Sinopse Zoológica Comentada

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SINOPSE ZOOLÓGICA COMENTADA
Apostila de apoio para as Disciplinas de Zoologia Geral da Universidade do
Amazonas
Professor Dr. Edinbergh Caldas de Oliveira/FUA
INTRODUÇÃO
Esta apostila surgiu da crescente dificuldade de muitos alunos de diferentes cursos
da UA em acompanhar o conteúdo programático da disciplina. Ao longo de dez anos
verifiquei que os alunos recém ingressos nestes cursos, não haviam tido contato com
Zoologia no 2º Grau, apenas na 6ª série do 1º Grau. Portanto, o principal objetivo desta
sinopse zoológica é facilitar a compreensão e o acompanhamento das características
morfofisiológicas gerais e da diversidade dos principais filos animais abordados durante a
ministração das disciplinas de Zoologia Geral para os Cursos de Ciências, Geologia,
Engenharia de Pesca, Engenharia Florestal e Agronomia. Ela contém os principais Filos
Animais que serão discutidos durante as aulas, além de constituir uma ferramenta útil para
o aluno acompanhar a sequência evolutiva desses grupos, os quais terão seu conteúdo
complementados por diferentes estratégias didáticas. Estas estratégias incluem a projeção
de vídeos, aulas práticas de laboratório e de campo, além de leitura complementar dos
livros listados na bibliografia constante nos planos de ensino destas disciplinas. Espera-se
que o aluno de graduação, encontre nesta Sinopse Zoológica Comentada, a base para
sentir-se estimulado a procurar outras fontes e procure descobrir, através de pesquisas
bibliográficas, no campo ou durante as aulas práticas, os desenhos referentes aos diferentes
representantes de cada grupo animal abordado no curso e as principais espécies amazônicas
e, desta forma esta apostila possa contribuir em sua formação profissional.
DIVERSIDADE ANIMAL
Existem descritas mais de um milhão de espécies animais. Deste número, cerca de
5% possuem uma coluna vertebral e são conhecidos como vertebrados. Todas as outras, o
que inclui a maior parte do Reino Animal, são invertebrados. A divisão do Reino Animal
em vertebrados e invertebrados é artificial e reflete uma tendência humana histórica em
favor de seus próprios semelhantes. Uma característica de um único subfilo animal é usada
como base para separar todo o Reino Animal em dois grupos. A mesma lógica poderia
dividir os animais em moluscos e não-moluscos ou artrópodos e não-artrópodos. Esta
última classificação poderia ser sustentada pelo menos sob o ponto de vista numérico já que
aproxidamente 85% de todos os animais são artrópodos.A artificialidade do conceito de
invertebrado fica especialmente manifesta quando se considera a vasta e heterogênea
reunião de grupos que são amontoados nesta categoria. Não há uma única característica
positiva comum a todos os invertebrados. É imensa a variação no tamanho, na diversidade e
na adaptação a diferentes modos de existência. Alguns invertebrados têm origens
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filogenéticas comuns; outros estão apenas remotamente relacionados. Alguns estão mais
intimamente relacionados aos vertebrados do que a outros grupos de invertebrados.
Obviamente, a zoologia dos invertebrados ou dos vertebrados não podem ser
consideradas campos especiais e distintos da zoologia; certamente não no mesmo sentido
que a protozoologia ou a entomologia. Um campo que abrange todos os aspectos biológicos
- morfologia, fisiologia, embriologia e ecologia - de 95% do Reino Animal não representa
uma área distinta da própria zoologia. Pela mesma razão, nenhum zoólogo pode ser
verdadeiramente chamado de zoólogo especializado em invertebrados, ou vertebrados. Ele
é protozoólogo, malacólogo, entomólogo ou ictiólogo, ou está interessado em alguns
aspectos da fisiologia, embriologia ou ecologia de um ou mais grupos de animais. Além
destas áreas limitadas, o número e a diversidade dos invertebrados e dos vertebrados é
grande demais a ponto de não permitir mais do que um bom conhecimento geral dos
grandes grupos. Cada grupo possui peculiaridades estruturais, terminologia anatômica
especial e distinta classificação. Todos estes fatores tendem a exagerar as diferenças entre
os grupos e a ofuscar as semelhanças funcionais e estruturais que resultam dos modos
similares de existência e das condições similares do ambiente, ignorando ainda, as
homologias que surgiram das íntimas relações evolutivas. Será proveitoso ter sempre em
mente alguns princípios biológicos básicos. Todos os animais devem satisfazer os mesmos
problemas quanto à existência: obtenção de alimento e de oxigênio; manutenção do balanço
hídrico e salino; remoção dos restos metabólicos e; perpetuação da espécie.
A estrutura corpórea necessária para satisfazer estes problemas está, em grande
parte, correlacionada com três fatores: o tipo de ambiente em que o animal vive, o tamanho
do animal e o modo de vida do animal. Dos três ambientes principais - água salgada, água
doce e terra - o ambiente marinho é, geralmente, o mais estável. A flutuabilidade da água
do mar reduz o problema da sustentação, é isotônica em relação aos fluidos tissulares da
maioria dos animais marinhos, facilitando assim a manutenção do balanço hídrico e salino,
além de oferecer um meio ideal para a reprodução animal. Os ovos na água marinha podem
ser liberados e fertilizados e sofrer o desenvolvimento como embriões flutuantes com
menor perigo de dessecação, desequilíbrio hídrico, etc. Os estágios larvais fornecem um
recurso para uma ampla dispersão das espécies. A água doce é um meio bem menos
constante do que a água do mar. Os rios variam grandemente em turbidez, velocidade e
volume, não apenas espacial, mas também sazonalmente, como resultado de inundações,
vazantes ou fortes chuvas. Como a água salgada, a água doce também tem flutuabilidade e
ajuda na sustentação, porém a baixa concentração de sais, cria dificuldades para a
manutenção do balanço hídrico e salino. Portanto os animais que vivem nestes ambientes
desenvolveram mecanismos de regulação osmótica bombeando água em excesso e retendo
sais no corpo. Os animais terrestres vivem no ambiente mais severo. A sustentação
conferida pela flutuabilidade da água está ausente. Mais crítico, porém, é o problema da
perda de água pela evaporação, cuja a solução foi o fator primordial na evolução de muitas
adaptações para a vida terrestre. O tegumento dos animais terrestres representa uma melhor
barreira entre o meio interno e externo quando comparado ao apresentado pelos animais
aquáticos.
Um segundo fator relacionado com a natureza da estrutura animal é o tamanho do
animal. Nos animais pequenos, a área da superfície é suficientemente grande em relação ao
volume do corpo, de modo que a troca de gases e resíduos podem ser executados por
difusão através da superfície corpórea geral. Além disto, o transporte interno pode ocorrer
apenas por difusão. Entretanto, à medida que o corpo aumenta em tamanho, faz-se
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necessário mecanismos de transportes mais eficientes. Isto levou os animais maiores, ao
desenvolvimento de sistemas celômicos e vasculares, ou seja, a aquisição de uma cavidade
interna no corpo (celoma verdadeiro) é um dos pontos chaves na grande diversificação dos
eumetazoos. Afora isto, através de dobras e circunvoluções, a área superficial dos orgãos
internos e as porções da superfície externa foram aumentadas para facilitar a secreção, a
absorção, as trocas gasosas em alguns grupos animais.
O terceiro fator relacionado com a natureza da estrutura animal é o seu modo de
existência. A captura do alimento frequentemente coloca uma seleção na locomoção e
cefalização. Os animais de vida livre apresentam, comumente simetria bilateral. O sistema
nervoso e os orgãos dos sentidos são então concentrados na extremidade anterior do corpo,
pois é esta a parte que primeiro entre em contato com o meio ambiente. Tal animal é dito
cefalizado.Animais fixos, ou sésseis, são radialmente simétricos ou tendem para uma
simetria radial, na qual o corpo consiste de um eixo central ao redor do qual partes
similares encontram-se simetricamente arranjadas. Os mecanismos de alimentação dos
animais estão usualmente correlacionados com seu modo de vida. Os animais que nadam
ou rastejam ativamente são frequentemente predadores. Os mais lentos podem ser
saprófagos ou herbívoros. Aqueles que habitam sedimentos do substrato são
frequentemente comedores de detritos. Animais sésseis podem se alimentar de presas que
passam, ingerir materiais depositados, ou subsistir de detritos orgânicos ou de plantas e
animais microscópicos suspensos na água circundante. Mais frequentemente o animal é
adaptado à filtração de partículas, podendo esta ser produzida pelo animal através de cílios,
ou ser uma corrente natural.
Portanto, a locomoção apresenta uma relação funcional com as cavidades do corpo e
com a segmentação do animal. Esta análise fornece a visão geral das tendências amplas da
evolução dos eumetazoos, quando tomamos a locomoção como o tema dominante. Do
tempo quando vermes pequeninos foram os eumetazoos dominantes, progredimos para os
vermes maiores, os quais necessitaram locomoção pedal. À medida que estas formas se
multiplicaram, alimentando-se de algas, protozoos e outros vermes, elas cresceram. Nesta
época (seguramente ainda no Pré-Cambriano) os fundos dos mares poderiam ser vistos
como dominados por uma variedade de vermes. Não apenas a locomoção pedal foi uma
necessidade mas a cavação foi também vantajosa para a obtenção de alimentos e
principalmente a fuga de predadores. Os que desenvolveram conchas (Mollusca) ou
exoesqueletos (Arthropoda) fizeram uso limitado do hábito de cavar e sofreram evolução de
outros meios para se protegerem e se movimentarem (segmentação do corpo) para
alimentação eficiente através da natação. Portanto, com o aparecimento de corpos bem
desenvolvidos, em cujo o mesoderma e cavidades, uma variedade de sistemas de orgãos
poderia ser alojada, e com a diversidade crescente de formas disponíveis como suprimento
alimentar, o potencial evolutivo para diversificação nos animais começou a se expressar
totalmente. O resultado é a extraordinária diversidade dos eumetazoos. Quando um número
grande destas formas estava bem evoluído, os mares estavam ricamente povoados com
animais tendo partes duras. Isto poderia ser o ponto de partida do registro fóssil, que
datamos até o período Cambriano da era Paleozóica. Naquela época, todos os grupos
principais de animais (Sarcodina, Porifera, Celenterata, Mollusca, Arthropoda e
Equinodermata), exceto o dos Chordata, estavam bem representados e os cordados
apareceram no fim do Paleozóico.
A história evolutiva de vários filos frequentemente é usada como base para a
compreensão da diversidade adaptativa dentro do filo ou da classe. Na discussão das
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relações filogenéticas (evolutivas), é conveniente o uso de termos como primitivo, inferior,
superior, e especializado. Infelizmente, porém, estes termos nem sempre são entendidos
pelos estudantes e tendem a criar a errônea impressão de que a evolução prosseguiu de um
grupo ao outro rumo a algum estado de perfeição ideal. Termos como primitivo são
relativos e significativos principalmente na discussão da evolução de um grupo particular
de animais. Por exemplo, espécies primitivas são aquelas que possuem muitas
características conspícuas que se acredita fossem comuns nos indivíduos pertecentes a um
estoque ancestral de onde se originaram os membros ora existentes do grupo. Especializado
geralmente se refere a características das espécies que são especialmente adaptados a um
nicho ecológico particular. Não se deve imaginar, porém, que o termo especializado
signifique mais perfeito ou melhor, pois as alterações usualmente resultam do domínio de
novas condições ambientais ou da adoção de diferentes hábitos e estilos de vida. Além do
mais, embora certas espécies possuam algumas características primitivas, estas mesmas
espécies são frequentemente especializadas em relação a outros aspectos. Animais
multicelulares evoluíram a partir de formas unicelulares, os protozoários são em relação a
esta característica, primitivos quando comparados aos filos multicelulares. Entretanto, em
outros aspectos, os protozoários não são necessariamente primitivos se comparados aos
metazoários pois aqueles sofreram um grande desenvolvimento evolutivo ao nível celular
que os conduziu a uma especialização intracelular não igualada pelas células dos animais
metazoários. Os termos superior e inferior geralmente se referem aos níveis dos quais as
espécies ou os grupos derivaram a partir de certas linhas principais da evolução. Assim,
frequentemente, referimo-nos às esponjas e aos cnidários como filos inferiores, uma vez
que se acredita que eles tenham se originado perto da base da árvore filogenética do Reino
Animal. Isto não implica em que as esponjas e os cnidários sejam primitivos em todos os
aspectos pois eles, como todos os outros grupos animais, seguiram certas linhas
independentes de especialização. Ademais, isto não faz supor necessariamente que os
grupos superiores tenham evoluído diretamente através de esponjas e cnidários. Os termos
primário e secundário são frequentemente usados para distinguir uma condição primitiva
de uma condição que é similar, embora especializada. Por exemplo, platielmintes
provavelmente evoluíram de um ancestral que não possuia ânus. Assim, a ausência de ânus
em platielmintes é primitiva ou primária.
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
Sistema Binominal de Nomenclatura
Em um simples jardim, além de dezenas de plantas diferentes, podemos encontrar
oligoquetos, insetos, aracnídeos, gastrópodos, aves, répteis, anfíbios, mamíferos roedores,
etc. A maioria dos grandes grupos animais é facilmente distinguível pela sua mobilidade,
pela forma e estrutura interna, etc., dos vegetais. Entretanto não é fácil distinguí-los entre si
e nem colocá-los em uma ordem coerente de parentesco evolutivo. A TAXONOMIA OU
SISTEMÁTICA é o ramo das ciências naturais que se ocupa com a classificação dos
organismos, tendo como objetivo dispor os organismos em uma ordem que demonstre a
verdadeira descendência e assinale o lugar exato da espécie na evolução. Esta classificação
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também facilita a manipulação e a compreensão dos organismos e permite que seu estudo
seja compartilhado entre as pessoas, constituindo um eficiente método de comunicação.
Esta classificação baseia-se em comparações críticas das semelhanças e das
diferenças estruturais e morfofisiológicas e atualmente bioquímicas e genéticas (DNA), de
tal maneira a obter uma disposição que obedeça, tanto quanto possível, a ordem
filogenética.
Para os seres vivos, foi elaborado um método de classificação universal,
denominado de SISTEMA BINOMINAL DE NOMENCLATURA, no qual a unidade
básica de classificação é a ESPÉCIE. São considerados da mesma espécie os indivíduos
que apresentam grandes semelhanças físicas e fisiológicas e são capazes de cruzar-se entre
si, gerando descendentes férteis.
O sistema binominal de nomenclatura foi criado por Karl Von Linné (LINEU) em
1758, um médico e botânico sueco. O conceito de espécie utilizado hoje em dia é o que foi
proposto por Mayr em 1969 “Grupos de populações naturais capazes de se intercruzarem e
que estão reprodutivamente isoladas de grupos semelhantes, os quais constituem outras
espécies”.
No sistema criado por Lineu, além da classificação em ESPÉCIE, existem grupos
maiores: GÊNERO, FAMÍLIA, ORDEM, CLASSE, FILO E REINO, que são
chamados de categorias taxonômicas.
CONCEITO DE TIPO
Atualmente, conceito de tipo foi substituído pelo de “população”, relativamente
moderno, que leva em conta as variações individuais dentro da espécie e que aprimorou as
possibilidades de uma classificação natural. População é um certo número de indivíduos, da
mesma espécie, habitando a mesma área, em um determinado espaço de tempo. A espécie
compõem-se de populações variáveis não podendo, portanto ser representada por um único
indivíduo.
Em vista desses fatos, chamamos de TIPO, aquele exemplar escolhido para
representar a espécie como portador do nome, isto é, o onomatóforo, de Simpson.
Denominamos de HOLÓTIPO, o exemplar ou espécime usado na descrição de uma nova
espécie. PARÁTIPO, o espécime auxiliar na descrição de nova espécie. Um conjunto de
parátipos é o hipodigma de uma descrição. SINTIPO, o espécime que tenha a mesma
procedência geográfica do holótipo de uma espécie. NEÓTIPO, o espécime usado para
substituir por algum motivo válido, o holótipo.
RESUMO DAS PRINCIPAIS REGRAS DE NOMENCLATURA ZOOLÓGICA
As Regras de Nomenclatura Zoológica respeitam ao Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica e suas beses foram lançadas na 10ª edição do Systema Naturae,
em 1858, de Karl Von Linné.
O nome científico da espécie deve ser escrito com raízes latinas ou gregas, ou na
falta destas com palavras latinizadas, destacado do texto, sublinhado, em negrito ou em
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itálico. É obrigatória a presença de no mínimo, dois nomes. O primeiro nome indica o
Gênero e o segundo indica a espécie.
Ex. Serrasalmus rhombeus , Gênero Serrasalmus e espécie Serrasalmus rhombeus.
Nome vulgar ou comum (piranha preta).
Além destas duas palavras, pode-se complementar a designação da espécie pela
indicação do nome do autor e do ano de publicação do respectivo trabalho que descreveu a
espécie, este último dado precedido de vírgula.
Ex. Osteoglossum bicirrhosum Vandelli, 1829 (aruanã)
Inicial do termo indicativo de Gênero deve ser escrita com letra maiúscula; a da
espécie com letra minúscula. Quando se tratar de subespécies, o nome é “trinominal”, deve
ser escrito sempre com inicial minúscula depois do nome da espécie.
Ex. Crotalus terrificus terrificus (cascavél)
Nos casos de subgênero, o nome é também “trinominal” e deve ser escrito com
uma inicial maiúscula, entre parênteses e depois do nome do gênero.
Ex. Anopheles (Nyssurhynchus) darlingi (carapanã)
NOMONÍMIA: É o caso em que o nome do gênero ou da espécie já tenha sido utilizado
anteriormente para outro organismo diferente, isto é, quando temos um mesmo nome
identificando dois tipos diferentes de organismos.
SINONÍMIA: É o caso em que dois organismos idênticos recebem nomes diferentes,
independentemente propostos por dois autores, isto é, quando temos um organismo com
dois nomes identificativos. Em ambos os casos tem validade o nome publicado em primeiro
lugar é a Lei da Prioridade.
Animais Unicelulares - constituídos por uma única célula
PROTOZOÁRIOS
Introdução: Os protozoários consistem de uma reunião heterogênea de cerca de 50.000
organismos unicelulares, que possuem organelas celulares típicas, envolvidas por
membranas (eucarióticas). Por serem móveis e heterótrofos em sua maioria, este conjunto
de animais foi tratado, no passsado, como um único filo do Reino Animal - o filo Protozoa.
Sabe-se hoje, que este grupo consiste de inúmeros e diferentes filos unicelulares que,
juntamente com a maioria dos filos das algas, são colocados no Reino Protista. Alguns
destes grupos protozoários estão relacionados entre si; alguns provavelmente evoluíram
independentemente, a partir de ancestrais eucarióticos remotos, e outros são membros de
diversos grupos de algas.
O nível unicelular de organização é a única característica pela qual podem ser
descritos todos os protozoários; em todos os outros aspectos, eles podem apresentar uma
grande diversidade. Os protozoários exibem todos os tipos de simetria, uma extensa gama
de complexidade estrutural e uma adaptação para todos os tipos de condições ambientais.
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Como organismos, os protozoários se mantiveram ao nível unicelular mas evoluíram ao
longo de numerosas linhagens através da especialização de partes do protoplasma
(organelas) ou da estrutura do esqueleto. Portanto, simplicidade e complexidade refletem-se
no número e natureza de suas organelas e esqueletos, da mesma forma que simplicidade e
complexidade nos animais multicelulares refletem-se no desenvolvimento dos sistemas de
tecidos e orgãos.
Ocorrem protozoários sempre que a umidade está presente - no mar, em todos os
tipos de água doce e no solo. Existem espécies comensais, mutualísticas e parasitárias. De
fato, os esporozoários são inteiramente parasitários. Embora a maioria dos protozoários
ocorra como indivíduos solitários, existem numerosas formas coloniais. Algumas formas
coloniais atingiram alto grau de interdependência celular que, como Volvox, aproximam-se
de um verdadeiro nível multicelular quanto a sua estrutura. Tanto as espécies solitárias
quanto as coloniais podem ser de vida livre ou sésseis.
A grande maioria dos protozoários é microscópica. Anaplasma, um parasita
sanguíneo, é tão pequeno que ocupa apenas 1/6 a 1/10 do volume de um eritrócito. No
outro extremo, o ciliado de água doce, Spirostomum, pode alcançar o comprimento de 3
mm e ser visto a olho nu. Nummulites, um foraminífero fóssil da era Cenozóica,
apresentava 19 cm de comprimento, possivelmente o maior tamanho atingido por um
protozoário.
FILO MASTIGOPHORA
Os flagelados são caracterizados pela presença de um ou mais flagelos (e cílios)
compostos de microtúbulos circundados pela membrana plasmática, que através de seu
batimento empurra ou puxa o flagelado. Classicamente, o grupo incluía muitos autótrofos,
(fitoflagelados), tais como os crisomonadinos, euglenóides e Volvocales, que possuem
clorofila além de outros pigmentos e estocam materiais de reserva como óleos, gorduras, e
amido (não glicogênio). Estes grupos são mais propriamente apontados como pertencentes
a vários filos de algas. Os heterótrofos remanescentes (zooflagelados) constituem um
pequeno grupo heterogêneo. Destes, três grupos são especialmente notáveis: (1) os
coanoflagelados marinhos e de água doce, os quais possuem a base do flagelo circundada
por um colarinho de microfilamentos paralelos e os quais podem ter dado origem às
esponjas; (2) os tripanossomatídeos, parasitas sanguíneos de mamíferos, que são
responsáveis pela leishmaniose, doença africana do sono e doença de Chagas; e (3) os
hipermatigotos, simbiontes intestinais das baratas comedoras de madeira e dos cupins, que
digerem a celulose da madeira consumida por seu hospedeiro. A fissão é longitudinal. Os
ciclos de vida envolvendo reprodução sexuada são altamente variáveis.
FILO SARCODINA
Os membros do filo Sarcodina são caracterizados pela presença de extensões fluidas
do citoplasma denominadas pseudópodos, os quais são utilizados na alimentação e, em
alguns, para a locomoção. São dados diferentes nomes aos pseudópodos, dependendo de
sua forma e estrutura. Embora as organelas tenham-se mantido relativamente simples,
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muitos Sarcodina desenvolveram esqueletos complexos. As amebas nuas de água doce,
marinhas e parasitas não têm estruturas esqueléticas especiais e possuem pseudópodos
grandes, comumente tubulares, que são usados para alimentação e locomoção. As amebas
com carapaças (tecamebas), que são na sua maioria restritas à água doce, são cobertas por
uma carapaça composta de material orgânico secretado ou de material mineral estranho
cimentado. Um grande orifício permite a protusão de pseudópodos delicados.Os
foraminíferos, que são principalmente bentônicos, possuem uma carapaça calcária que é
usualmente formada por câmaras múltiplas. Os helizoários são Sarcodina esféricos, com
arranjo radial, flutuantes e bentônicos, na maioria restritos à água doce. Pseudópodos
longos, radiais, semelhantes a agulhas (axópodos) são usados na captura de alimento. Os
radiolários são Sarcodina marinhos planctônicos com corpos esféricos e pseudópodos
radiais, com esqueletos complexos de dióxido de silício ou sulfato de estrôncio dentro do
citoplasma extracapsular, organizados na forma de esferas reticuladas ou espinhos radiais
ou de ambas as formas. Tanto os foraminíferos como os radiolários são contribuintes
significativos para os sedimentos oceânicos profundos.
FILOS SPOROZOA E CNIDOSPORA
Os esporozoários são protozoários parasitas. Algumas espécies possuem estágios
esporóides infectantes a partir do que se derivou o nome esporozoário. O filo Sporozoa
contém as gregarinas que são parasitas de insetos e anelídeos e os coccídios que são
parasitas do intestino e eritrócitos de vertebrados e invertebrados. Plasmodium que é o
agente causador da malária é o parasita mais conhecido entre os coccídios. O complexo
ciclo de vida usualmente envolve fissão (esquizogonia), reprodução sexuada (gamogonia) e
formação de esporos (esporogonia). O filo Cnidospora inclui parasitas amebóides
extracelulares de peixes e intracelulares de insetos. O nome cnidospora é derivado do
esporo o qual contém filamentos que podem ser evertidos. Os esporozoários exibem
relações evolutivas tanto com os flagelados como com os sarcodinos.
FILO CILIOPHORA
Os ciliados compreendem o maior filo dos protozoários. São também os que mais se
parecem com animais e que exibem o maior nível de desenvolvimento de organelas.
Possuem cílios para locomoção e, em muitas espécies, para comer suspensões. A parede
corporal é uma complexa película viva contendo alvéolos, tricocistos e outras organelas
além do conjunto infraciliar (cinetossomos+sistema de fibrilas). Primitivamente, a
superfície corpórea está uniformemente coberta por cílios, os quais funcionam na
locomoção. Houve uma tendência, entretanto, para que este conjunto ciliar somático se
reduzisse ou, então, se tornasse especializado (cirros), e ou membranas ondulantes para
captação de alimentos em suspensão. Além de comer suspensões como bactérias e outras
partículas, alguns ciliados alimentam-se de algas, sendo outros ainda carnívoros,
alimentando-se de outros protozoários e animais microscópicos. O citóstoma e a citofaringe
abrem-se num vacúolo digestivo. Os restos não digeridos são expelidos através de um ânus
celular fixo (o citoprocto). A posição de descarga dos vacúolos contráteis também é
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constante (Paramecium). Os ciliados reproduzem-se assexuadamente por fissão transversal
e sexuadamente por conjugação.
Animais Metazoários - Os metazoários são organismos multicelulares, móveis e
heterótrofos, os quais se desenvolvem a partir de embriões. Os gametas nunca se formam
no interior de estruturas unicelulares sendo, antes, produzidos dentro de orgãos sexuais
muiticelulares ou, pelo menos, no interior de células somáticas. Esta se torna a definição
dos animais ou de todo o Reino Animal no caso de serem os protozoários removidos e
tratados como filos do Reino Protista. Os metazoários compreendem quase tudo o que é
geralmente tido como animal. Sua diversidade é enorme havendo 29 filos - dependendo
de quem está contando - e apenas um deles, Chordata, possui animais que não são
invertebrados.
Filos de Animais Metazoários - As diagnoses seguintes limitam-se apenas às
características mais marcantes. Apenas as classes existentes dos filos maiores estão
listadas. O número entre parênteses refere-se à quantidade aproximada de espécies
descritas.
PARAZOA - Metazoários com tecidos pouco definidos e nenhum orgão.
FILO PLACOZOA (1) Trichoplax adharens. Animal marinho microscópico, achatado,
composto de camadas epitelióides ventral e dorsal que abrigam células mesenquimatóides
frouxamente ligadas.
FILO PORIFERA (10.000 sp.)
Diagnose de uma esponja: sésseis; sem extremidade anterior; primitivamente radiais mas
a maior parte delas é irregular. Boca e cavidade digestiva ausentes; com nível simples de
organização corporal em torno de um sistema de canais e câmaras para a circulação de
água, animal filtrador,
não apresenta quaisquer orgãos ou sistemas de orgãos
especializados.
Habitat: ambiente aquático, a maioria das espécies é marinha.
Exemplo: poríferos usados como esponjas de banho (gênero Spongia)
Dados de anatomia e fisiologia:
Sistema digestivo: ausente (alimento fagocitado por coanócitos)
Sistema circulatório: ausente (difusão de substâncias através dos espaços entre as células).
Sistema respiratório: ausente (trocas gasosas por simples difusão)
Sistema excretor: ausente (excreções lançadas, por difusão, na água circundante)
Sistema nervoso: ausente.
Reprodução: assexuada, por fragmentação e brotamento; sexuada, com desenvolvimento
indireto (anfiblástula).
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EUMETAZOA - Metazoários com boca, orgãos e cavidade digestiva.
Radiata - Animais radiados tentaculados com poucos orgãos. Cavidade digestiva sendo
a boca a principal abertura para o exterior.
FILO CNIDARIA OU COELENTERATA (9.000 sp.)
Diagnose de um celenterado: sésseis ou de vida livre, com tentáculos rodeando a boca.
Células especializadas apresentando organóides urticantes chamados nematocistos
(cnidoblastos). Solitários ou coloniais. Formado por duas camadas celulares (diblástico).
Classes: Hydrozoa. Hidra, hidróides.
Scyphozoa. Medusas.
Anthozoa. Anêmonas-do-mar, corais.
Habitat: Marinhos, poucos de água doce.
Exemplos: Physalia pelagica (caravela), Aurelia aurita (grande medusa marinha) e Hidra
viridis (pequeno pólipo de água doce).
Dados de anatomia e fisiologia:
Sistema digestivo: presente, incompleto (digestão extra e intracelular)
Sistema circulatório: ausente (o alimento é distribuído diretamente da cavidade
gastrovascular)
Sistema respiratório: ausente (trocas gasosas por simples difusão)
Sistema excretor: ausente (excreções lançadas, por difusão, na água circundante)
Sistema nervoso: presente (formando uma rede difusa no corpo)
Reprodução: alguns pólipos têm reprodução assexuada por brotamento; algumas espécies
têm ciclos de vida com alternância de gerações sexuadas (medusas) e assexuadas (pólipos).
FILO CTENOPHORA (90) - Ctenóforos. Vida livre; birradiais, com dois tentáculos e oito
fileiras longitudinais de pentes ciliados (membranelas)
. Marinhos.
Bilateria - Animais com simetria bilateral
Protostômios - Clivagem espiral e determinada; boca originando-se no blastóporo ou
próximo dele.
Acelomados - Área entre a parede do corpo e os orgãos internos preenchida por
parênquima.
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FILO PLATYHELMINTES (12.700 sp.)
Diagnose de um platelminto: animal de corpo achatado dorso-ventralmente; formado por
três tecidos embrionários (triblástico); corpo sem cavidade (acelomado) preenchido por
mesênquima; quando presente, com uma única abertura, a boca; parasitas ou de vida livre.
Classes: Turbellaria. platielmintes de vida livre.
Trematoda. fascíola
Cestoda. tênias
Habitat: Marinhos, de água doce, poucos terrestres.
Exemplos: a planária de água doce (Dugesia tigrina) é um turbelário; o Schistosoma
mansoni (causadosr da esquistossomose) é um exemplo de trematodo e a tênia Taenia
solium (parasita intestinal) é um cestoda.
Dados de anatomia e fisiologia:
Sistema digestivo: presente, incompleto (intestino muito ramificado; digestão extra e
intracelular)
Sistema circulatório: ausente (alimento distribuído pelo intestino muito ramificado)
Sistema respiratório: ausente (trocas gasosas por simples difusão)
Sistema excretor: presente (rede de túbulos com células flama ou solenócitos; poros
excretores na superfície dorsal do corpo)
Sistema nervoso: presente (um par de gânglios cerebrais, ligados a dois cordões nervosos
longitudinais).
Reprodução: em algumas planárias pode haver reprodução assexuada por fragmentação; as
planárias são monóicas com o desenvolvimento direto, sem estágio larval; outras espécies
são dióicas; muitos representantes desse filo são parasitas, alguns com diversos estágios
intermediários.
FILO MESOZOA (50) - Um grupo enigmático de minúsculos parasitas de invertebrados
marinhos. Nenhum orgão; corpo com poucas células.
FILO RHYNCHOCOELA OU NEMERTINA (650) - Nemertinos. Em geral não parasitas.
Corpo longo, dorso-ventralmente achatado com uma complexa probóscide protráctil
armada de ganchos para captura de presa, possuem intestino tubular pérvio. Sistema
circulatório e reprodutor simples. Marinhos; poucos terrestres e de água doce.
FILO GNATHOSTOMULIDA (80) - Minúsculos vermes ciliados acelomados. Região
bucal apresentando peças cuticulares. Trato digestivo provido de ânus.
Animais Pseudocelomados - Blastocelo persistente formando a cavidade do corpo.
Trato digestivo provido de boca e ânus. Coberto por uma cutícula.
FILO ROTIFERA (1.800) - Rotíferos. Extremidade anterior apresentando uma coroa
ciliada; o batimento dos cílios lembra uma roda, extremidade posterior afilada até o pé.
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Faringe contendo peças cuticulares móveis. Microscópicos. Possuem trato digestivo
completo e células-flama. Os machos são diminutos e, em muitas espécies, degenerados ou
desconhecidos. A maioria de água doce, alguns marinhos e alguns habitantes de musgos.
FILO GASTROTRICHA (400) - Gastrótricos. Corpo vermiforme ligeiramente alongado
com superfície ventral ciliada e achatada. Poucos a muitos tubos adesivos presentes, se
movimentam por bandas longitudinais de cílios, cutícula comumente ornamentada.
Microscópicos. Marinhos e de água doce.
FILO KINORHYNCHA (100) - Corpo ligeiramente alongado. Cutícula segmentada
apresentando espinhos curvos. Extremidade anterior com espinhos e retrátil. Menos de 1
mm de comprimento. Marinhos.
FILO NEMATODA (10.000 sp.)
Diagnose de um nematelminte: Helmintos cilíndricos delgados com extremidade anterior
e posterior afiladas, triblástico, cavidade corporal denominada pseudoceloma, cutícula
frequentemente ornamentada. Parasitas e de vida livre. As espécies de vida livre geralmente
têm apenas poucos milímetros ou ainda menos de comprimento.
Habitat: Marinhos, de água doce e habitantes do solo, formas parasitas vivem em diversos
tipos de hospedeiros.
Exemplos: o parasita do intestino humano, Ascaris lumbricoides (lombriga); vermes
intestinais que causam o amarelão (Ancylostoma duodenale e Necator americanus).
Dados de anatomia e fisiologia:
Sistema digestivo: presente, completo (intestino sem ramificações; digestão extra e
intracelular)
Sistema circulatório: ausente (alimento distribuído pelo fluido da cavidade
pseudocelômica)
Sistema respiratório: ausente (trocas gasosas por simples difusão)
Sistema excretor: presente (um par de canais excretores, cujos os poros abrem-se
próximos à boca)
Sistema nervoso: presente (um anel nervoso em torno da faringe, ligado a dois cordões
nervosos longitudinais)
Reprodução: sexuada; em lombriga, os vermes têm sexos separados (dióicos); os ciclos
dos parasitas são bastante complexos, com diversos estágios intermediários.
FILO NEMATOMORPHA (230) - Nematomorfos. Vermes górdios, corpo filiforme
extremamente longo e fino de cor castanha ou preta, e chegam a um metro de comprimento.
Os adultos têm vida livre em solo úmido, água doce e, uns poucos, no mar. Os jovens
(larvas) são parasitas de insetos.
FILO LORICIFERA (32) - Corpo com uma cabeça anterior, eversível ou introverte,
portando nove voltas de espinhos dirigidos para trás ou escálides em forma de dentes e um
cone oral protrátil circundado por 8 ou 9 rígidos estiletes orais, um pescoço curto com
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placas e um tronco coberto por uma lórica cuticular. Intersticiais, marinhos até 8000 metros
de profundidade.
FILO ACANTHOCEPHALA (500) - Pequenos endoparasitas vermiformes de artrópodos.
Probóscide anterior retrátil apresentando espinhos curvos, sem trato digestivo, cabeça
armada com muitos espinhos recurvados.
Animais Celomados Esquizocélicos - Cavidade do corpo é um celoma que se
desenvolve como um esquizocelo ou, se a cavidade está ausente, o celoma foi perdido.
Trato digestivo provido de boca e ânus.
FILO PRIAPULIDA (9) - Animais marinhos providos de uma grande probóscide anterior.
Superfície do corpo coberta com espinhos e tubérculos. Peritônio do celoma bastante
reduzido.
FILO SIPUNCULA (300) - Vermes marinhos cilíndricos. Extremidade anterior retrátil
exibindo lobos ou tentáculos em volta da boca.
FILO MOLLUSCA (100.000 sp.)
Diagnose de um molusco: animal de corpo mole, triblástico, protostomado, cavidade
corporal denominada celoma, com glândula digestiva anexa, superfície ventral modificada
na forma de um pé muscular o qual tem formas variadas; superfícies dorsal e lateral do
corpo modificadas em um manto o qual secreta uma concha, embora esta possa ser
reduzida ou mesmo estar ausente.
CLASSES: Monoplacophora. Pequeno grupo de espécies marinhas de águas profundas.
Corpos aplainados dorsoventralmente, concha em forma de escudo. Vários orgãos repetidos
- 8 pares de músculos retratores, 5 ou 6 pares de brânquias, 6 pares de nefrídeos e 2 pares
de aurículas.
Polyplacophora. Quítons. Corpo aplainado no sentido dorsoventral, cabeça
reduzida, concha composta por 8 placas arranjadas linearmente e superpostas, marinhos.
Aplacophora. Pequeno grupo de moluiscos marinhos aberrantes com corpo
semelhante ao dos vermes, sem conchas.
Gastropoda. Caracóis (Helix)., lesmas, caramujos. Manto e massa visceral
exibem algum grau de torção. Concha tipicamente espiralada. Pé aplainado e cabeça bem
desenvolvida.
Bivalvia ou Pelecypoda. Moluscos bivalves (ostras), mariscos e mexilhões
(Mytilus). Corpo aplainado lateralmente. Concha composta por duas valvas laterais com
charneiras dorsais. cabeça reduzida.
Scaphopoda. Dentálios. Moluscos marinhos escavadores, tendo uma concha
em forma de presa de elefante que se abre em cada extremidade do corpo.
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Cephalopoda. Maioria dos moluscos nadadores, tendo o pé dividido em
tentáculos ou braços. Concha, quando presente, normalmente dividida em câmaras, com o
animal vivo ocupando apenas a mais nova.
SUBCLASSES: Nautiloidea. Maioria dos cefalópodes fósseis com conchas enroladas ou
retas. Nautilus é o único gênero vivo.
Ammonoidea. Cefalópodes fósseis. Conchas enroladas com septo
pregueado.
Coleoidea. Concha interna ou ausente. Lulas (Loligo), polvos (Octopus),
sépsias.
Habitat: animais de vida livre, terrestres e de água doce ou salgada; raras formas parasitas
têm larvas que vivem em brânquias de peixes.
Dados de anatomia e fisiologia:
Sistema digestivo: presente, completo (intestino com regiões diferenciadas e glândula
digestiva associada; digestão predominantemente extracelular, embora também ocorra
intracelularmente)
Sistema circulatório: presente, do tipo vascular aberto (lacunar, com coração e vasos
sanguíneos, nos quais circula o fluido celômico - sangue) ou fechado (cefalópodes,
corações branquiais).
Sistema respiratório: presente (trocas gasosas ocorrem em orgãos especializados, as
brânquias e pulmões; esse sistema está acoplado ao circulatório, pois os gases são
transportados pelo sangue)
Sistema excretor: presente (excreção por meio de nefrídios, 1 par, estruturas
especializadas na remoção de resíduos nitrogenados do metabolismo)
Sistema nervoso: presente (composto por três ou quatro pares de gânglios nervosos,
ligados a nervos que atingem todo o corpo), estatocistos, olhos, tentáculos e osfrádios como
orgãos sensoriais.
Reprodução: sexuada, fecundação é interna com cópula ou externa (primitivos), clivagem
em espiral, existem espécies monóicas (caracol) e dióicas (mexilhão, polvos e lulas); em
alguns casos o desenvolvimento é direto (cefalópodes), e em outros existem estágios
larvais, com larvas trocófora ou véliger como estágio inicial.
FILO EQUIURA (100) - Vermes marinhos cilíndricos com probóscide anterior achatada e
não retrátil. Tronco com um grande par de cerdas ventrais.
FILO ANNELIDA (8.700 sp.)
Diagnose de um anelídeo: vermes segmentados. Corpo vermiforme e metamérico,
triblástico, celomado. Grande cordão nervoso longitudinal ventral simples ou duplo.
Em geral, dentre os invertebrados vermiformes, os anelídeos atingem o maior
tamanho e apresentam a maior diferenciação estrutural. A cabeça, ou ácron, representada
pelo prostômio e contendo massa ganglionar dorsal anterior chamada de cérebro, não é
segmentada e nem tampouco o é o pigídio, a parte terminal do corpo onde se encontra o
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ânus. A formação de novos segmentos num animal metamérico sempre ocorre exatamente
em frente ao pigídio. Os segmentos mais velhos do corpo, são portanto, anteriores e os mais
novos são posteriores.
Locomoção: O fluido celomático funciona como um esqueleto hidráulico contra os quais
os músculos longitudinais e circulares agem para mudar a forma do corpo. Ondas de
contração peristáltica percorrem o corpo causando o alongamento e depois o encurtamento
de um número de segmentos contidos nas ondas. Cerdas quitinosas laterais, dispostas aos
pares em cada segmento, aumentam a tração com o susbstrato, já os poliquetos se utilizam
dos parapódios.
CLASSES: Polychaeta. Anelídeos marinhos (cerca ce 5300 sp), presença de parapódios
laterais, um prostômio bem desenvolvido que contém olhos, antenas e um par de palpos, na
parte anterior dos vermes. Poliquetos Pelágicos, Tubícolas, Cavadores, Perfuradores,
Comensais e raras espécies Parasitas. ex. arabelídeos que vivem no celoma de outros
poliquetos.
Oligochaeta. Anelídeos de água doce e minhocas terrestres (3100 sp), parapódios ausentes
e o prostômio é geralmente um pequeno lobo arredondado ou um pequeno cone sem
apêndices sensoriais. Oligoquetos Cavadores, Arborículas, Comensais e pelo menos um é
Parasita. ex. o naidídeo Schmardaella vive nos ureteres de pererecas. O clitelo é uma
estrutura reprodutora característica dos oligoquetos, inclui alguns segmentos adjacentes nos
quais a epiderme se apresenta bastante intumescida, com glândulas unicelulares que
formam um cinturão que envolve parcial ou totalmente o corpo do verme, da porção dorsal
para baixo. Copulação é a regra, gonóporos fazem a transferência dos espermatozóides e
óvulos, com formação de casulo.
Hirudinea. Sanguessugas (cerca de 500 sp). Corpo achatado dorso-ventralmente e
frequentemente afilado na parte posterior, com os segmentos de ambas as extremidades
modificados para formar ventosas, metameria reduzida, o número de segmentos diferindo
dos outros anelídeos é fixo em 34, não existem cerdas, na porção dorsal a cabeça possui
diversos olhos. O ânus se abre dorsalmente em frente a ventosa. Perda de um celoma
distinto. Presença de uma probóscide muscular para introduzir no hospedeiro. Presença de
pênis na transferência de espermatozóides, que são introduzidos na vagina a qual
provavelmente atua também como centro de armazenamento.
Habitat: Marinhos, terrestres e de água doce.
Exemplos: um oligoqueto terrestre bem conhecido é a minhoca-louca Pherectina e a
minhoca terrestre Lumbricus terrestris; um exemplo de poliqueto marinho são as espécies
do gênero Nereis e um hirudíneo de água doce é a sanguessuga Hirudo medicinalis e a
gigante Haementeria ghilhiani, da Amazônia, com 30 cm de comprimento.
Dados de anatomia e fisiologia:
Sistema digestivo: presente, completo (intestino com regiões diferenciadas - faringe, papo,
moela - digestão extracelular), predadores e/ou parasitas (faringe probóscide), herbívoros,
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onívoros, saprófagos, pastadores, comedores de depósitos seletivos, com. de dep.
não-seletivos, filtradores de suspensões.
Sistema circulatório: presente, do tipo fechado (presença de vaso pulsáteis - corações
laterais; sangue dotado de pigmentos respiratórios - hemoglobina por exemplo)
Sistema respiratório: nas minhocas terrestres, de água doce e nas sanguessugas (trocas
gasosas ocorrem pela superfície corporal, rede capilar bem irrigada de sangue) e, em
estruturas muito variáveis chamadas de brânquias nos poliquetos.
Sistema excretor: presente (excreção por meio de nefrídios, característicamente um par
por metâmero, estruturas especializadas na remoção de resíduos nitrogenados do
metabolismo)
Sistema nervoso: presente (composto por uma cadeia nervosa ventral, com um par de
gânglios por segmento; gânglios cerebróides bem desenvolvidos). Em todos os
representantes do grupo existem orgãos sensoriais como: terminações nervosas livres,
células sensoriais com cílios terminais e células fotorreceptoras, olhos e papilas sensoriais.
Reprodução: sexuada, com cópula e formação de casulo, existindo espécies monóicas
(minhocas) e dióicas (certos poliquetos marinhos); em alguns casos o desenvolvimento é
direto, e em outros existem estágios larvais, ocorre em algumas espécies de poliquetos,
regeneração. Com larva do tipo trocófora.
FILO POGONOPHORA (80) - Animais de águas marinhas profundas com um longo corpo
no interior de um tubo quitinoso. Extremidade anterior do corpo apresentando de um a
muitos tentáculos. Trato digestivo ausente.
FILO TARDIGRADA (400) - Tardígrados. Animais microscópicos segmentados. Corpo
cilíndrico curto apresentando quatro pares de pernas curtas e grossas que terminam em
garras. Habitam a água doce e ambientes terrestes (em líquens e musgos); alguns são
marinhos.
FILO ONYCHOPHORA (70) - Terrestres, segmentados, vermiformes com um par de
antenas anteriores e muitos pares de curtas pernas cônicas não articuladas que terminam em
garras. Corpo coberto por uma fina cutícula. Gênero Peripatus.
FILO ARTHROPODA (923.000 sp.)
Introdução: O filo Arthropoda (gr. arthros, articulação + podos, pé) é um vasto conjunto
de animais que inclui os caranguejos, camarões, cracas e outros crustáceos (Subfilo
CRUSTACEA), os insetos (Classe INSECTA), as aranhas, escorpiões, carrapatos e seus
afins (Classe ARACHNIDA), as centopéias e lacraias (Classe CHILOPODA), os
piolhos-de-cobra ou embuás (Classe DIPLOPODA) e outros menos conhecidos como os
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Límulos (Classe MEROSTOMATA) e formas fósseis como os trilobitas (Subfilo
TRILOBITOMORPHA). Foram descritos pelo menos três quartas partes de um milhão de
espécies, o que representa três vezes o número de todas as outras espécies animais. A
enorme diversidade de adaptação dos artrópodos têm-lhes permitido sobreviver em
praticamente todos os habitats; pois domina todos os ecossistemas terrestres e aquáticos em
número de espécies ou de indivíduos ou em ambas; a maior parte da energia desses
sistemas passa pelo corpo dos artrópodos. Este é o único dos grandes filos dos
invertebrados com muitos membros adaptados à vida terrestre, independente de ambientes
úmidos; e os insetos são os únicos invertebrados capazes de voar.
Os artrópodos ocorrem em latitudes acima de 6.000 metros em montanhas e
crustáceos a profundidades de mais de 9.500 metros no mar. Este filo representa a
culminação do desenvolvimento evolutivo nos protostômios. Estes animais tiveram origem
a partir de um tronco primitivo de poliquetos ou de um ancestral comum a ambos; as
relações entre os artrópodos e os anelídeos se manifestam nos seguintes aspectos:
1. Os artrópodos como os anelídeos são metaméricos . A metameria é
evidente no desenvolvimento embrionário de todos os artrópodos e é um caráter visível em
muitos adultos especialmente das espécies mais primitivas.
2. Primitivamente, cada segmento de artrópodo é portador de um par de
apêndice. Observa-se esta mesma disposição nos poliquetos, nos quais cada metâmero
possui um par de parapódios.
3. A organização do sistema nervoso segue, em ambos os grupos, um
plano básico idêntico. Em ambos, o cérebro dorsal anterior é seguido de um cordão
nervoso ventral com expansões ganglionares em cada segmento.
4. O desenvolvimento embrionário de alguns artrópodos apresenta
ainda, uma clivagem holoblástica determinada e o mesoderma nestas formas
tem origem no blastômero 4d.
Diagnose de um artrópodo: Simetrial bilateral, 3 folhetos germinativos, corpo geralmente
metamérico, com apêndices articulados e encerrado em um exoesqueleto quitinoso. Celoma
vestigial. Marinhos, terrestres e de água doce.
Características dos Artrópodos:
EXOESQUELETO
Apesar dos artrópodos apresentarem estas características dos anelídeos, eles
sofreram modificações profundas e distintas no curso de sua evolução. A característica
notável dos artrópodos, e à qual muitas outras mudanças estão relacionadas, é o
exoesqueleto quitinoso ou cutícula, que cobre o corpo todo. O movimento é possível graças
à divisão da cutícula em placas separadas. Primitivamente, estas placas estão confinadas
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aos segmentos, e as placas vizinhas estão conectadas por meio de uma membrana articular,
uma região na qual a cutícula é muito delgada e flexível. Basicamente, a cutícula de cada
segmento está dividida em quatro placas primárias: um tergo dorsal, duas pleuras laterais e
um esterno ventral. Este padrão desapareceu em muitos casos, seja por fusão secundária,
seja por subdivisão.
O exoesqueleto cuticular dos apêndices, como o do corpo, encontra-se dividido em
segmentos tubulares, unidos entre si por membranas articulares, criando deste modo, uma
articulação em cada ponto de união. Estas articulações tornam possíveis os movimentos dos
segmentos dos apêndices e do corpo (e daí o nome do filo Arthropoda: pés articulados). Na
maioria dos artrópodos, a membrana articular entre os segmentos do corpo forma uma
dobra por baixo do segmento anterior. Em alguns artrópodos, o desenvolvimento adicional
de côndilos e alvéolos articulares lembra estruturas esqueléticas dos vertebrados.
O esqueleto dos artrópodos é secretado pela camada subjacente de células epiteliais
tegumentares, conhecida como hipoderme. A epicutícula é composta de proteínas e, em
muitos artrópodos, de cera. A procutícula completamente desenvolvida consta de uma
exocutícula e uma endocutícula. Ambas as camadas são compostas de quitina e proteínas
ligadas para formar uma glicoproteína complexa, mas a exocutícula, além disso, é curtida,
isto é, com a participação de fenóis sua estrutura molecular é estabilizada ainda mais pela
formação de ligações cruzadas complementares. A exocutícula está ausente nas articulações
e ao longo das linhas pelas quais o esqueleto se abrirá durante a muda. Nos crustáceos
ocorre deposição de carbonato de cálcio e fosfato de cálcio na procutícula.
Apesar das vantagens locomotoras e de suporte de um esqueleto externo, ele
apresenta problemas ao animal em crescimento. A solução para este problema,
desenvolvida pelos artrópodos consiste no desprendimento periódico do exoesqueleto,
processo chamado de muda ou ecdise. A camada epidérmica (hipoderme) se desprende do
esqueleto e secreta uma nova epicutícula. A hipoderme secreta agora enzimas-quitinase e
protease - que passam através da nova epicutícula e digerem a endocutícula não curtida. As
inserções musculares e as conexões nervosas não são afetadas e o animal pode continuar a
se mover. Após a digestão da endocutícula, a epiderme secreta uma nova procutícula. Neste
momento o animal está alojado em dois esqueletos, um velho e um novo, o velho esqueleto
se rompe agora ao longo de linhas predeterminadas e o animal sai do envoltório antigo.
Enquanto a nova cutícula ainda estiver mole e expansível, o artrópodo expande seu corpo
através de bombeamento de ar ou água, os quais depois são substituídos por um real
crescimento de tecidos.
Os estágios entre as mudas são conhecidas como instars e a duração dos instars se
torna maior à medida que o animal envelhece. Alguns artrópodos, como as lagostas e a
maioria dos caranguejos, continuam sofrendo mudas durante toda a vida. Outros
artrópodos, tais como os insetos e as aranhas, têm um número mais ou menos fixo de
instars, alcançando o último com a maturidade sexual. Proteínas e outros compostos
orgânicos são sintetizados durante o período da intermuda, repondo fluídos absorvidos após
a ecdise. Todo o ciclo da muda é controlado pelo sistema endócrino. Pelo menos dois
hormônios atuam nele, a ecdisona (secretada pelas glândulas protorácicas em insetos) que
inicia o ciclo, e um outro que inibe a muda.
CLASSIFICAÇÃO
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SUBFILO TRILOBITOMORPHA - Trilobitos. Um par de antenas; todos os
outros apêndices pós-orais similares, corpo dividido por dois sulcos longitudinais em três
lobos; cabeça distinta; abdome com 2 a 29 segmentos e uma placa caudal fundida; todos os
segmentos, exceto o último, com extremidades bi-remes; marinhos; dominantes do
Cambriano ao Permiano a cerca de 600 milhões de anos atrás.Ex. Triarthrus.
SUBFILO CHELICERATA - (gr. chele, garra + keros, corno) Sem antenas, ou
mandíbulas (caráter distintivo); os primeiros apêndices pós-orais são um par de quelíceras
para apreensão de alimento, geralmente seguido por um par de pedipalpos. Corpo composto
de cephalotórax (prossoma) tipicamente contendo 6 pares de extremidades (quelíceras,
pedipalpos e 4 pares de pernas locomotoras) todas no cefalotórax e abdome (opistossoma)
distintos, (exceto em ACARINA); peças bucais e trato digestivo adaptados principalmente
para sugar, alguns com glândulas venenosas (algumas aranhas e escorpiões); a maioria das
espécies é terrestre e solitários, predadores de vida livre ou parasitos.
CLASSE MEROSTOMATA - cefalotórax largamente ligado ao abdome, no qual há
5 ou 6 pares de extremidades; com olhos compostos laterais; aquáticos. Limulus, Límulos;
Eurypterus, euriptéridos fósseis.
CLASSE ARACHNIDA. Escorpiões, aranhas e ácaros. (63.000 sp.)
Introdução: Os aracnídeos constituem o grupo de maior sucesso entre os quelicerados e
compreendem as classes mais amplas e, do ponto de vista humano, as mais importantes
entre os quelicerados; incluem muitas formas comuns e familiares, tais como as aranhas,
escorpiões, ácaros e carrapatos. Com poucas excessões são terrestres, mas acredita-se que
evoluíram de formas aquáticas semelhantes aos euriptéridos. O registro fóssil inclui
escorpiões aquáticos datando do período Siluriano. A transição pra uma existência terrestre
provavelmente ocorreu cedo na história geológica e eles podem ter sido os primeiros deste
filo a habitar a terra seca. Como resultado desta transição ocorreram certas modificações na
anatomia e fisiologia do grupo. Uma das modificações ocorreu no sistema reprodutor para
evitar a perda de água. A fecundação tornou-se interna e os ovos são protegidos da
dessecação pela deposição em cavidades úmidas, pela retenção na fêmea (viviparidade) ou
pela presença de um envoltório externo. Formas larvais livre-natantes não são possíveis e
os estágios larvais ocorrem no interior do ovo, necessitando grandes quantidades de vitelo
ou sendo parasitas de outros animais. Outras adaptações incluem o desenvolvimento de um
exoesqueleto mais impermeável para reduzir a perda de água e a transformação das
brânquias foliáceas originais em pulmões foliáceos ou em um sistema traqueal de
respiração aérea. Além disso, os apêndices adaptaram-se melhor para locomoção terrestre.
Por outro lado, uma vez estabelecida a existência terrestre, um grande número de inovações
evoluiu de forma independente ao longo de diferentes linhas. O desenvolvimento de
glândulas produtoras de seda por parte das aranhas, dos pseudo-escorpiões e de alguns
ácaros, e de glândulas produtoras de veneno em escorpiões, aranhas e pseudo-escorpiões
são 2 exemplos de inovações evolutivas.
Diagnose de um aracnídeo: dois pares de peças bucais (quelíceras e pedipalpos) e quatro
pares de pernas, espécies em sua maioria terrestres, diferindo assim das outras classes de
quelicerados, - os Merostomata e Pycnogonida.
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS PRINCIPAIS ORDENS DE ARACNÍDEOS
ORDEM SCORPIONES (cerca de 800 sp) - Os escorpiões são geralmente de hábitos
crípticos e de vida noturna, ocultando-se durante o dia debaixo de troncos e pedras e em
galerias no solo, apesar de existirem espécies associadas com a vegetação. Frequentemente
são encontrados próximos a moradias e o costume que existe de inspecionar os sapatos,
pela manhã representa uma precaução oportuna. Muitas espécies de escorpiões necessitam
de um ambiente úmido e vivem em florestas pluviais tropicais e habitats similares. São
aracnídeos grandes, a maioria variando de 3 a 9 cm de comprimento. A menor espécie é
Microbuthus pusillus, que mede apenas 13 mm, e a maior é Pandinus africano de 18 cm de
comprimento. Entretanto, sabe-se que alguns escorpiões do Carbonífero alcançaram
comprimentos de 44 e 86 cm.
Morfologia - O corpo do escorpião consiste de um prossomo coberto por uma carapaça
única e de um abdome longo que termina em um aguilhão pontiagudo. O prossomo é
relativamente curto e tem 4 lados; no meio da carapaça dorsal existe um par de grandes
olhos medianos, cada um situado sobre um pequeno tubérculo. Além disso, de 2 a 5 pares
de pequenos olhos laterais estão presentes ao longo da borda lateral anterior da carapaça,
exceto em algumas espécies de cavernas. As coxas das pernas ocupam a maior parte da
superfície ventral, exceto uma placa central, o esterno.
As quelíceras são pequenas, triarticuladas e queladas, projetando-se em direção
anterior desde a parte frontal da carapaça. Os pedipalpos são bastante grandes e formam um
par de pinças destinadas a capturar presas. Cada uma das pernas termina em 2 pares de
garras. O abdome é composto por um pré-abdome de 7 segmentos e de um pós-abdome de
5 segmentos estreitos de maneira que as duas regiões se acham nitidamente diferenciadas.
Os opérculos genitais estão localizados atrás do esterno no lado ventral do primeiro
segmento abdominal.
Atrás das placas genitais e inserido no segundo segmento abdominal destaca-se um
par de apêndices sensoriais conhecidos como pentes que são peculiares dos escorpiões.
Aguilhão e Veneno - O aguilhão está preso à parte posterior do último segmento e consta
de uma base bulbar e uma ponta curva aguda que injeta o veneno. O veneno da maioria dos
escorpiões, embora suficientemente tóxico para matar muitos invertebrados, não é
prejudicial ao homem, no máximo, a picada é equivalente a de uma vespa. Entretanto,
existem certas espécies que possuem um veneno (neurotóxico) que pode matar o homem,
como o dos gêneros Androctonus e Centuroides. A ação do veneno é muito dolorosa e pode
causar paralisia dos músculos respiratórios ou parada cardíaca em casos fatais.
Alimentação - Os escorpiões são absolutamente carnívoros e alimentam-se de
invertebrados, principalmente insetos. A presa é capturada e segurada pelas grandes pinças,
enquanto é morta ou paralizada pelo aguilhão, transferida para as quelíceras, as quais a
maceram lentamente e as enzimas secretadas pelo intestino médio são vertidas sobre os
tecidos dilacerados da presa, que em seguida é digerida rapidamente, resultando em um
líquido parcialmente digerido que é bombeado ao intestino anterior, em seguida parte deste
é absorvido pelo intestino médio e em seguida após completar a digestão externa através de
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enzimas secretadas o alimento chega ao mesêntero que se estende à parte posterior do
abdome, onde se liga ao ânus no intestino posterior.
Circulação - O sistema circulatório é aberto (lacunar), dorsal e formado por um coração
dorsal, de forma tubular, o qual envia sangue pelos vasos a todas as partes do corpo. Nas
lacunas corporais ocorrem as trocas entre o sangue e as células. A hemolinfa dos aracnídeos
possui o pigmento respiratório hemocianina, responsável pelo transporte do gás oxigênio.
Respiração - As trocas gasosas são realizadas apenas pelos pulmões foliáceos. A difusão
dos gases ocorre entre o sangue circulante no interior da lamela e o ar dos espaços
interlamelares, que se abrem de uma câmara (átrio) em aberturas chamadas de estigmas.
Excreção - A guanina é o mais importante produto de excreção nitrogenda dos aracnídeos.
A excreção ocorre através da ação de dois pares de túbulos de Malpighi e um único par de
glândulas coxais, que se abrem na coxa do terceiro par de pernas.
Reprodução e história de vida - Exibem pouco dimorfismo sexual, apesar dos machos
poderm ser um pouco maiores que as fêmeas. A característica mais útil na distinção sexual
é o gancho presente nas placas operculares do macho. Os túbulos ovarianos encontram-se
entre os divertículos do intestino médio, no pré-abdome, equivalendo ao sistema reprodutor
masculino também. Antes do acasalamento, os escorpiões executam um longo ritual de
corte. Todos os escorpiões são ovovivíparos ou autenticamente vivíparos, isto é, incubam
seus ovos no trato reprodutivo feminino. Os ovos da espécies ovovivíparas são grandes,
telolécitos e exibem uma clivagem meroblástica; o desenvolvimento ocorre no lúmen dos
túbulos ovarianos, enqunto que os ovos das vivíparas possuem pouco vitelo e apresentam
clivagem total e igual. Através de uma estrutura análoga a um cordão umbilical dos
mamíferos, o embrião recebe substâncias nutritivas. O desenvolvimento prolonga-se
durante vários meses com produção de 6 a 90 jovens, dependendo da espécie. Ao nascer, os
jovens têm poucos milímetros de comprimento e imediatamente se arrastam sobre o dorso
da mãe, onde permanecem até a primeira muda. Abandonam a mãe gradualmente e após
cerca de um ano e com cerca de 7 mudas tornam-se adultos.
ORDEM ARANEAE - Com exceção talvez do grupo Acarina, que compreende os ácaros
carrapatos, as aranhas constituem a ordem mais ampla de aracnídeos. Foram descritas
aproximadamente 32.000 espécies e isto representa, provavelmente, apenas uma parte do
número real. Muitas adaptações das aranhas tornam-nas animais especialmente
interessantes: a grande variedade de usos aos quais se destina a seda em diferentes famílias;
seus hábitos alimentares; a utilização de veneno; a visão bem desenvolvida em algumas
aranhas caçadoras e as modificações dos pedipalpos, no macho, para formar um orgão
copulador.
Morfologia - As aranhas variam de tamanho desde pequenas espécies com menos de 0,5
mm de comprimento até os grandes megalomorfos tropicais (chamados tarântulas,
caranguejeiras ou aranhas-macaco em diferentes partes do mundo) que medem 9 cm,
podendo a extensão das pernas ser muito maior. A carapaça convexa geralmente possui 8
olhos anteriores. Um grande esterno está presente na superfície ventral e uma pequena
21
placa mediana, conhecida como lábio está fixa diretamente em frente do esterno.Cada
quelícera é de tamanho moderado e consiste de dois segmentos, um basal, largo e robusto, e
um terminal em forma de garra ou ferrão. Os pedipalpos da fêmea são curtos e semelhantes
a pernas, mas no macho eles se modificaram, formando orgãos copuladores. As pernas, de
tamanho variável, geralmente constam de 8 segmentos: uma coxa basal, um trocânter
pequeno, um fêmur longo, uma patela curta, uma tíbia longa, e um metatarso e um pequeno
pré-tarso distal que termina em 2 ou 3 garras. O abdome globoso ou alongado não é
segmentado, salvo em alguns grupos de aranhas primitivas. As aberturas reprodutoras e os
estigmas dos pulmões foliáceos estão localizados em uma depressão transversal conhecida
como sulco epigástrico. Na extremidade do abdome destaca-se um grupo de apêndices
modificados conhecidos como fiandeiras, orgãos especializados na produção de seda,
responsáveis pelas teias de aranha.
Seda - A seda das aranhas é uma proteína composta de glicina, alanina, serina e tirosina e é
similar à seda das lagartas. A maioria das aranhas produz mais de um tipo de seda e os
vários tipos são secretados por 2 a 6 tipos diferentes de glândulas sericígenas. A seda
desempenha um importante papel na vida das aranhas e é utilizada para capturar presas,
como fio de guia, construção de ninhos, envolvimento dos ovos, proteção, comunicativa,
etc.
Alimentação - As aranhas como a maioria dos outros aracnídeos, são predadores e
alimentam-se em grande parte de insetos, embora pequenos vertebrados possam ser
capturados por espécies grandes de aranha. As aranhas picam sua presa com as quelíceras,
que podem também macerar os tecidos durante a digestão. Estas quelíceras são providas de
veneno que se abrem na ponta da garra. O veneno da maioria das aranhas não é tóxico ao
homem, mas algumas espécies têm picadas perigosas. Entre estas figuram as várias
espécies de viúvas-negras (Latrodectus), que são encontradas em quase todo o mundo, e
seu veneno é neurotóxico.As aranhas-marrons, do gênero Loxosceles, possuem um veneno
hemolítico. No Brasil meridional, um ctenídeo, Phoneutria e uma aranha do gênero Lycosa
têm veneno que causa necrose. As caranguejeiras megalomorfas norte-americanas, apesar
de seu tamanho e reputação não são venenosas, mas a sul-americana Trechona tecedora de
teias em forma de funil, são perigosas. Outras do Novo Mundo possuem cerdas de defesa
urticantes no abdome.
Circulação - O sistema circulatório das aranhas é similar ao dos escorpiões, embora varie
em comprimento e em número de óstios. Estas variações estão aprentemente realcionadas à
natureza dos orgãos de trocas gasosas.
Respiração - Os orgãos de trocas gasosas nas aranhas adotam duas formas, pulmões
foliáceos e traquéias. As aranhas consideradas primitivas, como as migalomorfas, não
possuem traquéias mas têm dois pares de pulmões foliáceos derivados dos segundo e
terceiro segmentos abdominais. Quase todas as outras aranhas possuem apenas um par de
pulmões foliáceos, já que o par posterior converteu-se em traquéias, com a fusão das
aberturas traqueais formando um só estigma.
Excreção - As glândulas coxais em muitas aranhas, foram reduzidas notavelmente do
ponto de vista como orgãos excretores. Os dois túbulos de Malpighi que estão ligados à
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câmara cloacal na parte posterior do abdome são mais importantes funcionalmente como
orgãos excretores. Os resíduos de guanina são excretados não apenas pelas células dos
túbulos de Malpighi mas também pela parede cloacal.
Orgãos Sensoriais - Os olhos de algumas aranhas ultrapassam todos os outros arcnídeos
em grau de desenvolvimento. Geralmente, existem 8 olhos dispostos em 2 fileiras de 4 cada
uma ao longo da borda anterior dorsal da carapaça. Em algumas não existem orgãos
visuais. Pêlos tubulares quimiossensíveis nas extremidades dos apêndices, tricobótrios
(distância da presa), orgãos sensoriais em fenda (vibrações), e orgãos tarsais (olfativos).
Reprodução e história de vida - Os ovários da fêmea consistem de 2 alongados sacos
paralelos localizados na parte ventral do abdome. Associados à vagina e ao útero existem 2
ou mais receptáculos seminais e glândulas. A fertilização ocorre na época da postura de
ovos, tendo o acasalamento ocorrido algum tempo antes. Os testículos consistem de dois
grandes tubos situados ventralmente ao longo de cada lado do abdome. Os orgãos
copuladores dos machos estão ligados à abertura do ducto espermático mas estão
localizados nas extremidades dos pedipalpos. Os hábitos predatórios das aranhas, como em
outros arcnídeos, faz com que o reconhecimento do parceiro sexual seja muito importante e
em muitas espécies houve o desenvolvimento de padrões muito complexos de
comportamento pré-copulatório, com os estímulos químicos e táteis diversificando as
formas de corte entre as espécies da ordem. Várias posições copulatórias, caracterizam
famílias diferentes. Algum tempo depois da copulação, a fêmea põe ovos em número que
pode chegar até 3.000, em vários casos dependendo da espécie. Os jovens eclodem dentro
da ooteca e lá permanecem até sofrerem a primeira muda.
ORDEM ACARIFORMES - Inclui ácaros e carrapatos, é sem dúvida a mais importante
das ordens de aracnídeos do ponto de vista da economia humana. Numerosas espécies são
parasitas do homem, de seus animais domésticos e suas plantações; outras destroem
alimentos e outros produtos. Foram descritas 25.000 espécies de ácaros até esta data.
Muitas espécies vivem livremente e outras são parasitas somente por um breve período do
seu ciclo de vida.
Os membros desta ordem são tão diversificados morfologicamente e apresentam tão
poucas características que nos permitem unificá-los que os acarologistas consideram esta
ordem como polifilética, tendo surgido de pelo menos dois diferentes aracnídeos ancestrais.
Isto torna uma discussão geral muito difícil e deve compreender-se que existem exceções
para quase toda a afirmação.
Morfologia - A maioria das espécies de ácaros adultos tem em média 1 mm ou menos de
comprimento, apesar de muitos serem muito maiores chegando a 3 cm de comprimento. A
característica mais notável é a aparente falta de divisões do corpo. A segmentação
abdominal desapareceu e o abdome fundiu-se imperceptivelmente com o prossomo.
Coincidindo com esta fusão, o corpo todo tornou-se coberto de um só escudo (ou carapaça)
esclerosado em muitas formas. Outra característica geral do grupo é a mudança que ocorreu
na região da cabeça portadora das peças bucais, região que recebe o nome de capítulo ou
gnatossomo.
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Alimentação - Os ácaros exibem uma enorme diversidade e especialização de dietas e
hábitos alimentares apesar de, em geral terem conservado o hábito aracnida de ingerir
líquidos, e quandi se alimentam de alimentos sólidos, há uma digestão externa inicial e
liquefação.
Excreção - Consistem de 1 a 4 pares de glândulas coxais, ou um par de túbulos de
Malpighi, ou ambos. O intestino médio dos ácaros, como o das aranhas, tomou a seu cargo
uma função excretora.
Circulação - É reduzida e, exceto em alguns grupos, consiste apenas de uma rede de
lacunas. A circulação resulta, provavelmente, da contração dos músculos do corpo.
Respiração - Embora em alguns ácaros os orgãos de trocas gasosas tenham desaparecido
por completo, a maioria dos ácaros possui traquéias. Os estigmas variam em número de 1 a
4 pares, localizadso na metade anterior do corpo.
Orgãos sensoriais - As cerdas são provavelmente , os mais importantes dos orgãos
sensoriais. Os olhos estão presentes muito raramente, em Trombidiformes são bem
desenvolvidos e em alguns ácaros aquáticos podem ter 5 olhos. É frequente a presença de
fendas e depressões inervadas.
Reprodução e desenvolvimento - O sistema reprodutor masculino consiste de um par de
testículos lobulados, localizados na região média do corpo, sendo às vezes muito
volumosos. Presença de um gonóporo mediano ou um pênis quitinoso. Na fêmea,
geralmente há um único ovário de tamanho variado, que é ligado ao orifício genital através
de um oviduto. Na maioria dos ácaros os espermatozóides são transferidos diretamente.
Após um período de incubação de 2 a 6 semanas, uma larva de seis pernas eclode do ovo. O
jovem recém-eclodido difere do adulto por não ter o quarto par de pernas (adquirido após
uma muda: protoninfa, deutoninfa, tritoninfa e adulto) e alguns outros caracteres. A vida
em média é mais curta do que em outros aracnídeos.
CLASSE PYCNOGONIDA. Geralmente pequenos ou diminutos; corpo curto, fino; boca
sugadora em longa probóscide; patas extremamente alongadas, marinhos. Pycnopogonum,
Pantópodos.
SUBFILO CRUSTACEA - Com dois pares de antenas e um par de mandíbulas. Tronco
variável. Principalmente aquáticos.
Introdução: (lat. crusta, carapaça dura), incluem as cracas, lagostins, camarões,
caranguejos e seus afins. A maioria é marinha, aparecendo em todos os habitats oceânicos,
mas muitos vivem em água doce ou salobra e poucos, como os tatuzinho-de-quintal,
encontram-se em lugares úmidos na terra. A grande maioria das espécies é de vida livre,
porém, a maioria dos microcrustáceos são ectoparasitas de peixes e algumas espécies
gregárias ocorrem em vastos "cardumes". As cracas são sésseis ou parasitas, outros
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crustáceos são comensais ou parasitos de vários animais aquáticos, de hidróides até baleias.
Algumas espécies parasitas são de tal forma modificadas que sua posição de crustáceo é
mostrada somente em seus estágios larvais. Os Crustáceos constituem o grupo dos
artrópodos que é dominante no ambiente aquático. Também são um grupo muito antigo
com fósseis que datam desde o Cambriano, que retêm muitas formas primitivas viventes.
Esta grande diversidade de forma, a presença de muitas formas primitivas e a grande
radiação adaptativa refletem-se na taxonomia do grupo.
Dados de anatomia e fisiologia:
Morfologia Geral: Cabeça com 5 segmentos fundidos, 2 pares de antenas, 1 par de
mandíbulas laterais para mastigação e 2 pares de maxilas; tórax com 2 a 60 segmentos,
distintos ou diversamente fundidos; segmentos abdominais geralmente distintos, com telso
na extremidade; frequentemente com uma carapaça sobre a cabeça e partes do tórax, como
um escudo dorsal ou como 2 valvas laterais; extremidades pares diversamente modificadas,
algumas geralmente birremes.
Alimentação: Boca, esôfago, estômago (câmara cardíaca com 3 dentes fortemente
calcificados, câmara pilórica com muitas cerdas), intestino médio, intestino tubular e ânus.
Glândulas digestivas (2 grandes, hepatopâncras ou "fígado" que secreta enzimas digestivas,
armazena glicogênio, gordura e cálcio). O alimento inclui larvas vivas de insetos, vermes,
crustáceos, pequenos caramujos, peixes e girinos, além de alguma matéria animal morta. As
espécies cavadoras subsistem extensamente de caules ou raízes de plantas e outras espécies
usam alguns destes materiais.
Circulação: Coração, seio pericárdico medianodorsal, 3 pares de válvulas (ostíolos), 6
artérias distribuindo sangue bombeado do coração para o resto do corpo. Das artérias mais
finas, o sangue (incolor, hemocianina, corpúsculos amebóides) corre para os espaços
abertos ou seios, entre os orgãos do corpo, de onde é coletado em um grande seio esterno e
passa para canais aferentes que o conduzem às brânquias, onde ocorrem as trocas gasosas
CO2 - O2, de onde retorna em direção ao seio pericárdico medianodorsal.
Respiração: Através de brânquias (podobrânquias, artrobrânquias, pleurobrânquias) que
são projeções delicadas e plumosas da parede do corpo, contendo canais sanguíneos,
encerradas em uma câmara branquial, coberta por um branquiostegito, e aberta
ventralmente em ambas as extremidades. Escafognatito bombeia água para os filamento
branquiais.
Excreção: Duas grandes glândulas verdes, ventrais na cabeça e anteriores ao esôfago,
com uma região glandular e um ducto ventral, de onde é excretada a amônia. As cavidades
dos orgãos excretores e genitais são chamados de hemocelo.
Sist. Nervoso / Orgãos Sensoriais: Sistema nervoso ventral, com gânglios supraesofágicos
"cérebro", um par de conectivos periesofágicos unidos aos gânglios subesofágicos na
extremidade anterior do cordão nervoso ventral duplo. Nervos destes gânglios passam para
as glândulas verdes, músculos e outros orgãos. A maior parte do corpo é sensível ao toque
em função de numerosos pêlos tácteis ligados a nervos sensitivos. O sentido químico
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(gustação + olfato) reside em pêlos das antênulas, antenas, peças bucais e extremidades das
quelas. O sentido do equilíbrio ou orientação à gravidade deve-se ao estatocisto no artículo
basal de cada antênula ligados ao nervo "auditivo". Olhos compostos com córnea, milhares
de facetas, omatídios repousam sobre uma membrana basal, ligada a uma fibra nervosa,
através de 4 gânglios ópticos, ao nervo óptico, o qual se une ao cérebro. A imagem é
formada em mosaico, e há indícios que seja composta de diferentes cores.
Muda: Pré-muda (proecdise), muda (ecdise), pós-muda (metaecdise) e intermuda (período
inativo de armazenamento de reservas e crescimento). Nos lagostins adultos 2 vezes por
ano e nos jovens de 2 em 2 semanas.
Autotomia: Capacidade de auto-amputação das pernas torácicas em um plano definido de
ruptura com o objetivo de fuga.
Reprodução: Sexos separados, os testículos e os ovários são estruturas ocas e trilobadas
em ambos os sexos e localizados embaixo do seio pericárdico. Presença de cópula,
fecundação geralmente interna ou externa, eclosão no lagostim quase idêntico aos genitores
ocorre após 5 ou mais semanas. Em camarões as larvas que eclodem são chamadas de
náuplio (corpo não segmentado e 3 pares de extremidades), que após mudas alcançam os
estágios de metanáuplio e protozoea (7 pares de extremidades e segmentos iniciais), e a
útima forma larval chama-se zoea (com cefalotórax e abdome distintos, 8 pares de
extremidades e mais 6 começando). Uma muda ulterior produz o adulto, com 19 pares de
extremidades e segmento definidos.
CLASSES: Cephalocarida. Mais primitivos e diminutos crustáceos semelhantes a
camarões, têm todos os apêndices e as maxilas semelhantes a trirremes.
Branchiopoda. Compreende principalmente crustáceos de água doce e constituem
componente importante do zooplâncton de águas doces (Amazônia) e as formas mais
comuns são pelágicas, empregando seus apêndices foliáceos birremes na locomoção,
respiração e na filtração do alimento. Desenvolvimento direto, com ovos resitentes à
dessecação e à temperatura, com gerações sucessivas apenas de fêmeas produzidas
partenogeneticamente. Pulgas d'água. Ex. Cladóceros Daphnia e Artemia.
Ostracoda. Inclui um grande número de pequenos crustáceos completamente
encerrados em uma concha bivalve quitinosa. Consistem principalmente de segmentos e
apêndices da cabeça, sendo o tronco drasticamente reduzido em tamanho e número de
segmentos. Muitas espécies de ostrácodos presentes no zooplâncton de água doce nos lagos
e rios da Amazônia.
Copepoda. Possui o maior número de espécies do grupo dos entomostracos 7.500,
amplamente distribuído na água doce e no mar. Os Copépodos são abundantes em
indivíduos e talvez constituam o grupo mais importante do zooplâncton dos oceanos e de
água doce. Olhos compostos estão ausentes, mas há um único olho simples mediano. As
primeiras antenas são longas e conspícuas. Muitas espécies são ectoparasitas de peixes e
possuem muitas modificações a ponto de serem reconhecidos como copépodos apenas em
seus estágios larvais.Vários estágios larvais com formas diferentes. Na Amazônia, os
ergasilóides são mais comuns e possuem 3 mm de comprimento. Neste grupo apenas as
fêmeas prendem-se aos peixes e os machos continuam vivendo livremente na água. As
espécies do gênero Ergasilus são muito conhecidas como pestes da piscicultura no mundo
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todo. As antenas preênseis e o corpo geralmente azul ou púrpura caracterizam um
ergasilídeo. A espécie Gamispinus diabolicus penetra nas fossas nasais de bagres causando
perfurações com retroestiletes presentes nos lados do tórax. A morte dos peixes infectados
ocorre em função da redução da eficiência das brânquias e pela abertura de caminho para
invasões bacterianas secundárias. TRATAMENTO: Nenhum tratamento efetivo é
conhecido. A prevenção consiste da não introdução de peixes infestados dentre os peixes
sadios.
Branchiura. Branquiúros pequenos, com forma de escudo que parasitam a pele e o
interior da câmara branquial de peixes, medem de 2 a 30 mm de comprimento. Na
Amazônia, as espécies do gênero Argulus e Dipteropeltis possuem as primeiras antenas e
ambos os pares de maxilares modificados em estruturas semelhantes à ventosas adaptadas
para segurar-se à pele do peixe e em Dolops terminadas em garras e a pigmentação é verde
ou amarela. Copulam enqunato nadam, os ovos são colocados em rochas ou em troncos,
após 10 a 20 dias, os jovens argulídeos eclodem e nadam a procura de um peixe. Perfuram
a pele do peixe, injetam anticoagulantes e secreções digestivas, ingerem sangue e células
epiteliais e podem produzir anemia primária, com infecções secundárias podendo em pouco
tempo levar à morte os peixes jovens e alevinos. TRATAMENTO: no aquário, banho de 2
minutos numa preparação contendo NEGUVON na concentração de 20 ml para cada litro
de água, ou uma solução a 5% de hipoclorito de sódio por 10 horas. Os tanques infestados
deverão ser drenados e deverá ser espalhada CAL VIRGEM sobre o fundo. Após 2 dias
poderão ser reutilizados.
Cirripedia. Cracas. Crustáceos altamente modificados, nos quais os adultos são
hermafroditos, encerrados em uma concha calcária e de hábitos sésseis, fixando-se em
rochas ou em navios, outras em caranguejos, tubarões, tartarugas ou baleias e ainda outras
são parasitas de equinodermos, corais e outros crustáceos.
Malacostraca
Ordem Decapoda. Extremidades torácicas geralmente unirremes; os primeiros 3
apêndices torácicos são maxilípedes; 10 (5 pares) de pernas locomotoras; muitos
comestíveis. Todos os camarões, lagostas (Cambarus), siris e caranguejos marinhos e
espécies de água doce que possuem maior tamanho e são mais conhecidos. Na Amazônia o
gênero economicamente mais importante é o Macrobrachium com várias espécies em
diferentes habitats. O camarão Penaeus possui as formas larvais náuplio, protozoea, zoea,
mysis e adulto.
Ordem Amphipoda. Anfípodos geralmente marinhos, corpo geralmente
comprimido lateralmente; sem carapaça; abdome dobrado ventralmente entre o terceiro e
quarto segmentos; telso usualmente distinto.
Ordem Isopoda. Isópodos são microcrustáceos achatados dorso-ventralmente
encontrados em habitats marinhos, terrestres (tatuzinho-de-quintal com pseudotraquéias) e
de água doce. A maioria tem um tórax de sete segmentos similares com um par de patas
similares em cada segmento.Os cymotoídeos tiveram suas andarilhas modificadas para
preensão, sendo usualmente terminadas em fortes garras adaptadas para o ectoparasitismo,
podendo aderir-se a todas as partes de um peixe. Os jovens alimentam-se pela raspagem de
grandes pedaços de tecido do sítio de fixação, outros vivem na câmara branquial e um
único jovem cymotoídeo pode levar à morte até 4 pequenos peixes em 24 horas. Na
Amazônia, os adultos do gênero Braga medem mais de 2 cm de comprimento e são
frequentemente encontrados no topo da língua de peixes, especialmente tucunaré e piranha.
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Devido a sua voracidade , os cymotoídeos estão localizados no limite entre a predação e o
parasitismo. TRATAMENTO: Por serem visíveis a olho nu podem ser removidos do
aquário, em tanques de piscicultura o único recurso é drenar e desinfectar os mesmos.
SUBFILO UNIRRAMIA - Artrópodos terrestres que possuem apêndices que são
primitivamente não ramificados, possuem um par de antenas e as peças bucais incluem
um par de mandíbulas. Os membros deste subfilo incluem os miriápodos: quilópodos,
diplópodos e os insetos. Acredita-se que tenham evoluído a partir de ancestrais terrestres,
que podem ter sido membros primitivos do filo Onycophora.
MYRIÁPODOS: classe CHILOPODA (centopéias e lacraias) e classe DIPLOPODA
(piolhos-de-cobra e embuás), além de outras duas pequenas classes.
Características gerais: Todos têm longos troncos com muitos segmentos e apêndices.
Neste aspecto eles são como os onicóforos. O exoesqueleto não possui uma epicutícula
cerosa.
Morfologia dos quilópodos: Possuem um par de pernas por segmento. Em muitos grupos,
o tronco foi reforçado para correr por meio de tergitos sobrepostos ou tergitos de tamanhos
desiguais, os maiores se estendendo sobre os segmentos adjacentes.
Morfologia dos diplópodos: Possuem dois pares de pernas por segmento, uma condição
derivada da fusão de dois segmentos origunais. Os diplossegmentos parecem uma
adaptação para marchar empurrando. O tronco ganha força de impulso gerada por um
grande número de pernas.
Habitat: Os miriápodos vivem em folhiço e debaixo de pedras, troncos e cascas de árvores.
Muitas das características estruturais são adaptadas para a locomoção.
Alimentação: Os quilópodos são em geral predadores e as presas, principalmente outros
pequenos artrópodos, são apanhadas e mortas com um par de garras anteriores de veneno.
A maioria dos diplópodos se alimenta de vegetação em decomposição. Dependendo do
grupo, a proteção é dada pelas glândulas repugnatórias e pela capacidade de enrolar-se
como uma bola.
Circulação: Dorsal do tipo aberto (lacunar).
Respiração: As traquéias proporcionam as trocas gasosas.
Excreção: Túbulos de Malpighi.
Sistema nervoso e orgãos sensoriais: Um par de Gânglios anterodorsais e um cordão
nervoso ventral. Os olhos podem estar totalmente ausentes, ou pode haver de 2 a 80 ocelos
perto das antenas em uma ou várias fileiras transversais ou em dois grupos laterais.
Presença de fotorreceptores no tegumento, pêlos tácteis, projeções quimiorreceptoras,
orgãos de Tomosvary com função olfativa.
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Reprodução: Os miriápodos transferem os espermatozóides indiretamente. Esta ação
envolve espermatóforos, exceto em muitos diplópodos. Presença de partenogênese nos
diplópodos (pselafognatos).
Classe INSECTA. (900.000 sp.)
Introdução: Os gafanhotos, moscas, piolhos, borboletas, besouros, abelhas, mosquitos,
pulgas e uma legião de pequenas criaturas semelhantes que constituem a Classe INSECTA
(lat. seccionado, em partes distintas), perfazem mais de 900.000 espécies. São os mais
abundantes e espalhados de todos os animais terrestres, sendo os mais importantes
invertebrados que podem viver em ambientes secos e, os únicos capazes de voar. Estes
hábitos tornaram-se possíveis graças ao revestimento quitinoso do corpo, que protege os
orgãos internos contra danos e perda de umidade, pelas extensões deste revestimento que
formam as asas e pelo sistema de tubos traqueiais que possibilitam aos insetos respirar o ar.
O sucesso dos insetos pode ser atribuído a vários fatores mas, certamente, a evolução do
vôo dotou estes animais de uma distinta vantagem sobre os invertebrados terrestres.
Dispersão, fuga de predadores, acesso a alimento, auxiliando-os a encontrar parceiros
sexuais, ou melhores condições ambientais, foram grandemente enriquecidas. O poder de
voar desenvolveu-se também nos répteis, aves e mamíferos mas, foram os insetos os
primeiros animais voadores. Os insetos são conhecidos desde o Devoniano e a teoria atual é
a de que eles podem ter evoluído de uma forma ancestral semelhante às formas viventes da
classe SYMPHYLA.
Importância dos insetos: Os insetos têm grande significado ecológico no ambiente
terrestre. Dois terços de todas as plantas que dão flores dependem de insetos para sua
polinização. Os principais são abelhas, vespas, borboletas, mariposas e moscas. As três
ordens representadas por estes insetos coevoluíram com as plantas que dão flores, que
tiveram uma evolução explosiva no Cretáceo. Alguns insetos transmitem moléstias causadas por vírus, bactérias, protozoários ou outros organismos - a plantas, animais e ao
homem.Muito dinheiro é gasto no controle das pragas de insetos as quais podem reduzir
drasticamente a alta produção agrícola necessária ao suporte de grandes populações
humanas. Porém, o excesso de zelo pelo uso de pesticidas pode ser desastroso para o meio
ambiente. Insetos por sua vez são comidos por outros insetos, aranhas, escorpiões e muitos
vertebrados, de peixes a mamíferos. As espécies predadoras, parasitóides e parasitas são
importantes para controlar o número de outros insetos, dessa forma, é mais aconselhável o
controle biológico dessas pragas.
Diagnose de um inseto: Cabeça, tórax e abdome distintos; cabeça com 1 par de antenas
(exceto PROTURA); peças bucais para mastigar, sugar ou lamber, consistindo de
mandíbulas, maxilas e lábio (segunda maxilas fundidas); tórax de 3 segmentos com 3 pares
de pernas articuladas e geralmente 2 (1 ou nenhum) pares de asas; abdome de 11 segmentos
ou menos, as partes terminais modificadas como genitália. Possuem de 0,25 (besouros,
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colêmbolos) a 260 mm (besouro venezuelano). A maior envergadura das asas encontra-se
nas mariposas tropicais (280 mm).
Sistemas tegumentar e esquelético: Epitélio simples contendo células sensoriais. O corpo
é revestido por um exoesqueleto (cutícula) constituído por placas quitinosas, 1 tergo dorsal,
1 esterno ventral e 2 pleuras laterais, secretadas pela epiderme, com espessura e dureza
variando entre as ordens, umas mais esclerotizadas, outras mais conspícuas (escleritos
usados na taxonomia do grupo). Epicutícula impregnada por compostos cerosos,
procutícula, e hipoderme com células epiteliais tegumentares.
Sistema digestivo: Trato digestivo completo com boca, faringe anterior, esôfago, papo,
proventrículo (moela com dentes ou uma simples válvula), intestino anterior, válvula
estomodeal, cecos gástricos, intestino médio e posterior; boca com glândulas salivares
(mucos, pectinase, veneno, anticoagulantes e antígenos) e glândulas mandibulares. Os
insetos adaptaram-se a todos os tipos de dietas, com peças bucais bastante modificadas,
mais associadas a obtenção do alimento do que à dieta, com mandíbulas mastigadoras,
rasgadoras, cortadoras, moedoras, perfuradoras, sugadoras, mordedoras, picadoras, etc.
Sistema circulatório: Coração delicado localizado no seio pericárdico dorsal com uma
aorta anterior e fechado na parte posterior, hemolinfa (geralmente de cor esverdeada ou
incolor: amebócitos, fagócitos, aminoácidos livres, ácido úrico dissolvido, fosfatos
orgânicos e tri-halose) fluindo no sentido póstero-anterior, com ostíolos laterais ; sem
capilares ou veias; espaços do corpo, hemocelos (celoma reduzido). O fluxo sanguíneo
pode ser aumentado através de estruturas pulsáteis acessórias na cabeça, tórax, pernas, asas
ou por contrações do diafragma dorsal.
Sistema respiratório: Traquéias ramificadas, revestidas por cutícula, as quais transportam
oxigênio de estigmas pares (geralmente com mecanismo de fechamento para reduzir as
perdas de água), dos lados do tórax e abdome( ligados a sacos aéreos), diretamente dos
tecidos (exceto alguns insetos aquáticos imaturos em estágios precoces, nos PROTURA e
COLLEMBOLA, respiração através de toda superfície da pele); algumas formas aquáticas
possuem brânquias traqueiais, sanguíneas ou abdominais (ninfas de zigópteros e de
efemérides), e em mosquitos existem tubos respiratórios. Dentro do sistema traqueal o
transporte de gases se faz por difusão ao longo de um gradiente de concentração, ou através
de um gradiente de pressão que promove um fluxo de ar ou por uma combinação de ambos.
Sistema excretor: 2 até 250 túbulos de Malpighi finos, fixos na extremidade anterior do
intestino posterior (exceto em COLLEMBOLA, excreção através de glândulas tubulares
cefálicas). A excreção do ácido úrico reduz a perda da água devido a metabolismo de
proteínas. A reabsorção de água pelo reto conserva a água que seria perdida por excreção e
egestão, urina hiperosmótica. As células pericárdicas ou nefrócitos, recolhem detritos
particulados ou complexos para degradação intracelular.
Sistema nervoso: O cérebro é composto por um protocérebro, um deuterocérebro e um
tritocérebro, gânglios supra e subesofágicos ligados ao cordão nervoso ventral duplo, com 1
par de gânglios por segmento; sistema nervoso visceral composto por 2 pares de corpos
glandulares: cárdiacos e alados que juntamente com certas células neurossecretoras e
30
glândulas prótorácicas constituem os centros endócrinos. Orgãos sensitivos (sensilas)
geralmente nas antenas, pernas e peças bucais, fotorreceptores como olhos simples e
compostos, quimiorreceptores para olfato nas antenas e para paladar perto da boca e pêlos
tácteis variados; alguns com meios para produção e recepção de sons (orgãos timpânicos e
cordotonais), porém, sem estatocistos.
Sistema reprodutor: Sexos separados; gônadas de túbulos múltiplos com 1 ducto mediano
na porção posterior; vagina, espermateca, bolsa copuladora e um par de glândulas
acessórias nas fêmeas. Um par de testículos, um par de ductos laterais e um ducto mediano
que se abre em um pênis ventral, ducto ejaculatório, vesícula seminal, e clásperes nos
machos das libélulas, moscas verdadeiras, borboletas e mariposas. A fecundação é interna;
às vezes a cópula é realizada durante o vôo, e a fertilização ocorre conforme os óvulos vão
passando pelo oviduto na época da postura. Muitos insetos acasalam-se apenas uma vez
durante a sua vida e nenhum inseto acasala-se mais do que umas poucas vezes. Os ovos
cleidóicos com muito vitelo e casca protetora (clivagem tipicamente superficial, exceto em
COLLEMBOLA que é holoblástica) são depositados por um ovipositor derivado do oitavo
ou nono segmento (exceto em colêmbolos). Um tipo de postura interessante é aquele
associado à formação de galhas (himenópteros e dípteros).
Desenvolvimento: Os apterigotos jovens (tisanuros, colêmbolos)são como os adultos,
menos no tamanho e na maturidade sexual (desenvolvimento ametábolo). Em outros insetos
como as ninfas ou náiades (hemípteros, plecópteros, efemerópteros), a forma adulta é
atingida gradualmente através de sucessivas mudas, ocorrendo uma metamorfose gradual
ou incompleta (desenvolvimento hemimetábolo). Nas abelhas, vespas, moscas e besouros,
os rudimentos das asas desenvolvem-se internamente e, no adulto as asas parecem então
surgir repentinamente, ocorrendo uma metamorfose completa (desenvolvimento
holometábolo) que consiste de três estágios distintos: ovo, larva jovem, larva terminal, pupa
e adulto. Nos apterigotos a ausência de asas é um caráter plesiomórfico enquanto que nos
himenópteros (formigas) a ausência de asas é um caráter secundário (apomórfico).
Comportamento: A maioria dos insetos é de vida livre e são abundantes em todos os
habitats, exceto no mar; vários tipos vivem em águas doces ou salobras, no solo, em plantas
de todos os tipos e sobre ou dentro de outros animais. Espécies diferentes comem todos os
tipos e partes de plantas - raízes, caules ou folhas, sucos ou flores, sementes ou frutos;
muitos insetos que visitam flores auxiliam na polinização. Outros utilizam os tecidos,
líquidos e excreções de animais e os insetos necrófagos consomem plantas e animais
mortos.
O parasitismo desenvolveu-se por várias vezes dentro da evolução dos insetos.
Insetos parasitos vivem sobre ou dentro de outros animais e plantas, vivendo às suas custas,
porém frequentemente não matam seus hospedeiros. Os parasitóides depositam seus ovos
nos ovos, nas larvas, nas pupas ou nos adultos de outros insetos e suas larvas consomem o
hospedeiro emergindo depois como indivíduos de vida livre. Em alguns grupos, apenas os
jovens são parasitas (varejeiras), em alguns, apenas os adultos (pulgas), e em outros, tanto
os jovens quanto os adultos são parasitas (piolhos). Como seus ciclos vitais são geralmente
curtos, eles podem multiplicar-se rapidamente em condições favoráveis. Uma elevada
organização social (colonial) desenvolveu-se em duas ordens, os Isoptera (cupins) e
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Hymenoptera (formigas, abelhas e vespas), com uma grande variedade na complexidade da
organização social.
RESUMO SISTEMÁTICO DA CLASSE INSECTA
SUBCLASSE APTERYGOTA - Insetos primariamente não alados. Supõe-se que os
membros das 3 ordens seguintes representem os mais primitivos insetos vivos.
Ordem Protura. Proturos. Insetos pequenos e sem olhos com cabeças em forma de cone,
decompositores.
Ordem Thysanura. Traças-de-livros. Insetos que se movem rapidamente exibindo dois ou
três apêndices abdominais em forma de estiletes.
Ordem Collembola - corpo elongado ou oval, abdome com 6 ou menos segmentos.
Usualmente uma estrutura furcada (furcula) no quarto ou quinto segmento abdominal, e
uma pequena estrutura tubular (collophore) no primeiro segmento abdominal. Antena curta,
metamorfose simples, microscópicos com menos de 6 mm de comprimento, encontrados
principalmente no solo no folhiço, em cascas de árvores, cupinzeiros, em superfícies de
lagos de água doce e em praias marinhas. SM.
SUBCLASSE PTERYGOTA - Insetos alados, ou, quando sem asas , esta condição é
secundária.
Ordem Ephemeroptera. Efêmeridas. Insetos alongados cujas as nervuras das asas formam
retículo. As primeiras asas são mantidas na vertical quando em repouso. Antenas pequenas
e peças bucais vestigiais em adultos de vida curta. MG.
Ordem Odonata. Libélulas. Insetos predadore com asas longas com nervuras formando
um retículo, olhos grandes e peças bucais mastigadoras. MG.
Ordem Orthoptera. Gafanhotos, grilos, louva-deus, baratas e bicho-pau. Insetos de cabeça
grande com fortes peças bucais mastigadoras e olhos compostos. MG.
Ordem Isoptera. Cupins. Insetos sociais. Corpo mole e pálido com o abdome articulado ao
tórax. Asas anteriores e posteriores do mesmo tamanho. MG.
Ordem Plecoptera. Plecópteros. Adultos com antenas longas, peças bucais mastigadoras,
dois pares de asas membranosas bem desenvolvidas ou então asas vestigiais. Aquáticos.
MG.
Ordem Dermaptera. Lacrainhas. Insetos alongados lembrando besouros, com peças bucais
mastigadoras, olhos compostos e grandes cercos em forma de fórceps. MG.
Ordem Embioptera. Embiópteros. Insetos pequenos , moles e delgados com cabeça e olhos
grandes, vivem em túneis de seda. MG.
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Ordem Psocoptera ou Corrodentia. Piolhos-de-livros, piolhos-de-cascas-de-árvore,
pequenos, frágeis e pálidos com peças bucais mastigadoras. Com ou sem asas. MG.
Ordem Zoraptera. Insetos pequenos, coloniais, pálidos e moles lembrando delicados cupins
com peças bucais mastigadoras. MG.
Ordem Mallophaga. Piolhos mordedores e piolhos-de-aves. Insetos achatados e sem asas,
olhos reduzidos ou ausentes, pernas curtas, tórax pequeno, que vivem como ectoparasitos
de aves. MG.
Ordem Anoplura. Piolhos. Similares aos piolhos mordedores menos nas peças bucais que
são adaptadas para sugar. Ectoparasitas de aves e mamíferos. MG.
Ordem Thysanoptera. Trips. Pequenos edelgados insetos com peças bucais adaptadas para
raspar e sugar. Com ou sem asas e se alimentam de ácaros e outros insetos. MG.
Ordem Hemiptera. Percevejos verdadeiros. Peças bucais picadoras-sugadoras nas quais
uma tromba origima-se da fronte da cabeça estendendo-se ventralmente para trás. Asas
anteriores com uma secção basal espessada e distal membranosa. MG.
Ordem Homoptera. Cigarras e afídeos. Insetos herbívoros, possuem uma tromba
originando-se da parte de trás da cabeça e com asas anteriores tipicamente membranosas.
MG.
Ordem Neuroptera. Formigas-leão. Adultos com peças bucais mastigadoras e longas
antenas. Os dois pares de asas membranosas similares têm muitas nervuras. MC.
Ordem Coleoptera. Besouros, brocas. A maior ordem de insetos (mais de 300.000
espécies) de corpo duro e peças bucais mastigadoras. O par anterior de asas está modificado
como pesadas capas protetoras (élitros), e o par posterior é membranoso. MC.
Ordem Strepsiptera. Insetos minúsculos semelhantes a besouros sendo a maior parte
parasita de outros insetos. Só os machos possuem asas e nas fêmeas elas são bastoniformes.
MC.
Ordem Mecoptera. Mecópteros. Insetos de corpo delgado, frequentemente muito coloridos,
longas e estreitas asas com muitas nervuras. MC.
Ordem Trichoptera. Tricópteros.Insetos de corpo mole com 2 pares de asas membranosas
peluda e peças bucais mastigadoras pouco desenvolvidas. Larvas aquáticas. MC.
Ordem Lepidoptera. Borboletas e mariposas. Insetos de corpo mole cujas as asas, corpo e
apêndices são cobertos por escamas pigmentadas. Peças bucais modificadas numa
probóscide enrolada. Larvas são lagartas. MC.
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Ordem Diptera. Moscas verdadeiras, mosquitos, mutucas, mosquinhas. Ordem grande na
qual todos têm asas anteriores funcionais e asas posteriores reduzidas (halteres). Peças
bucais variáveis como o é a forma do corpo. Os adultos são vetores de doenças e as larvas
causam danos à vegetação e a animais domésticos. MC.
Ordem Hymenoptera. Formigas, abelhas e vespas. Grande e variada ordem, todos com
peças bucais mastigadoras mas também modificadas em algumas formas para lamber e
sugar, com ou sem asas, quando presentes transparentes e com pouca nervuras. As larvas
são lagartas. MC.
Ordem Siphonaptera. Pulgas. Pequenos insetos sem asas com o corpo laterallmente
achatado. Pernas longas com grandes coxas adaptadas para saltar, peças bucais oicadoras e
sugadoras que se alimentam do sangue de mamíferos e aves. MC.
FILO PENTASTOMIDA (90) - Endoparasitas vermiformes de vertebrados. Extremidade
anterior do corpo com dois pares de projeções em forma de pernas terminando em garras;
uma projeção anterior contendo a boca.
Celomados Lofoforados - Com uma coroa de tentáculos ocos (o lofóforo)
circundando total ou parcialmente a boca.
FILO PHORONIDA (10) - Animais vermiformes secretam um tudo de coriáceo (quitina)
onde vivem, sedentários, alongados. Possuem trato digestivo em U e um anel de tentáculos
ciliados, com os quais se alimentam. Marinhos.
FILO BRYOZOA (4.000) - Briozoários, animais "musgo". Microscópicos, coloniais,
sésseis, corpo no interior de um exoesqueleto gelatinoso ou mais comumente quitinoso ou
ainda quitinoso e calcário. Caracterizam-se por uma fileira em U de tentáculos ciliados,
com os quais se alimentam. Em geral formam colônias fixas e ramificadas, assemelham-se
superficialmente aos celenterados hidróides, mas são muito mais complexos, têm ânus e
celoma. Conservam as larvas em bolsas especiais de cria. Maioria marinhos, poucos de
água doce.
FILO ENTOPROCTA (60) - Corpo fixo por um pedúnculo. Boca e ânus circundados pela
coroa tentacular. Principalmente marinhos.
FILO BRACHIOPODA (280) - Corpo fixo por um pedúnculo ou por uma das conchas
quando adultos, obtêm alimentos por meio de tentáculos ciliados; possui duas valvas
(conchas) calcárias desiguais dorso- ventralmente orientadas, assemelham-se
superficialmente a bivalves, cerca de 280 espécies vivas e 3.000 extintas.
Deuterostômios ou Celomados Enterocélicos - Clivagem radial e indeterminada;
boca originando-se a alguma distância (na frente) do blastóporo que origina o ânus.
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Mesoderma e celoma desenvolvem-se pela formação de bolsas enterocélicas a partir do
intestino primitivo (blastocele).
FILO CHAETOGNATHA (50) - Animais marinhos planctônicos de vida livre, com o
corpo em forma de flexa apresentando nadadeiras. Possuem celoma, trato digestivo
completo e extremidade anterior apresentando espinhos que flanqueiam uma câmara ventral
pré-oral.
FILO ECHINODERMATA (6.000 sp.)
Diagnose de um equinodermo: Deuterostomados, simetria radial pentâmera secundária,
sem segmentação. Todos são marinhos. A maioria das formas existentes é de vida livre.
Sist. Tegumentar e esquelético: A parede do corpo contém ossículos calcários
apresentando usualmente espinhos que se projetam para fora, epiderme simples e ciliada,
envolvendo um endoesqueleto em forma de caixa constituído por placas calcárias fixas ou
móveis.
Sist. digestivo: Completo. Nos ofiuróides falta o ânus. Nos crinóides o tubo digestivo
curva-se em u. Digestão extracelular. Uma parte do celoma transformou-se em um sistema
de canais hídricos com projeções externas usadas na alimentação e na locomoção (pés
ambulacrários) localizados ao redor de um eixo oral-aboral.
Sistema respiratório: Geralmente é realizada pelo sistema ambulacrário. Asteróides e
equinóides possuem brânquias dérmicas (pápulas). Os holoturóides possuem o
hidropulmão.
Sistema circulatório: Ausente. Sistema de lacunas que contem um líquido com amebócitos
realizando um sistema de transporte.
Sistema excretor: Ausente. Excretas são absorvidas por amebócitos e eliminados através
das pápulas, parede intestinal, pés ambulacrários e árvore respiratória.
Sistema nervoso: Anel nervoso peribucal com nervos radiados.
Reprodução: Sexos separados e ausência de dimorfismo sexual. Desenvolvimento indireto
com várias formas larvais.
Classes: Crinoidea. Lírios-do-mar e crinóides.
Stelleroidea.
Subclasses: Asteroidea. Estrelas-do-mar
Ophiuroidea. Ofiúros
Echinoidea. Ouriços-do-mar, corrupios, bolachas-da-praia.
Holothuroidea. Holutúrias, pepinos-do-mar
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A LINHAGEM DOS VERTEBRADOS
Para compreender a ascendência dos vertebrados, devemos regressar a meio bilhão
de anos atrás, na época em que surgiu uma grande divisão no mundo dos invertebrados. A
maioria dos estudiosos acredita atualmente que duas linhas de desenvolvimento surgiram
de uma linhagem primitiva semelhante aos celenterados, que parecia, de alguma forma,
com as hidras e anêmonas- do-mar. De uma, originaram-se os vermes segmentados ou
anelídeos, os moluscos e os artrópodos, enquanto a outra, deu origem aos briozoários,
braquiópodos, às estrelas-do-mar e a outros equinodermos e, finalmente, aos cordados, que
incluem os vertebrados. Estas duas linhas divergentes, cada uma com diferentes tipos de
organismos, diferem fundamentalmente quanto à clivagem dos ovos fertilizados bem como
em algumas características do desenvolvimento embrionário.
A linha dos anelídeos, moluscos e artrópodos é caracterizada por clivagem espiral
do ovo, de maneira que os blastômeros tenham uma disposição espiral. O mesoderma
desenvolve-se como uma massa sólida de células, e as cavidades do corpo originam-se por
separação dentro destes sólidos blocos mesodérmicos. Os grupos dos equinodermos e
cordados, ao contrário, têm uma clivagem radial, em que os primeiros planos de clivagem
estão em ângulo reto ou paralelamente ao eixo polar. Mais tarde, surge o mesoderma do
corpo nos equinodermos e cordados inferiores como "evaginações" (bolsas enterocélicas)
da parede mesodérmica superior do intestino primitivo (blastocele). A cavidade ou as
cavidades originalmente formadas a partir destas evaginações mesodérmicas permanecem e
dão origem às futuras cavidades celomáticas. Há também variações no desenvolvimento
posterior das larvas, que tende a diferenciar estes dois grandes grupos, a linha dos anelídeos
apresenta larva do tipo trocófora, enquanto a dos equinodermos e cordados inferiores a
larva é do tipo tornária.
Duas outras teorias que explicam a origem dos vertebrados são a teoria dos
artrópodos, baseada na semelhança superficial entre os antigos ostracodermos e alguns
aracnídeos, como os límulos, e a teoria dos anelídeos, que considera que, se invertêssemos
um anelídeo, o resultado seria um corpo semelhante a um vertebrados. A linha de
desenvolvimento equinodermo- celenterado é a mais aceitável. Mesmo os estudiosos sobre
proteínas séricas indicam que os cordados inferiores estão mais próximos dos
equinodermos do que de qualquer outro grupo de invertebrados
FILO HEMICHORDATA (80 sp.)
Corpo dividido em probóscide, colarinho e tronco. Parte anterior do tronco
perfurada com um número variável de pares de fendas faríngeas. Sistema circulatório e
nervoso dorsal e ventral. Presença de uma falsa notocorda. Marinhos.
Classes: Enteropneusta. Balanoglossos
Pterobrânquia. Pterobrânquios
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FILO CHORDATA (39.000 sp.)
Introdução: Antes que possamos compreender a filogenia, ou a historia ancestral dos
vertebrados, é necessário saber alguma coisa sobre os membros inferiores do filo Chordata,
ao qual eles pertencem. As principais características dos cordados são: presença de
notocorda, uma estrutura flexível semelhante a uma vara, que representa o esqueleto axial
primitivo, estendendo-se da região anterior à região posterior do corpo, dorsalmente ao
intestino; um tubo nervoso dorsal oco, acima da notocorda e fendas branquiais na faringe,
pelo menos, durante a vida embrionária ou em alguma época da vida. Marinhos, terrestres e
de água doce.
SUBFILO UROCHORDATA (Tunicata) (1.300 sp.) - Ascídias ou tunicados. Cordados
invertebrados com notocorda e tubo neural presentes apenas na fase larval. Larvas de vida
livre, pequena, semelhante a girino, com fendas branquiais. Adulto tubular com sifão
inalante e exalante, fendas branquiais, globoso ou irrregular, sésseis, não metaméricos,
envolvidos por uma túnica de hemicelulose frequentemente transparente, tubo nervoso
reduzido a um gânglio; sem celoma, sem segmentação. Solitários e coloniais. Marinhos.
Classes: Ascidiacea. Ascídias (mija-mija) ou tunicados sésseis.
Thaliacea. Urocordados de vida livre
Larvacea. Urocordados planctônicos.
SUBFILO CEPHALOCHORDATA (25 sp.) - Amphioxus. Cordados invertebrados
metaméricos pisciformes, epiderme uniestratificada, sem escamas; notocorda e medula ao
longo de todo o corpo e persistentes, como também as fendas branquiais; largamente
distribuídos em águas rasas costeiras.
SUBFILO VERTEBRATA (37.790 sp.) - Os vertebrados. Metaméricos. Tronco
sustentado por uma série de peças esqueléticas ósseas ou cartilaginosas (vértebras)
envolvendo ou substituindo a notocorda no indivíduo adulto.
SUPERCLASSE PISCES
O primeiro peixe não tinha mandíbula e era dotado de forte notocorda ao longo de
seu corpo. Esses peixes sem mandíbula, chamados ostracodermos (Classe Agnatha), no
Siluriano e Devoniano foi um grupo grande e diversificado, agora são representados
somente pelas mixinas marinhas e pelas lampréias dulcícolas e marinhas, que constituem os
mais primitivos vertebrados vivos. Como o Amphioxus, eles conservam a notocorda pela
vida inteira. Embora seus ancestrais tenham tido esqueleto ósseo, os agnatas atuais têm
esqueleto cartilaginoso, são desprovidos de escamas e ossos verdadeiros, são muito
flexíveis, com fecundação externa e desenvolvimento indireto e direto nas mixinas e
pertencem a Classe Cyclostomata.
Os tubarões e as raias formam a Classe Chondrichthyes, a segunda maior entre os
peixes. Também possuem esqueleto completamente cartilaginoso e seus ancestrais foram
animais ósseos (placodermas). A pele é coberta por dentículos pontiagudos que constituem
37
as escamas placóides, cuja a estrutura se assemelha à dos dentes dos vertebrados, brânquias
com aberturas em fendas, fecundação exclusivamente interna e desenvovimento direto com
poucas espécies de água doce.
A terceira grande classe de peixes, é a Classe
Osteichthyes, abrange os de esqueleto predominantemente ósseo, com diferentes tipos de
escamas ósseas, brânquias cobertas por um opérculo e bexiga natatória presente. Esse grupo
inclui a maioria das formas conhecidas, marinhas e de água doce e apresenta
predominantemente fecundação externa e desenvolvimento indireto.
Segundo a evidência existente, os peixes evoluíram em água doce. Os
Chondrichthyes voltaram ao mar logo no começo do seu desenvolvimento, enquanto os
peixes ósseos passaram a maior parte da sua evolução em água doce e espalharam-se nos
mares em período muito mais recente. Alguns ainda recapitulam, em cada ciclo vital, essa
transição fisiológica. O salmão, por exemplo, retorna à água doce para desovar. As enguias
deixam as águas do continente para retornar ao mar dos Sargaços na época de reprodução,
daquele ponto distante, os peixes jovens começam a longa e difícil jornada, que muitas
vezes dura diversos anos, de volta aos rios e lagos.
Alguns Osteichthyes primitivos têm bexigas natatórias que funcionam como uma
espécie de pulmão (peixes dipnóicos). Esses pulmões não são muito eficientes e servem
apenas como estruturas acessórias das brânquias, constituíram adaptação especial à água
doce, que, ao contrário da água do mar, pode estagnar e tornar-se pobre em oxigênio
dissolvido, por causa da decomposição de material orgânico, devido a grande
desenvolvimento de algas, ou mudanças na plataforma continental. Existem atualmente
poucos peixes dipnóicos, que podem viver em água cujo oxigênio não é suficiente para
suprir as necessidades de outros peixes. Subindo à superfície, eles tragam ar para o
pulmões, de modo parecido com o de certos caramujos aquáticos de respiração aérea, que
chegam à superfície e enchem as cavidades do seu manto. Com esse suprimento adicional
de oxigênio, os dipnóicos primitivos podiam rastejar pelo fundo lodoso de rios prestes a
secar, em busca de águas mais profundas, ou mesmo passar de um leito d'água para outro.
Os dipnóicos eram os peixes mais comuns nos mares do fim do período Devoniano. Na
maioria deles, o pulmão evoluiu para bexiga natatória. Muitos Osteichthyes modernos têm
uma bexiga natatória cheia de ar que serve como câmara de flutuação (hidrostático) ou
como orgão para produzir som (bagres). Um peixe pode elevar-se ou submergir na água
adicionando gases à bexiga natatória ou dela expelindo oxigênio. O oxigênio é fornecido e
removido pela corrente sanguínea. Outros peixes dipnóicos mantiveram o pulmão e
aumentaram-lhe a eficiência, iniciando assim o caminho evolutivo na direção dos anfíbios.
Hábitats dos peixes – Peixes existem nos mares polares Norte e Sul, passando pelo
Equador, desde a superfície até profundidades superiores a 3.500 metros ou em água doce,
a mais de 4.200 metros de altitude, nos Andes. Vivem em águas abertas, em fundo arenoso,
rochoso ou lodoso; em baías salgadas e estuários; em rios e lagos de água doce e mesmo
em águas quentes, a tilápia por exemplo, vive em águas de temperatura de 44 graus
centígrados. Várias espécies migram da água salgada para a doce para desovar e outras
como as enguias fazem o contrário. Algumas espécies marinhas migram largamente dentro
dos oceanos, mas a maioria dos peixes tem distribuição restrita ao longo das costas
continentais. Os peixes ósseos perca, enguia, linguado, lambari, pintado, carpa, tilápia, etc,
habitam todos os tipos de água salobra, salgada, quente, fria ou doce. Já os peixes
cartilaginosos (tubarões e raias) são encontrados quase que exclusivamente nos oceanos,
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apenas com poucos representantes de água doce, como por exemplo, as raias de espinho da
amazônia.
CLASSE CYCLOSTOMATA (cerca de 50 sp.)
Introdução: (gr. cyclos, circular + stoma, boca) compreendem as lampréias e os
peixes-bruxa. As lampréias são encontradas tanto em água salgada como doce, mas os
peixes-bruxa ocorrem apenas em água salgada. Os ciclóstomos são principalmente formas
de zonas temperadas, que alcançam altas latitudes e são encontradas em águas frias de
ambos os hemisférios. Estes vertebrados primitivos são desprovidos de mandíbulas
verdadeiras e seus parentes mais próximos são os antigos ostracodermos do Siluriano e do
Devoniano. As linhas de evolução das lampréias e peixes-bruxa divergiram muito cedo e
provavelmente tiveram origens diferentes entre seus ancestrais ostracodermos (Stensio).
Alguns ictiologistas colocam por isso esses peixes em classes separadas e distintas.
Dados de anatomia e fisiologia:
Morfologia: Corpo longo, delgado e cilíndrico, cauda comprida, nadadeiras medianas
sustentadas por raios cartilaginosos, pele mole e lisa, com muitas glândulas mucosas
unicelulares. Escamas, mandíbulas e nadadeiras pares ausentes.Crânio e arcos viscerais
(cesta branquial) cartilaginosos, notocorda persistente, vértebras como pequenos arcos
neurais (arcuálios).
Sist. digestivo: Completo, boca anteroventral com língua provida de dentes córneos,
sugadora em lampréias e eversível e mordedora em peixes-bruxa, sem estômago, válvula
espiral (tiflossole) associada ao fígado no intestino. Orgãos olfativos pares mas com 1
abertura no focinho. Algumas lampréias são ectoparasitas de outros peixes, as feiticeiras
comem vermes e outros invertebrados marinhos, peixes mortos ou doentes.
Sist. circulatório: Ventral, coração com 2 câmaras, aurícula e ventrículo. Múltiplos arcos
aórticos na região branquial. Sangue com leucócitos e eritrócitos circulares nucleados,
múltiplos corações nos peixes-bruxa.
Sist. respiratório: Brânquias em bolsas saculiformes laterais da faringe. 7 bolsas nas
lampréias, 5 a 16 nos peixes-bruxa.
Sist. excretor: Rins mesonéfricos com ductos para a papila urogenital. O pronefro persiste
nos adultos dos peixes-bruxa, excretam principalmente a amônia.
Sist. nervoso: Dorsal, encéfalo diferenciado, com 8 ou 10 pares de nervos cranianos; cada
"ouvido" com dois canais semicirculares (ou um nos peixes-bruxa). 1 par de olhos e 1 olho
pineal.
Reprodução: Gônada unica, grande, sem ducto, fecundação externa, desenvolvimento
direto nos peixes-bruxa (hermafroditas) ou com um longo estágio larval nas lampréias
(amocetes).
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Ordens: Petromyzoniformes - Lampréias Petromyzon marinus, Lampreta
Myxoniformes - peixes-bruxa e feiticeiras Myxina
CLASSE CHONDRICHTHYES (cerca de 750 sp.)
Introdução: A classe Chondrichthyes (do grego chondros, cartilagem + ichthys, peixes)
inclui cerca de 700 espécies contemporâneas de tubarões, raias e peixes semelhantes, com o
esqueleto composto apenas por cartilagem. Os condríctios são um grupo muito antigo, que
surgiu no Devoniano inferior. Se eles evoluíram dos placodermos ou diretamente dos
ostracodermos ainda é incerto.
Dados de anatomia e fisiologia:
Morfologia: Corpo compacto longo ou em forma de disco, com esqueleto totalmente
cartilaginosos, nadadeira caudal na maioria é heterocerca, nadadeiras pares e medianas
sustentadas por raios cartilaginosos, pele rija e coberta por escamas placóides, mandíbulas
presentes e bem desenvolvidas com fileiras de dentes transversais cortantes nos tubarões e
pequenos molariformes nas raias. Crânio, coluna vertebral e arcos viscerais cartilaginosos.
O olho pineal foi perdido. Não possuem bexiga natatória.
Sist. digestivo: Completo, boca anteroventral com dentes com esmalte e dentina, estômago,
a área sueprficial do intestino curto é aumentada pela válvula espiral. Orgãos olfativos
pares. A maioria dos tubarões são predadores carnívoros e raias são predadoras de
pequenos invertebrados marinhos, outras são filtradoras (Manta), assim como o tubarão
baleia.
Sist. circulatório: Ventral, coração com 2 câmaras, aurícula e ventrículo. Múltiplos arcos
aórticos na região branquial. Sangue com leucócitos e eritrócitos circulares nucleados.
Sist. respiratório: Os cinco pares de aberturas branquiais abrem-se independentemente na
superfície corporal na maioria das espécies.
Sist. excretor: Rins opistonéfricos com ductos para a papila urogenital, e excretam
principalmente a uréia.
Sist. nervoso: Dorsal, encéfalo diferenciado, com 10 pares de nervos cranianos; 1 par de
olhos e um sistema de pequenos poros distribuídos pela superfície anterior do corpo
internamente em contato com as ampolas de Lorenzini, com a função de eletrolocalização.
Reprodução: A fecundação é exclusivamente interna e o desenvolvimento direto. São
vivíparos e ovíparos. A amioria das espécies é K-estrategista. Os machos possuem um
clásper na nadadeira pélvica, que transfere os espermatozóides para a fêmea.
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CLASSIFICAÇÃO
Subclasse Elasmobranchi - fendas branquiais abrindo-se independentemente na superfície
do corpo; escamas placóides presentes, sistema de linha lateral embutida na pele.
Ordem Selachii - Tubarões
Ordem Batoidea - Raias
Subclasse Holocephali - Quimeras (escamas ausentes, mandíbula superior fusionada com
o crânio, fendas branquiais revestidas por um opérculo, linha lateral em forma de sulcos
abertos).
CLASSE OSTEICHTHYES (cerca de 25.000 sp.)
Introdução: A maioria dos peixes atuais é óssea, membros da classe Osteichthyes (do
grego osteon, osso + ichthys, peixes), com cerca de 24.000 espécies. A classe inclui
algumas espécies tais como o esturjão, salmão, tambaqui, tucunaré, bodó, puraquê e peixes
pulmonados. Os veretbrados terrestres evoluíram dos crossopterígeos, que são primitivos
membros deste grupo.
Dados de anatomia e fisiologia:
Morfologia: Corpo com formas muito variadas desde pequenos gobídeos fusiformes de 8
mm de comprimento o adulto até gigantescos bagres como a piraíba com mais de 3 metros,
até formas bizarras como o peixes lua ou o cavalo-marinho ou peixes-morcego ou
peixe-leão, além das formas serpentiformes como o muçum ou a pirambóia. Em geral, as
escamas ósseas estão presentes, mas as camadas superficiais primitivas de ganoína e
cosmina foram perdidas na maioria das espécies (Teleósteos que apresentam escamas do
tipo ctenóide e ciclóide, ou de couro, liso ou com placas ósseas cobrindo parcial ou
totalmente o corpo). As partes mais internas do esqueleto sempre apresentam alguma
ossificação; na maioria das espécie é completamente ossificado. O olho pineal continua
presente nas espécies primitivas. Nadadeira caudal na maioria das espécies é do tipo
homocerca.
Sist. digestivo: Completo, boca em diferentes posiçõesna cabeça, superior, terminal,
inferior ou ventral, com dentes ósseos de diversificadas formas de acordo com o hábito
alimentar, molariformes, caniniformes, cônicos, incisivos, filiformes, estômago e intestino
também com forma variando com o tipo de alimentação e predação. Orgãos olfativos pares,
com botões gustativos e barbilhões tácteis nos bagres.. A válvula espiral foi perdida em
todas as espécies, exceto na maioria das primitivas e área superficial do intestino é
aumentada devido ao comprimento maior e cecos pilóricos. Podem ser onívoros,
frugívoros, insetívoros, herbívoros, carnívoros, necrófagos, iliófagos, etc.
Sist. circulatório: Ventral, coração com 2 câmaras, aurícula e ventrículo. Múltiplos arcos
aórticos na região branquial. Sangue com leucócitos e eritrócitos circulares anucleados.
Sist. respiratório: As aberturas branquiais abrem-se numa câmara comum, coberta por um
opérculo ósseo.
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Sist. excretor: Rins opistonéfricos com ductos para a papila urogenital, e excretam
principalmente amônia.
Sist. nervoso: Dorsal, encéfalo diferenciado, com 10 pares de nervos cranianos; 1 par de
olhos e um sistema de pequenos poros distribuídos pela superfície lateral do corpo
internamente em contato com terminações nervosas, a linha lateral que funciona como
orgão sensitivo, com a função de mecanorrecepção e nas espécies da Superordem
Ostariophysi que compreende 85% das espécies de peixes da Amazônia, presença de
aparelho de Weber que associado ao ouvido interno e à bexiga natatória funciona como um
ouvido médio.
Reprodução: A maioria das espécies é ovulípara, nas quais a fecundação é externa e o
desenvolvimento é indireto com diferentes estágios larvais, do ovo até chegar a alevino
(juvenil), com desova total e sem cuidado à prole, R-estrategistas. Em algumas espécies
vivíparas, nas quais a fecundação é interna, o orgão copulador do macho é uma parte
modificada da nadadeira anal chamada de gonopódio, para tranferência dos
espermatozóides para a fêmea. Outras são ovíparas com desova pacelada e cuidado à prole,
espécies K-estrategistas.
CLASSIFICAÇÃO
Subclasse Acanthodii - Várias ordens de peixes primitivos do Paleozóico com 1 espinho
proeminente na frente das nadadeiras dorsal, anal e pares.
Subclasse Actinopterygii - Peixes de nadadeiras raiadas.
Infraclasse Chondrostei - Escamas geralmente ganóides, caudal heterocerca, Polypterus e
os esturjões, Acipenser
Infraclasse Holostei - Escamas ganóides ou ciclóides, caudal heterocerca encurtada,
Lepisosteus e Amia
Infraclasse Teleostei - Escamas ciclóides ou ctenóides, caudal homocerca. A maioria das
espécies dos peixes atuais (mais especializados). Muitas superordens como
Leptolepimorpha (teleósteos primitivos com traços de ganoína sobre as escamas),
Clupeomorpha (sardinhas, manjubas), Osteoglossomorpha (pirarucu), Protacanthopterygii
(salmões, trutas e lúcios), Ostariophysi (85% das espécies da Amazônia), Atherinomorpha
(peixes-voadores, peixes-rei), Paracanthopterygii (peixes-sapo, peixes-voadores e
bacalhaus) e Acanthopterygii (cavalos-marinhos, percas, barracudas, meros, linguados).
Subclasse Sarcopteryigii - Peixes com nadadeiras pares lobuladas com um eixo central
carnoso e ósseo.
Ordem Crossopterygii - apenas um gênero existe atualmente, Latimeria, Celacanto e
Osteolepis ancestral dos anfíbios.
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Ordem Dipnoi - peixes pulmonados, dentes em forma de placas para trituração, 3 gêneros
contemporâneos confinados à Austrália (Neoceratodus), África (Protopterus) e América do
Sul (Lepidosiren).
Composição da Ictiofauna da Amazônia (Sinopse da principais famílias de peisxes)
Classe Chondrichthyes
Ordem Rajiformes : 2 a 3% das espécies (peixes cartilaginosos)
POTAMOTRYGONIDAE - Raias de água doce
PRISTIDAE - peixes-serra
Osteichthyes
Ordem Dipnoi : 1 espécie (peixe pulmonado, nadadeiras carnosas, pirambóia)
LEPIDOSIRENIDAE - Lepidosiren paradoxa
Ordem Clupeiformes
: 20 espécies (peixes de origem marinha)
CLUPEIDAE - sardinhão, sardinha papuda, carnívoros
ENGRAULIDAE - manjubas, geralmente, filtradores
Ordem Osteoglossiformes : 3 espécies (peixes de língua óssea)
OSTEOGLOSSIDAE - Arapaima gigas, Osteoglossum bicirrhosum e O. ferreirai, tem 7
espécies no mundo (África e Ásia)
A Superordem OSTARIOPHYSI compreende as ordens Cypriniformes (carpas, Europa e
Ásia), Characiformes, Siluriformes e Gymnotiformes (os representantes desta superordem
possuem aparelho de weber).
Ordem Characiformes : 45% das espécies (maior número de espécies na América do Sul,
representantes na África, sempre em água doce, diversas famílias nas quais:
ERYTHRINIDAE - traíra, jeju, carnívoros
CTENOLUCIDAE - bicuda, carnívora
PROCHILODONTIDAE - jaraqui e curimatã, detritívoros
CURIMATIDAE - branquinha, detritívoro
HEMIODONTIDAE - jatuarana, cubiu, omnívoros
ANOSTOMIDAE - piaus, aracus, frugívoros
SERRASALMIDAE - tambaqui, piranhas e pacus, frugívoros a carnívoros
CHARACIDAE - sardinha, matrinchã, piabas, peixes-cachorro (maior família da Amazônia
com muitas espécies comerciais e relativos africanos.
Ordem Siluriformes : 35% das espécies (bagres em geral, tem relativos na África e na
Ásia, maior tamanho de água doce está na Ásia)
a) bagres de pele nua
PIMELODIDAE - grandes bagres, jaú, pirara, dourada, piramutaba, piraíba, suribim,
mandi, barbado, filhote, surubim, omnívoros a piscívoros
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AUCHENIPTERIDAE - mandi peruano, carnívoros
AGENEIOSIDAE - mandubé, carnívoros
HYPOPHTHALMIDAE - mapará, filtrador
TRICHOMYCTERIDAE - candirú, hematófago a necrófago
CETOPSIDAE - candiru-açu, carnívoro a necrófago
b) uma série de placas ósseas laterais
DORADIDAE - bacu, cuiu-cuiu, bacu pedra, omnívoros
c) duas séries de placas ósseas laterais
CALLICHTHYIDAE - tamoatá, detritívoro
D) três séries de placas ósseas laterais
LORICARIIDAE - acari-bodó, acari-cachimbo, cascudo, jotoxi, iliófagos a detritívoros,
muitas espécies de aquário. É a maior família da ordem Siluriformes na Amazônia. As
espécies de placas ósseas, se distribuem unicamente na América do Sul e por isso, apesar
do aspecto primitivo, são consideradas entre as mais modernas dos Siluriformes.
Ordem Gymnotiformes : 8-10% das espécies (peixes elétricos da Amazônia). Energia
provém de células do mesmo tipo que as nossas células nervosas e são unidas em séries
paralelas com células musculares, o corpo inteiro do peixe se constitui de células elétricas.
ELECTROPHORIDAE - puraquê, carnívoros (até 800 V com 1 amper)
APTERONOTIDAE e RAMPHICTHYIDAE - ituí-cavalo, ituí, sarapós (usam ondas
elétricas para se guiar e se comunicar), geralmente insetívoros
Ordem Atheriniformes : 3 espécies (peixes da divisão secundária)
BELONIDAE - peixes-agulha, piscívoros
Ordem Cyprinodontiformes : 2% das espécies (peixes da divisão secundária)
RIVULIDAE - Rivulus, peixe anual, plânctófago
POECILIDAE - barrigudinho, insetívoro
ANABLEPSIDAE - tralhoto, insetívoro
CYPRINODONTIDAE - peixes muito pequenos com 5 mm
Ordem Perciformes : 10% (peixes da divisão secundária)
CICHLIDAE - tucunaré, acarás, jacundás, piscívoros a omnívoros
SCIAENIDAE - pescada, corvina, carnívoros
Ordem Synbranchiformes : 2 espécies
SYNBRANCHIDAE – muçum
Ordem Pleuronectiformes : 2 espécies
SOLEIDAE - solha, linguado
Ordem Tetraodontiformes : baiacu (peixe venenoso da Amazônia) Colomesus aselus
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CLASSE AMPHIBIA (cerca de 3.920 sp)
Ao fim do período Devoniano, a cerca de 400 mulhões de anos, alguns dipnóicos
começaram a desenvolver estruturas esqueléticas em suas nadadeiras carnosas. Três
gêneros atuais de dipnóicos (entre eles a pirambóia) têm nadadeiras com ossos internos ,
correspondentes aos ossos das patas dos vertebrados terrestres, mas foi outro grupo menos
especializado que deu origem aos anfíbios. Trata-se do grupo dos crossopterígios, cujo o
crânio e esqueleto são quase idênticos aos dos primeiros anfíbios fósseis. Os primeiros
anfíbios do Devoniano que deram origem aos labirintodontes do Permiano inferior
pareciam mais peixes quadrúpedes do que anfíbios modernos, eram maciços, lentos e
desajeitados, com patas pequenas, grandes cabeças achatadas e caudas curtas. Alguns eram
grandes, medindo de 1 a 2 m de comprimento. Embora pudessem andar na terra, deviam
passar a maior parte do tempo na água, nem mesmo seus descendentes, os anfíbios de
agora, se libertaram inteiramente da água.
A maioria dos anfíbios põe ovos na água e os machos os fertilizam externamente,
depois da postura. Para reproduzir-se, portanto, os anfíbios têm de viver perto da água ou
voltar a ela em intervalos regulares. Além disso, se não ficam mergulhados ou em ar úmido,
perdem rapidamente, por evaporação a partir da pele fina e sem escamas, útil como
importante orgão acessório de respiração.
Nos estádios iniciais de desenvolvimento, todos os anfíbios são claramente
semelhantes a peixes. As larvas, chamadas girinos, vivem na água possuem nadadeiras e
respiram por brânquias, mais tarde (após 5 a 25 semanas nas espécies amazônicas), com a
metamorfose completa adquirem patas, a cauda regride e o animal começa a procurar a
terra e a respirar por meio de pulmões. Este tipo de reprodução ocorre nos anfíbios
pertencentes à Ordem Salientia que incluem os sapos, rãs e pererecas, sem cauda quando
adultos. Porém algumas espécies desta ordem desovam em lugares úmidos fora da água e o
sapinho sai dos ovos já na forma de adulto.
As espécies de salamandras que
pertencem a Ordem Caudata são ovíparas, mas algumas espécies não têm o estágio larval
aquático, completando o seu desenvolvimento dentro do ovo. Algumas espécies de
salamandras, como o axolotle, não completam sua metamorfose e permanecem como
formas larvais essencialmente aquáticas. Certas espécies com formas semelhantes a larvas
podem ser induzidas a metamorfosear-se em adultos, por meio de hormônios, indicação de
que não perderam completamente a capacidade genética de atingir o estádio ulterior de
desenvolvimento.
A Ordem Gymnophiona na qual se incluem as chamadas cecílias ou cobras-cega,
apresenta em geral como forma de reprodução a viviparidade, os filhotes alimentam-se de
secreções dentro do oviduto da mãe, mas algumas espécies têm larvas aquáticas como é
típico nos sapos.
Caracteres gerais:
1. Pele úmida e glândular, sem escamas.
2. 2 pares de extremidades para andar ou nadar (não há nadadeiras pares); 4-5 dedos, ou
menos (sem pernas nas cobras-cegas, sem pernas posteriores em SIRENIDAE); quaisquer
nadadeiras medianas sem raios.
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3. 2 narinas, comunicadas com a cavidade bucal e com válvulas para impoedir a entreda de
água; olhpos frequentemente com pálpebras móveis; tímpano externo em sapos e rãs; boca
geralmente com dentes finos; língua frequentemente protráctil.
4. Esqueleto em grande extensão óssea; crânio com 2 côndilos occipitais; costelas, quando
presentes, não presas ao esterno.
5. Coração tipicamente com três câmaras, duas aurículas e um ventrículo, mas o septo atrial
é incompleto nas salamandras que têm a função pulmonar reduzida ou ausente; um (ou três)
pares de arcos aórticos; glóbulos vermelhos nucleados e ovais.
6. Respiração por brânquias, pulmões, pele, mucosa bucal, separadamente ou em
combinação; brânquias presentes em algum estágio da vida; cordas vocais em sapos e rãs.
7. Encéfalo com 10 pares de nervos cranianos.
8. Excreção por meio de rins mesonéfricos; a uréia é o principal produto de excreção
nitrogenada dos indivíduos metamorfoseados.
9. Temperatura do corpo variável (pecilotérmicos ou ectotérmicos).
10. Fecundação externa ou interna; maioria ovípara; ovos com algum vitelo e encerrados
em cápsulas gelatinosas; clivagem holoblástica, mas desigual; sem membranas
embrionárias; geralmente um estágio larval aquático com metamorfose para a fase adulta.
Veneno
Os sapos são inofensivos. No entanto, alguns possuem glândulas chamadas
parótidas localizadas nas costas, atrás dos olhos que secretam veneno, como o sapo cururu
Bufo marinus. O veneno é utilizado como defesa e nunca como ataque, pois esses animais
não possuem estruturas inoculadoras de veneno, desde que, quando manuseado, as
glândulas não sejam comprimidas em direção aos olhos ou a boca. Em algumas espécies de
pererecas da Amazônia, existem espalhadas pela pele substâncias bioativas que acredita-se
sejam usadas como defesa, e talvez ofereçam perigo ao entrarem em contato com os olhos
ou ingeridas. Algumas espécies da família Dendrobatidae, da América Central, têm
venenos extremamente tóxicos que podem ser absorvidos pela pele e mucosas.
Espécies comuns na Amazônia:
Epicrionops sp. - Cecília, insetívoro a carnívoro, ovípara
Pipa pipa - Sapo aru, insetívoro a piscívoro, ovíparos com a postura dos ovos na costa da
fêmea.
Ceratophrys cornuta - Sapo de chifres, insetívoro a carnívoro, ovíparo.
Bolitoglossa altamazônica - Salamandra da Amazônia, insetívora, ovípara.
Bufo marinus - Sapo cururu, insetívoro, ovíparo.
Bufo granulosus - Sapo, insetívoro, ovíparo.
Osteocephalus taurinus - Perereca, insetívoro, ovíparo.
Phylomedusa bicolor - Perereca verde, insetívoro, ovíparo com a postura dos ovos em
folhas, acima de uma poça.
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CLASSE REPTILIA (cerca de 5.265 sp)
As plantas vasculares libertaram-se da água pelo desenvolvimento da semente.
Analogamente, os vertebrados tornaram-se verdadeiramente terrestres como
odesenvolvimento do ovo amniota, que contém seu próprio suprimento de água e pode
assim sobreviver em terra. O ovo reptiliano, bastante parecido, no plano básico, com o ovo
de galinha, contém uma gema grande - alimento para o embrião que se desenvolve, clara
abundante e suprimento de água. Uma membrana, o âmnio, circunda o embrião em um
espaço cheio de líquido, que substitui a lagoa ancestral. Também os mamíferos, embora
nesse caso os ovos se desenvolvam tipicamente no interior das mães, os embriões ficam
envoltos em água, dentro de uma membrana amniótica.
Acredita-se que esse desenvolvimento evolutivo tenha sido altamente vantajoso para
os répteis, pois, ao aparecerem em terra firme, encontraram pequeno número de predadores,
em contraste com grande número de predadores aquáticos. Adequando-se à sua existência
terrestre, os répteis também desenvolveram pele seca, coberta por escamas protetoras
(precursoras das e do pêlo).
De um dos ramos dos répteis primitivos evoluíram todas as aves e, de outro, os
mamíferos; muitos outros ramos mantiveram características reptilianas, sendo
representados hoje pela Ordem Squamata, subordem Ophidia (cobras e serpentes),
subordem Lacertilia (lagartos), Ordem Chelonia (tartarugas, jabutis), Ordem Crocodilia
(crocodilos e jacarés).
Caracteres gerais:
1. Maior resistência da pele à perda de água (quando comparada com a dos anfíbios). As
glândulas cutâneas, importantes para a respiração cutânea dos anfíbios, perderam
importância à medida que os pulmões assumiram o papel primário na respiração e as
glândulas de veneno foram substituídas por outros métodos de defesa.
2. O espessamento e a cornificação da pele, juntamente com o abandono de seu papel
respiratório. A pele aumentou a proteção contra o atrito e a perda de água nos ambientes
secos. Entretanto, pequenas áreas de pele fina permaneceram entre as escamas dos répteis,
dando flexibilidade às partes que, se não fosse por isto, teriam se tornado uma armadura
dérmica rígida.
3. Garras que protegem a extremidade dos dedos e artelhos e auxiliam na locomoção sobre
superfícies ásperas.
4. Um orgão copulador (ausente ou incomum nos vertebrados inferiores) para a
transferência direta de espermatozóides para o trato reprodutor da fêmea.
5. Ovos com casca resistente à perda de água e contendo uma câmara cheia de líquido, a
cavidade amniótica que protege o embrião em desenvolvimento contra a dessecação e
lesões mecânicas.
6. Redução da perda de água pela urina por meio de uma mudança para a produção de urina
hipertônica e excreção de ácido úrico como produto de excreção nitrogenada.
7. Um aumento e um estreitamento gerais da amplitude de temperatura selecionada para a
atividade, permitindo uma maior exploração das partes mais quentes do ambiente térmico;
provável alcance da endotermia em alguns grupos fósseis, inclusive em alguns dinossauros.
8. Ação da língua no transporte de informações químicas do ambiente externo para os
orgãos de Jacobson na ausência de transporte aquático, como ocorre nos anfíbios.
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Espécies comuns na Amazônia:
Iguana iguana - Iguana, herbívoro, ovíparo.
Geochelone carbonaria - Jabuti, herbívora, ovípara.
Eunectes murinus - Sucuri, piscívora a carnívora, vivípara.
Anylius scytale - Coral falsa, carnívora, vivípara
Thecadactylus rapicauda - Osga, insetívora, ovípara.
Phrrynops rufipes - Perema falsa ou jabuti d'água, frugívora, ovípara.
Kentropyx calcarata - Calango, insetívoro a carnívoro, ovíparo.
Paleosuchus trigonatus - Jacaré coroa, piscívoro a carnívoro, ovíparo.
Paleosuchus palpebrosus - Jacaré, piscívoro a carnívoro, ovíparo.
Caiman crocodilus - Jacaré tinga, piscívoro a carnívoro, ovíparo.
Melasuchus niger - Jacaré-açu, piscívoro a carnívoro, ovíparo.
CLASSE AVES (cercade 9.000 sp.)
No que diz respeito à sua estrutura esquelética, as aves são, essencialmente, répteis
altamente especializados para o vôo. Ao contrário dos répteis, possuem penas, uma das
características distintivas da classe, e mantêm a temperatura do corpo alta e constante, uma
das condições para a elevada produção de energia requerida para o vôo. Seus corpos
tornam-se menos densos devido aos sacos aéreos e porque seus ossos são ocos. A fragata,
espécie oceânica com 2,5 metros de envergadura, tem um esqueleto que pesa somente 12
gramas. O osso mais maciço do esqueleto da ave é o esterno, em cuja quilha ficam
ancorados os enormes músculos que operam as asas. As aves voadoras livraram-se de tudo
que pudesse representar excesso de peso; o sistema reprodutor feminino foi reduzido a um
único ovário, que só na estação de acasalamento se torna suficientemente grande para ser
funcional. A maioria das aves não voadoras conhecidas - p. ex. o pinguim e a ema - deve
ter evoluído secundariamente de tipos voadores.
Com cerca de 9.000 espécies auais, as aves distribuem-se por quase todo o globo
terrestre, ocupando habitats muito variados. São colocadas em um grande número de
ordens, sendo que a Passeriformes – os pássaros – inclui cerca de 57% das aves atuais. A
América do Suyl e Central (Região Neotropical) conta com aproximadamente 2.650
espécies de aves residentes e o Brasil com cerca de 1.640 espécies. A grande maioria das
espécies de aves apresenta hábitos diurnos e se orienta principalmente pela visão. Nas
espécies de hábitos noturnos, como as corujas, a audição é utilizada para localizar a presa.
Caracteres gerais:
1. Corpo coberto com penas.
2. Dois pares de extremidades; o anterior transformado em asas para voar; o posterior
adaptado para empoleirar-se, andar ou nadar (com palmouras); cada pé geralmente com 4
dedos; canela e dedos envolvidos por pele cornificada.
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3. Esqueleto delicado, forte, totalmente ossificado; muitos ossos fundidos, dando rigidez; a
boca é um bico que se projeta, com bainhas córneas; sem dentes nas aves viventes; crânio
com um côndilo occipital; pescoço geralmente longo e flexível; pelve fundida a numerosas
vértebras, mas aberta ventralmente; esterno grande, geralmente com quilha mediana;
poucas vértebras caudais, comprimidas na parte posterior.
4. Coração com 4 câmaras (2 aurículas, 2 ventrículos separados); persiste apenas o arco
aórtico (sistêmico) direito; glóbulos vermelhos nucleados, ovais e biconvexos.
5. Respiração por pulmões compactos, muito eficientes, presos às costelas e ligados a sacos
aéreos de paredes finas que se estendem entre os orgãos internos; caixa vocal (siringe) na
base da traquéia.
6. 12 pares de nervos cranianos.
7. Excreção por meio de rins metanéfricos; o ácido úrico é o principal produto de excreção
nitrogenada; urina semi-sólida; sem bexiga urinária (exceto nas emas e nos avestruzes); um
sistema porta-renal.
8. Temperatura do corpo essencialmente constante (endotérmicas ou homeotérmicas).
9. Fecundação interna; ovos com muito vitelo, envolvidos por uma casca calcária dura e
depositados externamente para incubação; segmentação meroblástica; membranas
embrionárias (âmnio, cório, saco vitelino e alantóide) presentes durante o desenvolvimento
dentro do ovo; ao eclodir, os filhotes são alimentados e vigiados pelos pais.
Espécies comuns na Amazônia:
Cacicus cela - Japiim, alimenta-se basicamente de frutos e insetos.
Pulsatryx perspicillata - Murucututu, eficiente caçadora de ratos, morcegos, pequenos
pássaros e insetos.
Tigrisoma lineatum - Socó-boi, eficiente pescador de peixes, crustáceos, insetos aquáticos e
até sapos.
Ramphastos vitellinus - Tucano de peito amarelo, alimenta-se vários frutos, sementes, ovos,
insetos e pequenos vertebrados como filhotes de outros passarinhos.
Glaucis hirsuta - Beija-flor balança rabo do bico branco, alimenta-se do néctar das flores e
caça pequenos insetos e aranhas.
Jacana jacana - Jaçanã, alimenta-se de pequenos peixes, insetos, moluscos e sementes.
Busarellus nigricollis - Gavião belo, piscívoro a carnívoro (insetos e moluscos).
Ara ararauna - Arara canindé, alimenta-se de frutos e sementes
CLASSE MAMMALIA (cerca de 4.500 sp.)
Os mamíferos descendem dos répteis. As seguintes características distinguem os
mamíferos dos outros vertebrados: 1) tem pelos em vez de escamas, 2) amamentam os
filhotes, e 3), como as aves, mas ao contrário dos outros vertebrados, mantêm constante a
temperatura do corpo. Em quase todas as espécies de mamíferos, os filhotes são paridos,
como ocorrem em alguns peixes e répteis, que conservam os ovos em seus corpos até o
nascimento dos filhotes. Alguns mamíferos primitivos, todavia, como o ornitorrinco e a
équidna, pôem ovos de casca, mas amamentam os filhotes quando eles saem dos ovos. Os
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marsupiais, que incluem o canguru e o gambá, também parem suas crias, mas diferem dos
outros mamíferos no fato de os filhotes nascerem em estádio imaturo e muito pequenos,
devendo ser conservados em bolsa protetora especial, dentro da qual mamam e continuam a
desenvolver-se. Em sua maioria, os mamíferos são placentários - assim chamados porque
têm uma eficaz conexão nutritiva, a placenta, entre o útero e embrião. Por causa disso, os
filhotes se desenvolveram até um estádio muito mais avançado antes de nascer. Assim têm
proteção durante seu período mais vulnerável, não perturbando a mobilidade da mãe. Os
primeiros placentários eram pequenos, ariscos e provavelmente noturnos; comiam, sem
dúvida, insetos, vermes e ovos, e gastavam muita energia evitando os dinossauros
carnívoros. Os musaranhos, que se assemelham de perto a esses mamíferos primitivos,
conservam seus hábitos ariscos.
Os mamíferos têm ossos cranianos menos numerosos e maiores do que os dos
répteis e dos peixes - prova de que "mais simples" e "mais primitivos" podem ter
significados diferentes. Nos mamíferos, uma plataforma ou repartição óssea desenvolveu-se
para separar as passagens nasal e bucal até bem abaixo, na garganta, o que permite ao
animal respirar enquanto come. Os ossos maxilares foram fundidos em uma única
mandíbula, muito maior e mais poderosa do que a dos répteis; por outro lado, os mamíferos
perderam a capacidade que o réptil de desarticular a mandíbula - habilidade que torna
possível a uma jibóia, por exemplo, engolir um porco inteiro.
Nos mamíferos placentados existem quatro linhas principais de evolução. Um grupo
compreende os coelhos e os roedores. O segundo grupo é constituído dos mamíferos, como
as focas e as baleias. O terceiro inclui os carnívoros (como leões, cães e gatos) e os
ungulados (cavalos, touros, carneiros, porcos e semelhnates). O quarto grupo consiste de
comedores de insetos (os musaranhos, a toupeira, o porco espinho), os morcegos (o único
mamífero voador) e primatas (lemurianos, macacos, chimpanzés e o homem).
Os primatas caracterizam-se por possuírem (1) placenta, (2) três tipos de dentes
(caninos, incisivos e molares), (3) polegar oponível, (4) duas mamas peitorais, (5) cortex
cerebral expandido, (6) tendência a parto de um só filhote. O homem distingue-se dos
outros primatas pela postura ereta e pela grande redução de pelos no corpo. De todos os
mamíferos, é o menos especializado sob vários aspectos. Sendo onívoro, alimenta-se de
muitos tipos de frutas e legumes, e também de outros animais. Suas mãos assemelham-se às
de um insetívoro primitivo, em contraste com as patas dianteiras altamente especializadas
presentes nas baleias, morcegos, gidões, tigres, e cavalos. Seua orgãos sensoriais são
grosseiros em comparação com os dos insetos ou com os de muitos outros mamíferos. O
homem tem entretanto, uma área de extrema especialização: o cérebro. Por causa do seu
cérebro, o homem é o único, entre todos os animais, com capacidade de raciociner, falar,
planejar e aprender.
Caracteres gerais:
1. Corpo geralmente coberto com pêlos (poucos em alguns) mudados periodicamente; pele
com muitas glândulas (sebáceas, sudoríparas, odoríferas e mamárias).
2. Crânio com 2 côndilos occipitasi; cada metade da mandíbula consiste de um único osso
(dentário); três ossículos auditivos; região nasal geralmente delgada; boca com dentes
(raramente ausentes) em alvéolos, nos 2 maxilares e diferenciados em relação aos hábitos
alimentares.
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3. Aberturas do ouvido externo geralmente circundadas por um pavilhão carnoso. Língua
geralmente móvel; olhos com pálpebras móveis.
4. Coluna vertebral com 5 regiões bem diferenciadas: cervical, torácica, lombar, sacral e
caudal.
5. 4 membros (cetáceos e sirênios sem membros posteriores); cada pé com 5 (ou menos)
artelhos e variadamente adaptados para andar, correr, trepar, cavar, nadar ou voar; artelhos
com garras, unhas ou cascos córneos e frequentemente almofadas carnosas.
6. Coração completamente dividido em 4 câmaras (2 aurículas, 2 ventrículos distintos);
persiste apenas o arco aórtico esquerdo; glóbulos vermelhos anucleados, geralmente em
forma de discos bicôncavos.
7. Respiração apenas por pulmões; laringe com cordas vocais (exceto nas girafas); um
diafragma muscular completo separando os pulmões e o coração da cavidade abdominal.
8. 12 pares de nervos cranianois; encéfaloaltamente desenvolvido, cérebro e cerebelo
grandes, o primeiro com um corpo caloso desenvolvido e com um neopálio expandido.
9. Endotérmicos (homeotérmicos).
10. Machos com orgão copulador (pênis); testículos comumente num escroto externo ao
abdome; fecundação interna; óvulos geralmente minúsculos, sem casca e retidos no útero
(oviduto modificado) da fêmea para o desenvolvimento; membranas embrionárias (âmnio,
cório e alantóide) presentes; geralmente com placenta fixando o embrião ao útero para
nutrição, respiração e retirada de excretas; filhotes alimentados após o nascimento com leite
secretado pelas glândulas mamárias da fêmea.
O revestimento isolante do corpo (pêlos e gordura subcutânea) e a separação
completa do sangue venoso e arterial no coração tornam possível a temperatura regulada do
corpo. Com isto o metabolismo é alto e consequentemente há necessidade de muito
alimento. Os dentes são geralmente conspícuos e diferenciados. Os sentidos da visão,
audição e olfato são altamente desenvolvidos. Cerebelo e cérebro grandes são responsáveis
por um alto grau de coordenação em todas as atividades, aprendizagem e para a memória
retentiva.
Espécies comuns na Amazônia:
Trichechus inunguis - Peixe-boi, herbívoro a frugívuro, vivíparo, apenas um filhote a cada
três anos.
Inia geoffrensis - Boto vermelho, piscívoro, vivíparo, gestação de 10 a 12 meses e a fêmea
dá a luz a apenas um filhote.
Pteronura brasiliensis - Ariranha, piscívoro a carnívoro (pequenos mamífero, répteis e aves
próximas da água), a fêmea pode dar a luz a cinco filhotes em cada gestação.
Hydrochaeris hydrochaeris - Capivara, alimenta-se de capins e ervas, cada fêmea pode ter
várias gestações durante um ano, gerando 4 a 5 crias por vez.
Bradypus tridactylus - Preguiça bentinho, herbívoras tendo prefefência por folhas de
imbaubeira, a fêmea gera apenas um filhote que fica seguro ao corpo da mãe por 6 a 9
meses.
Mymecophaga tridactyla - Tamanduá bandeira, não possuidentes e se alimenta de formigas
e cupins com sua língua comprida e pegajosa, a fêmea dá a luz a um filhote de cada vez.
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Saimiri sciureus - Macaco de cheiro, se alimenta de frutos, insetos e pequenos vertebrados,
apenas um filhote por gestação.
Noctylius leporinus - Morcego pescador, alimenta-se de peixes que apanha durante o vôo
pela superfície das águas dos rios e lagos e alguns insetos aquáticos, um filhote por
geração.
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