AMIGOS E SERVIDORES DA PALAVRA 7 de novembro de 2011 – segunda-feira da XXXII semana do Tempo Comum DA PALAVRA DO DIA Procurai o Senhor com simplicidade de coração. Sb 1,1 Como viver esta Palavra ? O livro da Sabedoria, cuja leitura começa hoje, abre-se com o convite a procurar o Senhor com coração simples. Não é nada de novo na Escritura; antes, eu diria que esse convite está subentendido em toda a Bíblia, mesmo que apenas algumas vezes aflore com clareza. No fundo, Abraão, Moisés, Elias, Maria, Paulo… para citar só alguns - não foram mais do que buscadores de Deus. Certas vezes essa busca chegava aos lábios como invocação, súplica: “Mostra-me a tua face!”. Saudade, nostalgia de uma face que todos trazemos dentro de nós. Lembrança, às vezes calada, às vezes imperiosa, que nos coloca à procura. E não serão os livros que irão responder a esse clamor da alma, mas a humilde, silenciosa pausa do coração: lá - onde talvez não nos aventuremos com muita frequência, detid@s pela receio sutil de encontrar-nos a nós mesm@s - é ali que podemos encontrá-lo. É preciso apenas colocar-se simplesmente à escuta, saborear a Presença, fazer experiência dela. Então a gente descobre que, mesmo nos momentos mais obscuros, a vida traz em si o selo do Senhor. A gente descobre a Presença em si e ao redor de si. E tudo muda, tudo se ilumina e adquire sentido. Nesse caso, o intelecto fica excluído, negado? Nada disso! É apenas uma dimensão do conhecimento, que vai bem mais além, envolvendo totalmente. Antes mesmo que o intelecto possa se pronunciar, o respiro de Deus já nos despertou, o rumor de seus passos nos anunciou sua chegada e a gente pode dizer com João: Eu o vi, eu o toquei, eu o ouvi; e agora não posso mais calar. Numa doce pausa contemplativa, quero descer às profundidades do meu coração e ficar simplesmente em silenciosa escuta, afastando todo medo do silêncio. Mostra-me a tua face, Senhor! Eu te peço, unindo-me ao grito de tantos irmãos que – talvez inconscientemente - te procuram sem saber que, silenciosamente, habitas neles. A voz de um santo monge do século VI Feliz aquele em cujo coração o desejo de Deus se tornou semelhante à paixão do amante pela pessoa amada! São João Clímaco