Preservação de película interna e superfícies higiênicas

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Título:
Preservação de película interna e superfícies higiênicas
por Paul S. Kappock, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Arch Chemicals, Knotter Drive,
Cheshire, CT (Connecticut), EUA
Texto:
Introdução
Os requisitos para a preservação de películas de tinta seca em interiores são
diferentes dos de películas de tintas externas. Alguns organismos de interesse são
diferentes, e a segurança do conservante é ainda mais importante devido à maior
exposição das superfícies internas a seres humanos.
As algas raramente crescem em superfícies internas devido aos menores graus de
umidade e iluminação em comparação com as condições que prevalecem em
ambientes externos. Fungos e leveduras ocorrem tipicamente em paredes úmidas dos
banheiros e cozinhas domésticos. Recentemente, tem-se dado mais atenção à
presença e crescimento de bactérias em superfícies internas pintadas. Embora o
crescimento de bactérias sempre tenha sido um preocupação em hospitais e
instalações de processamento de alimentos, aumenta hoje o interesse em superfícies
internas pintadas em geral.
Em geral, as práticas tradicionais de higienização e sanitização são muito eficazes na
controle de bactérias. Alguns dos vários surtos de doenças geralmente remetem a
desvios das boas práticas que deram às bactérias a oportunidade de entrar na cadeia
alimentar ou infectar pacientes hospitalizados.1
Um conservante de película de tinta em ambiente interno, no caso de tintas destinadas
a superfícies higiênicas, serve mais para reforçar as práticas convencionais de limpeza
e sanitização que para oferecer uma defesa de primeira linha contra bactérias
patogênicas. No caso de aplicações que requerem um padrão elevado de sanitização,
ainda são necessárias limpezas regulares.
O conservante ideal de película seca de tinta para superfícies internas é eficiente
contra bactérias, fungos e leveduras. Também é inodoro, não provoca descoloração e
não se perde na lavagem e limpeza da superfície. Baixo solubilidade em água e baixa
pressão de vapor são propriedades desejáveis.
Piritiona Zíncica em Revestimentos
A piritiona zíncica apresenta um amplo espectro de atividade em relação a uma
grande variedade de bactérias e fungos (Tabela 2). É usada há anos como aditivo antifungo/anti-alga em revestimentos internos e externos. A atividade antibacteriana da
piritiona zíncica é conhecida há muito tempo, mas só recentemente ela foi utilizada na
proteção de películas contra bactérias.
N
S
O
Zn
S
O
N
Piritiona Zíncica
Tabela 1: Lista Parcial do Espectro Antimicrobiano da Piritiona Zíncica
Bactéria Gram-Positiva
Bactéria Gram-Negativa
Fungos
Bacillus cereus
Escherichia coli
Aspergillus niger
Bacillus subtilis
Klebsiella pneumoniae
Aspergillus versicolor
Enterococcus faecium
Proteus vulgaris
Penicillium pinophilum
Micrococcus luteus
Proteus mirabilis
Penicillium funiculosum
Staphylococcus aureus
Pseudomonas aeruginosa
Cladosporium resinae
Staphylococcus aureus
Pseudomonas syringe
Cladosporium
MRSA
cladosporiorides
Staphylococcus epidermidis
Salmonella choleraesuis
Aureobasidium pullulans
Streptococcus pyogenes
Salmonella typhimurium
Stachybotris chartarum
Streptococcus faecaalis
Serratia marcescens
Trichoderma viride
Streptococcus pneumoniae
Shigella sonnei
Fusarium sp.
Revestimentos higiênicos são um conceito relativamente novo, não havendo, assim,
muitos protocolos de teste padronizados para definir sua eficácia. O padrão mais
utilizado é a norma japonesa JIS Z 2801. Trata-se de um teste quantitativo que requer
uma redução mínima de 2 ciclos log da bactéria viável na amostra de superfície para
teste em 24 horas. Os resultados obtidos com a piritiona zíncica em uma tinta de
parede interior plana estão resumidos na Tabela 3. A norma JIS Z 2801 consiste em
um teste de aprovação relativamente fácil para algumas tintas. Um exemplo é com
bactérias como a Escherichia coli e a Salmonella choleraesuis, onde o controle
negativo também é classificado com uma redução de mais de 2 ciclos log contra esses
organismos.
Tabela 2:
Propriedades Biocidas de uma Tinta Lisa Genérica com uma Dose de Piritiona Zíncica
Testada de Acordo com o Teste Japonês de Película Antibacteriana (JIS Z 2801)
Concentração
Agentes
de Peso
Antimicrobianos
Ativo %
Escherichia coli
ATCC# 10145
ATCC# 11229
Enterococcus faecium
Salmonella choleraesuis
ATCC# 19433
0,06
0,46
0,19
ATCC# 10708
1,77
0,07
0,11
0,71
0,14
0,22
0,83
0,06
0,21
0,88
0,84
0,79
0,49
-0,14
0,85
0,00
0,26
0,13
0,16
-0,09
0,57
0,06
2,92
3,39
2,62
1,04
4,80
0,11
2,90
2,24
2,38
2,12
4,80
0,21
2,83
4,09
3,93
3,19
4,80
0,00
1,56
2,03
0,46
-0,04
4,80
2 h de contato
ZPT
Zero
Redução de Ciclos Log de Bactérias
Pseudomonas aeruginosa
Staphylococcus aureus
ATCC# 6538
24 h de contato
ZPT
Zero
Para testar a eficácia contra fungos, os métodos de placas de agar, como o ASTM D
5590, são os mais comuns. Antes do teste, as películas de tinta são normalmente
lixiviadas durante vários dias em água corrente para comparação com o conjunto não
lixiviado. A lixiviação é importante para definir a durabilidade do conservante de
película tinta quando exposto a intempéries ou lavagem, devendo ser incluída em
qualquer avaliação laboratorial de conservantes de película.
Os tipos mais comuns de fungos geralmente são usados no teste ASTM D 5590. O
Centro de Controle de Doenças de Atlanta, nos Estados Unidos, enumerou os
organismos Cladosporium sp., Penicillium sp., Alternaria alternata e Aspergillus sp.
como os quatro fungos mais comuns em ambientes internos. A Arch Chemicals Inc.
também fez sua investigação de organismos em ambientes internos e descobriu que
os seis mais comuns são Cladosporium sp., Penicillium sp., Alternaria alternata,
Aspergillus niger, Aspergillus sp. e Rhodotorula sp. (uma levedura). Al-Doory tabulou
19 levantamentos aleatórios de fungos de ambientes internos para dar suporte às
pesquisas acima.2 Os dois gêneros mais comuns de fungos são Cladosporium sp. e
Alternaria. Ambos são agentes antigênicos para muitas pessoas sensíveis a fungos.
Conclusão
Embora as condições dos ambientes internos sejam menos favoráveis ao crescimento
de fungos e bactérias que as de ambientes externos, certamente há a necessidade de
preservação da película de tinta onde haja pessoas com alergias que possam ser
susceptíveis e onde se queira reduzir o risco de infecção.
Referências
1. Fox, N. (1998). Spoiled. Penguin books.
2. Al-Doory, Y. and Domson, J.F.Lea & Febiger books, Filadélfia, PA (Pensilvânia).
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