unidade 2 - Projeto TICS

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INTRODUÇÃO A IMUNIDADE
INATA E ADPTATIVA
Tecnologias de Informação e Comunicação
Professora Priscilla Rochele Barrios
TutorBruno Antunes Soares
Lavras/MG
1|Página
2011
Ficha catalográfica preparada pela Divisão de Processos
Técnicos daBiblioteca Central da UFLA
Espaço a ser preenchido pela biblioteca
[A ser preenchido posteriormente]
Espaço a ser preenchido pelo CEAD
IMUNIDADE INATA E ADATATIVA
Índice
UNIDADE 2 ........................................................................................................ 6
1Introdução ........................... ......Error! Bookmark not defined.
2 Imunidade Inata................................................................7
2.1Reconhecimento na Imunidade Inata..............................9
2.2 Componentes da Imunidade Inata................................10
2.3Fagocitose de micro-organismos...................................13
2.4Morte de micro-organismo fagocitado...........................14
2.5Células Natural Killer.....................................................14
3 Imunidade Adpatativa ... ................................................15
3.1 Linfócitos T...................................................................19
3.2 Linfócitos B...................................................................23
4Bibliografia.......................................................................18
5|Página
Órgãos do sistema imune
UNIDADE 2
OBJETIVO: Conhecer os mecanismos básicos da imunidade inata e
adaptativa.
6|Página
Órgãos do sistema imune
7|Página
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
1 INTRODUÇÃO
Ao iniciar o estudo dos tipos de defesa em que um
organismo é capaz de produzir, precisamos primeiramente
determinar o que é imunidade. Imunidade é uma palavra
derivada do latim immunitas, e refere-se a resposta
quando um organismo é invadido por uma substância que
é considerada estranha, o que acarreta o desenvolvimento
de várias ações efetoras em busca de se defender contra
essa
substância.
Muitas
vezes,
essas
substâncias
estranhas são micro-organismos patogênicos causadores
de doenças infecciosas (como a bactéria Mycobacterium
tuberculose causadora da Tuberculose). Os componentes
como órgãos, células e moléculas que são responsáveis
pela imunidade constituem o sistema imunológico, sendo
que a resposta desse sistema à introdução de substâncias
estranhas é denominado de resposta imunológica (Quadro
1.). A imunologia (logos = estudo) é o estudo da
imunidade, ou seja dos eventos celulares e moleculares
que ocorrem posteriormente a interação do organismo
com as substâncias estranhas.
As
substâncias
que
podem
ser
reconhecidas
estranhas pelo organismo do hospedeiro é um conjunto de
micro-organismos que podem ser patogênicos, como
vírus, bactérias, fungos, protozoários e parasitas, assim
como toxinas (por exemplo, a toxina do veneno de uma
cobra ou toxinas bacterianas), macromoléculas como
proteínas e polissacarídeos, e as pequenas substâncias
químicas.
Em
imunologia,
essas
substâncias
quando
consideradas estranhas são chamadas de antígenos.
8|Página
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
Figura 1. Componentes do sistema imunológico.
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A
imunidade
natural,
também
chamada
de
e
é
a
defesa
contra
9|Página
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
agentes invasores (como os micro-organismos), sendo
Existem
constituída por eventos celulares e bioquímicos que
duas
existem no organismo independente de existir ou não uma
importantes
infecção,
funções
e
que
estão
programados
para
responder
rapidamente a infecções e de forma estereotipada. A
resposta
resposta inata é o mecanismo filogeneticamente mais
inata.
antigo contra micro-organismos, e está presente em todos
primeira
os
função
organismos
multicelulares.
A
resposta
a
essas
na
A
é
a
infecções ocorre sempre da mesma forma, independente
resposta
de ser o primeiro ou sucessivos contatos com o patógeno.
inicial
Além disso, os mecanismos da imunidade natural são
micro-
específicos para estruturas que são comuns a grupos de
organismos
micro-organismos semelhantes (por exemplo a um tipo de
que
açúcar
impedir
que
compõe
a
parede
celular
de
algumas
aos
pode
a
bactérias) e não conseguem distinguir diferenças discretas
instalação de
entre substâncias estranhas.
uma infecção,
Os constituintes do sistema imunológico inato são:
 Barreiras físicas e químicas, como epitélio que
controlar
ou
até elimina-la
revestem as superfícies externas e internas do corpo
de
e
hospedeiro.
substâncias
antimicrobianas
nas
superfícies
epiteliais;
 Células fagocitárias (neutrófilos e macrófagos) que
englobam e digerem os micro-organismos invasores
 Células Natural Killer (NK) que contribuem na defesa
um
Entretanto,
vários
patógenos
microbianos
inata do hospedeiro contra vírus, outros patógenos
desenvolvera
intracelulares e células tumorais;
m
 Proteínas do sistema complemento e proteínas de
fase aguda;
 Proteínas denominadas citocinas que regulam e
um
mecanismo
de escape da
imunidade
coordenam várias atividades das células desse tipo
inata
o
de imunidade.
permite
que
a
instalação de
10 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
algumas
infecções
no
organismo.
Nesses
casos,
é
necessário a ativação da resposta imunológica adquirida,
que são mais potentes, especializadas e cruciais para a
eliminação de patógenos que resistiram ao mecanismos
A
segunda
de defesa imunológica inato.
função
extremament
e
importante
da imunidade
inata
é
a
ativação
da
imunidade
adquirida e a
influência em
suas
atividades
efetoras para
torná-las
eficazes.
A
resposta inata
comunica
a
resposta
adaptativa de
que
uma
infecção
está
presente e a
necessidade
de
uma
resposta
adquirida
para
essa
infecção.
11 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
2.1 Reconhecimento na Imunidade Natural
O
sistema
imune
natural
possui
componentes
capazes de reconhecer estruturas que são características
dos micro-organismos e que estão ausentes nas células
normais do hospedeiro, o que capacita distinguir o que é
“próprio” do “não-próprio”. Essas estruturas que ativam o
sistema inato são denominadas de padrões moleculares
associados aos patógenos (PAMPs), e os receptores que
interagem com os PAMPs são chamados de receptores de
reconhecimento de padrão (RRP). Como exemplos de
PAMPs temos RNA de dupla-hélice presentes nos vírus em
replicação ou sequências CpG de DNA não-metiladas de
bactérias, proteínas bacterianas, lipopolissacarídeos (LPS)
que constitui a parede celular de algumas bactérias e
oligossacarídeos ricos em manose. Cada PAMP interage
com
um
receptor
específico,
podendo
esses
serem
receptores semelhantes a Toll presentes em células
dendríticas, fagócitos e células endoteliais, lectinas tipo C,
receptores varredores entre outros.
Os RRPs da imunidade inata são codificados na
linhagem germinativa o
especificidades.
Em
que
limita
contrapartida,
o
repertório
na
de
imunidade
adquirida, os receptores presentes nas células dessa
resposta são formados por recombinação somática de
genes
para gerar os
receptores
antigênicos. A
interação
do
RRPs com os
PAMPs
é
similar
à
12 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
complementariedade entre antígeno e anticorpo, mas não
existe diversidade e nem capacidade adaptativa para a
geração de novos receptores ou reconhecimento de outros
padrões moleculares que não foram programados no
código genético do hospedeiro.
A localização dos RRPs está principalmente em
macrófagos, neutrófilos e células dendríticas. Existe uma
grande diversidade de RRPs envolvidos em opsonização,
ativação de complemento e fagocitose, dentre eles os
Toll-like (TLRs) destacam pelo seu papel central na ligação
a micro-organismos e iniciação da resposta inflamatória.
Uma capacidade importante do sistema imune inato
é o reconhecimento de células do hospedeiro estressadas
ou lesadas. Nessas células, ocorre a expressão de
moléculas ausentes nas células sadias, como proteínas de
choque térmico, moléculas semelhantes ao complexo de
histocompatibilidade (MHC) classe I e fosfolipídeos de
membrana alterados.
2.2 Componentes da imunidade inata
As barreiras epiteliais íntegras constituem uma
barreira
do
patógeno
microbiano
aos
tecidos
do
hospedeiro. A integridade do epitélio que tem contato com
o ambiente evitam a entrada de micro-organismos com
potencial patogênico. Além disso, nessas estruturas existe
a
produção
de
algumas
substâncias
antimicrobianas
capazes de matar alguns micróbios que interagem com o
hospedeiro. Existem duas substâncias estruturalmente
diferentes
de
peptídeos
antimicriobian
13 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
os que são as defensinas (produzidas pelas células
epiteliais de superfícies mucosas, neutrófilos, células NK e
linfócitos T citotóxico) e catelicidinas, expressas por
neutrófilos e várias barreiras epiteliais.
As principais células que fazem parte da imunidade
natural
são
os
neutrófilos,
fagócitos
mononucleares,
células dendríticas, células natural Killer, células T gamadelta e células B B-1. Outras células também fazem parte
do sistema imune intato, como eosinófilos, basófilos,
mastócitos, entre outras.
Os
fagócitos
possuem
como
função
identificar,
ingerir e destruir o patógeno microbiano e produzir
citocinas que são importantes nas respostas inatas e
adquiridas. A resposta de defesa do hospedeiro mediada
por essas células consiste em eventos sequenciais como
recrutamento ativo das células para os locais de infecção,
reconhecimento dos micróbios, fagocitose e destruição
desses micro-organismos.
O recrutamento das células para os locais de
infecção é mediado por ligação a moléculas de adesão em
células endoteliais e por quimioatraentes produzidos em
resposta a infecção. Esse recrutamento é um processo
que consiste em quatro etapas (Figura 1):
1. Rolagem
dos
leucócitos
sobre
o
endotélio
mediada por selectina: existem nas células
endoteliais
que
revestem
os
capilares
sanguíneos, proteínas denominadas selectinas
que em resposta a infecção e a citocinas ( TNF e
IL-1), têm expressão aumentada. A expressão
aumentada dessa proteína, permite com que os
14 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
leucócitos se aderem fracamente e rolem sobre
o endotélio.
2. Aumento na afinidade das integrinas mediado
por quimiocinas: as quimiocinas são citocinas
produzidas pelos macrófagos teciduais, células
endoteliais e por outras células, em resposta a
produtos
microbianos
e
IL-1
e
TNF.
As
quimiocinas estimulam a atração, a quimiotaxia
de células. No endotélio, elas se ligam a
receptores
específicos
na
superfície
de
leucócitos em rolagem, aumentado a afinidade
das integrinas dos leucócitos pelos seus ligantes
e
agregação
das
integrinas
na
membrana,
aumentando a ligação na superfície endotelial.
3. Adesão estável dos leucócitos ao endotélio
mediada pelas integrinas. Citocinas aumenta a
expressão endotelial de ligantes de integrinas
permitindo com que os leucócitos possam fixar
firmemente ao endotélio.
4. Posteriormente a fixação dos leucócitos ao
endotélio ocorre a transmigração dessas células
pela parede endotelial dos vasos, estimulada
pelas quimiocinas. Em consequência a esse
evento tem-se o acumulo de leucócitos no
tecido
extravascular
em
torno
dos
micro-
organismos infecciosos.
15 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
Figura 1: Recrutamento de leucócitos para locais de
infecção. Mecanismos de rolamento, adesão ao
endotélio e migração.
2.3 Fagocitose dos micro-organismos
A
fagocitose
determinadas
é
células
um
do
mecanismo
sistema
pelo
imune,
como
qual
os
neutrófilos e macrófagos, englobam partículas grandes
como micro-organismos patogênicos. Em uma primeira
etapa, é necessário o reconhecimento do micro-organismo
pelo fagócito. Essas células apresentam a expressão de
RRPs para reconhecer os organismos que expressam
PAMPs.
Além
desses
receptores,
existem
também
receptores de opsoninas que reconhecem anticorpos,
proteínas do complemento e lectinas, os quais podem
estar revestindo um micróbio e assim as partes livres que
entram em contato com esses receptores vão ativar a
fagocitose dessas estruturas.
2.4 Morte do
micro16 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
organismo fagocitado
As
células
fagocíticas
como
os
neutrófilos
e
macrófagos ativados, tem capacidade de destruir os
micróbios fagocitados mediante a interação de moléculas
microbicidas nos fagossomos. Ao formar o fagossomo na
célula fagocítica, ocorre a junção de vesículas que contém
essas moléculas e com isso tem a formação de uma nova
estrutura
denomina
fagolisossoma.
Dentro
do
fagolisossoma, essas células liberam enzimas proteolíticas
para que ocorra a destruição desses micro-organismos.
Além disso, macrófagos e neutrófilos ativados convertem
o oxigênio molecular em derivados reativos do oxigênio
(ROS) e produzem intermediários reativos do nitrogênio,
como o óxido nítrico (NO) que vão colaborar para a
destruição dos micróbios.
2.5 Células Natural Killer
As células Natural Killer (NK) atuam na destruição
de
células infectadas e
células estressadas. As NK
possuem receptores de ativação e inibição, e o balanço
entre os sinais gerados por eles determina sua ativação.
Esses receptores reconhecem moléculas na superfície de
outras células e subunidades de sinalização expressos nas
células infectadas, estressadas ou células tumorais. Nesse
grupo, estão os receptores NKG2D que se liga a uma
família de proteínas semelhantes a MHC-I presentes em
células infectadas por vírus e células tumorais. Quando
ocorre a ligação dos receptores ativadores com seus
ligantes, ocorre rápida atividade citotóxica contra as célula
alterada.
17 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
Os receptores inibidores das células NK vão se ligar
a moléculas de MHC-I que são expressas na maioria das
células sadias, o que resulta no inativação da célula NK
contra a célula do hospedeiro.Acitotoxidade das células NK
quando ativada, destroem as células-alvo por exocitose de
grânulos de porfirina que levam a criação de poros na
membrana da célula alvo e permite a entrada de
granzimas dentro do citoplasma da célula, sendo esses
responsáveis pela indução da apoptose nas célula.
3 IMUNIDADE ADAPTATIVA
A resposta imune adaptativa depende da ativação
de células especializadas, os linfócitos, e das moléculas
solúveis produzidas por eles, através de um grupo de
células caracterizadas como células apresentadoras de
antígenos(macrófagos e células dendríticas). Esse tipo de
resposta
apresenta
especificidade
e
a
como
principais
diversidade
de
características
a
reconhecimento,
memória, especialização de resposta, autolimitação e
tolerância a componentes do próprio organismo.
As células constituintes do imunidade adaptativa
possuem a habilidade de distinguir um determinado
patógeno e direcionar nela uma resposta imune mais
forte. A capacidade dessas células de reconhecer e
responder a antígenos individuais deve-se pela presença
na superfície de linfócitos de um grande repertório de
receptores antigênicos altamente especializados, o que
permite
ao
hospedeiro
a
responder
virtualmente
a
qualquer antígeno exposto.
18 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
O linfócito virgem produz receptores antigênicos
específicos para estruturas químicas únicas, e em sua
superfície
está
presente
coletivamente
milhões
de
diferentes receptores. Entretanto, apenas os linfócitos que
encontram um antígeno específico do seu receptor será
ativado para dividir e produzir muitas progênies com
antígenos idênticos, processo
chamado
de
expansão
clonal. Estas células clonadas podem secretar anticorpos
com especificidade idêntica a do receptor de superfície
que desencadeou a expansão clonal.
O sistema imune adaptativo tem capacidade de
produzir memória imunológica. Em um primeiro encontro
com o antígeno, o sistema imune é estimulado a ter uma
resposta mediada por células T e produção de anticorpos,
mas essa resposta é lenta e menos intensa. Entretanto,
exposições
posteriores
com
esse
mesmo
antígeno,
estimula a produção rápida de grandes quantidades de
células T e anticorpos específicos contra o antígeno, dado
pela memória imunológica. A resposta imune secundária é
qualitativa e quantitativamente diferente da primária.
O mecanismo de tolerância imunológica é a ausência
de resposta a um antígeno por meio da exposição de
linfócitos específicos a esse antígeno. A tolerância a
antígenos próprios é uma característica essencial do
sistema imunológico normal, e a falha nesses eventos
acarreta
no
aparecimento
de
doenças
autoimunes.
Existem duas formas de induzir tolerância. A tolerância
central ocorre nos órgãos linfoides primários, como timo e
medula ósse, no momento em que os linfócitos imaturos
encontram antígenos próprios nesses órgãos. A tolerância
periférica acontece durante o reconhecimento de
19 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
antígenos
próprios
por
linfócitos
maduros
nos
tecidos periféricos sob a influência de determinadas
condições.
Um ponto interessante na tolerância é quando o
organismo entra em contato com antígenos estranhos que
vão induzir preferencialmente
tolerância em vez de
resposta imunológica. Como exemplo, temos a tolerância
oral aos alimentos, que é um mecanimos que evita
respostas imunológicas aos antígenos alimentares e às
bactérias que normalmente residem como comensais no
lúmen intestinal e são necessárias para a digestão e a
absorção. Essas tolerâncias podem ser elucidadas pela
constante e massiva administração desses antígenos que
induz acentuada supressão das respostas imunológicas
sistêmicas celulares e humorais para os antígenos em
questão.
As
APCs
capturam
micro-organismos
e
outros
antígenos, processam os componentes dos patógenos em
fragmentos
menores,
denominados
antígenos
e
apresentam os antígenos peptídicos aos linfócitos T, os
quais reconhecem por meio de receptores de célula T
(TCRs)
de
superfície
celular.
A
principal
célula
apresentadora de antígeno responsável por iniciar as
respostas
das
células
T
é
a
célula
dendrítica.
Os
macrófagos são responsáveis por apresentar antígenos
para as células T durante a resposta imune celular,
enquanto os linfócitos B exercem o papel de APCs para as
células T auxiliares na resposta imune humoral. Nesse
último
tipo
de
resposta,
existem
outras
células
especializadas denominadas células dendríticas foliculares
20 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
que
atuam
em
determinandos
momentos
apresentando antígenos para linfócitos B.
As células dendríticas são capazes de colher e
internalizar ativamente os componentes do ambiente
tecidual
através
dos
mecanismos
de
pinocitose
e
fagocitose. Em sua superfície podem ser expressos vários
grupos de receptores de reconhecimento de padrão que
ao interagir com os PAMPs, emitem sinais ativadores para
dentro da célula. Posteriormente a ativação, essas células
se direcionam aos tecidos linfoides regionais ( como os
linfonodos) e colaboram na apresentação de peptídeos
derivados dos antígenos protéicos aos linfócitos T e na
ativação dessas células pela expressão de substâncias coestimuladoras. Outro grupo de células que atuam como
APC´s são os fagócitos mononucleares (monócitos e
macrófagos) que são importantes na imunidade natural e
na adquirida. Os macrófagos apresentam antígenos as
células T efetoras as quais serão responsáveis pela
ativação
dos
macrófagos
para
a
destruição
dessas
substâncias. Além disso, na resposta imune humoral, os
macrófagos ativados fagocitam o complexo antígenoanticorpo por meio de receptores de superfície.
As
célula
dendríticas
foliculares
se
localizam
entremeadas a grupos de células B ativadas, nos centros
germinativos que são regiões presentes nos folículos
linfoides dos linfonodos, no baço e no tecido linfoide
associado
às
mucosas.
Essas
células
atuam
na
apresentação de antígenos que estavam associados a
anticorpos
ou
produtos
do
complemento,
para
o
reconhecimento pelos linfócitos B.
A imunidade adaptativa apresenta duas respostas
classificadas de acordo com os componentes que exercem
21 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
a defesa contra a substância estranha, sendo essas
a resposta celular e humoral. A resposta mediada por
células (linfócitos T citotóxicos e T auxiliares) promove a
morte
de
células
infectadas
por
micro-organismos
patogênicos através do reconhecimento de antígenos do
patógeno presentes nas células infectadas. A resposta
humoral, mediada pela presença de anticorpos produzidas
pelos linfócitos B, é particularmente mais efetiva contra
patógenos extracelulares, como bactérias e os produtos
solúveis de patógenos como toxinas.
3.1 Linfócitos T
As células T virgens são ativadas por células
apresentadoras de antígenos e se diferenciam em células
T
efetoras
com
capacidade
de
sintetizar
todas
as
moléculas efetoras que desencadeiam efeitos citotóxicos
as células infectadas, respostas inflamatórias ou auxiliar
na produção de anticorpos pela ativação de linfócitos B.
As células T virgens podem ser classificadas em
células portadoras do correceptor CD28 ou em células
portadoras do correceptor CD4 em suas superfícies. Todas
as células T CD8 se diferenciam em células T citotóxicas
CD8 (linfócitos citotóxicos) que matam as células-alvo que
apresentam
fragmentos
peptídicos
de
patógenos
citosólicos ligados a moléculas do MHC de classe I na
superfície celular.
A destruição das células com o antígeno expresso no
MHC-I ocorre pela liberação de grânulos de perforinas e
granzimas que vão abrir poros na membrana e induzir a
apoptose da célula, respectivamente.
22 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
As células T CD4 se diferenciam em inúmeras
células efetoras com diferentes funções. As principais
células oriundas dessa diferenciação são as reconhecidas
como Th1, Th2, Th17 e as T reguladoras que diferem no
modo como são induzidas, nas citocinas que produzem, e
no mecanismo efetor que ativam. As subpopulações Th1,
Th2 e Th17 são definidas de acordo com as citocinas que
elas secretam que não apenas determinam suas funções
efetoras, mas também participam no desenvolvimento e
expansão dos respectivos subconjuntos.
As
células
Th1
têm
o
IFN-y
que
promove
a
diferenciação adicional de Th1 e inibe a proliferação de
células Th2. Estas por sua vez, produzem a IL-4 que
promove a diferenciação da Th2
e a IL-10 que inibe a
ativação da Th1. Portanto, cada subconjunto amplifica a si
mesmo e promove a regulação cruzada do subconjunto
recíproco, fazendo com que a resposta imunológica se
torna
cada
vez
mais
polarizada.
Outra
forma
de
diferenciar as células Th1 e Th2 é através da expressão
diferencial de moléculas de adesão e receptores para
quimiocinas e outras citocinas.
As células TCD4 Th1 possuem uma função importante
no controle de bactérias que podem causar infecções
intravesiculares em macrófagos, as quais sobrevivem
dentro dessas células e podem até se replicarem. Essas
bactérias escapam do mecanismo de morte, resistindo
dentro do fagossoma, de modo que a imunidade natural é
incapaz de erradicar infecções por tais micro-organismos.
23 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
A
célula
Th1
tem
a
capacidade
de
reconhecer
antígenos bacterianos apresentados na superfície de um
macrófago infectado e acentuar a atividade bactericida
dos
fagócitos.
Alguns
micro-organismos
ou
em
determinadas situações ocorre o esímulo da produção de
certas citocinas como IL-12 e IL-18 e IFN-1. Outros
micro-organismos
podem
levar
a
secreção
dessas
citocinas pelo estímulo indireto das células NK que
produzem IFN-Y, a qual vai atuar nos macrófagos para
induzir
a
secreção
de
IL-12.
Ambas
citocinas
são
responsáveis pela indução e diferenciação das células Th1.
Outra função da célula Th1 é de estimular a produção
de anticorpos contra patógenos extracelulares por meio da
produção de sinais coestimuladores para os linfócitos B
virgens ativados pelos antígenos. Além disso, essas
células induzem uma mudança de classe nas células B
ativadas em busca de produzir determinados isotipos de
anticporpos (janeway).
O subgrupo Th2 realizam funções similares na ativação
das células B virgens e na indução da mudança de classe
da célula B para a produção de anticorpos da classe IgE,
que
tem
parasitárias
grande
e
papel
respostas
no
combate
alérgicas.
de
infecções
Essas
células,
promovem realçoes alérgicas mediadas por eosinófilos e
mastócitos,
os
quais
colaboram
na
proteção
contra
helmintos. As células TH2 secretam IL-4, IL-5 e IL-13. A
IL-4 e IL-13 estimulam a produção de anticorpos IgE
específicos para opsonização de helmintos. A IL-5 ativa
diretamente os eosinófilos próximos aos helmintos para a
destruição desses organismos. Os mastócitos possuem
receptores para a IgE e podem ser ativados por helmintos
revestidos de IgE, levando a degranulação que gera
24 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
resposta inflamatória local. Os anticorpos produzidos
pela Th2 apenas são capazes de neutralizar micróbios e
toxinas,
não
exercendo
fagocitose
e
ativando
o
complemento. Além dessas funções elucidades, outra
consideração ao perfil Th2 é a capacidade de suas
citocinas produzidas ativarem os macrófagos resultando
em
potentes
funções
microbicidas.
Os
macrófagos
ativados pela IL-4 e IL-13 colaboram na formação do
granuloma
e
remodelação
tecidual
nas
infecções
parasitárias crônicas e nas doenças alérgicas.
O perfil Th17, que secreta a citocina IL-17, tem
diferenciação inibida pelas citocinas IFN-Y e IL-4. Essas
células atuam na indução de reações inflamatórias ricas
em neutrófilos. Desta forma, essas células podem ser
importantes mediadores de dano tecidual em doenças
inflamatórias imunomediadas.
Os linfócitos T são ativados com a expressão de
antígenos peptídicos no MHC- II disposto na membrana da
célula apresentadora de antígeno e com a ligação dos coreceptores.
As outras células TCD4 caracterizadas como T reguladoras
atuam na supressão das respostas das células T ao invés
de ativá-las. O mecanismo de ação desencadeado por
essas
células,
baseia-se
na
produção
de
citocinas
imunossupressoras que vão suprimir a atividade de outros
linfócitos e auxiliar na modulação da resposta imune
desenvolvida
a
diversos
antígenos
(
antígenos
bacterianos, antígenos exógenos, antígenos endógenos e
alérgenos).
São células importantes na limitação das resposta
imune e na prevenção de doenças autoimunes. Existem
dois grupos de células T reguladoras:
25 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA

Células
T
reguladoras
naturais
(
Treg):
grupo
comprometido com o destino regulador ainda no timo.

Células
T
reguladoras
adpativas:
são
células
possivelmente derivadas das células T CD4 virgens
sob a influência de determinados fatores ambientais.
3.2 Linfócitos B
Os linfócitos B são as células responsáveis em gerar
anticorpos,. Os receptores de linfócitos B, responsáveis
por reconhecer os antígenos são as imunoglobulinas de
membrana IgM e IgD que ao interagir com epítopos
antigênicos, ativam a célula e estimulam a proliferação e
diferenciação dessas em plasmócitos, que
produzem
anticorpos efetores.
Os
linfócitos
B
também
podem
internalizar,
processar e apresentar peptídeos do antígeno ligado ao
seu receptor de superfície, funcionando como células
apresentadoras
de
antígenos.
Nesses
eventos,
os
peptídeos são expressos na membrana dessas células
ligados ao MHC- classe II, para a apresentação aos
linfócitos T auxiliares que vão ser ativados a sofrer uma
expansão clonal e produzir citocinas que servem como
estímulo para a proliferação e diferenciação dos Linfócitos
B.
Dado a interação dos linfócitos B com os antígenos e
outras células estimuladoras da resposta imune, os
antígenos podem ser classificados como: “antígenos T
dependentes”
quando
a
resposta
do
linfócitos
B
a
antígenos peptídicos necessita da ajuda dos linfócitos T
auxiliares,
e
“antígenos
T
independentes”,
que
são
antígenos não proteicos, poliméricos com presença de
26 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
epítopos repetitivos que estimulam resposta aos linfócitos
B sem o auxílio de outras células.
Os anticorpos possuem como principais funções a
neutralização
e
a
eliminação
de
microrganismos
infecciosos e toxinas microbianas. Esses elementos da
imunidade humoral são produzidos pelos plasmócitos nos
órgãos linfoides e na medula óssea, entretanto suas ações
podem ser
desempenhadas em locais distantes de sua
origem, uma vez que entram na circulação sanguínea e
podem atingir o local onde se situa o antígeno.
O processo de formação dos anticorpos requer a
ativação dos linfócitos B pela exposição a algum antígeno.
A primeira exposição a um antígeno, seja ela natural ou
artificial ( vacinas) leva à ativação de linfócitos B naïves, e
a sua diferenciação em células produtoras de anticorpo e
células de memória. Em uma exposição subsequente ao
mesmo antígeno, ocorre a ativação das células de
memória culminando em uma resposta mais intensa e
mais rápida (Figura 2). As primeiras células, derivadas em
um primeiro estágio da resposta imune, as células
plasmáticas ou células da zona marginal ou B-1 tendem a
possuir uma vida útil pequena. Em contraste, plasmócitos
produtores de anticorpos que trocam de classe derivados
do centro germinal podem migrar para a medula óssea e
permanecer nela mantendo sua produção de anticorpos
por vários anos após a eliminação do antígeno. Grande
parte das imunoglobulinas G (IgG) presentes no soro de
indivíduos normais são originadas desses plasmócitos de
vida
longa
que
foram
induzidos
pela
exposição
do
antígeno as células B de memória e naïves. O resultado da
ativação de células B de memória é a produção em grande
escala de anticorpos, sendo essa muito maior comparada
27 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
no primeiro momento de exposição, proporcionando
ao hospedeiro uma proteção mais efetiva.
O termo imunoglobulina se refere-se à imunidade
conferida pela fração gamaglobulina. Entretanto os termos
anticorpos
e
imunoglobulina
frequentemente
são
utilizados como sinônimos. Um aspecto importante dos
anticorpos é que de forma geral todos possuem as
mesmas características básicas, mas apresentam uma
grande variedade nas regiões que conectam os antígenos.
Essa variabilidade de regiões de ligação com os antígenos
permite uma grande variedade antígenos que podem ser
conectados aos anticorpos específicos. As funções efetoras
e as propriedades físico-químicas comuns dos anticorpos
estão associadas às regiões constantes do anticorpo,
sendo essas não ligantes ao antígeno.
Estruturalmente uma molécula de anticorpo pode
ser dividido em duas cadeias leves idênticas e duas
cadeias pesadas idênticas. Ambas cadeias possuem uma
região
aminoterminal
variável
(V)
que
atua
no
reconhecimento dos antígenos e de regiões constantes (C)
carboxiterminais,
essas
últimas
regiões
nas
cadeias
pesadas possuem funções efetoras.
28 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
Figura 2: Produção de anticorpos pela exposição a um
antígeno.
Na
resposta
adaptativa,
exposições
subsequentes ao mesmo antígeno resulta em respostas
humorais mais acentuadas devido ao fato da presença de
células de memórias.
Abaixo encontra a descrição das imunoglobulinas
encontradas em um hospedeiro e suas propriedades:
 IgG: presente em grande quantidade no soro,
sendo
o
principal
anticorpo
circulante,
presente no fluído extracelular, sangue, linfa,
e tem capacidade de atravessar a placenta.
Importantes na opsonização de antígenos para
fagocitose pelos macrófagos e neutrófilos,
ativação da via clássica do complemento,
citotoxicidade medida por células, depente de
anticorpos e
mediada por
células
natural
Killer; Imunidade neonatal pela transferência
de anticorpo materno através da placenta e
pelo tubo digestivo; inibição por feedback da
ativação das células B.
29 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
 IgM: é o primeiro anticorpo solúvel a aparecer
após a primeira imunização. Está presente no
sangue, linfa e na superfície de linfócitos B
virgens. Atua como receptor
a antígenos de
linfócito B e como ativador do complemento.
 IgA: importante anticorpo circulante, presente
nas secreções como saliva, colostro, fluidos
celulares e sanguíneos. Promove imunidade de
mucosa devido a secreção dentro dos lumens
dos
tratos
gastrointestinal
e
respiratório.
Também atua na ativação de complemento
pela via da lectina ou pela via alternativa.
 IgD: anticorpo circulante secundário, está no
sangue, linfa. Atua como receptor a antígeno
dos linfócitos B naïves.
 IgE: presente no sangue, na linfa, se liga a
mastócitos e basófilos, tendo papel importante
na
liberação
de
histaminas
em
reações
alérgicas e resposta contra parasitos.
30 | P á g i n a
IMUNIDADE INATA E ADPATATIVA
4 Bibliografia
ABBAS AK, LICHTMAN AH, PILLAI S. Imunologia Celular e
Molecular, 6ª ed. Ed. Saunders, 2007.
Anotações:
CRUVINEL, WILSON DE MELO et al . Sistema imunitário:
Parte I. Fundamentos da imunidade inata com ênfase nos
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moleculares
e
celulares
da
resposta
inflamatória. Rev. Bras. Reumatol., São Paulo, v. 50, n. 4,
Aug. 2010 .
JANEWAY CA, TRAVERS P, WALPORT MARK, SHLOMCHIK
M. Imunobiologia - O sistema imune na saúde e na
doença, 5ed, Editora Artmed, 2002.
MADIGAN, M. T.; MARTINKO, J. M.; DUNLAP, P. V.;
CLARK, D. P. Microbiologia de Brock. Porto Alegre:
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MESQUITA JUNIOR, DANILO et al . Sistema imunitário parte II: fundamentos da resposta imunológica mediada
por linfócitos T e B. Rev. Bras. Reumatol., São Paulo, v.
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