LIÇÃO 13 – INTEGRIDADE DO SER (1ª parte)

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IGREJA BATISTA DO BACACHERI – ESCOLA BÍBLICA DINÂMICA
CLASSE DOUTRINAS BÍBLICAS
Prof. Eliseu Pereira ([email protected]) — site: www.ebdonline.com.br
LIÇÃO 13 – INTEGRIDADE DO SER (1ª parte)
— 4 RETRATOS DO SER HUMANO —
Texto: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todo o teu pensamento” (Mt 22.37,38)
[1] INTRODUÇÃO
a. Delimitação: abordar o conceito de integridade não como virtude, mas como
resultado da obra conciliadora de Cristo em nosso ser.
b. Conceito: integru (latim), raiz integer, literalmente, não tocado (não tangere),
intacto, inteiro; todo, completo; perfeito; contrário de fragmentado, dobre (Tg 1.8).
c. Problematização:
i.Homem: O que foi tocado em nós? O que foi rompido, dividido na natureza
humana que causa tantos dilemas? Por que a natureza do homem é tão
incoerente? Qual a origem destes dilemas? Por que o homem não consegue se
regenerar ou alcançar um status de harmonia em si mesmo?
ii.Salvador: Cristo é o salvador de quê? O que foi tão estragado em nós que precisa
de um Salvador da estatura de Cristo? Quem pode integrar (restaurar) o ser
humano em um todo sadio novamente?
d. Objetivos: demonstrar que Cristo é o único que pode restaurar todas as coisas e
integrar o ser humano com Deus, consigo mesmo, com a sociedade e com a
natureza.
[2]
1º RETRATO — O ESTADO ORIGINAL (figurado no Éden)
Deus
|
|
homem —— próximo
|
natureza
a. Definição: estado de comunhão com Deus, bem-estar pessoal, comunhão com o
próximo e com a natureza; figurado no Éden.
b. Lei de Deus: o caráter de Deus expresso na imagem de Deus e na lei natural.
c. Natureza do homem:
i.o ser humano é uno constituído de matéria e espírito — “formou o Senhor Deus
ao homem do pó da terra [físico e material], e lhe soprou nas narinas o fôlego da
vida [imaterial e espiritual], e o homem a passou a ser alma vivente” (Gn
2.7;3.19;Jó 33.4; 34.15; Tg 2.26; ver também Ec 12.7).
ii.o ser humano é relacional: Deus, eu mesmo, o próximo e a criação.
d. Comunhão com Deus: o homem foi criado à imagem de Deus (Gn 1.26,27);
Deus é triúno: Pai, Filho e Espírito Santo — “façamos o homem”.
e. Comunhão consigo: o homem sabe quem é e de onde (ou de quem) ele vem.
f. Comunhão com o próximo: como ser relacional, o homem não é plenamente
humano na solidão; o pleno ser humano somente se desenvolve na relação.
g. Comunhão com a natureza: o Senhor plantou um jardim e colocou o homem
para cuidar da terra (Gn 2.8).
[3]
2º RETRATO — O PECADO ORIGINAL (figurado na expulsão do Éden)
Deus
|
X
|
homem —X— próximo
|
X
|
natureza
a. Definição: “pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou
qualquer transgressão desta lei” (Cat Westminster); ver 1João 3.4.
b. Lei do pecado: pecado como princípio de rebelião, autonomia — independência
da criatura rompe a unidade e introduz no mundo o caos.
c. Conseqüências: o pecado causou efeitos imediatos e mediatos nas 2 dimensões
(física e espiritual) e em 4 esferas (Deus, eu, o próximo e a natureza).
i.Morte espiritual: separação de Deus — figurado pela expulsão do Éden.
1. Desobediência: “no dia em que dela comerdes, certamente morrerás” (Gn 2.17).
2. “Não há justo, nem sequer um, não há quem entenda” (Rm 3.10)
3. Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23)
4. pecado é contrário à lei moral do universo e causa separação de Deus (Is 59.2);
5. “Ele vos deu vida estando vós mortos em vossos delitos e pecados” (Ef 2.1).
6. sem Cristo, separados da comunidade, estranhos às alianças da promessa, sem
esperança, sem Deus no mundo (Ef 2.11-13).
ii.Morte psicológica: separação de si — figurado por “tive medo e me escondi”
1. Soberania de Deus: o homem rejeita seu relacionamento com o Criador
2. Natural: o homem rejeita o seu estado natural; tensão interior; capacidade de
sentir uma coisa e falar outra; de falar uma coisa e fazer outra.
3. Culpa: consciência de dívida; tensão entre os valores internos e a realidade;
apenas a submissão a Deus pode conciliar o coração com o mundo de Deus.
4. Alienação: “onde estás?” (Gn 3.9) não pertencimento — o homem não sabe
quem é, de onde vem; a teoria da evolução aprofunda a alienação do homem. :
fonte de conflitos psicológicos; o homem decaído busca esperança e significado
em si mesmo, mas não é capaz de dar sentido nem de satisfazer a si mesmo;
pela razão, não é possível alcançar sentido satisfatório.
5. Solidão: "Não é bom que o homem esteja só..." (Gn 2.18) — o homem é
semelhante ao náufrago em um bote salva-vida: “água por toda parte e
nenhuma gota para beber”; o homem é um ser único; uma experiência única.
6. Dividido: “ânimo dobre” (Tg 4.8) “O progresso sempre consiste em pegar uma de
duas alternativas, abandonando a tentativa de juntá-las” (Albert Schweitzer).
7. Desespero: a perda de Deus encerrou o homem na sua condição finita; o nível
inferior não dá sentido e o superior é inalcançável à compreensão.
8. Degeneração: o processo de fragmentação e alienação do ser humano está em
expansão e aprofundamento.
iii.Morte social: separação do próximo — figurado pelo assassinato de Abel.
1. Egoísmo: a força propulsora do homem natural é fazer tudo girar em torno de si
mesmo; o próximo é importante se servir só para satisfazer os seus interesses.
2. fonte de conflitos sociológicos; o homem não é capaz de estabelecer
relacionamento real com seu semelhante; os relacionamentos são regidos pelo
medo e pela necessidade de preservação.
iv.Morte ecológica: separação do ambiente — figurado pela maldição da terra.
1. Criação geme: “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente
com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos...” (Rm 8.19-23).
d. Reflexões sobre a queda:
i.Dilema: o homem tem um sentimento de banimento do paraíso e uma ânsia por
significado. Tudo que o homem é e faz é ‘manchado’ pela separação de Deus.
ii.Mistério: seja qual for o ponto de partida, a natureza do homem, sua origem,
destino e dilemas estão envoltas em mistério.
iii.Visão cristã: diferentemente da teoria da evolução, a Bíblia fala de involução —
ou seja, o homem decaiu de um estado de harmonia; se a QUEDA não for
considerada, não há explicação para o dilema humano e não há esperança,
porque afinal sempre o homem sempre foi assim.
[4]
3º RETRATO — RESTAURAÇÃO TOTAL (figurado na cruz de Cristo)
Deus
|
 (cruz)
|
homem —— próximo
|
natureza
a. Reconciliação: aproximados, unidade, novidade, paz, reconciliação com Deus,
concidadãos dos santos, família de Deus, habitação de Deus (Ef 2.13-22).
i.“por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão
na terra, como as que estão nos céus” (Cl 1.20).
ii.a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo... Se... andarmos
na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros” (1Jo 1.3,7)
iii."Os pacificadores serão chamados filhos de Deus" (Mt 5.9).
b. Comunhão com Deus: paz com Deus (Rm 5.1); primeiro mandamento: “Amarás
o Senhor Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças
e de todo o teu entendimento” (Lc 10.27; Mt 12.37; Mc 12.30; ver Sl 25.14).
c. Comunhão consigo: amor; pertencimento; segurança; sentido (1 Jo 4.10).
d. Comunhão com o próximo: livres para amar e ter conexão com outros; “Amarás
o teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10.27b; Mt 22.38; Mc 12.31).
[5]
4º RETRATO — GLORIFICAÇÃO FINAL (figurado na Nova Jerusalém)
Deus
|
homem —— próximo
|
natureza
a. Glorificação: a consumação da obra de salvação; a restauração de todas as
coisas (Mt 19.28; At 3.21; Cl 1.20)
b. Compare
i. “destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23) com “glorificados com ele” (Rm 8.17)
ii.“maldita é a terra por tua causa” (Gn 3.17) com “novos céus e nova terra” (Ap
21.1)
[6] Para refletir:
a. Agostinho: “Quando pensava em me consagrar por inteiro ao Teu serviço, Deus
meu, era eu quem queria fazê-lo, e eu quem não queria fazê-lo, era eu mesmo, e
porque não te queria de todo, nem de todo não te queria, lutava comigo mesmo e
me rasgava em pedaços.”
b. Thomas à Kempis: Se você tivesse idéia de quanta paz interior você ganharia
para si, e quanta alegria você traria aos outros, se devotando inteiramente a
Deus, você certamente prestaria mais atenção no seu progresso espiritual.
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