formal ( salários, aluguéis, contratos financeiros ) , e indexação informal
( preços em geral, impostos, e tarifas públicas).
Foi com esse diagnóstico inercialista, que o Plano Cruzado procurou romper
com esse mecanismo de propagação da inflação, congelando os preços, salários e
o câmbio
( a chamada política heterodoxa ), numa tentativa de eliminar a
“memória” inflacionária.
O Plano Cruzado teve vida efêmera. Muitas foram suas falhas, a começar pela
manutenção do congelamento por um período muito longo ( 9 meses ). Quando foi
implantado, os preços relativos encontravam-se fora do equilíbrio, e muitos preços
estavam defasados, o que provocou o aparecimento do ágio e a maquiagem de
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muitos produtos. Por ocasião do descongelamento, no início de 1987, com o
chamado Plano Cruzado II, houve uma nova aceleração inflacionária.
Outro planos, como o Plano Bresser e o plano Verão, ainda durante o Governo
Sarney, e mais tarde o Plano Collor, também utilizaram o congelamento de preços
e salários para tentar conter o processo inflacionário brasileiro.
O Plano Collor, de março de 1990, foi o mais ousado na prática de
inconstitucionalidades , ao promover um bloqueio total nos ativos mantidos pelos
agentes econômicos juntos às instituições financeiras.
Em 1994, no Governo Itamar Franco, implementou-se o Plano Real, este por
sua vez reconheceu que as causas da inflação brasileira estavam no desequilíbrio
do setor público e nos mecanismos de indexação. Numa primeira etapa procurouse equilibrar o orçamento público por meio da criação do IPMF, que incidia sobre
as transações bancárias. Numa segunda etapa processou-se a quase total
desindexação da economia, através da mudança da moeda: passagem do cruzeiro
real para URV e desta para uma nova unidade monetária, o real, de forma muita
bem sucedida. A terceira etapa está na consolidação do Plano, que só ocorrerá se
forem implementadas as reformas que visam modernizar a economia, e
principalmente o setor público brasileiro.
A corrente estruturalista: O estruturalista supõe que a causa da inflação se localiza
no comportamento do setor privado (oligopólios, latifúndios) e não do setor público.
Esses economistas tornaram-se defensores de uma economia mais centralizada,
baseada num planejamento e numa grande participação do Estado.
Os estruturalistas consideram que as causas da inflação devem-se aos
conflitos distributivos, que se estabelecem na tentativa dos vários setores da
sociedade buscarem manter ou elevar a sua parcela na renda nacional: os
empresários, através de preços que preservem suas margens de lucros; o governo
através de impostos, preços e tarifas públicas: e os trabalhadores, através de seus
salários. Nessa disputa, segundo os estruturalistas, os principais beneficiários são
os oligopólios os maiores perdedores são os trabalhadores.
O Setor Externo ( I )
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1) Fundamentos do comércio internacional: a teoria das vantagens comparativas
O que leva muitos países a comercializarem entre si? Esta é uma questão
básica a ser respondida. Os economistas clássicos fornecem a explicação teórica
básica para o comércio internacional através do chamado Princípio das Vantagens
Comparativas.
O Princípio das Vantagens Comparativas sugere que cada país deva se
especializar na produção daquela mercadoria em que é relativamente mais
eficiente (ou que tenha um custo relativamente menor). Esta será, portanto a
mercadoria exportada, por outro lado este país deverá importar aqueles bens cuja
produção implicar um custo relativamente maior.
A Teoria das Vantagens Comparativas foi formulada por David Ricardo em
1817. No exemplo construído por esse autor, existem dois países (Inglaterra e
Portugal), dois produtos (tecido e vinho) e apenas um fator de produção (mão de
obra).
Quant de homens/hora para a produção de uma Tecidos
unidade de mercadoria
Vinho
Inglaterra
100
120
Portugal
90
80
Em termos absolutos, Portugal é mais produtivo na produção de ambas as
mercadorias. Mas em termos relativos, o custo da produção de tecidos em Portugal
é maior do que o da produção de vinho, e na Inglaterra, o custo da produção de
vinho é maior que o da produção de tecidos. Comparativamente, Portugal tem a
vantagem relativa na produção de vinho, e a Inglaterra na produção de tecidos.
Segundo Ricardo, os dois países obterão benefícios ao especializarem-se na
produção da mercadoria em que possuem vantagem comparativa, exportando-a, e
importando outro bem. Não importa aqui, o fato de que um país possa ter
vantagem absoluta em ambas as linhas de produção, como é o caso de Portugal,
no exemplo acima.
A teoria desenvolvida por Ricardo fornece uma explicação para os movimentos
de mercadorias no comércio internacional, a partir da oferta ou dos custos de
produção existentes nesses países. Logo, os países exportarão e se especializarão
na produção dos bens cujo custo for comparativamente menor em relação àqueles
existentes, para os mesmos bens, nos demais países exportadores.
Segundo a corrente estruturalista, os produtos manufaturados apresentam
elasticidade - renda da demanda maior que um, e os produtos primários, menor
que um, significando que o crescimento da renda mundial provocaria um aumento
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relativamente maior no comércio de manufaturados, acarretando uma tendência
crônica ao déficit no balanço de pagamentos dos países exportadores de produtos
básicos ou primários.
Determinação da taxa de câmbio
Quando dois países mantêm relações econômicas entre si, entram
necessariamente em jogo duas moedas, exigindo que se fixe a relação de troca
entre ambas. A taxa de câmbio é a medida de conversão da moeda nacional em
moeda de outros países. Exemplo: dólar pode custar 0,97 de real, 1 libra pode
custar 1,27 real etc.
A determinação da taxa de câmbio pode ocorrer de dois modos:
institucionalmente, através de decisão de autoridades econômicas com fixação
periódica das taxas (taxas fixas de câmbio), ou através do funcionamento do
mercado, onde as taxas flutuam automaticamente, em decorrência das pressões
de oferta e demanda por divisas estrangeiras (taxas flutuantes).
A oferta de divisas é realizada tanto pelo os exportadores, que recebem moeda
estrangeira em contrapartida de suas vendas, como através da entrada de capitais
financeiros internacionais. Como as divisas não podem ser utilizadas internamente,
precisa ser convertida em moeda nacional. Isso é feito pelo Banco Central da
seguinte forma: recebe dos importadores do exterior a quantia em divisas – dólar,
por exemplo, retendo-as em seus cofres, e paga, ao exportador nacional em
moeda nacional, em reais, a importância correspondente.
Uma taxa elevada de câmbio significa que o preço da divisa estrangeira está
alto, ou que a moeda nacional está desvalorizada. Assim, a expressão
desvalorização cambial indica que houve um aumento da taxa de câmbio – maior
número de reais por unidade de moeda estrangeira. Por sua vez, valorização
cambial significa moeda nacional mais forte, isto é, paga-se menos reais por dólar,
por exemplo, tem – se uma queda na taxa de câmbio.
As taxas de câmbio estão intimamente relacionadas com os preços dos
produtos exportados e importadas e conseqüentemente, com o resultado da
balança comercial do país. Se a taxa de câmbio se encontrar em patamares
elevados, estimulará as exportações, pois os exportadores passaram a receber
mais reais pela mesma quantidade de divisas derivadas da exportação; em
conseqüência haverá maior oferta de divisas. Por exemplo: Suponhamos uma taxa
de câmbio de 0,90 real por dólar, e que o exportador vendia 1000 unidades de seu
produto a 50 dólares cada. Seu faturamento era de 50.000 dólares ou 45.000 reais.
Se o câmbio for desvalorizado em 10% , a taxa de câmbio subirá para 0,99 real por
dólar e, vendendo as mesmas 1000 unidades, receberá os mesmos 50.000
dólares, só que valendo agora 49.500 reais. Isso estimulará o exportador a vender
mais, aumentando a oferta de divisas.
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50
Do lado das importações, a situação se inverte, pois se o preço dos produtos
importados se elevam, em moeda nacional, haverá um desestímulo às importações
e, conseqüentemente, uma queda na demanda de divisas.
A inflação interna e seus efeitos sobre a taxa de câmbio
Até aqui analisamos a paridade cambial sem considerarmos os efeitos da
inflação. No entanto, o aumento do nível de preços internos – ocorrência da
inflação – provoca uma redução da taxa real de câmbio, ou seja, com a inflação
gera-se, internamente, uma queda no poder aquisitivo da moeda. Os efeitos da
perda do poder aquisitivo são: um desestímulo às exportações, uma vez que o
preço do produto exportado não sofre correlação equivalente à inflação; e um
estímulo às importações, já que os bens importados, ao não serem corrigidos,
ficam mais baratos.
A atuação Governamental no mercado de divisas: políticas externas
O governo pode atuar através da política cambial ou da política comercial. A
política cambial diz respeito a alterações na taxa de câmbio, enquanto a política
comercial constitui-se de mecanismos que interferem no fluxo de mercadorias e
serviços.
As políticas cambiais mais freqüentes são:
A) Regime de taxas fixas de câmbio;
B) Regime de taxas flutuantes ou flexíveis de câmbio;
C) Regime de Bandas cambiais:
Dentre as políticas comerciais externas, podemos destacar as seguintes:
A) Alterações das tarifas sobre importações;
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B) Regulamentação do comércio exterior.
A estrutura do balanço de pagamentos
O balanço de pagamentos é o registro estatístico – contábil de todas as
transações econômicas realizadas entre os residentes do país com os residentes
dos demais países.
Desse modo, estão registrados no balanço de pagamentos, por exemplo, todas
as exportações e importações do período considerado: os fretes, os seguros, os
empréstimos obtidos no exterior etc. Ou seja, todas as transações com
mercadorias, serviços e capitais físicos e financeiros entre o país e o resto do
mundo.
O balanço de pagamentos apresenta as seguintes subdivisões:
Balança Comercial: Essa conta compreende basicamente o comércio de
mercadorias. Se as exportações FOB excedem as importações FOB, temos um
superávit no balanço de comércio; caso contrário temos um déficit.
Balanço de Serviços: Registram-se todos os serviços pagos/ recebidos pelo Brasil,
tais como fretes, seguros, lucros, juros, royalties e assistência técnica, viagens
internacionais.
Transferências Unilaterais: Também conhecidas como conta donativos, registram
as doações interpaíses. Estes donativos podem ser em divisas como em
mercadorias.
Balanço de Transações Correntes: O somatório dos balanços comercial, de
serviços e de transferências unilaterais resulta no saldo em conta corrente ou
balanço de transações correntes. Se o saldo do balanço de transações correntes
for negativo, temos uma poupança externa positiva, pois indica que o país
aumentou seu endividamento externo, em termos financeiros, mas absorveu bens
e serviços em termos reais no exterior.
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Movimento de Capitais ou Balanço de Capitais: Na conta de capital aparecem as
transações que produzem variações no ativo e no passivo externos do país e que,
portanto, modificam sua posição devedora ou credora perante o resto do mundo.
A conta de capital subdivide-se em duas:
Movimento autônomo de capital, na forma de investimentos diretos de empresas
multinacionais, de empréstimos e financiamentos para projetos de desenvolvimento
do país e de capitais financeiros de curto prazo, aplicados no mercado financeiro
nacional.
Movimentos induzidos de capital, para financiar o saldo do balanço de
pagamentos.
Inclui as contas Atrasadas Comerciais (quando o país não paga suas obrigações
na data do vencimento) e Empréstimos de Regulamentação do FMI (quando o país
tem problemas de liquidez internacional).
Cabe uma observação sobre a rubrica Erros e Omissões. É a diferença entre o
saldo do balanço de pagamentos e o financiamento do resultado que surge quando
se tenta compatibilizar transações físicas e financeiras.
A regra internacional é admitir para Erros e Omissões um valor de, no máximo,
5% da soma das exportações com as importações.
Organismos Internacionais
As grandes guerras mundiais, assim como os conturbados anos da Grande
Depressão, que culminaram com a crise dos anos 30, provocaram enormes
perturbações na economia de praticamente todos os países, e por seguinte nas.
(relações econômicas internacionais). Já ao final da Segunda Guerra Mundial
evidenciava-se a necessidade de mudanças no sistema de pagamentos
internacionais.
Tais eram as preocupações reinantes nos últimos anos da Segunda Guerra
Mundial, quando se via no comércio mundial um importante instrumento para
potencializar o desenvolvimento do mundo capitalista.
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53
Dentro desse contexto foram criados os três principais organismos econômicos
internacionais do pós-guerra:
A) Fundo Monetário Internacional (FMI);
Um dos objetivos principais do FMI é socorrer os países a ele associados
quando da ocorrência de desequilíbrios transitórios em seus balanços de
pagamentos.
B) Banco Mundial;
Também conhecido por BIRD, foi criado com intuito de auxiliar a reconstrução
dos países devastados pela guerra e, posteriormente, para promover o
crescimento dos países em vias de desenvolvimento.
C) Organização Mundial do Comércio (OMC);
Foi criada com objetivo básico de reduzir as restrições ao comércio
internacional e a liberalização do comércio multilateral. Através do GATT
(Acordo Geral de Tarifas e Comércio), procurava-se estruturar um conjunto de
regras e instituições que regulassem o comércio internacional e
encaminhassem a resolução de conflitos entre os países. Nesse sentido, o
GATT estabeleceu como princípios básicos: redução das barreiras comerciais,
a não - discriminação comercial entre os países, a compensação dos países
prejudicados por aumentos de tarifas alfandegárias e a arbitragem de conflitos
comerciais.
O BALANÇO DE PAGAMENTOS DO BRASIL
O início da contabilização do balanço de pagamentos no Brasil data de
1947, quando os levantamentos eram feitos pelo Banco do Brasil e pela Fundação
Getúlio Vargas. Atualmente, essa tarefa é atribuição do Banco Central do Brasil.
Desde o início, o saldo do balanço de pagamentos em transações correntes tem
sido predominantemente deficitário, o que é considerado natural para economias
pobres, que dependem de poupança externa para se desenvolver. Na maior parte
do período, os déficits foram decorrência de saldo negativo na conta serviços, pois
a balança comercial mostrou predomínio de resultados positivos. A década de 70
constitui a exceção mais expressiva, pois nesse período o país acumulou déficits
nos balanços comercial e de serviços. A maior parte das dificuldades na balança
comercial dessa época resultou do brusco aumento dos gastos com importação em
razão do choque do petróleo ocorrido em 1973.
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54
A crise da dívida externa dos anos 80 fez ressurgirem os superávits
comerciais. Essa crise se caracterizou pelo corte abrupto nos fluxos de capitais das
nações industrializadas para as menos desenvolvidas. Além disso, os países
devedores, em particular os da América Latina, foram submetidos a fortes pressões
para pronto pagamento dos créditos tomados no passado. Com isso, foram
forçados a adotar programas de ajustamento que tinham como meta obter rápido
incremento de divisas para honrar os compromissos externos.
Entre 1990 e 1991, houve uma drástica redução dos investimentos diretos
no país, bem como dos empréstimos e financiamentos a longo prazo, reflexo da
insegurança dos investidores internacionais quanto às atitudes do governo Collor.
De 1992 em diante, a crise de confiança em nosso governo foi superada e o país
voltou a captar recursos internacionais em volumes crescentes.
Em julho de 1994, o Plano Real foi implantado. Dentre suas conseqüências,
destaca-se a valorização da moeda nacional, que estimulou importações e reduziu
exportações. Esse fato contribuiu para nova transformação nas relações
econômicas brasileiras com o resto do mundo, deixando o país numa situação
muito vulnerável aos movimentos especulativos internacionais.
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